Acusação do processo de António Mexia, Manuel Pinho e Manso Neto só em março

A acusação do processo dos CMEC/EDP - que envolve António Mexia, Manso Neto e Manuel Pinho - só vai conhecer a acusação em março. Quase 12 anos depois do início da investigação.

A acusação do processo dos CMEC/EDP – que envolve António Mexia, Manso Neto e Manuel Pinho – só vai ser conhecida em março. Quase 12 anos depois do início da investigação.

Segundo o despacho emitido a 14 de dezembro pelo vice-PGR, a que o ECO teve acesso, “vieram os senhores titulares do inquérito prestar informação sobre o estado da investigação, enunciando as causas que ainda determinam a pendência do processo”.

Em face dessa informação, determinou o diretor do DCIAP que se deve aguardar pelo decurso do prazo concedido para conclusão do inquérito. Tendo então o vice-PGR “tomado boa nota dos esclarecimentos prestados, mantém-se a decisão de 13 de setembro quanto ao prazo”. Ou seja: os magistrados terão de concluir o inquérito até 13 de março.

A 13 de setembro foi concedido uma prorrogação do prazo de seis meses para o MP concluir o inquérito. Ou seja: prazo esse que termina a 13 de março. Mas nesse ofício de Carlos Adérito Teixeira, o vice-PGR pedia uma prestação de contas de três em três meses. Que foi o que os magistrados do MP fizeram agora, em dezembro.

“Como já antes se consignou e ponderou, reconhecendo-se o longo tempo de pendência da investigação e a sua excecional complexidade, importa conjugar as exigências que decorrem da finalidade do inquérito e os direitos dos investigados, de modo a que, com a celeridade possível, seja um inquérito objeto de despacho de encerramento”, disse o vice-PGR.

O que é o processo dos CMEC?

Foi há 11 anos que se deu a abertura de inquérito deste processo. O foco da investigação centrava-se nas suspeitas de favorecimento do Governo, na altura de José Sócrates, à EDP. Mas com o decorrer da investigação várias outras suspeitas foram nascendo, como a dos subornos superiores a cinco milhões de euros de Salgado, ex-líder do BES, a Manuel Pinho, à data ministro da Economia de Sócrates. O processo acabou por ser dividido em dois: este relativo a Pinho, Manso Neto e Mexia, ainda sem acusação. E o segundo relativo a Pinho e Ricardo Salgado, ex-líder do BES, que já se encontra na fase de julgamento.

O caso está relacionado com os CMEC no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade. O alegado favorecimento da EDP no desenho final dos CMEC.

Em causa estão benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos por Manuel Pinho à EDP, entre outubro de 2006 e junho de 2012. Os pagamentos teriam alegadamente como destino uma nova sociedade ‘offshore’ de Pinho – chamada “Tartaruga Foundation”, com sede no Panamá – e seriam feitos pela Espírito Santo Enterprises – empresa que também é uma ‘offshore’, nas Ilhas Virgens Britânicas, e que ficou conhecida como o Saco Azul do Grupo Espírito Santo (GES).

Mexia foi constituído arguido a 2 de junho de 2017, na sequência de buscas à EDP. Tal como João Manso Neto, antigo administrador da elétrica, é suspeito de quatros crimes de corrupção ativa e de alegados subornos ao antigo ministro Manuel Pinho (Governo Sócrates), ao ex-diretor-geral da Energia Miguel Barreto e a João Conceição, antigo consultor de Pinho no Ministério da Economia e atual administrador da REN.

Quer a Mexia quer a Manso Neto, o MP imputa ainda o crime de participação económica devido ao negócio relacionado com alegadas irregularidades na adjudicação da construção da barragem do Baixo Sabor ao consórcio Grupo Lena/Odebrecht.

Supremo anula prova principal do processo EDP/CMEC

A 12 de outubro, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a principal prova recolhida no caso do processo EDP/CMEC não é válida para o processo, já que a apreensão de e-mails tem de ser feita com autorização de um juiz de instrução e não meramente por iniciativa do Ministério Público (MP), como aconteceu.

Isto pode pôr em causa todo o processo já que as provas recolhidas que sustentavam uma eventual acusação pelo Ministério Público diziam respeito a emails trocados entre António Mexia, ex-presidente da EDP, e Manso Neto, antigo administrador da empresa. Emails que agora não vão poder ser utilizados por Carlos Casimiro e Hugo Neto, os magistrados do MP titulares do processo.

A dúvida que atrasou o processo EDP/CMEC referia-se à competência para apreender emails já abertos: se era do Ministério Público (MP) ou do juiz de instrução. O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) acabou por decidir, num acórdão de fixação de jurisprudência, a que o ECO/Advocatus teve acesso, e por unanimidade, que o MP deveria ter pedido autorização ao juiz de instrução.

Isto porque, após decisões contraditórias do Tribunal da Relação de Lisboa, a defesa de Mexia e Manso Neto, a cargo de João Medeiros e Rui da Costa Pereira, decidiram avançar para o STJ. Uma das decisões considerava os emails que se encontram armazenados num sistema informático só podem ser apreendidos com um despacho do juiz de instrução. Outra decisão sublinhava que só o juiz de instrução pode apreender os emails quando estes não tenham sido abertas pelo destinatário, podendo o MP apreender os mesmos.

Agora, o STJ, vem dizer que compete ao juiz de instrução criminal “ordenar ou autorizar a apreensão de correspondência eletrónica, ou de outros registos de natureza semelhante, independentemente de estarem abertas (lidas) ou fechadas (não lidas)”, diz o texto dos juízes conselheiros. Decisão que foi tomada por unanimidade pelos 15 juízes.

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Costa considera que deixa um país melhor e preparado para enfrentar desafios

  • Lusa
  • 25 Dezembro 2023

"Nestes oito anos em que tive a oportunidade de conhecer ainda melhor os portugueses e Portugal, só reforcei a minha confiança na nossa pátria", referiu o primeiro-ministro, na mensagem de Natal.

O primeiro-ministro afirma que deixa um país melhor ao fim de oito anos de liderança de governos socialistas, considerando que Portugal está preparado para enfrentar os desafios com uma população mais qualificada e com menos dívida.

António Costa defendeu esta posição na sua nona e última mensagem de Natal enquanto primeiro-ministro, cerca de um mês e meio depois de se ter demitido da chefia do Governo por causa de uma investigação judicial e quando estão marcadas eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

“Nestes oito anos em que tive a oportunidade de conhecer ainda melhor os portugueses e Portugal, só reforcei a minha confiança na nossa pátria. É com esta confiança reforçada em cada um de vós, na nossa capacidade coletiva, em Portugal, que me despeço desejando um feliz Natal, um excelente ano de 2024 e a certeza de que os portugueses continuarão a fazer de cada ano novo um ano ainda melhor”, declarou o líder do executivo no final da sua mensagem.

