OIT prevê queda do desemprego mundial para 4,9% em 2024

  • Lusa
  • 29 Maio 2024

Revisão intercalar é mais otimista face ao relatório do início do ano, em que a organização previa uma subida do desemprego mundial para 5,2%. “Défice de emprego” deverá fixar-se em 402 milhões.

A taxa de desemprego mundial vai cair para 4,9% em 2024, menos uma décima que em 2023, segundo novos dados publicados esta quarta-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que no início deste ano havia previsto um aumento do desemprego global.

Nas previsões de janeiro, a organização tinha antecipado que o desemprego mundial subiria para 5,2%, mas na revisão intercalar apresentou dados mais otimistas, baseados, segundo o relatório, na boa evolução do mercado de trabalho nas economias desenvolvidas e emergentes.

“Nas grandes economias, como a Índia, os números do desemprego foram mais baixos do que o previsto, o que também se verificou nos países desenvolvidos (como os Estados Unidos)”, afirmou o diretor de análise de dados da OIT, Steven Kapsos, ao comentar o relatório de previsões.

Em termos absolutos, a OIT prevê uma descida de 190,8 milhões de desempregados a nível mundial em 2023 para 183 milhões em 2024, quando no início deste ano a organização tinha estimado que este grupo subiria para 192,7 milhões.

A OIT indicou ainda que o “défice de emprego” (um indicador que tem em conta não só as pessoas registadas como desempregadas, mas também as que pretendem entrar no mercado de trabalho) será de 402 milhões de pessoas este ano.

Por outro lado, a organização sediada em Genebra prevê que a taxa de desemprego se mantenha em 4,9% a nível mundial em 2025, um valor que representa igualmente uma revisão em baixa do relatório anterior.

Por região, em 2024, a OIT estima que a taxa de desemprego se situará em 5,6% na Europa e na Ásia Central (menos uma décima do que em 2023), enquanto nas Américas será de 5,3%, a mesma percentagem do ano passado.

A taxa mais baixa registar-se-á na Ásia-Pacífico (4,2%, o mesmo valor que em 2023) e a mais elevada nos países árabes (10,3%, mais quatro décimas do que há um ano).

Apesar dos números relativamente positivos, a OIT sublinha no novo relatório que as desigualdades nos mercados de trabalho persistem, em especial para as mulheres dos países com baixos rendimentos. Globalmente, 45,6% das mulheres estarão empregadas este ano, em comparação com 69,2% dos homens, de acordo com o estudo, que também destaca as disparidades salariais entre homens e mulheres: nos países de elevado rendimento, em média, as mulheres ganham menos 73% do que os homens e nos países de baixo rendimento menos 44%.

“Apesar dos nossos esforços para reduzir as desigualdades a nível mundial, o mercado de trabalho continua a ser um campo de jogo desigual, especialmente para as mulheres”, comentou o diretor-geral da OIT, Gilbert Houngbo, aquando da divulgação dos dados. “Temos de colocar a inclusão e a justiça social no centro das nossas políticas e instituições, caso contrário não conseguiremos atingir o nosso objetivo de garantir um desenvolvimento forte e integrado”, acrescentou.

O relatório também destacou a persistência do trabalho informal, que emprega atualmente cerca de dois mil milhões de pessoas, contra 1,7 mil milhões em 2005, apesar dos esforços para regular e proteger os trabalhadores globais através de quadros regulamentares.

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Confiança dos consumidores recua de máximos de 2022. Empresas estão mais confiantes

Perspetivas das famílias em relação à evolução futura da situação económica do país pioraram em maio, levando o indicador de confiança a recuar pela primeira vez em seis meses.

A confiança dos consumidores recuou em maio pela primeira vez em seis meses, depois de em abril ter registado máximos de fevereiro de 2022, com os consumidores a mostrarem-se mais pessimistas em relação à evolução da situação económica do país. Já o clima económico registou uma melhoria, alimentada por expectativas mais otimistas na indústria transformadora, na construção e obras públicas, revelam os dados do INE.

“A evolução do indicador em maio resultou do contributo negativo das perspetivas de evolução futura da situação económica do país e da realização de compras importantes por parte das famílias“, justifica o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) na divulgação dos Inquéritos de conjuntura às empresas e aos consumidores, relativos a maio. Já, em sentido contrário, o instituto revela que as opiniões e as perspetivas de evolução da situação financeira do agregado familiar registaram um contributo positivo.

Segundo o INE, o saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país diminuiu em maio, após ter aumentado nos cinco meses anteriores.

Se as famílias estão mais pessimistas sobre a evolução da economia nacional, o mesmo não se pode dizer em relação às perspetivas para a sua situação financeira, com o saldo das perspetivas relativas à evolução futura da situação financeira do agregado familiar aumentou nos últimos seis meses, aproximando-se do valor registado em fevereiro de 2022.

Já o saldo das opiniões sobre a evolução passada dos preços diminuiu significativamente em maio, após o aumento registado em abril. O saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços aumentou nos últimos dois meses, de forma ténue em maio, depois das diminuições registadas em fevereiro e março, acrescenta o INE.

