5 coisas que vão marcar o dia

O Banco de Portugal publica as contas nacionais financeiras do 3.º trimestre, o Eurostat divulga o índice de preços da habitação e o Banco Mundial lança o relatório de riscos globais para 2024.

O Banco de Portugal (BdP) publica, esta quarta-feira, as contas nacionais financeiras do terceiro trimestre de 2023, o Eurostat divulga o índice de preços da habitação bem como as estatísticas do transporte aéreo da União Europeia e da Zona Euro e o Banco Mundial lança o relatório de riscos globais para 2024. A Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) promove o segundo fórum de reflexão, sob o mote “Um Mundo Mais Complexo 2024”, que contará com a presença da CEO da Euronext, Isabel Ucha, e do CEO da ANA – Aeroportos de Portugal, Thierry Ligonnière. E, no Parlamento, o plenário desta tarde é dedicado à intervenção do Estado em empresas como os CTT.

Banco de Portugal publica as contas nacionais financeiras

O Banco de Portugal publica as contas nacionais financeiras do terceiro trimestre de 2023. No trimestre anterior, de abril a junho, a economia portuguesa teve um saldo positivo de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o regulador da banca. As empresas não financeiras foram o único setor residente a apresentar necessidade de financiamento (1,1% do PIB), enquanto as administrações públicas apresentaram um saldo nulo, em percentagem do PIB. Já os particulares financiaram, em termos líquidos, as administrações públicas em 6,5% do PIB, o maior fluxo financeiro registado entre estes dois setores desde o quarto trimestre de 1995, fruto da aquisição de certificados de aforro (em 8,0% do PIB) pelas famílias.

Preços da habitação e estatísticas do transporte aéreo na UE e Zona Euro

O Eurostat divulga o índice de preços da habitação do terceiro trimestre de 2023. No último relatório, publicado em outubro, o gabinete de estatísticas da União Europeia mostrou que Portugal era já o terceiro país da Zona Euro com a maior subida do preço das casas, com um agravamento de 4,81%. No espaço da moeda única, só a Croácia e a Letónia, com aumentos de 5,6% e 4,96%, respetivamente, ficaram acima de Portugal. Também são publicadas as estatísticas do transporte aéreo relativas aos voos comerciais que se realizaram em dezembro do ano passado.

Banco Mundial indica os riscos globais para 2024

O Banco Mundial lança o relatório dos riscos globais do Fórum Económico Mundial para 2024. A conferência de imprensa realiza-se em Londres a partir das 9h, mesma hora de Lisboa. Há um ano, a análise dos especialistas do Fórum Económico Mundial classificou a “crise do custo de vida” como o risco global mais severo para 2023 e 2024. O relatório para 2023 antecipou ainda que, em 2023 e 2024, governos e bancos centrais poderão enfrentar pressões inflacionistas persistentes.

Fórum de reflexão da CCIP: “Um Mundo Mais Complexo 2024

A Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) promove o segundo fórum de reflexão, intitulado “Um Mundo Mais Complexo”, que decorre na sede da Câmara do Comércio, em Lisboa, entre as 8h30 e as 10h30. O objetivo é analisar o ano que terminou, marcado pelos impactos das guerras e pela volatilidade económica, e lançar 2024, tendo presente os complexos desafios que os diversos setores enfrentarão. O fórum irá contar com a participação da CEO da Euronext, Isabel Ucha, do CEO da MDS, José Manuel Fonseca, do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa e CEO da Delta Cafés, Rui Miguel Nabeiro, e do CEO da ANA – Aeroportos de Portugal, Thierry Ligonnière.

Parlamento debate intervenção do Estado em empresas como os CTT

O plenário da Assembleia da República debate esta tarde, a partir das 15h, a intervenção do Estado em empresas como os CTT, por requerimento potestativo do Chega. E o Governo estará presente. A discussão ganha especial importância depois ter sido tornada pública a polémica compra pelo Estado de 0,24% das ações dos CTT em 2021, uma medida que o primeiro-ministro, António Costa, defendeu ter sido necessária para evitar que o “Estado estivesse numa situação negocial em que pudesse estar contra a parede, sem nenhum alternativa” caso o contrato de de concessão do serviço postal universal não fosse renovado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tabuaço demora 167 dias a pagar aos fornecedores. Há sete câmaras a pagar a mais de 90 dias

No terceiro trimestre, 15 autarquias pagaram a mais de 60 dias, num universo de 163. Tabuaço leva 167 dias a pagar aos fornecedores. Não há dados para Freixo de Espada que levava 324 dias a pagar.

Tabuaço demora, em média, 167 dias para pagar aos fornecedores. Está há cinco trimestres consecutivos a agravar este indicador, sendo agora a autarquia que mais tempo leva a pagar aos fornecedores, de acordo com os dados disponíveis pela Direção-Geral das Autarquias Locais. Num universo de 163 municípios para os quais existem dados (não há para os 308), apenas sete demoram mais de 90 dias a pagar as faturas a fornecedores, menos quatro do que no trimestre anterior.

Mas a autarquia que tinha pior desempenho a 19 de setembro não tem dados referentes a 23 de outubro, data na qual foi feito o corte para definir os atrasos de pagamentos aos fornecedores no terceiro trimestre. Freixo de Espada à Cinta demorava 324 dias a pagar, um desempenho que o edil, Nuno Gomes Ferreira, justificou ao ECO, na altura, com a “má gestão anterior”. A gravidade da situação levou a Câmara recorrer ao Fundo de Apoio Municipal (FAM), um mecanismo de recuperação financeira dos municípios, mediante a implementação de medidas de reequilíbrio orçamental e de reestruturação de dívida. O segundo pior pagador era Tarouca a demorar 123 dias para saldar as suas contas.