Na sua mensagem, António Costa disse ter concluído que os últimos oito anos provaram que tinha “boas razões” para confiar no país.

“Juntos vencemos as angústias da pandemia; juntos temos garantido que a tragédia dos incêndios de 2017 não se repete; juntos temos conseguido mais e melhor emprego; diminuímos a pobreza e reduzimos as desigualdades; recuperámos a tranquilidade no dia-a-dia das famílias; juntos temos atraído mais investimento das empresas e conquistado mais exportações; repusemos direitos e equilibrámos as contas públicas; juntos ultrapassámos dificuldades e juntos construímos um país melhor”, advogou.

Na sua perspetiva, há razões para ter confiança que Portugal “está preparado para vencer os grandes desafios” que enfrenta.

O nosso nível de qualificações aproxima-se dos melhores padrões europeus. Recuperámos um défice que tinha séculos. E esta recuperação deve-se ao extraordinário esforço das famílias, dos jovens e, de forma persistente, das políticas públicas nas últimas duas décadas”, realçou.

No plano ambiental, “o maior desafio”, António Costa assinalou que “Portugal é o país da União Europeia em melhores condições para alcançar a neutralidade carbónica até 2045“.

“Até outubro, 63% da eletricidade que consumimos teve origem em renováveis. Este valor será de 80% até 2026. Para Portugal, o investimento na transição energética, para além do dever de contribuir para salvar a humanidade, é também uma extraordinária oportunidade económica de criação de emprego, valorização de recursos naturais e de substituir importações por exportações”, justificou.

Menos dívida, maior liberdade

Já no plano financeiro, o primeiro-ministro realçou que Portugal “conseguiu libertar-se de décadas de crónicos défices orçamentais”.

“Mas fizemo-lo com base no crescimento económico, na valorização dos rendimentos daqueles que trabalham e daqueles que vivem das suas pensões. Termos menos dívida significa maior credibilidade externa, mas significa, acima de tudo, maior liberdade para os portugueses“, considerou.

Por estas razões, de acordo com António Costa, os portugueses, podem “continuar a ter confiança no futuro“.

“A confiança de que vamos continuar a convergir com os países mais desenvolvidos da União Europeia, como voltou a acontecer nos últimos”, referiu.

Nesta sua mensagem, o primeiro-ministro assumiu também que “há problemas” que Portugal tem de ultrapassar e advertiu que “terá de haver sempre força e determinação para os enfrentar”.

“Mas temos muito trabalho em curso que não podemos parar. Perante as adversidades, temos o dever de ser persistentes e de nunca desistir. E é por isso que a mensagem que hoje vos quero deixar é, mais uma vez, uma mensagem de confiança. De confiança, em nós, portugueses; de confiança em Portugal, o nosso país”, acrescentou.

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Bloco económico liderado pela Rússia assina acordo de comércio livre com Irão

  • Lusa
  • 25 Dezembro 2023

A União Económica Euro-asiática (UEE), liderada pela Rússia, assinou esta segunda-feira um acordo de comércio livre com o Irão, durante a cimeira da organização em São Petersburgo.

“O acordo entrará oficialmente em vigor após a ratificação pelos países membros. Penso que os seus parlamentos não irão atrasar este processo e irão aprová-lo rapidamente”, afirmou o representante da UEE, Mikhail Miasnikovich, após a assinatura do acordo.

Até à data, as relações comerciais entre a UEE e a República Islâmica têm sido regidas por um acordo provisório, desde outubro de 2019.

De acordo com as previsões da UEE, a assinatura do acordo de comércio livre permitirá que o comércio triplique dos atuais 6,2 mil milhões de dólares para 20 mil milhões de dólares nos próximos cinco a sete anos.

O Presidente russo, Vladimir Putin, sublinhou que graças ao acordo praticamente todos os bens produzidos na UEE terão acesso isento de direitos ao mercado da Nação persa, onde vivem cerca de 90 milhões de pessoas.

“Os círculos empresariais dos nossos países, que mantêm relações comerciais ativas com parceiros iranianos, estão interessados neste acordo. Agora as condições para a cooperação comercial vão melhorar significativamente“, sublinhou.

No âmbito da cimeira, os países membros da UEE assinaram um roteiro para o desenvolvimento da organização até 2045.

Vladimir Putin, que presidiu à reunião, sublinhou que a declaração adotada “é um novo documento programático que prevê medidas concretas para aumentar os esforços conjuntos em áreas-chave”.

Os líderes da UEE, que inclui a Rússia, a Bielorrússia, a Arménia, o Cazaquistão e o Quirguizistão, debateram também os resultados do trabalho da organização nos últimos anos.

No discurso Vladimir Putin referiu que o comércio entre os países membros da UEE duplicou na última década.

“Gostaria de registar com satisfação que a cooperação no âmbito da UEE está a progredir com êxito e conduz a uma maior realização do potencial económico dos nossos Estados. A UEE completará em breve 10 anos e, durante esse período, o comércio quase duplicou, passando de 1,6 para 2,5 biliões de dólares”, afirmou.

O Presidente referiu ainda que a União aumentou para 90% a utilização das moedas nacionais nas trocas comerciais entre os países membros, uma tendência que “irá sem dúvida aumentar”.

A reunião contou com a presença de Nikol Pashinian, primeiro-ministro da Arménia, país que assumirá a presidência temporária da organização a partir de 1 de janeiro, apesar de Yerevan se ter afastado recentemente de Moscovo e de outras organizações pós-soviéticas lideradas pela Rússia.

No seu discurso, o chefe do governo arménio sublinhou que a UEE é “uma parceria económica que não deve ter uma agenda política e muito menos uma agenda geopolítica”.

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📹 Da população ao turismo, um retrato do país

  • ECO
  • 25 Dezembro 2023

Portugal conta com mais de 10,4 milhões de habitantes, com a idade mediana a ser de 47 anos. E como tem evoluído o preço das casas e o turismo? O ECO preparou um vídeo sobre o retrato do país.  

Portugal tinha, em 2022, mais de 10,4 milhões de habitantes, sendo que o Norte foi a região onde a população mais aumentou, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). A idade mediana em território nacional é de 47 anos, mas há quase metade (45,8%) dos municípios, cuja mediana está acima dos 50 anos. E como tem evoluído o preço das casas e o turismo? O ECO preparou um vídeo.

https://videos.sapo.pt/3SiC8S76ZfIdlMHDsj1Z

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Mais de 50 ações intentadas contra Ordem dos Advogados pelo fim do acordo com brasileiros

A presidente da AEEP revelou à Advocatus que cerca de 53 ações judiciais já foram intentadas contra a OA face ao fim do acordo com a Ordem de Advogados do Brasil, mas o número vai continuar a crescer.

