Greenvolt dispara 10% após OPA do fundo americano KKR

Ações da Greenvolt disparam em bolsa depois de o fundo KKR ter anunciado uma OPA. Bolsa de Lisboa contrariou sentimento negativo vivido na generalidade das praças europeias.

As ações da Greenvolt fecharam esta quinta-feira a subir quase 10%, no dia em que o fundo de investimento americano KKR anunciou que vai avançar com uma oferta pública de aquisição (OPA) à empresa liderada por João Manso Neto.

Nesta sessão, os títulos da Greenvolt fecharam a subir 9,87% para 8,185 euros por ação. Mas durante as negociações chegaram a cotar nos 8,345 euros, acima da contrapartida de 8,30 euros oferecida pelo fundo americano nesta operação.

A KKR avança para a OPA através de um fundo no Luxemburgo e depois de ter chegado a um acordo com sete acionistas de referência da Greenvolt para a compra de uma posição de cerca 60%. Com a OPA pretende adquirir o restante capital que ainda não detém. A operação avalia a Greenvolt em 1.155 mil milhões de euros. Perante este anúncio, o regulador dos mercados chegou a suspender a negociação das ações da empresa ao ínicio da manhã, circunstância que foi, entretanto, levantada pelas 10h35.

O desempenho da empresa de energias renováveis ajudou a impulsionar o índice de referência nacional. O PSI fechou a sessão desta quinta-feira a subir 0,69% para 6,388.46 pontos, com 11 cotadas no verde e apenas cinco no vermelho.

Entre os “pesos pesados” e a impulsionar o índice de referência nacional esteve ainda o BCP, que subiu 2,13% para 27,30 cêntimos e a EDP Renováveis, que avançou 2,27% para 18.275 euros, no dia em que a empresa anunciou que adquiriu ao promotor escocês de energia limpa Intelligent Land Investments (ILI) Group um projeto de armazenamento de baterias chamado Balnacraig.

Em contrapartida e a evitar ganhos mais expressivos, estiveram, à cabeça, as quedas da Jerónimo Martins e da Galp Energia. Os títulos da empresa dona do Pingo Doce cederam 0,52% para 23,12 euros, enquanto as ações da petrolífera portuguesa recuaram 0,22% para 13,49 euros por ação.

Lisboa contrariou o sentimento negativo vivido na generalidade das praças europeias, no dia em que o Stoxx 600 recuou 0,2%, tal como o francês CAC-40. Já o alemão DAX perdeu 0,3%, a par do britânico FTSE 100. O espanhol IBEX-35 fechou inalterado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EasyJet assina acordo de empresa com tripulantes de cabine

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2023

A renovação do Acordo de Empresa estabelece as condições para os tripulantes de cabine da companhia, em Portugal, até 31 de janeiro de 2027.

A easyJet e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) assinaram esta quinta-feira o acordo de empresa que irá vigorar até 31 de janeiro de 2027, adiantou a transportadora, em comunicado.

Assim, a companhia aérea e a estrutura sindical “assinaram esta tarde o documento que define a renovação do Acordo de Empresa – definido pela primeira vez em 2016 – que estabelece as condições para os tripulantes de cabine da companhia, em Portugal, até 31 de janeiro de 2027, nas instalações da DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho”.

Através do acordo, “a easyJet reafirma a continuidade de garantia de que emprega todos os membros da sua tripulação com contratos locais, em total conformidade com as leis nacionais e reconhecidos pelos seus sindicatos”. A transportadora destacou que “todos os salários, termos e condições da tripulação são acordados através de Acordos de Empresa, em parceria com o sindicato que os representa”.

“Estamos extremamente satisfeitos por termos chegado a um acordo com o SNPVAC relativamente ao Acordo de Empresa, acautelando o melhor interesse da nossa tripulação e das operações portuguesas, o que irá assegurar manutenção do crescimento da easyJet em Portugal de uma forma sustentada”, disse José Lopes, country manager da easyJet para Portugal, citado na mesma nota.

A easyJet leva muito a sério as suas responsabilidades como empregador e estamos satisfeitos por termos chegado a um acordo em que as partes envolvidas se esforçaram por garantir um ambiente de trabalho justo, equitativo e produtivo, tendo em conta os interesses e preocupações dos trabalhadores da easyJet e os objetivos da companhia aérea”, rematou.

Também o secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, sublinhou que “foram 10 meses de negociações, marcadas por elevada complexidade”, acompanhadas de perto pela tutela. “Agora, em resultado da mediação destes serviços no processo de conciliação, culminámos na assinatura deste importante Acordo de Empresa, bem visível no expressivo número de 441 tripulantes de cabine abrangidos”, salientou, igualmente citado no comunicado.