Empresas mais otimistas

Ao contrário das famílias, as empresas mostram-se mais otimistas, com o indicador de clima económico a aumentar em maio, após a descida registada no mês anterior. Uma evolução justificada pelo aumento dos indicadores de confiança na indústria transformadora, na construção e obras públicas e, de forma ligeira, no comércio, tendo diminuído nos serviços.

No que diz respeito à confiança da indústria transformadora, o indicador revelou um aumento em maio, após ter diminuído em março e abril. A evolução do indicador deveu-se ao contributo positivo das opiniões sobre a evolução da procura global e das apreciações relativas aos stocks de produtos acabados, tendo as perspetivas de produção contribuído negativamente.

Já na construção e obras públicas, o INE refere que o indicador de confiança neste setor aumentou em abril e maio, de forma ligeira no primeiro caso, após ter diminuído em março. “A evolução no último mês refletiu o contributo positivo das perspetivas de emprego, uma vez que o saldo das apreciações sobre a carteira de encomendas diminuiu”, justifica.

O indicador de confiança aumentou nas divisões de promoção imobiliária e de construção de edifícios, e de engenharia civil, tendo diminuído na divisão de atividades especializadas de construção.

O saldo das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda diminuiu em maio na indústria transformadora, na construção e obras públicas e no comércio, tendo aumentado nos Serviços, após ter diminuído entre fevereiro e abril.

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Chega força novo adiamento do projeto da AD sobre IRS com a ajuda do PS

Presidente da comissão entendeu que o direito potestativo não pode ser usado duas vezes, mas o partido de Ventura conseguiu recorrer com o voto a favor dos socialistas.

O Chega conseguiu adiar novamente, esta quarta-feira, o projeto da AD para a descida do IRS que substitui a proposta do Governo, tal como o ECO avançou. Mas foram precisos os votos favoráveis do PS para poder aprovar o uso, pela segunda vez, do direito potestativo, uma vez que o presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e da Administração Pública (COFAP), Filipe Neto Brandão, do PS, entendeu que só é possível invocar tal mecanismo uma única vez.

“Vamos então recorrer da decisão e pedir de novo do adiamento potestativo, porque queremos trabalhar num texto comum”, anunciou o deputado do Chega, Rui Afonso.

Filipe Neto Brandão, que assumiu que “a interpretação do regimento da Assembleia da República relativamente aos adiamentos potestativos não reúne o consenso entre os vários presidentes de comissão”, colocou então a votação o recurso do Chega, que acabou por ser aprovado com os votos favoráveis do PS e Chega, a abstenção do BE e os votos contra de PSD e CDS.

“O entendimento do presidente da COFAP é o de que só pode haver um adiamento potestativo e não três. Porém, recordo que esta é uma interpretação restritiva e que o regimento prevê que as dúvidas interpretativos sejam competência da mesa da Assembleia da República. E, se o meu entendimento é o de que se pode haver um adiamento potestativo, então não há lugar a este pedido do Chega, mas que é suscetível de recurso”, afirmou o presidente da COFAP, Filipe Neto Brandão. Mas o PS acabou por viabilizar o segundo pedido de adiamento, apresentado pelo Chega, por entender que é possível usar aquela arma regimental até três vezes, desde que apresentada por diferentes grupos parlamentares.

Em reação, o deputado e vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Hugo Carneiro, acusou PS e Chega de “força de bloqueio” e de “coligação negativa”, que o deputado do CDS, Paulo Núncio, apelidou de “cheringonça”.

“Nós fizemos uma grande aproximação àquilo que eram as propostas do PS e do Chega, reduzindo o 3.º e o 4.º escalões e compensando essa redução com uma redução menor no 6.º escalão. Fizemos um grande esforço, suámos muito nesse esforço de aproximação aos outros partidos. Não há aqui nenhuma tentativa de não negociar, bem pelo contrário, essa foi uma grande aproximação a esses dois partidos”, argumentou Hugo Carneiro.

Pelo contrário, o social-democrata criticou a postura fechada de PS e Chega. “Isto acontece num cenário em que não nos foi apresentada nenhuma proposta pelo PS que justificasse o adiamento e o Chega, apesar de termos feito incontáveis tentativas de negociar, fechou-nos a porta, nunca esteve disponível para negociar, ao contrário do que vai dizendo no espaço público e nos corredores”, atirou Hugo Carneiro.

O deputado do Chega, Rui Afonso, insistiu, no entanto, que o objetivo do partido é “conseguir um consenso mais alargado”. “Daí termos pedido do adiamento”, justificou.

Do lado do PS, o deputado Carlos Pereira lembrou “a incapacidade do PSD em conseguir aprovar propostas, porque PS e PSD têm o mesmo número de deputados” e que há já “três propostas aprovadas em plenário de PS, BE e PCP”. “O PS fez um esforço para aproximar as propostas aprovadas em plenário, fizemos aproximação ao PSD, mesmo que a proposta do PSD não tenha sido aprovada em plenário. Enquanto o PSD fez tábua rasa, não quer que esse diálogo ocorra e apresenta à pressa um texto para aprovar rapidamente sem fazer este diálogo”, atirou o socialista.