Foi no início de julho que a Ordem dos Advogados (OA) deliberou, por unanimidade, cessar o regime de reciprocidade em vigor com a Ordem dos Advogados do Brasil. Cinco meses depois, a Associação dos Advogados Estrangeiros em Portugal (AEEP) avançou com ações judiciais contra a OA para exigir a nulidade da decisão. Ao todo, já foram intentadas cerca de 53 ações.

Questionada pela Advocatus, a presidente da AEEP Jennifer Dallegrave sublinhou que o número de ações judiciais intentadas contra a OA vão crescer. “Fui levantar o número atualizado. São 53 e a crescer… No tribunal administrativo e fiscal de Lisboa“, referiu.

As ações judiciais interpostas pretendem ver reconhecida pelos tribunais portugueses a ilegalidade da revogação do acordo bilateral que, segundo explicou à Lusa a vice-presidente da AEEP, Kissila Valle, apenas podia acontecer por iniciativa legislativa da Assembleia da República, e não por decisão unilateral de uma das partes.

O regime cessado permitia a inscrição na Ordem dos Advogados em Portugal de um advogado brasileiro sem que este tenha de realizar um estágio ou a prova de agregação, e vice-versa.

Ainda assim, a OA considera que a sua decisão é legítima e irá defender-se em tribunal. “Realçamos que atualmente nenhum advogado brasileiro se encontra impedido de se inscrever na OA, podendo fazê-lo nos mesmos termos que qualquer outro advogado estrangeiro oriundo de país fora da União Europeia, sendo totalmente bem-vindo pela OA, desde que cumpra os requisitos necessários”, referiram.

À Advocatus, João Massano, presidente do Conselho Regional de Lisboa da OA, explicou que estão a seguir a decisão do Conselho Geral e não estão a aceitar advogados brasileiros. “Quanto aos outros Conselhos Regionais não sei o procedimento, mas o Conselho Regional de Lisboa não está aceitar inscrições, pois tal só criaria falsas expectativas, uma vez que o Conselho Geral, de acordo com o comunicado, indeferirá”, disse.

Para a AEEP, a decisão em relação à inscrição de cerca de 100 advogados brasileiros “vem sendo arrastada pelos Conselhos Distritais da Ordem dos Advogados portugueses, violando assim direitos fundamentais destes advogados brasileiros”, e “o protelar destes processos” explica-se com a vontade de aguardar pelo novo enquadramento jurídico das ordens profissionais.

Pode a OA cessar o acordo?

O ponto final do regime de reciprocidade entre as duas ordens está a levantar uma dúvida: terá a Ordem dos Advogados legitimidade para cessar o acordo? Os advogados contactados pela Advocatus consideram que não.

“Sendo a matéria de Associações Públicas reserva relativa de competência legislativa da Assembleia da República, nos termos do Artigo 165º, n.º 1, alínea s) da Constituição da República Portuguesa, apenas a Assembleia da República poderá por fim ao regime de reciprocidade entre os advogados brasileiros e os advogados portugueses“, explicou Jane Kirkby, sócia da Antas da Cunha Ecija.

A advogada explicou que as competências da OA neste âmbito limitam-se apenas a elaborar proposta de “regulamento de registo e inscrição dos advogados provenientes de outros Estados“. “Esta regulamentação consta dos artigos 17.º e seguintes do Regulamento de Inscrição de Advogados e Advogados Estagiários aprovado em Assembleia Geral da Ordem dos Advogados de 21 de dezembro de 2015”, acrescenta.

Apesar de considerar que a OA tem competência para alterar o Regulamento de Inscrição de Advogados e Advogados Estagiários relativamente à inscrição de advogados de nacionalidade brasileira e até alterar ou cessar o Acordo de Reciprocidade, essas competências são “meramente regulamentares”.

“O que significa que está vedado a quaisquer dos seus órgãos cessar ou esvaziar o regime de reciprocidade imposto pelo n.º 1 do artigo 201.º dos Estatutos da Ordem dos Advogados, seja pela alteração ao Regulamento de Inscrição de Advogados e Advogados Estagiários, seja pela alteração ou cessação do Acordo de Reciprocidade”, disse.

Também António Sarmento de Oliveira, sócio da SPCB LEGAL, defende que a cessação do regime de reciprocidade de que gozam os advogados brasileiros, apenas pode ser determinada por ato legislativo, por envolver uma alteração dos Estatutos.

“Coisa diversa será a alteração das condições dessa reciprocidade, maxime as previstas no artigo 17º do ‘Regulamento de Inscrição de Advogados e Advogados Estagiários’, que estabelece que os advogados brasileiros que tenham formação superior realizada no Brasil ou em Portugal possam inscrever-se com dispensa da realização de estágio e da obrigatoriedade de realizar prova de agregação na OA Portuguesa”, acrescenta.

O fim do acordo

O fim do regime de reciprocidade entre a OA e a Ordem dos Advogados do Brasil foi aprovado pelo Conselho Geral da OA no início de julho. Na altura, os representantes dos advogados asseguraram que esta tomada de posição não iria afetar os processos de inscrição de advogados que se encontrem em curso.

Mas como justificou a OA o fim do acordo? Entre os motivos apontados estavam a diferença na prática jurídica em Portugal e no Brasil e as queixas recebidas.

Sede da Ordem dos Advogados.Hugo Amaral/ECO

“Embora possa ter existido uma matriz de base comum aos ordenamentos jurídicos de ambos os países, constata-se que em Portugal têm sido adotadas opções legislativas muito distintas das que são implementadas no Brasil, até por força da aplicabilidade e transposição para o direito interno português do direito da União Europeia, o que, inevitavelmente, tem contribuído para que ambos os ordenamentos jurídicos se afastem e tenham evoluído em sentidos totalmente diferentes”, referiram em comunicado.

Assim, a Ordem dos Advogados portuguesa considerou que as normas jurídicas atualmente em vigor em alguns ramos do Direito num e noutro ordenamento jurídico “já não são sequer equiparáveis”.

“É do conhecimento geral que existe uma diferença notória na prática jurídica em Portugal e no Brasil, e bem assim dos formalismos e plataformas digitais judiciais, sendo efetivo o seu desconhecimento por parte dos advogados brasileiros e portugueses quando iniciam a sua atividade em Portugal ou no Brasil, verificando-se que ocorre, por isso mesmo, a prática de atos próprios de advogado de elevada complexidade técnica, por quem não dispõe da necessária formação académica e profissional no âmbito dos ordenamentos jurídicos português e brasileiro”, justificam.

A OA sublinha ainda que existem “sérias” e “notórias” dificuldades na adaptação dos advogados brasileiros ao regime jurídico português, à legislação substantiva e processual e às plataformas jurídicas em uso corrente, “o que faz perigar os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos portugueses e, de forma recíproca os dos cidadãos brasileiros”.