Assim, um mês depois é Tabuaço que assume a liderança com uma demora de 167 dias, o que se revela um agravamento face aos 144 dias registados no final do segundo trimestre deste ano. Ultrapassou mesmo os 145 dias que registava no segundo trimestre de 2022 e que conseguiu melhorar para 112 dias nos três meses seguintes.

Mesmo colada surge a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António que demora agora 166 dias a pagar, um agravamento notório face aos 36 dias que levava no segundo trimestre.

Caminha também piorou neste indicador já que levava 126 dias a pagar e agora agravou essa marca para 140. O mesmo se passa com Peso da Régua que leva 126 dias a pagar aos fornecedores (mais seis), Tábua que piorou em dez dias (131), Monção em sete (117).

Entre as autarquias que pagavam a mais de 100 dias estava também Tarouca (114 dias), mas não há dados referentes a esta autarquia para o terceiro trimestre.

As autarquias parecem estar a regularizar as suas contas junto dos fornecedores, já que agora são sete as que pagam a mais de 90 dias, como ditam as regras, contra as 11 de meados de setembro.

O ranking dos prazos médios de pagamento das autarquias há muito que padece de falta de comparabilidade. Desde o quarto trimestre de 2019 que não existe uma listagem completa que inclua os 308 municípios devido às dificuldades técnicas de adaptação ao novo Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP) introduzido em 2020. Não é só o prazo médio de pagamento dos municípios que é afetado. Também a aferição do seu nível de endividamento foi afetado.

Segundo a Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL), a 23 de outubro, 15 autarquias tinham um prazo de pagamento superior a 60 dias, num universo de 163 municípios. Ou seja, há 145 câmaras cuja informação não está validada no Sistema de Informação do Subsetor da Administração Local (SISAL). Este é apenas um dos sistemas da DGAL para o qual os municípios têm de remeter diferentes peças de relato. O Sistema Integrado de Informação das Autarquias Locais (SIIAL) é outro.

E entre estas 145 há câmaras de grandes dimensões (com mais de cem mil habitantes) como Porto, Braga, Maia, Santa Maria da Feira, Sintra, Almada, Loures, Seixal, Setúbal, Vila Franca de Xira, Vila Nova de Famalicão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Em quatro anos, Fundação Oriente injetou 38 milhões no banco que vai vender por 20 milhões

Banco Português de Gestão recebeu mais três milhões do acionista no final do ano passado. Chineses do Vcredit, que vão comprar o banco por 20 milhões, olham como porta de entrada para mercado europeu.

A Fundação Oriente injetou mais três milhões de euros no Banco Português de Gestão (BPG) no final do ano passado. Só nos últimos quatro anos, o banco realizou aumentos de capital de quase 40 milhões de euros. E isto quando se prepara para ser vendido por cerca de 20 milhões (mais variáveis) ao grupo chinês Vcredit.

O valor da venda pode subir em função de variáveis relacionadas com o desempenho do banco no futuro, nomeadamente com a utilização dos ativos por impostos diferidos (DTA) e às receitas que tiver com a venda de determinados imóveis. Mas o grupo chinês acordou pagar, no máximo, até 35 milhões de euros à Fundação Oriente, menos do que o montante que já foi injetado no banco desde 2020.

Só no ano passado, a fundação liderada por Carlos Monjardino injetou cinco milhões no BPG em dois aumentos que elevaram o capital para 107 milhões de euros, de acordo com o portal dos atos societários do Ministério da Justiça. Com estas duas operações, a última das quais já nos últimos dias de 2023, o banco já teve um reforço de 38 milhões face ao capital que registava no final de 2019, quando se situava nos 70 milhões.

“A injeção de capital estava prevista e acompanha o plano de evolução do banco”, responde a instituição financeira em resposta a questões colocadas pelo ECO. A mesma fonte adiantou que o aumento de capital foi subscrito e realizado pela Fundação Oriente (detentora de 98,43% do capital do banco) e pela Fundação Eng.º António de Almeida (0,02%).

Estas injeções têm servido para a instituição cumprir com os requisitos regulamentares, designadamente atingir os rácios de capital exigidos pelo regulador. O BPG tem realizado um esforço de limpeza do balanço nos últimos anos, depois de o malparado ter superado os 60% em 2018, com a reestruturação a ter impacto nos resultados e no capital: acumula prejuízos de mais de 50 milhões nos últimos seis anos, incluindo os prejuízos de 3,8 milhões que registava até setembro do ano passado.

Em dezembro de 2022 registava já um rácio de NPL líquido de imparidades de apenas 2%, com o rácio de cobertura a atingir os 99%. E, como explicava o chairman João Costa Pinto no relatório e contas, foi “graças aos aportes de fundos realizados pelo acionista que o banco vem mantendo os rácios de capital em pleno alinhamento com a regulação e os indicadores de liquidez em posição excedentária”.

Este esforço de limpeza do balanço também não é indiferente à tentativa de venda do BPG por parte da Fundação Oriente, que controla mais de 98% do banco. Já teve comprador no passado, mas o processo não chegou a um bom porto. Está em curso uma nova operação. Como o ECO revelou em agosto, há um acordo de compra e venda de 100% do capital do BPG com os chineses da Vcredit por cerca de 20 milhões de euros.