A transportadora opera em Portugal há 25 anos e tem atualmente 32 aviões, 19 deles baseados em Portugal nas suas bases do Porto, Lisboa e Faro, e emprega perto de 850 pessoas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Venda de casas em Portugal cai 16% em 2023

  • Ana Petronilho
  • 21 Dezembro 2023

Preços e taxas de juro somadas à "incerteza gerada" pelo programa Mais Habitação e à "instabilidade política causada pelo anúncio da demissão do Governo" ditam queda da venda de casas, prevê a JLL.

O aumento dos preços das casas, somado à subida das taxas de juro, está ter um forte impacto na venda de casas. Em 2023, o mercado residencial vai cair em 16%, com um volume de vendas de 27 mil milhões de euros, prevê a consultora JLL.

De acordo com a consultora, este cenário resulta, sobretudo, das duas guerras em curso e dos respetivos “riscos de recessão económica e acentuada instabilidade política” a que se juntam os desafios a nível macroeconómico, “em reflexo da pressão inflacionista e da subida das taxas de juro”. E a este quadro internacional soma-se ainda “a incerteza gerada pelo lançamento do programa Mais Habitação e, na reta final do ano, a instabilidade política causada pelo anúncio da demissão do Governo”.

Mas, a queda do número de casas vendidas não se vai refletir numa queda dos preços em 2024, aponta a JLL, que frisa que “continua a persistir um desequilíbrio entre uma procura forte e a falta de oferta”. O mesmo deverá acontecer com as rendas, com a JLL a afastar um cenário de queda dos valores das rendas em 2024.

Nos últimos dez anos são construídos, por ano, uma média de 13.500 fogos e são vendidas, em média, por ano, 104.500 casas. “O que significa que são vendidas oito casas enquanto apenas uma é produzida”, sublinha a JLL.

Em termos de vendas de casas, no próximo ano, as transações “deverão continuar pressionadas pelos custos mais elevados de financiamento devido aos níveis das taxas de juro”, mas a procura, sobretudo de estrangeiros, deverá manter-se “ativa”.

No que toca ao imobiliário comercial – logística, retalho, hotelaria ou escritórios –, a JLL prevê que o ano feche com um investimento fixado entre 1.800 mil milhões de euros e dois mil milhões e cerca de 100 mil metros quadrados de área de escritórios ocupada em Lisboa, traduzindo-se em quebras anuais de 45% e 63%, respetivamente. Previsões em linha com os dados já avançados pelo ECO.

“A conjuntura internacional teve um forte impacto no mercado de investimento global e Portugal seguiu a mesma tendência. O volume de investimento em ativos comerciais caiu para quase metade, reflexo da pouca atividade de operações grande dimensão“, diz Gonçalo Santos, head of capital markets da JLL.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo dá “luz verde” ao último Orçamento de Estado de António Costa

O Presidente da República promulgou esta quinta-feira o Orçamento do Estado para 2024 da maioria absoluta socialista que prevê uma diminuição das taxas de IRS e uma atualização dos escalões em 3%.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou esta quinta-feira o Orçamento do Estado (OE) para 2024, o último da maioria absoluta socialista de António Costa, segundo uma nota publicada no site de Belém.

“O Presidente da República promulgou hoje o Orçamento do Estado para 2024”, de acordo com o comunicado.

O OE foi aprovado em votação final global a 29 de novembro apenas com os votos favoráveis do PS e as abstenções de PAN e Livre. A restante oposição, constituída por PSD, Chega, IL, PCP e BE, rejeitou o diploma.

O plano orçamental prevê uma redução do IRS em cerca de 1,7 mil milhões de euros através da atualização dos escalões do IRS em 3%, em linha com a estimativa do governo para a inflação do próximo ano, de 2,9%, da diminuição das taxas do imposto entre entre 1,25 pontos percentuais e os 3,5 pontos até ao quinto patamar de rendimento e da subida do mínimo de existência para 11.480 euros, o valor anual correspondente ao salário mínimo para o próximo ano, de 820 euros.

Ainda no âmbito do IRS, de salientar o alargamento e o reforço do IRS Jovem, que foi criado em 2020 e que isenta uma parcela de rendimentos ao longo de cinco anos para quem está a iniciar a vida ativa, e o aumento do teto máximo das deduções com rendas de habitação própria permanente de 502 para 600 euros, sendo que esta última alteração foi proposta por PS e PAN.

Pelo caminho ficou o polémico agravamento do Imposto Único de Circulação (IUC) para 3,5 milhões de automóveis e motociclos anteriores a julho de 2007, proposto pelo Governo ainda que com um travão anual ao aumento de 25 euros. Já depois de António Costa se ter demitido do cargo de primeiro-ministro, na sequência do seu envolvimento na Operação Influencer, e Marcelo ter decidido dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas para 10 de março, a bancada do PS, em jeito de pré-campanha eleitoral, acabou por retirar a medida da proposta do OE, implicando uma perda de receita de 84 milhões de euros.