Cumpre ainda salientar que foram recentemente transmitidas à Ordem dos Advogados portuguesa inúmeras queixas relativas à utilização indevida do regime de reciprocidade em vigor, o qual só deverá produzir efeitos no âmbito da inscrição como advogado nas respetivas ordens profissionais e não para a obtenção de registo ou inscrição junto de outras Ordens de Advogados ou Associações Profissionais Equiparadas de outros Estados membros da União Europeia, que não são, nem nunca foram, parte deste acordo”, acrescentaram.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) mostrou-se na altura “surpreendida” com a decisão. Em declarações ao jornal “O Globo”, a OAB apontou “discriminação” e “mentalidade colonial” e admite que vai lutar pelos direitos dos brasileiros.

“Estava em curso um processo de diálogo iniciado há vários meses com o objetivo de aperfeiçoar o acordo. A OAB, durante toda a negociação, opôs-se a qualquer mudança que validasse textos imbuídos de discriminação e preconceito contra advogadas e advogados brasileiros. A mentalidade colonial já foi derrotada e só encontra lugar nos livros de história, não mais no dia-a-dia das duas nações”, referiu a OAB.

As conversações entre as instituições decorreram entre o mês fevereiro e o mês de junho de 2023. Apesar de admitir que têm mantido um diálogo aberto com a Ordem brasileira, a Ordem dos Advogados portugueses diz que, segundo informação que foi remetida através de um email no dia 28 de junho de 2023, a OAB afirmou “não dispor de condições para poder proceder às alterações do atual regime de reciprocidade (e que mereceram o acordo de ambas as instituições no passado dia 23 de maio de 2023), nem no imediato, nem dentro de um prazo considerado por este como razoável”.

Atualmente, cerca de 10% dos advogados registados em Portugal são brasileiros. Dados avançados em dezembro de 2022 pela OA mostram que, dos cerca de 34 mil profissionais inscritos na instituição, 3.173 são brasileiros. Desses, quase 60% estão concentrados na região de Lisboa. Um aumento de quase 482%, já que em 2017 eram apenas 536 os advogados brasileiros em Portugal. Em 2019, estavam inscritos 2.270 brasileiros no total.

O acordo que existia até então entre a Ordem dos Advogados do Brasil e a Ordem dos Advogados portugueses favorecia a migração destes profissionais para Portugal, relativamente a outros. A reciprocidade entre Portugal e Brasil passou a constar no estatuto da Ordem dos Advogados Portugueses em dezembro de 2015. Atualmente, existem quase dois mil advogados nascidos em Portugal e que estão a exercer a profissão na Justiça brasileira.

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Sistema de pensões “já é deficitário”. O que propõem PS e PSD

Buraco supera os sete mil milhões, segundo o economista Jorge Bravo. Para evitar cortes futuros nas reformas, Pedro Nuno defende sistemas complementares. Montenegro quer esperar por 2028.

O sistema de pensões “já é deficitário em 7.000 milhões a 8.000 milhões de euros”, alerta o economista Jorge Bravo, em declarações ao ECO, desmontando, assim, a “farsa do Governo que tem tentado mascarar as contas, quando não revela as transferências que todos os anos são feitas” para o sistema previdencial da Segurança Social e para a Caixa Geral de Aposentações (CGA), o subsistema contributivo da Função Pública, que está fechado a novos subscritores desde 31 de dezembro de 2005.

Face ao risco de perdas para os futuros pensionistas, o que vão propor PS e PSD na corrida às eleições legislativas de 10 de março? Pedro Nuno Santos defende sistemas complementares. Luís Montenegro quer esperar por 2028.

No ano passado, o sistema previdencial apresentou um excedente do sistema previdencial, responsável pelo pagamento das pensões, de 4.059 milhões de euros, o mais alto em mais de uma década, ainda que a Caixa Geral de Aposentações tenha registado um défice de 196 milhões de euros. Contudo, o especialista em pensões esclarece que “estes números não têm em conta as transferências do Orçamento do Estado”. Ou seja, sem este tipo de reforço, “os sistemas seriam deficitários”.

De facto, e analisando o relatório do Orçamento do Estado (OE) para 2024, o Estado prevê injetar 7.080,6 milhões de euros só para pagar reformas, dos quais 6,5 mil milhões serão para a CGA e 580,6 milhões de euros para a Segurança Social.

Para o consultor científico do Instituto Nacional de Estatística (INE) e de grandes seguradoras nas áreas de gestão de risco e sistema de pensões, “não se deve separar o sistema previdencial da Caixa Geral de Aposentações, porque desde 1 de janeiro de 2006 que este subsistema já não recebe contribuições”. Os trabalhadores que entraram para a Administração Pública passaram a descontar para a Segurança Social que “passou a receber anualmente mais de 3.200 milhões de euros em contribuições”, salienta Jorge Bravo.

Mesmo considerando as transferências do OE como fazendo parte dos saldos do sistema previdencial, o que resulta em excedentes, o relatório orçamental para o próximo ano estima que “os primeiros saldos negativos ocorram em meados da década de 30, atingindo valores inferiores a -1% do PIB na década de 2040″. “Os saldos deverão manter-se negativos até ao final da projeção (-0,3% em 2060 e -0,6% em 2070)”, lê-se no documento.

Quando o sistema previdencial entrar em défice, o Estado terá de recorrer à almofada que tem para despesas com pensões, isto é, tem de acionar o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS). No final do ano passado, esta reserva estava em 22,99 mil milhões de euros, o que dava para para satisfazer apenas 17,3 meses de encargos com reformas, inferior ao ano anterior e aquém do objetivo de cobertura de dois anos.

No final de 2023, o Governo estima que a carteira de ativos do FEFSS ronde os 26,7 mil milhões de euros (10% do PIB), aumentando para 11,8% do PIB, em 2024, e 20% do PIB na década de 60, segundo o relatório do Orçamento.

Ora um sistema deficitário pode colocar em causa as pensões, avisa Jorge Bravo: “É um risco maior, porque quando o País entra em crise normalmente tem de cortar no sistema de proteção social”.

Por outro lado, a fórmula de cálculo das prestações que, a partir de 2007, deixou de considerar os 10 melhores anos, em termos salariais, dos últimos 15, passando a fazer uma média de todas as remunerações, vai penalizar os futuros pensionistas que terão reformas cada vez mais baixas em relação ao último ordenado.

Novos pensionistas arriscam perder mais de metade do salário em 2070

Vários estudos têm apontado para uma redução acentuada da taxa de substituição da pensão em relação ao último vencimento. Um relatório, de 2022, conduzido pela Nova School of Business and Economics da Universidade Nova de Lisboa para Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) concluiu que quem se reformar daqui por 47 anos, em 2070, arrisca perder mais de metade do seu salário na pensão que vier a receber.