O negócio será feito com base na situação líquida do banco quando se realizar a transação: em setembro apresentava capitais próprios de 18 milhões.

Porta de entrada na Europa

Para a Vcredit, a aquisição do banco português servirá de porta de entrada para se expandir no mercado europeu, a começar por Espanha, conforme indicou o CEO do grupo, Stephen Liu, numa conference call com os analistas, realizada em agosto do ano passado.

“O BPG é na verdade um banco comercial totalmente licenciado, registado no Banco de Portugal, enquanto Portugal faz parte da União Europeia. Após concluirmos com sucesso esta transação, planeamos expandir os nossos negócios na Europa, começando por Portugal, mas provavelmente, mais tarde, expandiremos para Espanha e alguns outros países”, declarou o responsável.

“Atualmente, a nossa administração está a formular a nossa estratégia. Mas essa é definitivamente a nossa intenção”, acrescentou.

"Após concluirmos com sucesso esta transação, planeamos expandir os nossos negócios na Europa, começando por Portugal, mas provavelmente, mais tarde, expandiremos para Espanha e alguns outros países.”

Stephen Liu

CEO do Vcredit

Stephen Liu explicou ainda aos analistas que estão “particularmente interessados no negócio da banca digital, principalmente no crédito ao consumo e na gestão de património de particulares”.

Para já, a operação ainda “está em fase de apreciação pelo Banco de Portugal”, esclarece o BPG ao ECO.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vítor Constâncio critica dissolução do Parlamento

  • Joana Abrantes Gomes
  • 9 Janeiro 2024

"Preferia que não tivesse havido dissolução e que tivesse continuado um Governo de maioria", declarou o antigo governador do Banco de Portugal em entrevista à RTP3.

Vítor Constâncio preferia que o Presidente da República não tivesse optado pela dissolução do Parlamento e, em vez disso, tivesse continuado o Governo de maioria absoluta. “Isso teria sido preferível em termos da estabilidade política“, afirmou o economista, no programa Tudo É Economia, transmitido esta terça-feira na RTP3.

Para o antigo governador do Banco de Portugal, é “discutível” a interpretação da Constituição de que se vota nas legislativas para escolher o primeiro-ministro. “Não é o caso, vota-se em partidos e não na pessoa do primeiro-ministro. A realidade jurídica, constitucional, é essa”, assinalou.

Questionado sobre quais devem ser as prioridades do próximo governo, destacou a qualificação dos recursos humanos, mas também o aperfeiçoamento da administração pública e do sistema judicial. Também “manter as condições de coesão social que são indispensáveis para o bom funcionamento de qualquer sociedade”, acrescentou Constâncio, apelando ao investimento em setores como a saúde e a educação.

O economista considera ainda que o país precisa de continuar a ter investimento estrangeiro. Porém, isso “não passa necessariamente” por baixar os impostos às empresas, apontou.

(Notícia atualizada às 22h19)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Não, não me demito”, garante o CEO do grupo Global Media

José Paulo Fafe foi ouvido mais de três horas na Assembleia. O CEO da GM mantém desconhecer quem está por detrás do fundo, reafirma as criticas às gestões anteriores e garante que não se demite.

José Paulo Fafe, CEO da Global Media “há 117 dias”, reafirma que todas as decisões do grupo foram “aprovadas por unanimidade, sem que na comissão executiva conste nenhum voto contra ou mesmo abstenção“. A comissão executiva é formada por Felipe Nascimento, Paulo Lima de Carvalho e Marco Galinha, e reuniões decorrem no Farol Design Hotel, em Cascais, afirmou esta noite desta terça-feira na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, ouvido por requerimento do Bloco de Esquerda.

Reafirmo que raro é o dia em que não somos surpreendidos por factos negócios ou procedimentos que denotam a forma leviana e pouco transparente, para não classificar de outra maneira, como este grupo foi geridos nos últimos anos“, afirmou na declaração lida no início da intervenção inicial, repetindo as acusações de dezembro.

Antes da compra, “a due diligence foi feita e assinada por si. “Antes consultei a sociedade gestora do fundo, que disse ‘assine, porque a verdadeira due diligente vamos fazê-la quando entrarmos’. E estamos a fazê-la“, reforça, referindo-se ao “passivo acumulado de quase 50 milhões de euros, dívidas a fornecedores que só apareceram depois da compra. Até já encontramos dívidas de 2,1 milhões em Macau e 700 mil euros em Malta de licenças de jogo online que nunca funcionaram”, dá como exemplo.

“Deviam ter chamado Proença de Carvalho, que saiu da presidência da Global Media em 2020. É na administração do dr. Proença de Carvalho que foi vendida a sede do DN e do JN e o dinheiro não foi investido em reestruturação do grupo ou no pagamento de dívidas. Foi torrado. Aí sim, atrevo-me a dizer que a gestão foi danosa. Durante o consolado do dr. Proença de Carvalho”, atira.

“Não estou a apontar responsabilidades ao dr. Proença de Carvalho, mas a essa administração, onde havia um CEO que ganhava 500 mil euros por ano. Houve uma gestão muito pouco transparente, para não dizer danosa”, continua José Paulo Fafe.