Ainda assim, as taxas do imposto serão atualizadas em 2,9%, à taxa de inflação prevista.

No conjunto das propostas de alteração do PS que foram viabilizadas pela maioria absoluta, a eliminação da subida do IUC é a mais cara, representando 56% do custo global de cerca de 150 milhões de euros.

Entre as mexidas introduzidas pelo grupo parlamentar do PS, destaque ainda para o aumento do incentivo à capitalização das empresas, que duplica para quatro milhões de euros, a redução do IVA dos óleos alimentares da taxa normal de 23% para a taxa intermédia de 13%, a gratuitidade dos pequenos-almoços escolares para os alunos carenciados do pré-escolar e a dedução no IRS das despesas com salários de trabalhadores domésticos.

No último dia de votações na especialidade, o Parlamento aprovou, por proposta do PS, o alargamento para 2024 do fim da penalização do resgate dos Planos Poupança Reforma (PPR) para pagamento das prestações da casa ao banco ou para a amortização antecipada do crédito à habitação.

Foi ainda viabilizada uma proposta do PS que permite recuperar o IRS pago pelas mais-valias geradas pela venda de casa nos casos em que não tenha conseguido adquirir habitação nova nos 36 meses posteriores à alienação do imóvel.

Ainda no campo da habitação, o Parlamento deu luz verde a uma alteração dos bloquistas que limita os contratos de alojamento temporário de turismo a um por ano, por forma a libertar estes imóveis para habitação própria e permanente.

No que diz respeito aos apoios às empresas, as micro pequenas e médias empresas (MPME) vão poder fixar a prestação de crédito. É uma proposta do PS que replica a medida dirigida às famílias com crédito à habitação.

Relativamente ao imposto sobre tabaco, foi aprovada uma alteração do PS que suaviza a tributação dos cigarros eletrónicos com líquido. Esta alteração surge depois de a Associação Portuguesa de Vaporizadores (APORVAP) ter alertado que, tal como está a proposta do OE, os aumentos propostos iriam colocar Portugal seis vezes ou 592% acima da média europeia.

O Livre viu aprovada uma das suas medidas mais emblemáticas. Este ano, conseguiu que o Governo avançasse com o passe ferroviário nacional mas apenas para os comboios regionais. Agora, conseguiu ir mais longe com a aprovação do alargamento desse título de transporte aos comboios urbanos, interregionais e intercidades, até ao final do primeiro trimestre de 2024. A proposta frisa que “o valor mensal do passe ferroviário nacional não pode ser superior a 49 euros por mês”, que é o seu preço atual.

No Orçamento do Estado, o Governo estima um excedente de 0,8% do PIB para este ano e de 0,2% para 2024. A inflação deverá baixar de 4,6%, este ano, para 2,9%, no próximo, e o crescimento económico irá desacelerar de 2,2% para 1,5%.

(Notícia atualizada às 17h04)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tiroteio em Faculdade de Praga fez 14 mortos

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2023

O tiroteio ocorreu na Faculdade de Belas-Artes, com o homem armado a ser abatido pela polícia. Autoridades checas descartaram como “terrorismo internacional”.

O tiroteio numa universidade de Praga fez hoje 14 mortos, adiantou a polícia local que corrigiu a indicação anterior de 15 vítimas mortais, acrescentando que existem ainda 25 feridos, dez destes em estado grave. “Atualmente, posso confirmar que houve 14 vítimas deste crime horrível e 25 feridos, dez destes graves”, referiu o chefe da polícia, Martin Vondrasek, em declarações aos jornalistas.

O atirador, um jovem de 24 anos, foi encontrado morto no local pela polícia, num caso em que as autoridades checas descartaram como “terrorismo internacional”. O ato de violência, ocorrido no centro histórico da capital checa, na Faculdade de Letras, localizada perto de importantes locais turísticos, como a Ponte Carlos, do século XIV, provocou uma intervenção em massa de polícias fortemente armados.

Vondrasek adiantou que a polícia começou a procurar o jovem antes mesmo do tiroteio, depois do seu pai ter sido encontrado morto na vila de Hostoun, a oeste de Praga. O atirador “partiu para Praga a dizer que se queria suicidar”, acrescentou. A polícia fez uma primeira busca no edifício da Faculdade de Letras onde o assassino iria frequentar uma aula, mas este último dirigiu-se a outro edifício, localizado nas proximidades, e a as autoridades não o encontraram a tempo.

“Às 13:59 (hora de Lisboa), recebemos as primeiras informações sobre o tiroteio”, contou Vondrasek, acrescentando que a unidade de intervenção rápida chegou ao local em 12 minutos. “Às 14:20, os polícias na operação deram conta do corpo imóvel do atirador”, frisou, explicando que, segundo relatos não confirmados, o jovem suicidou-se.