Carlos Pereira salientou ainda que “o prazo para apresentação de propostas de alteração só termina a 31 de maio”, ou seja, esta sexta-feira. Por isso, “o PS não está a falhar em nada”. “O povo português não vai perder nada”, afirmou, em resposta aos deputados da AD, Hugo Carneiro e Paulo Núncio que acusaram “PS e Chega de quererem atrasar a redução de impostos para os portugueses”.

“O ministro das Finanças já avisou que quanto mais tempo este processo demorar, mais tarde entrará em vigor a redução das tabelas de retenção na fonte. Em vez de julho, pode ser só em setembro”, reforçou Hugo Carneiro.

Mas o PS ainda quer tempo para negociar numa base comum e, mais uma vez, recordou que a AD não tem maioria absoluta para conseguir aprovar propostas sem diálogo. “O PSD e o CDS querem impor uma visão, sem ter condições para isso. Lamentamos essa posição, mas não vamos mudar o rumo que temos feito para ter uma solução para os portugueses”, afirmou Carlos Pereira.

Como no final desta semana, 31 de maio, termina o prazo para a entrega de propostas de alteração, o texto de substituição dos partidos que suportam o Governo (PSD e CDS) assim como os projetos do PS, BE e PCP, que foram aprovados, na generalidade, a 24 de abril, deverão ser votados na reunião da COFAP, que foi marcada para a quarta-feira da próxima semana, dia 5 de junho. A iniciativa que passar terá depois de subir ao hemiciclo para votação final global, o que poderá acontecer no próximo plenário, de 12 de junho, em que estão previstas votações regimentas.

(Notícia atualizada às 12h37)

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Montenegro recebe delegação do Manifesto dos 50 pela Justiça na sexta-feira

Uma “verdadeira reforma da Justiça”, com a recondução do MP a uma estrutura hierárquica para evitar um “poder sem controlo” do mesmo, um escrutínio externo são algumas das ideias do manifesto.

Na próxima sexta-feira, dia 31 de maio, pelas 10h00, o primeiro-ministro Luís Montenegro vai receber em São Bento uma delegação do Manifesto dos 50 + 50 “Por uma Reforma da Justiça em Defesa do Estado de Direito Democrático”.

O ex-presidente da Assembleia da República Ferro Rodrigues, a ex-deputada do PSD Mónica Quintela, a ex-ministra da Presidência Maria Manuel Leitão Marques, o músico Rui Veloso e o ex-presidente do Tribunal das Comunidades Europeias Cruz Vilaça são os membros que vão ser recebidos por Montenegro.

O Manifesto dos 50 foi conhecido no início do mês, com o grupo de 50 personalidades a assinarem o documento em defesa de um “sobressalto cívico” que acabe com a “preocupante inércia” dos agentes políticos relativamente à reforma da Justiça, num apelo ao Presidente da República, Governo e parlamento.

Uma “verdadeira reforma da Justiça”, com a recondução do Ministério Público (MP) a uma estrutura hierárquica para evitar o que chamam de atual “poder sem controlo” do mesmo, um escrutínio externo e avaliação independente aos tribunais e magistrados. Estas são algumas das ideias e conclusões do manifesto assinado por 50 nomes sonantes da sociedade civil.

Leonor Beleza, Rui Rio, Augusto Santos Silva, Daniel Proença de Carvalho, Teresa Pizarro Beleza, Maria de Lourdes Rodrigues, Isabel Soares, David Justino, Eduardo Ferro Rodrigues, Fernando Negrão, Vítor Constâncio, António Vitorino, José Pacheco Pereira, Maria Manuel Leitão Marques, Paulo Mota Pinto, Vital Moreira, António Barreto, João Caupers, Correia de Campos, Álvaro Beleza, António Monteiro, Diogo Feio, Mota Amaral, Sobrinho Simões, entre outros, subscrevem um manifesto que insta “o Presidente da República, a Assembleia da República e o Governo, bem como todos os partidos políticos nacionais, a tomarem as iniciativas necessárias para a concretização de uma reforma no setor da Justiça”.

Para além das “recorrentes quebras do segredo de justiça” que “boicotam a investigação e atropelam de forma grosseira os mais elementares direitos de muitos cidadãos”, o manifesto denuncia também “graves abusos na utilização de medidas restritivas dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”. Em causa está “a proliferação de escutas telefónicas prolongadas, de buscas domiciliárias injustificadas e, mesmo, de detenções preventivas precipitadas e de duvidosa legalidade”.

O Manifesto dos 50 denuncia que “a montagem do já habitual espetáculo mediático nas intervenções do Ministério Público contra agentes políticos”, a par da colocação cirúrgica de notícias sobre as investigações em curso, têm “formatado a opinião pública para a ideia de que todos os titulares de cargos públicos são iguais e que todos são corruptos até prova em contrário”.