Sobre quem está por detrás do fundo, a resposta foi a já dada. “Não sei quem são os detentores das unidades de participação de um fundo, nem tenho que saber. Sei com quem falei da sociedade gestora desse fundo, a UCAP. Quando se subscreve um fundo, não se pede a identificação dos depositantes, quando muito quero saber quem gere o fundo. Normalmente são bancos, como a UCAP, que é uma entidade financeira bancária. Não sei quem são os depositantes”, repetiu, salientando que “há uma coisa que a sociedade gestora já transmitiu e que foi dito à ERC, é que nenhum depositante do World Opportunity Fund possuiu uma unidade de participação superior aos 5%”.

A forma como se dá o encontro com a gestora do fundo, revelada em entrevista ao +M/ECO no início de dezembro, foi também repetida aos deputados, bem como o recuo do negócio da Lusa – agora acrescentando ter sido surpreendido pelo social democrata Hugo Soares, que lhe terá dado a entender que “não seria bem assim” – e a alegada intervenção do Presidente da Republica. “Faltou ao ministro da Cultura coragem”, acusa.

O envolvimento de Luís Bernardo, diz, dá-se após ser mandatado pelo fundo para avançar com o projeto para o grupo. “É uma pessoa em quem tenho confiança, com quem tenho uma boa relação e que tem provas dadas na montagem de projetos semelhantes”, diz, acrescentando como exemplos que “trabalhou com o Eng. Paulo Fernandes na compra da Media Capital, depois ficou a trabalhar com a Media Capital, fez um grande trabalho no Benfica a nível digital e é um dos responsáveis pelo lançamento da CNN Portugal“, aponta.

O CEO reforça que o fundo que controla o grupo já investiu 10,25 milhões de euros no grupo. “Sete milhões pela compra da posição nas Páginas Civilizadas, pagas em duas tranches, e os restantes 3,25 milhões foram investidos nestes últimos três meses“, garante.

Quanto aos ordenados em atraso, José Paulo Fafe diz que teve a “promessa” de uma transferência para pagar os salários. “Ontem [segunda-feira] tive uma reunião com fundo e tive promessa de até início da semana de uma transferência que pague os salários que estão em atraso”. Mas, “também tive a promessa do fundo de analisar a hipótese de fazer um pacote de ajuda extraordinária à Global Media”, acrescentou, referindo que o fundo contava investir na reestruturação mas não em ordenados.

Não, não me demito. Nunca virei a cara a nada na vida e não viro agora”, garantiu. “Peço imensa desculpa a quem me quer ver pelas costas, mas vão ter que levar comigo. Até eu decidir” respondeu quando questionado sobre a sua permanência no grupo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lisboa tem 154 Lojas com História em funcionamento e 32 encerraram

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2024

Vereador explicou que do encerramento de 32 estabelecimentos, “29 fecharam por acordo mútuo entre senhorio e inquilino, três foram deslocalizadas e três foram encerradas temporariamente”.

A Câmara de Lisboa vai apresentar “muito em breve” alterações ao programa municipal Lojas com História, que tem hoje em funcionamento 154 estabelecimentos reconhecidos, registando o encerramento de 32 espaços, a maioria por acordo mútuo entre senhorio e inquilino.

“Não fecharam 150 Lojas com História, mas sim 32”, afirmou o vereador da Cultura e da Economia, Diogo Moura (CDS-PP), na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, no âmbito de um debate de atualidade sobre o encerramento de estabelecimentos comerciais na cidade, requerido pelo grupo municipal do PCP.

Recusando a intervenção de alguns deputados de que fecharam centenas Lojas com História, Diogo Moura explicou que há registo do enceramento de 32 estabelecimentos distinguidos, dos quais “29 fecharam por acordo mútuo entre senhorio e inquilino, três foram deslocalizadas e três foram encerradas temporariamente”.

“Neste momento, temos em funcionamento 154” Lojas com História, revelou o autarca, adiantando que no atual mandato 2021-2025, em dois anos, foram distinguidos 15 estabelecimentos e prevê-se que este mês sejam classificados mais sete, totalizando 23 novos espaços reconhecidos.

No debate, a deputado do PCP Natacha Amaro disse que “o não controlo de rendas e os aumentos especulativos das rendas nos últimos anos têm sido um dos grandes motores da vaga de encerramentos nos espaços comerciais”, defendendo uma revisão urgente do programa municipal Lojas com História.

“Onde anda a Câmara de Lisboa?”, questionou o deputado do PS Pedro Roque, lamentando a falta de visão integrada sobre o espaço público e considerando que “a política de bar aberto deste executivo mata qualquer possibilidade de diversificação do comércio em algumas zonas da cidade”.

O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho (PS), disse que no seu território encerraram “quase uma centena de lojas e muitas delas eram estabelecimentos como muita história”, referindo que tal se deveu à “lei das rendas, turistificação de massas de baixa qualidade e persistência do licenciamento zero”.

O autarca socialista defendeu que é preciso convencer o próximo Governo a eliminar o licenciamento zero pelo menos nos centros históricos, referindo que o comércio que encerrou foi substituído por “lojas de comida de plástico, hostels e lojas de souvenirs sem qualidade nenhuma”.

Sobre os recentes encerramentos de estabelecimentos históricos, o vereador da Economia disse que “não vale a pena diabolizar e é importante ter conhecimento dos casos”, considerando que “há uma desinformação” e revelando que a câmara está a trabalhar na alteração do regulamento do programa Lojas com História, para “aumentar a abrangência e possibilidade de distinção”.