O tiroteio mais grave desde que a República Checa se tornou um Estado independente, em 1993, causou uma onda de consternação em todo o mundo. O Presidente checo Petr Pavel disse estar “chocado com estes acontecimentos”, ao endereçar as “sinceras condolências às famílias e entes queridos das vítimas do tiroteio”. O primeiro-ministro, Petr Fiala, realçou, por sua vez, que não há “justificação para tal ato”.

Em Washington, o porta-voz da Casa Branca garantiu que “o Presidente (Biden) e a primeira-dama estão a rezar pelas famílias que perderam entes queridos e por todos aqueles que foram afetados por este ato de violência sem sentido”.

A presidente da Comissão Europeia manifestou-se “chocada” com a “violência sem sentido” em Praga, capital da República Checa, e apresentou as condolências às famílias das vítimas. “Estou chocada com a violência sem sentido de um tiroteio que acabou com a vida de várias pessoas”, escreveu Ursula von der Leyen na rede social X (antigo Twitter). A presidente do executivo comunitário apresentou as “mais profundas condolências” às famílias das vítimas: “Estamos convosco e fazemos juntos o luto”.

O Presidente francês Emmanuel Macron também expressou a sua solidariedade ao povo checo, tal como fizeram muitos outros líderes europeus, incluindo o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Também o Presidente da República português Marcelo Rebelo de Sousa enviou condolências ao seu homólogo checo, pelo “hediondo ataque”. Já o primeiro-ministro português, António Costa, mostrou-se “profundamente chocado” e endereçou “sentidas condolências às famílias das vítimas e toda a solidariedade para com o povo e o governo checos”, enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, apresentou as condolências pelo “trágico e insensato ato de violência”.

Embora a violência armada em massa seja incomum na República Checa, o país registou alguns casos nos últimos anos. Em 2015, um assassino de 63 anos matou a tiros sete homens e uma mulher antes de cometer suicídio num restaurante na cidade de Uhersky Brod, no sudeste do país.

Em 2019, um homem matou seis pessoas na sala de espera de um hospital na cidade oriental de Ostrava, tendo uma mulher morrido dias depois. O agressor também se suicidou, cerca de três horas após o ataque.

(notícia atualizada às 22h16)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Benfica reafirma que a Superliga “continua a não ser uma prioridade”

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2023

"Um crescente entendimento e forte cooperação entre a UEFA e a ECA são o modelo que melhor defende os valores, a tradição e os pergaminhos do futebol europeu", defende o clube das águias.

O Benfica considera que “a Superliga europeia continua a não ser uma prioridade ou alternativa”, num comunicado em que as ‘águias’ reagiram à decisão desta quinta-feira do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).

O Sport Lisboa e Benfica esclarece, em face da decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, que a Superliga Europeia continua a não ser uma prioridade ou alternativa e que um crescente entendimento e forte cooperação entre a UEFA e a ECA [Associação Europeia de Clubes] são o modelo que melhor defende os valores, a tradição e os pergaminhos do futebol europeu“, defende o clube lisboeta.

A reação dos ‘encarnados’ surge depois de o TJUE considerar contrária à legislação europeia a decisão da FIFA e da UEFA de proibir futebolistas e clubes de participarem em competições privadas, tal como a Superliga proposta em 18 de abril de 2021.

Para o clube da Luz, ainda que a decisão do tribunal venha colocar um ponto final no monopólio da UEFA no que respeita à organização de competições, importa salvaguardar “a permanência e defesa das Ligas internas e das competições nacionais”. O mais alto órgão administrativo da UE considerou que a UEFA e a FIFA abusaram da sua “posição dominante” na sua ação contra a criação da controversa Superliga de futebol.

Real Madrid e FC Barcelona são os resistentes entre os 15 fundadores do projeto original – apesar de só terem sido revelados 12 –, que preconizava uma competição com 20 clubes, que foi contestada por diversos quadrantes, desde as estruturas da modalidade até aos governos nacionais, passando pelos próprios adeptos.

Em outubro de 2022, foi criada a empresa A22, promotora do projeto, que readaptou o plano inicial, em fevereiro de 2023, sob novos princípios e um modelo com 60 a 80 clubes, que fosse aberto, sem membros permanentes e alicerçado no mérito desportivo.

Já esta quinta, o diretor executivo da empresa, Bernd Reichart apresentou a proposta de uma nova “competição europeia aberta”, com “64 clubes divididos em três ligas” de futebol nos masculinos e 32 clubes repartidos por duas ligas” em femininos.