Para os subscritores, trata-se de uma “forma perversa de atuar”, com “contornos mais políticos do que judiciários”, que tem produzido um óbvio desgaste no regime e aberto “as portas ao populismo” e à demagogia. A perversidade é tanto maior quanto “os resultados práticos do combate à corrupção em Portugal se reduzem normalmente a um preocupante insucesso e a uma manifesta incapacidade de combater tão grave fenómeno”, sublinham.

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Grupo José de Mello decide refinaria de lítio “nos próximos meses” e admite parceiros

O Grupo José de Mello fechou 2023 com lucros de 95 milhões de euros, mais 3% que no ano anterior. OPA da Bondalti em Espanha está em fase de interação com as autoridades.

O Grupo José de Mello irá decidir “nos próximos meses” o investimento numa fábrica de refinação de lítio, através da Lifthium. A localização está ainda em avaliação, podendo ser em Portugal (Estarreja) ou Espanha. O presidente executivo, Salvador de Mello, abriu a porta à entrada de parceiros no projeto mais à frente.

“Neste momento a Lifthium está a estudar todas as condições para vir a tomar uma primeira decisão de investimento nos próximos meses, em função da verificação das condições necessárias”, afirmou o responsável durante a apresentação das contas do grupo, esta terça-feira, em Lisboa.

“É um projeto pioneiro, novo a nível europeu, e há um conjunto de avaliações que têm de ser feitas: da tecnologia, verificações comerciais, e a possibilidade de ter contratos comerciais da matéria-prima e com clientes atrativos”, detalhou Salvador de Mello.

A Lifthium foi criada no seio da Bondalti, a empresa do setor químico do grupo, para investir na refinação de lítio. Passou entretanto a ser detida em 75% diretamente pelo Grupo José de Mello, mantendo-se a Bondalti com 15%. “É um projeto que estamos a abraçar com muito interesse e entusiasmo com o objetivo de virmos a ser um player relevante na refinação de lítio a nível europeu“, apontou o CEO.

Em cima da mesa está a construção de uma primeira fábrica de lítio, estando em análise duas localizações: Estarreja, em Portugal, e Torrelavega, em Espanha. “Temos a possibilidade de fazer o investimento em Portugal e em Espanha. A verificação da atratividade das condições do local é também um aspeto relevante”, referiu Salvador de Mello, acrescentando a existência de “incentivos”, “rapidez de execução” e “condições de licenciamento”. “Ao dia de hoje estamos a trabalhar nas duas hipóteses”, afirmou.

Salvador de Mello detalhou que, neste momento, o grupo está a “trabalhar para as condições de investimento numa fábrica” apenas, mas admitiu avançar para outras. Duarte Braga, CEO da Lifthium, apontou recentemente à Bloomberg para o investimento de mil milhões em duas fábricas, uma em Portugal e outra em Espanha, valores que Salvador de Mello não confirmou.

A instabilidade política interna também é uma realidade. O que saiu das eleições não garante estabilidade e tranquilidade que nos deixe a todos sossegados.

Salvador de Mello

Presidente Executivo do Grupo José de Mello

O presidente do grupo José de Mello admitiu trazer mais investidores para o negócio da refinação de lítio. “Neste momento estamos a fazer o trabalho por nossa conta”, mas “vemos com bons olhos trazer parceiros para o projeto, mais à frente”, afirmou. A Lifthium fez já testes bem-sucedidos no Canadá, adiantou o responsável. “Os testes já estão a acontecer e já existem os primeiros exemplares de lítio para demonstração”. Para Estarreja está prevista uma unidade de demonstração reforçada da matéria-prima, falta decidir onde será feita a produção em grande escala.

Lucros crescem 3% em “contexto desafiante”

O Grupo José de Mello — que detém a Bondalti, a CUF, a José de Mello Residências, a Lifthium e uma participação de 17% na Brisa — fechou 2023 com lucros de 95 milhões de euros, um aumento de 3% face ao ano anterior. Os proveitos cresceram 5% para os 1.319 milhões e o EBITDA 6% para os 204 milhões. Números que Salvador de Mello destacou como sendo “históricos para o grupo”. O endividamento baixou 21% para os 721 milhões de euros.

“O contexto que vivemos é extremamente desafiante fruto da instabilidade geopolítica a nível internacional que tem marcado os últimos anos e continua a marcar 2024 e vai acompanhar-nos nos próximos anos”, sublinhou Salvador de Mello. “A instabilidade política interna também é uma realidade. O que saiu das eleições não garante estabilidade e tranquilidade que nos deixe a todos sossegados“, acrescentou, apontando ainda “um contexto de inflação elevada, que está a descer, mas que teve um impacto significativo em custos e nas taxas de juro” e “a desaceleração do crescimento económico a nível europeu”.

O grupo investiu 251 milhões em 2023, processo que vai prosseguir no futuro. “Temos previstos investimentos de mais de 500 milhões de euros até 2025 e um reforço significativo da internacionalização caso se confirmem as operações em curso”, afirmou Salvador de Mello.