Sobre a livraria Ferin, Diogo Moura afirmou que “não é verdade” que o senhorio quis fechar, explicando que “os inquilinos tinham uma dívida de centenas de milhares de euros, decidiram abrir um outro negócio no Bairro Alto, que tem apoio da Câmara Municipal de Lisboa, e entenderam por iniciativa própria fechar aquele espaço”.

Com um papel ativo de intermediário nesta matéria, o vereador adiantou que no caso da Ferin já há um investidor interessado na mesma área editorial, que está a negociar com o senhorio, o que contraria uma petição para salvaguardar o espaço interior deste estabelecimento, todos elementos arquitetónicos e estéticos e a própria fachada. A retrosaria Adriano Coelho, que ia fechar, foi possível garantir que a loja fica no local após as obras estruturais aquele espaço, indicou Diogo Moura.

Quanto à barbearia Campos, não houve um aumento de renda, o inquilino “tinha uma renda que já não pagava há alguma tempo e fez um subcontrato ilegal por mais do dobro que tinha de pagar”, mas o espaço vai manter-se e “o senhorio já recebeu várias propostas para ocupação do espaço e não aceitou nenhuma por ser na área da restauração, porque quer manter todos os elementos arquitetónicos e estéticos do espaço”, revelou.

Sobre a Casa Chinesa, o comerciante e o dono do prédio é o mesmo e decidiu fechar o espaço, explicou o autarca. Relativamente ao restaurante Bota Alta, em que renda aumentou de 1.300 para 11.000 euros, Diogo Moura referiu que o inquilino tinha um contrato antigo de arrendamento e decidiu passar para um novo contrato, ficando de fora da proteção prevista na lei para as Lojas com História.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Diogo Leónidas Rocha junta-se à J+Legal como sócio

É agora oficial que Diogo Leónidas Rocha integra a equipa de J+Legal, para reforço das áreas de bancário, financeiro e mercado de capitais, bem como na área core da sociedade, M&A.

É agora oficial que Diogo Leónidas Rocha integra a equipa de J+Legal, para reforço das suas competências nas áreas de bancário, financeiro e mercado de capitais, bem como na área core da sociedade, M&A. A J+Legal pretende, assim, dar resposta às solicitações do mercado em transações complexas nos mais diversos setores, prosseguindo a estratégia da firma, identificada desde 2020, quando foi formada. O advogado transita da Garrigues.

Diogo Leónidas Rocha é um advogado experiente e reconhecido nas áreas de M&A, banking, finance e capital markets, com mais de 30 anos de prática profissional. Antes de se juntar à J+Legal, estabeleceu em Portugal uma das maiores sociedades espanholas, onde liderava os departamentos de M&A, bancário e financeiro. Coordenou várias fusões, aquisições e operações financeiras, tanto a nível nacional como internacional, incluindo privatizações, OPAs e ofertas públicas iniciais, algumas num valor superior a € 10 mil milhões.

Destacado nos mais conceituados diretórios internacionais dedicados ao setor da advocacia empresarial, o advogado foi responsável pela assessoria a clientes internacionais em transações complexas e inovadoras no mercado português, envolvendo especialmente empresas cotadas e empresas sujeitas à supervisão de autoridades reguladoras, como o Banco de Portugal e a CMVM.

Diogo Leónidas Rocha é licenciado em Direito pela Universidade Católica de Lisboa, pós-graduado em estudos europeus e autor de diversas publicações sobre temas financeiros.

“Receber o Diogo Leónidas Rocha na nossa equipa, significa reforçar a nossa vocação “hands on” e prosseguir um caminho traçado desde o início da sociedade, que tem vindo a ser trilhado com sucesso, com progressivo aumento do número de clientes e trabalho que nos é solicitado. O Diogo é um profissional de excelência, com uma vasta experiência e conhecimento em capital markets, banking & finance, que irá reforçar a nossa oferta de serviços aos clientes. A sua entrada na J+Legal é um passo importante na nossa estratégia de crescimento e consolidação no mercado português”, afirmou Jaime Carvalho Esteves, sócio fundador da J+Legal.

“Estou muito entusiasmado por me juntar à J+Legal, uma sociedade de advogados dinâmica, inovadora e focada no cliente, cujos sócios, conhecidos de longa data, quiseram exercer a prática do direito de maneira diferente. Abarco esse desafio com muita motivação também. Acredito que posso contribuir para o desenvolvimento e expansão da sua prática de M&A, capital markets, banking & finance, oferecendo soluções eficientes e de qualidade aos desafios financeiros dos nossos clientes. Espero também partilhar a minha experiência e aprender com os meus novos colegas, que são profissionais de grande prestígio e competência”, declarou Diogo Leónidas Rocha.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Homens armados invadem canal de televisão no Equador

  • ECO
  • 9 Janeiro 2024

O presidente do país declarou a existência de um "conflito armado interno" no país para pedir uma intervenção militar. Grupo armado invadiu também a universidade de

Daniel Noboa, presidente equatoriano, declarou esta terça-feira a existência de um “conflito armado interno”, depois de um grupo armado ter capturado o canal de televisão TC, na cidade de Gayaquil no sul do Equador, avança agência espanhola Efe. Xom este secreto, abre-se a porta à uma intervenção militar para neutralizar estes grupos.

Nas imagens, em direto, é possível ver várias pessoas com capuz, a manietar os trabalhadores do canal. Outras imagens mostram dezenas de estudantes em fuga da Universidade Nacional de Guayaquil, que também terá sido invadida pelo mesmo grupo.