Em 2019, a taxa de substituição do vencimento pela pensão era de 79%, segundo o mesmo estudo. Ou seja para um ordenado de dois mil euros, o trabalhador recebe 1580 euros de reforma. Mas daqui por 47 anos, as estimativas são bem mais negras e apontam para uma redução de 33 pontos percentuais, de 79% para 46%, a terceira maior quebra da Europa, logo atrás de Espanha e Letónia. Já o recuo da taxa de reposição na média da UE a 27 é de nove pontos entre 2022 e 2070. Ou seja, para um mesmo ordenado de dois mil euros, o pensionista terá uma reforma de apenas 920 euros, menos 1.080 do que a último vencimento.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) publicou recentemente uma análise sobre os riscos orçamentais e a sustentabilidade das Finanças Públicas em que cita o último Ageing Report, de 2021, da Comissão Europeia e conclui que, fruto da reforma estrutural do sistema de pensões em 2007 que procurou reforçar a sustentabilidade de longo prazo do sistema de Segurança Social, a despesa com pensões até 2070 vai baixar significativamente.

“O reforço da sustentabilidade financeira do sistema de pensões levou a uma diminuição da despesa com pensões, ou seja, a uma redução dos valores das pensões a atribuir comparativamente aos valores que se obtinham antes da aprovação desta reforma”, destaca o CFP.

Assim, e para evitar penalizações futuras nas reformas, tanto por via do défice do sistema previdencial tanto pela redução da taxa de substituição, Jorge Bravo defende a criação de sistemas complementares com empresas “como já existem na maioria dos países da Europa Ocidental”. É o chamado segundo pilar, previsto na Lei de Bases da Segurança Social, e que praticamente não tem expressão em Portugal. O terceiro pilar diz respeito aos sistemas de poupança individuais: os Planos de Poupança Reforma (PPR).

PS quer planos complementares com empresas já PSD prefere manter tudo como está

A caminho das eleições legislativas antecipadas de 10 de março, os partidos do arco da governação – PS e PSD – ainda não têm os programas eleitorais concluídos. Contudo, já é possível antever quais serão as propostas dos candidatos a primeiro-ministro.

O novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, alinha com Jorge Bravo e defende “sistemas complementares de reformas de acesso alargado, a definir no âmbito da contratação coletiva”, lê-se na moção com que se candidatou a líder socialista nas eleições internas.

“Em complemento à pensão em sistema de repartição, todos os trabalhadores devem poder beneficiar de um patamar de proteção que melhore os seus rendimentos através de um mecanismo de poupança apoiado pelo Estado, constituído por esforço conjunto dos trabalhadores e dos empregadores, privilegiadamente obtido na negociação coletiva e executado por um sistema público. A proteção complementar na reforma deve deixar de ser um privilégio de trabalhadores de salários elevados e com poder negociar individual”, de acordo com o mesmo documento.

O ECO tentou obter mais detalhes sobre a proposta que está no capítulo da moção dedicado ao reforço do Estado social e da Segurança Social, mas a assessoria de Pedro Nuno Santos afirmou que só depois do Congresso do PS, que se realiza entre 5 e 7 de janeiro, será possível dar mais informações, já com o programa eleitoral concluído.

A medida “é defendida há anos pela UGT”, revelou ao ECO o secretário-geral adjunto da federação sindical, Sérgio Monte. Para o sindicalista, a proposta de Pedro Nuno “deverá passar por acordos globais setorais entre associações patronais e federações sindicais com vista a constituição de complementos de reforma”.

Porém, reconhece que “Portugal não tem tradição nesta área e é muito difícil implementar esses sistemas, porque empresas e trabalhadores têm de descontar mais”. Ou seja, para além das contribuições para a Segurança Social, de 11% para os trabalhadores e de 23,75% para as empresas, seria necessário descontar uma parcela adicional para o sistema complementar.

Qual poderia ser a contrapartida para as empresas? “Baixar a Taxa Social Única (TSU) é um tabu”, alerta Sérgio Monte, tendo em conta o chumbo do passado. Em 2017, a UGT subscreveu um acordo com Governo e patrões que previa a redução da TSU para as empresas em 1,25 pontos percentuais, como moeda de troca para o aumento do salário mínimo, mas a geringonça conseguiu travar a medida no Parlamento diante de um PS sem maioria absoluta.

Por isso, o secretário-geral adjunto da UGT considera que “a via será a da criação de um benefício fiscal” como aquele que foi aprovado que prevê, para o próximo ano, uma majoração em 50% das deduções em sede de IRC com os custos salariais desde que os ordenados sejam atualizados acima de 5%.

Mas se o PS ganhar sem maioria absoluta vai precisar de negociar à esquerda e terá um braço de ferro pela frente com o PCP, o que pode inviabilizar a criação de sistemas complementares de reforma tal como aconteceu com a TSU em 2017. O partido, liderado por Paulo Raimundo, revelou ao ECO que é contra esta solução.

“A promoção dos sistemas complementares de reforma serve, essencialmente, os interesses dos fundos de pensões que arrecadam milhões de euros de lucros utilizando os descontos dos trabalhadores para especular das mais diversas formas. Os resultados desastrosos desses sistemas são bem conhecidos dos milhões de trabalhadores em todo o mundo que ficaram sem descontos nem reforma depois dos escândalos que levaram à falência de fundos de pensões privados, como aconteceu com a Worldcom e a Enron, nos EUA”, segundo o PCP.

Por isso, “é significativo que o PS queira fragilizar a Segurança Social e o sistema solidário de repartição, introduzindo a lógica egoísta dos sistemas complementares de capitalização, abrindo a porta a mecanismos que arriscam na especulação os descontos dos trabalhadores e as suas reformas”, criticam os comunistas.

Entre as medidas que Pedro Nuno Santos deixa antever na moção com que se candidatou às diretas do partido, há ainda a indicação de que é necessário “avaliar a taxa de formação das pensões das pessoas que estiveram desempregadas ou que, em virtude da intermitência ou precariedade, veem a estimativa das suas pensões degradada”.

O PSD de Luís Montenegro é muito mais comedido, preferindo, para já, não mexer no sistema de sustentabilidade da Segurança Social. “Se o PSD ganhar as eleições, não vamos mexer no sistema de pensões nos próximos quatro anos, porque o importante é haver estabilidade e confiança no Estado social”, indicou ao ECO Pedro Duarte, coordenador do Conselho Estratégico Nacional (CEN) dos sociais-democratas. “Estamos a falar de um contrato social e as pessoas não podem estar sujeitas a alterações imediatistas”, reforçou.

“Primeiro vamos estudar, promover um debate na sociedade e, a partir das conclusões que forem tiradas, o PSD apresentará uma proposta daqui por quatro anos, na campanha eleitoral seguinte”, ou seja, para as legislativas de 2028. O cenário ideal seria “um pacto de regime com o PS”, sublinha, acrescentando que “o PSD não se opõe à criação de sistemas complementares de pensões”, como propõem os socialistas.