OPA em Espanha em fase de interação com autoridades

A Bondalti lançou em março uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre 100% das ações da espanhola Ercros, através da subsidiária Bondalti Ibérica, com sede em Barcelona. A operação está condicionada à aceitação de mais de 75% do capital. O valor total da operação ronda os 329 milhões de euros.

O regulador do mercado espanhol, a Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV), aprovou o início de avaliação da OPA. Para que a operação possa avançar, o Governo espanhol terá também de pronunciar-se, podendo recorrer ou não ao chamado “escudo anti-OPA”.

“É uma operação que faz muito sentido e que terá sucesso, mas teremos de aguardar as interações com as entidades competentes“, afirmou Salvador de Mello, rejeitando comentar se já existiu algum diálogo com o Executivo liderado por Pedro Sánchez.

“A operação está a decorrer com normalidade. Nada nos leva a crer que exista um problema processual. É um processo público que tem de ser avaliado pelas autoridades competentes e não queria entrar em detalhe”, acrescentou o presidente executivo.

O Grupo Mello anunciou mudanças na administração, com a eleição em assembleia-geral de Inês Caldeira e Luísa Delgado para membros do conselho de administração, em substituição de Isabel Jonet e Maria Amélia de Mello, que cessaram funções.

(notícia atualizada pela última vez às 13h20)

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Universidade de Aveiro desenvolve vidro que gera energia a partir da luz solar ou iluminação artificial

  • Lusa
  • 29 Maio 2024

Equipa de investigadores desenvolveu um protótipo de uma janela em tamanho real que, para além de gerar eletricidade, funciona como sensor de temperatura ótica alimentado pelo sol ou iluminação LED.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu um vidro que gera eletricidade a partir da luz do sol ou iluminação artificial, tornando os edifícios energeticamente mais sustentáveis, informou esta quarta-feira fonte da academia.

Coordenado pela investigadora Rute Ferreira, do Departamento de Física e do CICECO, uma das unidades de investigação da UA, o projeto Planeta desenvolveu um protótipo de uma janela em tamanho real que, para além de gerar eletricidade, funciona também como um sensor de temperatura ótica alimentado pelo sol ou por iluminação LED, refere uma nota da UA.

O projeto decorreu em colaboração com o Instituto de Telecomunicações (IT), o Instituto Superior Técnico (IST) e a empresa Lightenjin.

Segundo Rute Ferreira, esta janela inovadora pretende ser “uma forma de integração de dispositivos de geração de energia a partir do sol em edifícios já existentes ou em construção”.

“Trata-se de um vidro revestido por uma fina camada de material transparente que capta a luz solar ultravioleta e a converte em radiação visível que é aprisionada no interior do vidro e guiada até às extremidades onde estão células fotovoltaicas escondidas na caixilharia”, explica.

De acordo com a investigadora, estas pequenas células fotovoltaicas nas extremidades conseguem gerar eletricidade suficiente para alimentar dispositivos de baixo consumo, como routers, sensores e dispositivos USB.

Para Rute Ferreira, o fator diferencial deste protótipo está na sua “capacidade de funcionar com iluminação solar e artificial, garantindo a operação contínua, mesmo em período de ausência de luz solar”.

Além disso, aproveitando a sensibilidade do material do revestimento do vidro à temperatura, a janela transforma-se num dispositivo de dupla função: geração de energia e sensor de temperatura.

“Tirando partido da configuração comercial de janelas duplas, podemos em simultâneo medir a temperatura interior e exterior“, diz a investigadora.

“A energia gerada alimenta um sistema IoT [Internet of Things] capaz de monitorizar a temperatura e de disponibilizar esses valores numa plataforma online acessível ao utilizador. O objetivo final é integrar esses dados no sistema de automação residencial do edifício, contribuindo para uma gestão mais eficiente dos sistemas de aquecimento e arrefecimento, promovendo uma maior eficiência energética“, descreve.

O Planeta combina, assim, inovação tecnológica e sustentabilidade, e quer contribuir para o futuro dos edifícios inteligentes e energeticamente eficientes.

Para além da construção civil, a equipa de investigadores da UA antevê que a aplicabilidade e versatilidade destes materiais e dispositivos possam ser testadas para aplicações mais visionárias, como é o caso do ambiente aeroespacial para aumentar a eficiência dos conversores fotovoltaicos utilizados em satélites e, dessa forma, “baixar o custo da componente energética destes aparelhos”.

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Crédito à habitação soma terceiro mês de subidas e alcança valor mais elevado em sete meses

O stock de empréstimos para a compra de casa voltou a aumentar pelo terceiro mês consecutivo, depois de um longo período de correções mensais.

O volume de crédito à habitação concedido pelos bancos voltou a dar sinais de recuperação em abril, com o stock de empréstimos para a compra de casa a registar um aumento de 0,18% em abril para 99,16 mil milhões de euros.