O modelo que a A22 veio apresentar, criado ainda em outubro de 2022, e após um fracasso do primeiro projeto, de abril de 2021, não disse ainda nada sobre o calendário ou apoio dos clubes europeus, mas promete a transmissão gratuita dos encontros da competição.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Filipa Raposo de Almeida é a nova diretora de comunicação da Uber

Formada em Ciências da Comunicação e com um mestrado em Publicidade e Relações Públicas, Filipa Raposo de Almeida já passou pela comunicação da McDonald's e da CUF.

Filipa Raposo de Almeida é a nova diretora de comunicação da Uber em Portugal. A profissional estava na empresa desde maio, tendo ingressado com funções de direção para os serviços de mobilidade, bem como para o Uber Eats, em Portugal, descreve a marca.

“É com muito entusiasmo que assumo este desafio. A Uber e o Uber Eats são plataformas pioneiras e líderes de mercado em Portugal, com uma forte componente de inovação no nosso país, pelo que trabalhar a estratégia e a reputação destas marcas é algo que me motiva verdadeiramente. É um orgulho pertencer a uma equipa empenhada em inovar e acrescentar valor, ao melhorar e facilitar o quotidiano dos portugueses, levando-os a qualquer lado e entregando tudo o que necessitam, em qualquer lugar”, diz Filipa Raposo de Almeida, citada em comunicado.

A nova responsável pelo departamento de comunicação da empresa iniciou o seu percurso profissional na CUF, assumindo, após três anos, a responsabilidade pela comunicação e sustentabilidade da parceria público-privada do Hospital Vila Franca de Xira. Na McDonald’s trabalhou a comunicação externa e marketing corporativo, gerindo campanhas de marca em áreas como employer branding e recrutamento, responsabilidade social e ambiental, e apoio à economia e fornecedores nacionais.

Filipa Raposo de Almeida é formada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Porto e com um mestrado em Publicidade e Relações Públicas pela Universidade do Minho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Exportadoras portuguesas enfrentam nova regra para etiquetas no Reino Unido em 2024

A partir de 1 de janeiro de 2024, as empresas portuguesas que exportem vinho ou comida embalada passam a ter que incluir na etiqueta o nome completo e a morada do produtor ou importador.

O Reino Unido tem uma nova regulamentação de etiquetagem que entra em vigor no dia 1 de janeiro do próximo ano. As empresas que exportem comida embalada e bebidas têm que indicar o nome completo e a morada do produtor ou do importador. O ECO falou com as associações e empresários que relatam que desde o Brexit que os produtos enviados para o Reino Unido têm uma etiquetagem específica e que mais uma alteração “não vai fazer grande diferença”. Com uma opinião contrária está o administrador da Quinta do Crasto que afirma que esta nova lei de etiquetagem só “vem complicar” a logística e aumentar os custos.

O requisito estava originalmente previsto para ser aplicado a partir de 1 de outubro de 2022, mas acabou por ser prolongado até 1 de janeiro do próximo ano. Para além da morada e do nome completo do produtor ou importador, a comida embalada e as bebidas que forem enviadas para o Reino Unido têm que indicar o nome do produto, a lista de ingredientes, a informação sobre alérgenos, instruções de preparação e informação nutricional, condições de armazenamento e data de validade. No entanto, estas especificações já estavam implementadas antes da nova regra de etiquetagem.

Ana Isabel Alves, diretora executiva da Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal (ACIBEV), relata que “não têm recebido queixas dos associados” em relação à nova regulamentação. Justifica que “hoje em dia o Reino Unido já tem uma série de legislação específica e que não vai alterar muita a situação”.

Hoje em dia o Reino Unido já tem uma série de legislação específica e que não vai alterar muita a situação.

Ana Isabel Alves

Diretora executiva da Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal

“Uma coisa era quando o Reino Unido estava na União Europeia e que havia uma rotulagem única para o mercado único, e essa harmonização era fundamental porque permitia ter uma economia de escala, a partir do momento que o Reino Unido sai da União Europeia e as empresas têm que fazer um rótulo específico, é só mais uma especificidade“, explica a diretora executiva da Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal.

Até setembro deste ano, foram exportados 67 milhões de euros de vinho para o Reino Unido, contra os 53,8 milhões exportados no período homólogo. O ano passado foram exportados 83,9 milhões de euros para o Reino Unido, contra 96 milhões de euros em 2021, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).

Deolinda Silva, diretora executiva da Portugal Foods, conta que a “nova regulamentação não está a causar qualquer tipo de constrangimento” às exportadoras alimentares e que “algumas fizeram logo a adaptação quando foi publicada a legislação“. A líder da Portugal Foods dá o exemplo da Vieira que “acomodou toda a alteração na altura” que estava previsto ser aplicado (a partir de 1 de outubro de 2022). “Já têm o endereço correto, o certificado de origem, adaptaram-se na altura”.