Desde esta segunda-feira que o país está sob estado de emergência, com recolher noturno durante dois meses, após incidentes graves terem ocorrido em seis prisões do país. A tensão aumentou na sequência da fuga de José Adolfo Macías, ou ‘Fito’, – considerado um dos criminosos mais perigosos do país – da prisão.

No decreto presidencial, Noboa identificou ainda como “organizações terroristas” e “agentes beligerantes” os seguintes grupos: “Águilas, ÁguilasKiller, Ak47, Caballeros Oscuros, ChoneKiller, Choneros, Covicheros, Cuartel de las Ugly, Cuban, Fatal, Gangster, Kater Piler, Lizards, Latin Kings, Lobos, Los p.27, Los Tiburones, Mafia 18, Mafia Trébol, Patrones, R7, Tiguerones.”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Câmara do Funchal aumenta preço da água

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2024

Para um consumidor doméstico comum, cuja faturação incida, em média, nos 10 metros cúbicos mensais, o aumento representará “um acréscimo de 1,48 euros/mês".

A Câmara Municipal do Funchal decidiu fazer uma atualização “inevitável” do preço da água, além de outras taxas municipais, o que representará um acréscimo médio de 1,48 euros na faturação, anunciou esta terça-feira a autarquia.

“A Câmara Municipal do Funchal vai atualizar os preços das taxas municipais, inclusive do abastecimento de água, saneamento básico e tratamento de resíduos sólidos, em 5,79%, de acordo com a variação média da inflação dos últimos 12 meses”, lê-se na informação divulgada pelo município.

Citado no documento, o presidente do município (PSD/CDS-PP), o social-democrata Pedro Calado, argumenta que, “comparado com outros concelhos da Madeira, o preço pago no Funchal pela água, saneamento básico e tratamento de resíduos sólidos está no grupo dos mais barato”.

O autarca acrescenta que, relativamente à água, para um consumidor doméstico comum, cuja faturação incida, em média, nos 10 metros cúbicos mensais, o aumento representará “um acréscimo de 1,48 euros/mês, o que inclui já a taxa de saneamento básico e tratamento de resíduos”.

Pedro Calado salienta também que, em comparação com outras regiões do país, no caso dos consumidores doméstico, o Funchal representa, em média, um custo mensal de água na ordem dos 14,36 euros, inferior aos 30,87 euros cobrados em Beja, 29,19 euros em Faro ou 21,95 euros em Ponta Delgada, nos Açores.

O presidente do principal município da Madeira reconhece que “ninguém gosta de anunciar aumentos”, mas diz ser “inevitável” fazer esta atualização que reflete no preço final a inflação média registada. “Estamos a falar de um aumento residual e, para termos uma ordem de grandeza, quando se diz que a água está cara, se compararmos um litro de água engarrafada com um litro de água da torneira, a engarrafada custa 186 vezes mais”, apontou.

A medida será um dos pontos da agenda da reunião semanal da vereação camarária, agendada para quinta-feira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Linha Rubi vai acrescentar 12 milhões de utilizadores por ano ao Metro do Porto

As obras da Linha Rubi do Metro do Porto, entre a Casa da Música e Santo Ovídio, arrancam ainda este mês para estarem concluídas até ao final de 2026. Incluem uma nova travessia sobre o rio Douro.

As obras da Linha Rubi do Metro do Porto, entre a Casa da Música e Santo Ovídio, arrancam ainda este mês para estarem concluídas até ao final de 2026, sem hipótese de derrapagem por ser financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Esta nova “linha vai acrescentar mais 12 milhões de utilizadores por ano na rede de metro”, calculou esta terça-feira o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, durante a assinatura da consignação desta empreitada ao consórcio FCC, ACA e Contratas y Ventas, por 379,5 milhões de euros, nas Caves Ferreira, em Vila Nova de Gaia.

Tiago Braga destacou a importância da Linha Rubi para a coesão social e territorial, “num aumento anual de cerca de 12 milhões de utilizadores na rede de metro”, que tem atualmente em execução a expansão da linha Amarela e a construção da nova linha Rosa — esta última com conclusão prevista para o segundo trimestre de 2025.

Já a primeira fase do metrobus da Boavista estará pronta até ao verão deste ano, adiantou o mesmo responsável. No final destas empreitadas haverá uma espécie de “anel de serviço de metro e rodoviário”, ilustrou Tiago Braga, realçando que os utilizadores verão conjugados “os fatores tempo, conforto e fiabilidade, antecipando que “mais de cinco milhões” deixarão de utilizar o automóvel nas deslocações diárias.

O desincentivo à utilização do automóvel, em benefício do transporte coletivo, também foi destacado pelo autarca do Porto, durante a mesma cerimónia. “Hoje perde-se muito tempo e dinheiro em transportes de outra natureza. Estamos a desenvolver a oferta de transporte público de qualidade para depois criarmos inibições ao transporte individual. Vai ter que haver mais transporte coletivo”, defendeu Rui Moreira, assinalando o “extraordinário investimento público” na mobilidade urbana.

Crítico da fase de arranque da Linha Rubi, o presidente da Câmara do Porto reconheceu terem existido tensões durante o processo, mas considerou que elas permitiram “melhorar as decisões”. “Estou convencido que, quando tivermos a solução da mobilidade resolvida, as pessoas vão perceber que essa tensão valeu a pena e que quem levou a cabo estas obras, com dificuldades e constrangimentos, fez o que os cidadãos estavam à espera”, notou. Até porque, completou, “o transporte público é o futuro das nossas cidades [e] é preciso fazer investimento”.