Segundo dados do Banco de Portugal divulgados esta quarta-feira, foi o terceiro mês de subidas mensais consecutivas, depois de um longo período de quase 13 meses de correções (registou-se um interregno em novembro do ano passado com uma variação de 0,03%). No entanto, em termos homólogos, continua a apresentar taxas negativas, mas a desenhar uma tendência crescente.

“Em termos de variação anual, estes empréstimos decresceram 0,4% em abril, depois de terem descido 0,6% em março. É o quarto mês consecutivo em que a taxa de variação anual dos empréstimos para habitação aumenta, ainda que se mantenha negativa”, destaca a entidade liderada por Mário Centeno em comunicado.

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Nota: Se está a aceder através das aplicações, carregue aqui para abrir o gráfico.

O Banco de Portugal destaca também que em abril, “o montante total de empréstimos a particulares cresceu, em termos anuais, pelo terceiro mês consecutivo, 0,7%, impulsionado pelo aumento dos empréstimos ao consumo e outros fins.”

Em abril, os empréstimos ao consumo alcançaram 21,6 mil milhões de euros, mais 0,63% face ao mês anterior, e contabilizaram um crescimento homólogo de 6,2% em relação a abril de 2023. O Banco de Portugal destaca que “o seu crescimento, em termos anuais, está a acelerar desde janeiro de 2024.”

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Depósitos voltam a crescer pelo sétimo mês consecutivo para um valor recorde

O stock de depósitos aumentou 0,56% em abril para mais de 183 mil milhões de euros. Foi o sétimo mês consecutivo de subidas e o valor absoluto mais elevado de sempre.

Os portugueses continuam a aumentar a aplicação das suas poupanças em depósitos bancários. Segundo dados do Banco de Portugal divulgados esta quarta-feira, o stock de depósitos aumentou em abril 0,52% face a março para um valor recorde de 183,2 mil milhões de euros.

Há sete meses consecutivos que o montante aplicado pelos portugueses em depósitos bancários está a crescer. Em abril, registou inclusive um crescimento homólogo de 5,08%, o mais elevado aumento desde dezembro de 2022.

“Estes depósitos apresentam, desde o início do ano, uma taxa de crescimento superior à dos empréstimos (5,0% e 0,7% em abril de 2024, respetivamente), o que não acontecia desde janeiro de 2023”, destaca o Banco de Portugal em comunicado. A entidade liderada por Mário Centeno refere que “as taxas de crescimento dos depósitos inferiores às dos empréstimos, registadas em grande parte do ano de 2023, deveram-se às elevadas subscrições líquidas de certificados de aforro.”

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A suportar grande parte do aumento do stock de depósitos tem estado a aplicação em depósitos a prazo, que representa atualmente 57% do stock total de depósitos.

Segundo dados do Banco de Portugal, há oito meses que o volume de depósitos a prazo está a aumentar, tendo alcançado um crescimento mensal de 0,52% em abril para 104,4 mil milhões de euros. Em termos homólogos, o volume de depósitos a prazo disparou 16,2%, que se traduziu no maior crescimento homólogo em mais de 13 anos.

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Euribor sobe a três e seis meses e desce a 12 meses

  • Lusa
  • 29 Maio 2024

Esta quarta-feira, as Euribor a três meses e a seis meses subiram para 3,794% e 3,768%, respetivamente. Em sentido contrário, o prazo mais longo, 12 meses, recuou para 3,716%.

A taxa Euribor subiu esta quarta-feira a três e a seis meses e desceu a 12 meses face a terça-feira. Com estas alterações, as Euribor ficaram com valores muito próximos, mas a taxa a três meses, que avançou para 3,794%, manteve-se acima da taxa a seis meses (3,768%) e da taxa a 12 meses (3,716%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, avançou esta quarta-feira para 3,768%, mais 0,019 pontos, depois de ter subido em 18 de outubro para 4,143%, um máximo desde novembro de 2008. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a março apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 36,6% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,3% e 24,9%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, caiu esta quarta-feira para 3,716%, menos 0,006 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses subiu, ao ser fixada em 3,794%, mais 0,009 pontos, depois de ter avançado em 19 de outubro para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

As expectativas do mercado apontam para uma descida das taxas de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE) na próxima reunião de política monetária, em 6 de junho. Esta descida, a concretizar-se, deverá provocar um recuo a um ritmo moderado das taxas Euribor e assim baixar a prestação do crédito à habitação, com os analistas a antecipar que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno dos 3%.

Na última reunião de política monetária, em 11 de abril, o BCE manteve as taxas de juro de referência no nível mais alto desde 2001 pela quinta vez consecutiva, depois de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

A média da Euribor em abril desceu nos três prazos, designadamente 0,037 pontos para 3,886% a três meses (contra 3,923% em março), 0,056 pontos para 3,839% a seis meses (contra 3,895%) e 0,016 pontos para 3,702% a 12 meses (contra 3,718%).

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Intervenção do Tribunal de Contas no ano passado poupou 389 milhões em futura despesa

  • Lusa
  • 29 Maio 2024

A TdC revela que, no âmbito da sua atividade de fiscalização prévia, controlou 6.183 milhões de euros, tendo entrado 3.024 processos.