A única medida que o PSD vai propor passa pelo aumento faseado do complemento solidário para idosos para 820 euros, ao longo dos quatro anos da próxima legislatura.

De recordar que, no ano passado, o atual Governo criou uma Comissão para a Sustentabilidade da Segurança Social que ficou encarregue de apresentar propostas para a reforma do sistema de pensões, numa altura em que o Executivo temia um rombo nas contas públicas com uma atualização das prestações em linha com uma inflação muito elevada de 7,8%. O relatório devia ser apresentado no final deste ano, mas foi adiado duas vezes: primeiro para janeiro e, perante a convocação de legislativas antecipadas para 10 de março, para depois do ato eleitoral.

Ainda não são conhecidas as conclusões, mas, em julho do ano passado, aquando da constituição daquele grupo de peritos, a coordenadora, Mariana Trigo Pereira, deu entrevistas, apontando algumas soluções que poderiam estar em cima da mesa: taxar os lucros das empresas, aumentar as contribuições para a Segurança Social ou incentivar as poupanças dos contribuintes através de sistemas individuais e/ou coletivos.

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António Costa faz hoje a sua nona e última mensagem de Natal como primeiro-ministro

  • Lusa
  • 25 Dezembro 2023

Há um ano, então à frente de um Governo com maioria absoluta, na sequência das legislativas, António Costa disse que havia razões para os portugueses terem confiança.

António Costa faz esta segunda-feira a sua nona e última mensagem de Natal como primeiro-ministro, um mês e meio após a sua demissão, em 07 de novembro.

Há um ano, então à frente de um Governo com maioria absoluta, na sequência das legislativas, António Costa disse que havia razões para os portugueses terem confiança, apesar do cenário de incerteza internacional, numa referência à guerra na Ucrânia.

E salientou que a trajetória de redução do défice e da dívida colocava Portugal “ao abrigo das turbulências do passado”, o que valeu uma crítica dos partidos da oposição ao autoelogio em tempos de inflação elevada.

A mensagem de Natal de António Costa será transmitida pelas 21:00 através das televisões.

No dia 07 de novembro, pela primeira vez na história da democracia portuguesa, houve buscas na residência oficial do primeiro-ministro – na sala de trabalho do seu então chefe de gabinete Vítor Escária – no âmbito de uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios de lítio e hidrogénio.

Horas depois, um comunicado da Procuradoria-Geral da República informou, no último parágrafo, que o primeiro-ministro era alvo de um inquérito no Supremo Tribunal de Justiça a partir dessa investigação.

Logo a seguir, António Costa pediu a demissão, o Presidente da República aceitou e dois dias depois Marcelo Rebelo de Sousa marcou eleições antecipadas para 10 de março.

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Marcelo acompanha “momento muito difícil” no Global Media

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2023

O Presidente da República afirmou hoje que tem acompanhado, através da sua Casa Civil, o "momento muito difícil" do Global Media Group (GMG), detentora de "grandes títulos" como o JN e a TSF.

O Presidente da República afirmou hoje que tem acompanhado, através da sua Casa Civil, o “momento muito difícil” do Global Media Group (GMG), detentora de “grandes títulos” como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF. “Eu tenho acompanhado também. Tem sido a Casa Civil que tem vindo a acompanhar o que se passa“, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas, no Barreiro, distrito de Setúbal.

O chefe de Estado adiantou ainda que no sábado abordou esse assunto com o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva. “Ainda ontem [sábado] estive com o senhor ministro da Cultura que me disse que ia haver audições na Assembleia da República pedidas pelos deputados e que ele próprio está a acompanhar a situação”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República afirmou também que se trata de um “momento que aparentemente é muito difícil na vida de um grupo muito prestigiado com grandes títulos“, dando os exemplos do Diário de Notícias, do Jornal de Notícias e da TSF. “É sintomático que a Assembleia da República, que está com muito trabalho, tenha conseguido encontrar tempo e espaço para poder receber os jornalistas e tratar desse assunto”, disse.

No dia 6 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva da GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.

A Administração do GMG abriu um programa de rescisões por mútuo acordo, para trabalhadores até 61 anos, com contrato sem termo, sendo que as compensações serão divididas por 18 meses, segundo um comunicado interno, divulgado em 11 de dezembro.

Na semana passada, as direções do Jornal de Notícias, TSF, O Jogo e do Dinheiro Vivo apresentaram demissão, na sequência deste processo de reestruturação.

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Marcelo diz que filho se reuniu com governante porque não o conseguiu via Presidência

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2023

Marcelo afirmou que o seu filho se reuniu com o então secretário de Estado da Saúde sobre as gémeas que foram tratadas no Santa Maria, porque não o conseguiu através da Presidência da República.

Sem nunca referir o nome do seu filho Nuno Rebelo de Sousa, o Presidente da República disse este domingo aos jornalistas que acompanhou as últimas notícias em que ex-secretário de Estado da Saúde Lacerda Sales admite ter-se reunido com o filho do Presidente da República sobre o caso das gémeas.

“Eu acompanhei estas últimas notícias desta semana e penso que ficam claras três coisas: a primeira é que quem organizou, quem fez esse encontro, essa audiência, essa conversa fê-lo porque não conseguiu chegar onde queria por outro caminho, que era através do Presidente e da Presidência da República, por isso é que foi a seguir tentar outra coisa, porque não tinha obtido aquilo que queria”, disse.

O Presidente da República foi esta tarde questionado por jornalistas ao chegar ao Barreiro para cumprir a tradição de aí beber uma ginjinha na véspera de Natal. Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que só agora se soube desse encontro, após quatro anos de se ter realizado.

“Eu em particular e tenho muita pena de não ter sabido há quatro anos e tal porque era nessa altura que eu devia ter sabido e não nesta altura, mas isso diz respeito às relações pessoais e é evidente que, pessoalmente, retiro as conclusões de não ter sido dito o que devia ter sido dito o que permitiria intervir para que não tivesse acontecido o que aconteceu”, referiu

Apesar deste caso, o Presidente da República disse que lhe serve de “consolação” que “os portugueses estão firmes, e a sondagem que acabou de sair mostra que mantêm 65% de confiança no Presidente, não trocam o conhecimento do Presidente de há 20 ou 30 anos por dois ou três meses em que tem havido crise política, em que houve muitas notícias e muitas informações contrárias ao Presidente”.

Em entrevista ao Expresso, Lacerda Sales admite ter-se reunido com o filho do Presidente da República, num encontro em que Nuno Rebelo de Sousa lhe falou do caso das gémeas.

Lacerda Sales conta que foi o filho do Presidente da República a pedir uma reunião, “com o objetivo de apresentar cumprimentos”, e que, durante o encontro, falou do caso das duas crianças com atrofia muscular espinhal, que viriam a ser tratadas no Hospital de Santa Maria com um fármaco de dois milhões de euros (por pessoa).