Nova lei de etiquetagem é “ligar o complicómetro”

Para o administrador da Quinta do Crasto, que exporta vinho para 54 mercados e o Reino Unido está no top três ao absorver cerca de 15% da produção, esta “nova lei acaba por complicar a nível logístico, não vem ajudar e tem um impacto em termos de etiquetagem e gestão no armazém. Isto é ligar o complicómetro”. Apesar da complicação, admite que a empresa “já está preparada para esta nova lei de etiquetagem”.

A nova lei de etiquetagem acaba por complicar a nível logístico, não vem ajudar e tem um impacto em termos de etiquetagem e gestão no armazém. Isto é ligar o “complicómetro”.

Tomas Roquette

Administrador da Quinta do Crasto

Tomás Roquette explica ao ECO que há uns anos tinham uma única etiquetagem global que servia para toda a Europa, com a saída do Reino Unido aparece mais uma rotulagem específica. “Isto obriga em termos logísticos a preparar uma etiqueta à parte, a guardar o produto à parte, isto tem uma implicação logística complicada e aumenta os custos. Mandar produzir numa máquina cem mil rótulos que são iguais para todos os países é diferente de começar a subdividir, para além de ter custos dificulta a preparação da encomenda”, afirma o administrador da Quinta do Crasto, que no ano passado faturou 9,5 milhões de euros e produziu 1,4 milhões de garrafas de vinho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Programa de rescisões da Global Media prolongado até 10 de janeiro

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2023

Estava previsto o programa ter terminado na quarta-feira, 20 de dezembro, mas foi prolongado até início do próximo ano.

O programa de rescisões na Global Media Group (GMG), que detém a TSF, Diário de Notícias (DN) e Jornal de Notícias (JN), entre outros, foi prolongado até 10 de janeiro, confirmou à Lusa fonte oficial da administração.

Este programa estava previsto ter terminado na quarta-feira, 20 de dezembro, mas foi prolongado até início do próximo ano.

Entretanto, o dirigente do Sindicato dos Jornalistas Augusto Correia disse esta quinta-feira que a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) está “a acompanhar o que se passa no Global Media Group” e serão adotados “procedimentos com vista à regularização das situações”.

A ACT recebeu hoje o sindicato e delegados sindicais das várias publicações do Global Media Group (GMG) devido à situação da empresa, que detém marcas como o Jornal de Notícias, Diário de Notícias, TSF e O Jogo.

A agenda da reunião contou com vários pontos que os representantes dos trabalhadores quiseram apresentar à ACT e que passam pelo atraso no pagamento dos recibos verdes no Global Media Group e pelas dúvidas acerca dos contratos de prestação de serviços que lhe estão a ser propostos.

Os delegados sindicais e o Sindicato dos Jornalistas (SJ) alertaram ainda para o atraso no pagamento do salário aos trabalhadores com contrato sem termo e para a falta de pagamento do subsídio de Natal, com “imposição de pagamento em duodécimos de uma retribuição vencida a 07 de dezembro”.

Os representantes quiseram ainda abordar o programa de rescisões por mútuo acordo, apresentado pela empresa, que está a decorrer.

Augusto Correia alertou para a situação dos colaboradores avençados e à peça, que já estão a enfrentar muitas dificuldades.

É urgente que a empresa encontre uma solução para regularizar o vencimento de outubro destas pessoas, que ao dia 21 [hoje] estão sem receber e há uma semana à espera que a empresa cumpra o que disse: que ia regularizar a situação no início desta semana”, lamentou.

A Administração do Global Media Group (GMG) abriu um programa de rescisões por mútuo acordo, para trabalhadores até 61 anos, com contrato sem termo, sendo que as compensações serão divididas por 18 meses, segundo um comunicado interno, divulgado em 11 de dezembro.

Na semana passada, as direções do Jornal de Notícias (JN), TSF, O Jogo e do Dinheiro Vivo (DV) apresentaram demissão, na sequência do processo de reestruturação que prevê reduzir até duas centenas de trabalhadores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Taxa turística para cruzeiros em Lisboa começa em janeiro mas é efetivada em abril

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2023

Turista de cruzeiros vão pagar uma taxa única, ou seja, pagam apenas dois euros independentemente de ficarem a dormir mais do que uma noite na capital.

A taxa turística para os passageiros de cruzeiros que desembarcam em Lisboa será efetivamente cobrada a quem comprar viagens a partir de 1 de janeiro de 2024, mas quem comprou antes já não pagará, prevendo-se a regularização em abril.

“É em 1 de abril que é efetivada a cobrança da taxa”, afirmou o presidente do Conselho de Administração do Porto de Lisboa, Carlos Correia, no âmbito do protocolo para a cobrança de taxa turística em Lisboa aos passageiros de cruzeiros, assinado hoje entre a Câmara Municipal de Lisboa e a APL, no Terminal de Cruzeiros de Lisboa, em Santa Apolónia.