Também o autarca de Vila Nova de Gaia assinalou o papel da futura Linha Rubi, que ligará Santo Ovídio à Casa da Música através de uma nova ponte, para o desenvolvimento económico e para a reabilitação urbana ao longo de todo o percurso. Assim como em prol da criação e afirmação de um território mais sustentável e acessível. Para Eduardo Vítor Rodrigues, este projeto tem “um papel vital” na transformação do território.

Houve tensões, mas foi essa tensão que permitiu melhorar as decisões. Quando tivermos a solução da mobilidade resolvida, as pessoas vão perceber que essa tensão valeu a pena e que quem levou a cabo estas obras, com dificuldades e constrangimentos, fez o que os cidadãos estavam à espera.

Rui Moreira

Presidente da Câmara Municipal do Porto

“A Linha Rubi é a espinha dorsal e um verdadeiro sistema de transporte público“, frisou o edil gaiense, defendendo, tal como o homólogo do Porto, que esta ligação será também uma “alternativa eficaz e eficiente” ao trânsito rodoviário. O autarca destacou ainda a importância desta linha homenagear “um setor económico marcante” para a região Norte e o país, uma vez que a nova travessia sobre o Douro terá a designação “Ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha”.

A 20 de dezembro, o Tribunal de Contas concedeu visto prévio ao contrato de construção da Linha Rubi. A empreitada foi atribuída ao consórcio Alberto Couto Alves (ACA), FCC Construcción e Contratas y Ventas, pelo valor de 379,5 milhões de euros, na sequência do concurso público internacional. A construção desta linha acrescenta 6,4 quilómetros à rede de metro na região do Porto e implica um investimento global de 435 milhões de euros financiados a fundo perdido pelo PRR.

Com oito estações – duas do lado do Porto (Casa da Música e Campo Alegre), e seis em Gaia (Arrábida, Candal, Rotunda, Devesas, Soares dos Reis e Santo Ovídio), a Linha Rubi contempla uma nova travessia sobre o Rio Douro — a “Ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha” — que será exclusivamente reservada à circulação do metro e à circulação pedonal e de bicicletas. A empresa já anteriormente disse que “será uma das poucas vias de comunicação deste tipo, em Portugal, que não se destina a uma finalidade rodoviária”.

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, acompanhado pelo presidente do conselho de administração na Metro do Porto, Tiago Braga, e pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, durante a sessão de lançamento do concurso público internacional para a construção da Linha Rubi do Metro do Porto.JOSÉ COELHO/LUSA 10 maio, 2023

Já o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, presente na cerimónia desta terça-feira, considerou que a Linha Rubi representa um “eixo fundamental numa zona muito congestionada que vai fazer a ligação entre vários centros de procura, como a Casa da Música, o hospital da Arrábida e a Estação das Devesas, além de se juntar à estação de comboio que vai receber a Linha de Alta velocidade”.

Referindo que “estão em curso quase cinco mil milhões de euros de investimento na mobilidade urbana na próxima década”, Duarte Cordeiro destacou a importância de se planear a mobilidade urbana, reduzindo as viagens e aproveitando o teletrabalho, por exemplo, numa “forte aposta na mobilidade sem emissões”.

“O investimento na ferrovia é crucial, mas o investimento na mobilidade do país também”, frisou, por sua vez, o primeiro-ministro António Costa. Realçou ainda a importância do “investimento global com criação de condições de acessibilidade, de renovação das frotas dos metros e do STCP ou da Carris”. No final, deixou novamente o recado: “esta obra é financiada pelo PRR, foi uma oportunidade única. Mas tem um problema: tem de estar pronta até às 24h do dia 31 dezembro de 2026”.

O presidente da Metro do Porto reconheceu, contudo, que o final de 2026 “é um prazo exigente” para construir a Linha Rubi, tendo em conta que haverá até 16 frentes de obra para a executar a empreitada.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministra admite que descentralização mostrou insuficiência de recursos transferidos

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2024

Ana Abrunhosa assumiu que "a ação social foi, de longe, a área onde se percebeu que o Estado central investia menos".

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, admitiu esta terça-feira que a descentralização permitiu perceber que os recursos atribuídos pelos ministérios, em várias áreas, eram insuficientes e que o desafio é manter as parcerias com as autarquias. A descentralização [de competências para as autarquias] “foi uma espécie de levantar o lençol” que permitiu “olhar para a realidade de uma outra maneira e perceber as insuficiências”, afirmou a ministra da Coesão Territorial.

No discurso de encerramento do Encontro “Transferência de Competências Ação Social – Municípios”, no âmbito da comemoração do primeiro ano de descentralização de competências, assinalado hoje nas Caldas da Rainha, distrito de Leiria, Ana Abrunhosa admitiu que essa realidade permitiu “perceber que os recursos financeiros atribuídos a muitas áreas, nos ministérios, eram insuficientes”, pelo que a descentralização “obrigou a reforçar [as verbas], quando essas competências foram atribuídas aos municípios”.

No encontro que juntou responsáveis pelas áreas sociais e autarcas de todo o país, a ministra assumiu que “a ação social foi, de longe, a área onde se percebeu que o Estado central investia menos” e por isso as verbas transferidas para os municípios tiveram um reforço de 66%, passando de 56 milhões de euros para 93 milhões de euros.

Após um ano de implementação da transferência de competências de ação social para as autarquias, a ministra lembrou que “persistem os problemas da pressão inflacionista”, vincando a importância de os municípios terem “os meios para ajudar as famílias”.