A intervenção do Tribunal de Contas (TdC), no âmbito da sua atividade de fiscalização prévia, no ano passado, levou a que não fosse realizada despesa de 389 milhões de euros, revelou a entidade.

No seu relatório de atividades e contas referente a 2023, o TdC disse que tinha controlado 6.183 milhões de euros, neste âmbito, tendo entrado 3.024 processos. A entidade controlou 2.031 processos e decidiu recusar visto em 27.

“A intervenção do Tribunal conduziu a que, na sequência dos cancelamentos solicitados pelas entidades adjudicantes e da redução de encargos dos contratos submetidos a fiscalização prévia, não fosse realizada despesa de 389 milhões de euros associada a esses processos”, salientou.

Registaram-se ainda 1.323 desistências, “processos devolvidos por não estarem sujeitos a fiscalização prévia e processos transitados para o ano seguinte”, disse o TdC.

Segundo o Tribunal, “relativamente aos 3.354 processos passíveis de análise no ano (nos quais se incluem 330 transitados), nem todos foram objeto de fiscalização”, nomeadamente “por terem sido cancelados (66) ou devolvidos pelo Tribunal por não estarem sujeitos a visto (821)”.

O TdC lembrou que, antes de proferida a decisão final, pode “solicitar esclarecimentos ou elementos adicionais, tendo sido devolvidos 3.197 processos para o efeito”.

De acordo com a instituição, estes pedidos permitiram, “num número significativo de casos, suprir as ilegalidades e irregularidades detetadas, conduzindo até, em algumas situações, à redução dos encargos assumidos pelas respetivas entidades (19 milhões de euros)”.

O Tribunal recusou, no ano passado, o visto a 27 processos (1,3%), num montante de 80,2 milhões de euros, indicou.

As ilegalidades detetadas relacionam-se com financiamento de despesas, endividamento, escolha dos procedimentos, regras dos procedimentos, tramitação dos procedimentos e contratos.

Por outro lado, foram visados 2.004 processos, sendo que, destes, “43,4% foram visados com recomendações correspondendo a um volume financeiro de 3.477 milhões de euros”, indicou.

O TdC atua ainda no controlo concomitante e sucessivo, através da emissão de pareceres, como sobre a Conta Geral do Estado, da realização de auditorias e verificações de contas.

Neste âmbito, que abrange, entre outras coisas, a execução de trabalhos suplementares, “o valor global de contratos adicionais ascendeu a 222 milhões de euros com um acréscimo de 98,8% relativamente ao ano anterior”, indicou.

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Taxa de desemprego volta a recuar ligeiramente em abril

A taxa de desemprego fixou-se em 6,3%, valor tanto inferior ao do mês anterior, como do mesmo período do ano anterior. No entanto, também a população empregada encolheu, em comparação com março.

Pelo segundo mês consecutivo, o desemprego recuou (ainda que ligeiramente) em abril. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa fixou-se em 6,3%, valor inferior tanto face ao do mês anterior, como ao do mesmo período do ano passado. Desde agosto que o desemprego não estava tão baixo.

“A taxa de desemprego situou-se em 6,3%, valor inferior em relação ao mês anterior, em comparação com três meses antes e face a um ano antes: 0,1 pontos percentuais, 0,2 pontos percentuais e 0,3 pontos percentuais, respetivamente”, salienta o gabinete de estatísticas, no destaque publicado esta manhã. No total, em abril havia, então, 337,4 mil pessoas desempregadas em Portugal.

No entanto, também a taxa de emprego recuou no quarto mês do ano. Neste caso, a redução foi de 0,3 pontos percentuais em cadeia e de 0,1 pontos percentuais em termos homólogos.

Depois de ter atingido máximos, a população empregada encolheu para cerca de cinco milhões de pessoas, aponta o INE.

Ora, com esta evolução da população empregada e da população desempregada, em abril a população ativa emagreceu (0,5% em cadeia e 1,2% em termos homólogos), para cerca de 5,3 milhões de indivíduos.

Por outro lado, a população inativa aumentou tanto face ao mês anterior (1,2%), como em comparação com o valor registado há um ano (2,2%), tendo atingido quase 2,5 milhões de pessoas. “A evolução da população inativa foi resultado, principalmente, do acréscimo no número dos outros inativos, os que não procuram emprego nem estão disponíveis para trabalhar (24,1 mil; 1,0%)”, detalha o gabinete de estatísticas.

O INE dá conta ainda que a taxa de subutilização do trabalho situou-se em 11,1% em abril, “valor inferior ao de março de 2024 (0,1 pontos percentuais), e ao de abril de 2023 (0,9 pontos percentuais)”. É o valor mais baixo desde, pelo menos, 2011, ano em que se inicia a atual série estatística, destaca ainda o gabinete de estatísticas.