O protocolo entra em vigor em 1 de janeiro, mas há “algumas questões técnicas que é necessário resolver”, designadamente a adaptação dos sistemas informáticos da APL para efetivar esta cobrança, apontou Carlos Correia, referindo que outro dos aspetos é que alguns dos pacotes de viagens de cruzeiro para o próximo ano já foram vendidos, pelo que “a efetivação da cobrança da taxa é a partir do dia 1 de abril”.

O responsável da Administração do Porto de Lisboa (APL) explicou que os turistas de cruzeiro vão pagar a taxa turística com antecedência, porque será “incorporada nos pacotes de venda das viagens”. O valor é faturado através da plataforma eletrónica Janela Única Logística, os operadores turísticos cobram e transferem para a APL e, depois, a APL transfere para a Câmara Municipal de Lisboa (CML), acrescentou.

Questionado sobre se o pagamento da taxa turística irá depender do número de noites em que os passageiros ficam na cidade a dormir nos navios cruzeiros, à semelhança do que acontece nos hotéis, Carlos Reis disse que se trata de “um valor único que é aplicado nesses pacotes aos turistas, previamente na venda do próprio pacote”, ou seja, pagam apenas dois euros independentemente de ficarem a dormir mais do que uma noite.

A taxa turística na cidade de Lisboa começou a ser aplicada em janeiro de 2016 sobre as dormidas de turistas nacionais (incluindo lisboetas) e estrangeiros nas unidades hoteleiras ou de alojamento local. Inicialmente era de um euro por noite, mas a partir de janeiro de 2019 aumentou para dois euros por noite. Os passageiros dos navios de cruzeiros que desembarcam na capital nunca pagaram a taxa.

O presidente da CML, Carlos Moedas (PSD), realçou a capacidade de resolver “uma situação que se arrastava há sete anos” relativamente à cobrança de taxa turística em Lisboa aos passageiros de cruzeiros, considerando que é uma questão de justiça em relação às pessoas que já pagam a taxa nos hotéis.

O autarca disse ainda que a cobrança da taxa aos passageiros de cruzeiros permite também investir mais na cidade, inclusive na limpeza urbana, espaços verdes e habitação social, e apostar numa estratégia de ter “melhor turismo, melhor qualidade do turismo”.

Sem querer responder ao que Lisboa perdeu nestes sete anos com a não cobrança desta taxa nos cruzeiros, Carlos Moedas adiantou que se prevê uma receita de 1,2 milhões de euros por ano, na sequência do protocolo celebrado com a APL. Questionado sobre a atualização do valor da taxa turística em Lisboa, o presidente da CML disse que o município está a trabalhar nesse âmbito, nomeadamente com os operadores turísticos, para dar notícias “muito em breve”.

Carlos Moedas afirmou também que “o próximo passo é que os navios estejam atracados de forma elétrica”. Segundo o presidente do Conselho de Administração da APL, o projeto de fornecimento de energia elétrica aos navios de cruzeiro atracados no Porto de Lisboa, para que utilizem apenas energias limpas, está em curso, alavancado pela criação de um grupo de trabalho criado pelo Governo, prevendo a sua concretização até 2026.

“Trata-se de um investimento total de 31 milhões de euros, cujos estudos técnicos de viabilidade económica e financeira foram concluídos, estando prevista a assinatura do contrato com a E-redes para a execução do projeto e da ligação à rede de alta tensão nas próximas semanas. A primeira fase das obras está prevista ter início no primeiro trimestre de 2024”, adiantou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Projeto recomenda alteração da legislação de segurança contra incêndios

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2023

A metodologia desenvolvida pelo projeto permite avaliar qual a zona em que se deve intervir e apontar para uma solução "próxima do ótimo, versátil e adaptada ao longo do tempo".

Um projeto de investigação desenvolvido na Universidade de Coimbra em torno de incêndios na interface urbana-florestal recomenda o abandono da atual legislação de segurança contra incêndios, que considera de “caráter prescritivo” e “um pouco ultrapassada”.

O projeto InterfaceSegura, liderado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), apresentou esta quinta-feira os resultados de uma investigação que começou em 2020, centrada na segurança e resiliência das construções face a incêndios, em zonas de interface urbana-florestal.

“Conseguimos ter desenvolvimentos muito significativos ao nível da reprodução do cenário de incêndio. Com ferramentas computacionais, conseguimos prever com bastante rigor o comportamento do incêndio e a forma como este ataca ou não o ambiente construído”, disse à agência Lusa o coordenador do projeto, Hélder Craveiro, que falava à margem da sessão de apresentação dos resultados.

Face a essa capacidade desenvolvida de previsão do comportamento do fogo, a equipa concluiu que a metodologia atualmente aplicada, no que concerne à segurança contra incêndios, é “prescritiva, não é muito bem justificada cientificamente e um pouco ultrapassada”, não sendo capaz de responder às variações que as zonas de interface acabam por sofrer ao longo do tempo.