“Disse-me que conhecia duas crianças luso-brasileiras com AME, com perto de 1 ano, e que seria importante fazerem um medicamento (Zolgensma) até cerca dos 2 anos. Não me deu conta de que haveria um processo paralelo do ponto de vista formal, que tinha havido contactos com a Estefânia, com a Casa Civil, que esse contacto tinha ido para o gabinete do primeiro-ministro e para o Ministério da Saúde”, afirma.

O ex-governante conta igualmente que o filho do Presidente da República lhe perguntou qual seria a amplitude da sua intervenção e que lhe respondeu que “trataria este caso como todos os outros, sem privilégio”.

O caso das duas gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em Portugal, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo total de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI, em novembro, e está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

Uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.

Segundo o relatório da auditoria interna pedida pelo Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), os controlos internos de admissão, tratamento e monitorização dos tratamentos a crianças com atrofia muscular espinhal entre 2019 e 2023 foram respeitados, à exceção da “referenciação de dois doentes para a primeira consulta de neuropediatria”.

O documento refere ainda que as duas meninas foram referenciadas (através do pedido de consulta) pelo então secretário de Estado da Saúde, uma situação que Lacerda Sales continua a negar.

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Manchester United vende 25% do capital ao dono da INEOS

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2023

O Manchester United vendeu 25% do capital ao multimilionário Jim Ratcliffe, dono da INEOS, uma das maiores empresas químicas do mundo, anunciou hoje o clube.

Com este acordo, Ratcliffe vai injetar 330 milhões de euros no Manchester United, montante que será direcionado para investimentos em transferências de jogadores como na renovação de Old Trafford e outras infraestruturas, ficando o inglês responsável pelas operações desportivas.

A família Glazer, proprietária do clube desde 2005, lançou em 2022 um processo de venda parcial ou total da sua participação no clube, que ficou agora encerrado, com o objetivo de manter o sucesso financeiro, mas, sobretudo, alcançar resultados desportivos.

O Manchester United, onde atuam os futebolistas Diogo Dalot e Bruno Fernandes, não vence a Premier League desde 2013, ano em que o lendário técnico escocês Alex Ferguson abandonou o clube.

O acordo terá agora que passar pela aprovação da Premier League, processo que deverá demorar entre seis e oito semanas.

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Marcas promovem a solidariedade com campanhas de Natal

Para ajudar crianças carenciadas, angariar fundos para instituições que apoiam idosos isolados ou captar voluntários para o combate ao desperdício alimentar, marcas apostas no apelo à solidariedade.

O Natal, além de ser uma altura particularmente marcada por um reforço de comunicação, é também uma época propícia à solidariedade. Neste sentido, muitas marcas e empresas aliam as duas vertentes e investem na divulgação de causas sociais.

“A Solidariedade é contagiosa. Contagie e deixe-se contagiar…” – Costa Verde

A empresa de porcelanas Costa Verde lançou pelo décimo ano consecutivo uma campanha de Natal solidária. Todos os seus colaboradores e parceiros são convidados a doar produtos alimentares, vestuário, calçado e outros utensílios para serem entregues a uma associação de Vagos – concelho onde a empresa está sediada – para que esta distribua os produtos junto das famílias carenciadas desse município.

“Natal é Doar e Receber” – Mundicenter

Entre 7 e 16 de dezembro a Mundicenter promoveu uma campanha de Natal com o objetivo de apoiar a Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Cancro, através da realização de uma ativação em seis dos seus shoppings (Amoreiras Shopping Center, Arena Shopping, Braga Parque, Forum Aveiro, Oeiras Parque e Spacio Shopping). Ao longo desses 10 dias, os espaços da Mundicenter ofereceram 165 mil euros em Mundicenter Gift Cards e deram a possibilidade dos seus visitantes ajudar na missão solidária de apoiar a Associação Acreditar. Os participantes, além de ser habilitarem a prémios, contribuíam para o objetivo coletivo da doação de 30 mil euros à Associação Acreditar.

“Natal Solidário” – BPlanet

O BPlanet, centro comercial e retail park, desafia os seus visitantes a personalizarem e colocarem adornos na árvore de Natal do centro comercial, localizada na Vila do Pai Natal. Por cada adorno entregue, o BPlanet compromete-se a doar um euro à instituição local selecionada.

“Ajude uma criança a sorrir” – BPI

Já o BPI pretende oferecer presentes de Natal a crianças apoiadas por cerca de 250 instituições de solidariedade social, mobilizando os seus colaboradores e clientes. As Árvores de Natal dos espaços comerciais do BPI foram decoradas com cartões que representam um presente para uma criança carenciada apoiada por uma instituição social. Para os interessados em contribuir é necessário pedir um cartão, comprar o presente aí inscrito e entregá-lo, devidamente embrulhado, no mesmo local. Ao longo dos 11 anos em que tem sido desenvolvida, esta iniciativa permitiu distribuir cerca de 155 mil presentes.

“Presentes Solidários” – FEC

A FEC (Fundação Fé e Cooperação) lançou uma nova edição da sua campanha de Natal “Presentes Solidários”, com os presentes deste ano a contribuírem para uma educação e saúde de qualidade nos oito países lusófonos. É proposta a oferta de sapatilhas e mochilas a crianças de Timor-Leste, kits de medicamentos e nutrição para um hospital pediátrico na Guiné-Bissau, ou de material escolar necessário para crianças em Angola, Brasil e Cabo Verde. Ao longo de 17 edições a FEC já entregou 43 mil presentes – num total de 596.803 euros angariados – a comunidades vulneráveis nos oito países lusófonos.

“Unidos por Sorrisos” – UPS

Na sua terceira edição, a campanha “Unidos por Sorrisos”, da UPS, pretende angariar brinquedos e livros para levar a alegria natalícia até às crianças em situação de vulnerabilidade. A campanha deste ano abrange 43 localidades portuguesas e conta com 50 lojas UPS Access Point, disponíveis para recolher donativos até 11 de janeiro de 2024. É possível doar brinquedos ou livros em bom estado para que outras crianças possam desfrutar da sua prenda de Natal. Estes serão entregues à Casa da Criança de Tires à Cerporto.

“Em cada oportunidade, estás tu” – Ajuda em Ação

A nova campanha de Natal da Ajuda em Ação desafia os portugueses, até ao final do ano, a devolverem a oportunidade que um dia lhes foi dada e oferecê-la a quem mais precisa. Os donativos podem servir para comprar mais tecidos para o programa de costura que dão origem a peças únicas produzidas pelas mulheres que fazem parte do projeto, sendo depois vendidas por para lhes trazer mais rendimentos, ou para continuar a implementar programas como o “Bora Jovens”, que já integrou mais de 150 jovens no mercado de trabalho, ou o como “A Minha Escola é Cool”, que melhorou o aproveitamento escolar de muitas crianças desde que se iniciou”, explica Linda Morango, diretora de marketing e angariação de fundos da Ajuda em Ação Portugal, em comunicado. À campanha associaram-se personalidades como a apresentadora Luísa Barbosa, o cantor Matay, a designer de moda Roselyn Silva ou a artista Sara Correia.