Apesar dos desafios dos últimos anos (da inflação ao enquadramento internacional), o mercado de trabalho português tem mostrado sinais de resiliência, mantendo-se o desemprego próximo de mínimos históricos. O reverso dessa moeda é, porém, a escassez de mão de obra, de que se têm encaixado os empregadores, de vários setores da economia portuguesa.

Atualizada às 11h23

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Feira do Livro de Lisboa arranca esta quarta-feira. APEL espera chegar ao milhão de visitantes

Feira do Livro de Lisboa conta este ano com 350 pavilhões e espera receber um milhão de visitantes. Bruno Pacheco, secretário-geral da APEL, traça os objetivos.

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) diz-se “muito entusiasmada” e “muito otimista” para a 94ª edição da Feira do Livro de Lisboa (FLL), que arranca esta quarta-feira, prolongando-se até ao dia 16 de junho, no Parque Eduardo VII. Para este ano, espera chegar a um milhão de visitantes.

As expectativas foram reveladas ao +M por Bruno Pacheco, secretário-geral da APEL, que aponta para a marca do milhão de visitantes, depois do crescimento que foi registado “de forma sustentada” nos últimos anos. Em 2022, o evento recebeu 772 mil pessoas, número que aumentou para 895 mil em 2023.

O otimismo surge devido às condições criadas para o público, “com um percurso mais fluído e um espaço mais confortável para todos os visitantes, mas também devido à diversidade da oferta literária e das atividades que decorrerão ao longo dos 19 dias de evento“, diz Bruno Pacheco.

Na verdade, são mais de três mil as ações listadas para a edição deste ano – recorde-se que em 2023 este número foi de 2.600 – “o que revela a aposta cada vez maior dos editores na Feira do Livro de Lisboa”. Entre estas ações incluem-se o lançamento de livros, a presença de autores nacionais ou internacionais para sessões de autógrafos, talks ou oficinas. A programação pode ser consultada aqui.

Este ano, a Feira do Livro de Lisboa conta com 960 marcas editoriais, representadas por 140 participantes, distribuídos por 350 pavilhões com 85 mil títulos disponíveis. A estes soma-se o Espaço dos Pequenos Editores e do Plano Nacional de Leitura. Nesta edição foram também criados mais espaços para apresentação de livros.

Este ano, o horário de abertura da Feira também foi antecipado. “Dado que cada vez mais temos famílias a visitar a Feira do Livro de Lisboa decidimos este ano antecipar o horário de abertura para que possam vir mais cedo e desfrutar da feira logo pela manhã”, explica Bruno Pacheco.

Desta forma, a FLL abre aos sábados, domingos e feriados às 10h00 (no ano passado abria às 12h) e durante os dias de semana às 12h (12h30 nos anos anteriores). O horário de encerramento mantém-se às 22h00, com exceção dos sábados, sextas-feiras e vésperas de feriado, em que fecha às 23h00.

Bruno Pacheco, secretário-geral da APEL

A organização apresenta outras novidades, nomeadamente em termos de serviços de apoio aos visitantes, que podem contar nesta edição com um serviço de bengaleiro – que permite não só guardar os casacos mas também as compras da feira, carregar telemóveis e a expedição de livros por correio – e com espaços de apoio às famílias, em parceria com o Centro do Bebé, onde os pais podem alimentar os bebés, aquecer a comida, mudar a fralda ou amamentar.

O melhoramento das acessibilidades para pessoas com mobilidade condicionada foi outra prioridade assumida pela APEL, que introduziu melhorias nas rampas de acesso a vários equipamentos e reforçou a oferta de casas de banho adaptadas.

A parte da programação também será mais acessível, com uma agenda específica de eventos com língua gestual portuguesa, e a existência de um alfabeto de cores para daltónicos, que, entre outras coisas, ajuda as pessoas a orientarem-se nas praças, que são definidas por cores.

A edição deste ano da FLL retoma a iniciativa “Acampar com histórias”, dirigida a crianças, volta a contar com iniciativas do Plano Nacional de Leitura, nomeadamente com a criação do “Consultório de leitura”, que dá sugestões de acordo com o perfil do leitor, e terá uma vez mais o pavilhão “Doe os seus livros”.

Além dos descontos dos Livros do Dia, os visitantes voltam a poder aproveitar a Hora H. De segunda a quinta-feira (exceto feriados), entre as 21h00 e 22h00, podem assim comprar livros que tenham saído há mais de 24 meses com um desconto mínimo de 50%. A Hora H conta este ano com 277 pavilhões aderentes.

A nossa prioridade é proporcionar bons momentos, num espaço interessante, confortável e cada vez mais acessível a todos os públicos”, diz o secretário-geral da APEL.

“Recorde-se que tem sido notório o crescimento do público jovem (cerca de um terço de jovens em 2023), o que é um reflexo do trabalho que temos vindo a desenvolver em inspirar o gosto pela leitura, especialmente entre os mais jovens. Hoje a Feira do Livro é o maior evento cultural que junta várias gerações e que permite o convívio entre autores e leitores“, conclui.

A inauguração oficial da Feira do Livro de Lisboa acontece esta quarta-feira às 20h00, e conta com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, e do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

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