Com ferramentas computacionais, conseguimos prever com bastante rigor o comportamento do incêndio e a forma como este ataca ou não o ambiente construído.

Hélder Craveiro

Coordenador do projeto InterfaceSegura, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

A atual legislação “penaliza o ambiente construído face a um risco que não se sabe durante quanto tempo existirá”, notou, salientando que a metodologia desenvolvida pelo projeto permite avaliar qual a zona em que se deve intervir (se no edificado se na envolvente florestal) e apontar para uma solução “próxima do ótimo, versátil e adaptada ao longo do tempo“.

Para o responsável, a solução defendida e apresentada pelo projeto permite desenhar opções mais personalizadas e adaptadas a cada contexto, sendo uma “metodologia baseada no desempenho”.

“Como podemos usar requisitos que são quase cegos para edifícios em zonas de valor turístico? Como poderemos aí intervir em ambiente construído? Não podemos”, salientou, referindo que, em muitas situações, poderiam ser propostas medidas compensatórias, focadas na zona envolvente e não no edificado.

Segundo Hélder Craveiro, no arranque do projeto, a equipa estava muito focada na segurança dos edifícios, mas apercebeu-se, com o tempo, que teria de haver “uma combinação entre as duas vertentes”.

A ferramenta desenvolvida permite “analisar qual é a melhor opção e a decisão final depois cabe ao dono da obra ou ao Governo”, aclarou.

De acordo com o coordenador do projeto, a ferramenta passou por uma manipulação de uma já existente e desenvolvida nos Estados Unidos da América, de acesso público e que poderá depois ser utilizada por técnicos especializados da Autoridade Nacional de Proteção Civil. “Poderia ser aplicado por técnicos quando têm de emitir um parecer, com a vantagem de que é uma solução mais sustentável para cada cenário e responde aos desafios de futuro”, vincou Hélder Craveiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas adianta 171,08 milhões a Portugal do REPowerEU

Com a reprogramação do PRR, Portugal vai receber mais 785 milhões de euros que correspondem à integração da dotação financeira da iniciativa do REPowerEU.

A Comissão Europeia pagou esta quinta-feira 171,08 milhões de euros a Portugal, a título de pré-financiamento relativo às verbas do REPowerEU, anunciou a Comissão em comunicado. Este pagamento vai influenciar o valor dos terceiro e quarto cheques do Plano de Recuperação e Resiliência que o País vai receber, porque será necessário descontar dos mesmos a fatia correspondente às verbas do REPowerEU.

“Estes pagamentos de pré-financiamento ajudarão a dar início à aplicação das medidas cruciais de investimento e de reforma delineadas em cada capítulo REPowerEU”, explica a Comissão.

O REPowerEU é iniciativa aprovada pela Comissão Europeia para apoiar a transição energética dos Estados-membros e reforçar e fortalecer a autonomia estratégica da UE, diminuindo a sua dependência energética, designadamente, dos combustíveis fósseis oriundos da Rússia.

Com a reprogramação do PRR, Portugal vai receber mais 785 milhões de euros que correspondem à integração da dotação financeira da iniciativa do REPowerEU (704 milhões) e da dotação não utilizada da Reserva de Ajustamento ao Brexit (81 milhões de euros).

Com estas verbas Portugal compromete-se a fazer seis reformas e 16 investimentos para reduzir a sua dependência dos combustíveis fósseis.

Em causa está a criação do Observatório Nacional da Pobreza Energética, que vai monitorizar os agregados familiares em situação de pobreza energética e propor ações políticas relevantes e de balcões únicos para a eficiência energética e as energias renováveis, para apoiar os cidadãos na implementação de medidas de eficiência energética e de energias renováveis, e na adoção de comportamentos sustentáveis ​​em termos energéticos.

Por outro lado, há ainda o compromisso de criar um quadro regulamentar para a gestão do hidrogénio renovável para incentivar a promoção do hidrogénio renovável; um Plano de Ação para o Biometano – uma estratégia integrada que visa a promoção da produção e do consumo e a simplificação do quadro legal e regulamentar para projetos de energias renováveis, nomeadamente para o licenciamento elétrico e ambiental de projetos de energias renováveis ​​e de armazenamento. E ainda a oferta de formação profissional para o desenvolvimento de competências verdes.

ao nível dos investimentos está na calha a descarbonização da indústria; transição energética para apoiar o desenvolvimento da indústria verde; aumentar a eficiência energética em edifícios residenciais, de serviços e públicos; atribuir incentivos à aquisição e instalação de armazenamento de energia renovável e incentivos à produção e armazenamento de energia a partir de fontes renováveis nas regiões autónomas; investir na descarbonização dos transportes públicos ou ainda criar um balcão único para licenciamento e monitorização de projetos de energias renováveis.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.