Sublinhando o papel da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) na negociação da transferência de competências, Ana Abrunhosa recordou que “o acordo fixado há cerca de um ano permitiu fixar os valores para os protocolos, encargos com recursos humanos, as instalações e o funcionamento do serviço”, e garantiu que esses valores “serão atualizados anualmente com a inflação e sempre que se justificar”.

A descentralização “obriga a uma resposta concertada em vários domínios, desde a habitação aos cuidados primários de saúde, passando pela educação, passando até por procurar trabalho”, disse Ana Abrunhosa, reconhecendo que “estas respostas integradas trazem desafios aos municípios”.

Convicta de que a autarquias portuguesas “fazem bem” esse trabalho, a ministra afirmou que “esse é o caminho” que o Governo pretende continuar a trilhar e que o desafio que tem pela frente “é o de manter o trabalho de parceria” entre as várias áreas governativas, a ANMP e os municípios, “num espírito constante de aperfeiçoamento da descentralização”. Até porque “descentralizar não é fazer o óbvio”, mas sim “aproveitar, também, para fazer inovação”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo da Madeira estima receita de 10 milhões de taxa turística este ano

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2024

A medida resulta do acordo de incidência parlamentar assinado entre o PAN e a coligação PSD/CDS-PP após as últimas eleições regionais, em setembro do ano passado.

O Governo da Madeira vai começar este ano a cobrar taxa turística, estimando uma receita de 10 milhões de euros, revelou esta terça-feira o secretário regional das Finanças, Rogério Gouveia.

“Neste momento, nós estimamos uma receita de 10 milhões de euros, mas é um processo que está em negociação e em diálogo com os municípios e que, naturalmente, ao longo de 2024, percorrerá o seu caminho”, afirmou o governante, na apresentação do Orçamento da Região Autónoma da Madeira para este ano, que decorreu no salão nobre do Governo Regional (PSD/CDS-PP), no Funchal.

Esta é uma medida que resulta do acordo de incidência parlamentar assinado entre o PAN e a coligação PSD/CDS-PP após as últimas eleições regionais, em setembro do ano passado. A coligação PSD/CDS-PP ficou a um deputado da maioria absoluta, tendo assinado um acordo para viabilizar o terceiro executivo chefiado pelo social-democrata Miguel Albuquerque.

O secretário regional das Finanças apelou para que este processo de implementação da taxa turística no arquipélago seja “gerido com responsabilidade e bom senso”, pedindo que “não seja um entrave aquele que tem sido o bom comportamento do destino turístico”.

“Mas que, acima de tudo, seja equitativo em todo o território, porque é assim que o produto Madeira tem sido valorizado. A Madeira vale como destino turístico como um todo e não como circunstâncias concelhias ou geográficas municipais”, acrescentou.

Entre as medidas fiscais previstas para este ano, Rogério Gouveia destacou o alargamento ao 5.º escalão de IRS a aplicação do diferencial máximo de 30% em relação ao continente, uma medida que terá um impacto de 43,1 milhões de euros nas receitas do executivo. O diferencial de 30% permitido pela Lei das Finanças Regionais já é aplicado nos primeiros quatro escalões de IRS (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares), tendo o executivo insular decidido alargar igualmente ao 5.º.

O governante exemplificou que um agregado familiar com salário mensal bruto de 4.000 euros (2.000 a cada) e dois filhos terá uma poupança de anual de 2.964,90 euros. Já um trabalhador solteiro e sem filhos que ganhe 1.000 euros por mês poupará em sede de IRS 500,21 euros, referiu.

O titular da pasta das Finanças sublinhou ainda que, “atendendo à progressividade do imposto, todos os agregados familiares da região pagarão menos de IRS”. De acordo com a proposta de orçamento regional, a receita total de IRS para este ano está estimada em 238,1 milhões de euros, correspondendo a um decréscimo de 10,8% face à previsão da cobrança de imposto para 2023.

Também em IRC (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas), o executivo madeirense estima arrecadar 202,2 milhões de euros, menos 1,9% face ao previsto para o ano anterior. O Governo Regional mantém a aplicação do diferencial de 30% no IRC e na derrama regional, alargando essa aplicação às entidades qualificadas como ‘startup’ nos primeiros 50 mil euros de faturação.

Apesar das perdas de 6,9% em impostos diretos previstas para este ano, o Governo madeirense regista aumentos nos impostos indiretos (9,1%) e nas transferências da União Europeia (144,4%), que contribuem para um acréscimo de receitas na ordem dos 197 milhões de euros.

Já questionado sobre a aplicação do diferencial de 30% no IVA, Rogério Gouveia reafirmou que a opção política do executivo regional é “primeiro esgotar o diferencial nos impostos sobre os rendimentos”, apontando que essa redução no imposto não teria impacto no preço final.

O secretário das Finanças indicou ainda que, enquanto for permitido pela União Europeia, continuará a intervir no Imposto sobre Produtos Petrolíferos no sentido de diminuir os preços, referindo que essa decisão terá um impacto orçamental de 18 milhões de euros este ano. O impacto orçamental total das medidas fiscais aplicadas em 2024 é de 159,8 milhões de euros, salientou.

Rogério Gouveia entregou hoje o orçamento, no valor de 2.238 milhões de euros, e o Plano e Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração da Região Autónoma da Madeira (PIDDAR) para 2024 ao presidente do parlamento regional, José Manuel Rodrigues.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.