“Combater o desperdício alimentar: uma Tradição bem Portuguesa” – A Padaria Portuguesa

Neste Natal, A Padaria Portuguesa lançou uma campanha de angariação de novos voluntários para a Refood, tendo como objectivo envolver mais pessoas no combate ao desperdício alimentar. No spot é o próprio fundador da Refood, Hunter Hadler, que encarna num “Pai Natal” que entrega “sonhos”, fazendo-se o paralelismo com a sua atividade diária de entrega de refeições. A Padaria Portuguesa vai também doar um euro pela venda de cada Lata de Música com bolachas de Gengibre/Canela e Cacau para iniciativas de combate ao desperdício alimentar.

“Uma Música de Natal Diferente” – Aldi

O Aldi apresentou, na campanha de Natal, um jingle que conta com a participação da Skoola, uma academia de música urbana para jovens entre os 10 e 18 anos que visa a promoção da inclusão social e a igualdade de oportunidades de crianças e jovens da Área Metropolitana de Lisboa. A marca vai contribuir com 50 mil euros para apoiar a missão desta Academia, que perdeu este ano o financiamento que assegurava a atribuição de bolsas a jovens que queriam estudar música.

“Árvore Solidária” – Altice Arena

Este ano a Altice Arena junta-se ao projeto “Árvore Solidária”, numa iniciativa em parceria com a Have a Nice Day e Vizinhos à Janela, convidando todos aqueles que forem ao seu espaço a levar consigo alimentos não perecíveis de forma a contribuírem para fazer crescer esta árvore e ajudar aqueles que mais necessitam. A entrega dos donativos é feita no recinto, ao pé da garagem da Altice Arena, sendo estes entregues às associações Ajuda de Mãe, Sol Fraterno, Família Solidária, CrescerSer, Casa da Criança – Fundação Champagnat, Projeto Gira no Bairro e Gmasa. A Altice Arena é responsável pela logística e custos da ação e contribuirá ainda com um montante que será convertido em alimentos.

“Uma missão na serra algarvia” – Grupo Renascença Multimédia

A campanha deste ano das rádios do Grupo Renascença Multimédia tem como objetivo equipar o Centro Paroquial de Cachopo. Trata-se de uma instituição que combate diariamente a solidão dos mais velhos, na aldeia de Cachopo, uma das freguesias mais isoladas da serra algarvia, e que vai ser ampliado e preparado para receber mais utentes. Os novos quartos a serem construídos precisam de ser equipados com material específico, pelo que é nesse sentido que a Renascença, RFM e Mega Hits apelam à solidariedade dos seus ouvintes.

“#DoaOteuFeed” – Fundação PHC

A campanha de Natal da Fundação PHC tem como objetivo incentivar a comunidade a utilizar as suas redes sociais para promover associações de caridade, desafiando as pessoas a transformarem os feeds de redes sociais em plataformas de consciência social dedicado a associações que necessitam de visibilidade e apoio. Para aderirem a esta iniciativa, basta que escolham uma associação local a quem queiram dar visibilidade e partilhem com o hashtag #DoaOteuFeed. A campanha conta já com a participação de personalidades como Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças, e Rita Piçarra, ex-CFO da Microsoft.

“A ajuda mora ao lado” – Missão Continente

Promovida pela Missão Continente, a campanha visa apoiar cerca de mil instituições locais (na proximidade das mais de 300 lojas Continente em todo o país), decorrendo até ao dia 7 de janeiro em todas as lojas Continente, Continente Modelo e Continente Bom Dia, através da venda de vales de 1 e 5 euros. Aos clientes é dada, pela primeira vez, a opção de escolher a instituição local que querem apoiar, com três opções por loja. O saldo do Cartão Continente pode ser utilizado para comprar vales.

 

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Sindicatos e APED divergem sobre efeitos de greve nos supermercados

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2023

Há supermercados na região da Grande Lisboa estão encerrados ou a funcionar a meio-gás devido à greve de dos trabalhadores, indicou fonte sindical, mas a APED indica "normal funcionamento".

A greve de trabalhadores do comércio estará a limitar ou mesmo encerrar supermercados em Lisboa e Porto, garantem os sindicatos que promoveram a iniciativa, mas fonte oficial da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) disse à Lusa que os seus associados “não registaram, até ao momento, nenhuma perturbação no normal funcionamento da operação das suas lojas e os consumidores estão a ter uma afluência tranquila para esta época do ano”.

Segundo afirmou à Lusa Filipa Costa, presidente do Cesp – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, alguns supermercados na região da Grande Lisboa estão encerrados ou a funcionar a meio-gás devido à greve de hoje dos trabalhadores do comércio por melhores salários, indicou fonte sindical. A paralisação de 24 horas, que começou às 00h00 e termina às 23h59, terá levado ao encerramento de supermercados Minipreço em Lisboa, Amadora, Odivelas e Barreiro. A dirigente adiantou, num primeiro balanço às 10h00, que alguns supermercados Pingo Doce estão a funcionar com quase metade do pessoal na zona de Lisboa e um posto de combustível em Braga está fechado.

Os trabalhadores reclamam aumentos salariais de, pelo menos, 150 euros mensais e o respeito pelos horários laborais. Segundo Filipa Costa, não é admissível que, num contexto de “aumento do custo de vida”, os trabalhadores continuem a receber o salário mínimo ou “pouco mais” e os lucros das empresas “tenham aumentado exponencialmente”.

A dirigente sindical salientou ainda o “desrespeito generalizado” pelos horários de trabalho. “Há falta de trabalhadores e as empresas não querem contratar”, alegou a presidente do Cesp, sindicato que exige ainda o encerramento do comércio aos domingos e feriados e a redução horária até às 22:00 nos outros dias.

Já o Sitese – Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços reclamou também uma “forte adesão” no primeiro dia de greve nas empresas de distribuição. “A adesão dos trabalhadores no Grande Porto é forte e está a ser superior à que se verifica por todo o país”, disse à agência Lusa Pedro Lopes, presidente do Sitese, adiantando que “são dois dias de afluência muito grande no setor na ótica do consumidor, mas a greve no domingo vai demonstrar o impacto ao nível das equipas de trabalho”.

O dirigente sindical referiu ainda que a greve “não pretende atingir o consumidor final, mas sim forçar os empregadores a mudarem a sua política salarial, já que neste setor os trabalhadores têm salários e níveis de qualidade de vida muito baixos”. Além disso, enfatizou que “os salários são muito desequilibrados neste setor”.

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