Carmo Wood investe em formação e retenção de talento para “revolucionar” setor da madeira

Carmo Wood investiu mais de 300 mil euros no projeto Carmo Academy para formar mais de 300 colaboradores. Líder da empresa acredita que “a madeira poderá vir a tornar-se no “cimento” do futuro.

A portuguesa Carmo Wood, que se assume como líder europeia em madeira tratada, acaba de lançar o projeto “Carmo Academy” que tem como objetivo a formação e retenção de talentos. Com este investimento superior a 300 mil euros, a empresa — que tem fábricas em Oliveira de Frades, Pegões e Almeirim — quer “elevar o padrão do setor da construção em madeira em Portugal”.

“A madeira poderá vir a tornar-se no «cimento» do futuro no mercado nacional. Deixou de ser apenas tendência para se afirmar como alternativa sólida aos métodos tradicionais”, refere Jorge Carmo, presidente da Carmo Wood.

Queremos estar um passo à frente do mercado e afirmar a nossa liderança no setor com experiência e know-how que nos preparem para sermos o parceiro ideal para projetos que envolvam madeira. Para isso, é fundamental a continua formação das nossas equipas; razão pela qual lançámos um projeto sustentado de formação, a Carmo Academy”, acrescenta, em comunicado.

A madeira poderá vir a tornar-se no “cimento” do futuro no mercado nacional. Deixou de ser apenas tendência para afirmar-se como alternativa sólida aos métodos tradicionais.

Jorge Carmo

Presidente da Carmo Wood

Até ao final do ano, a Carmo Academy terá completado um total de 80 formações, beneficiando, diretamente, mais de 300 colaboradores Carmo Wood. A empresa explica, na mesma nota, que a Carmo Academy “oferece programas de formação individual personalizados, adaptados para atender às necessidades específicas de desenvolvimento de cada colaborador”.

Rita Barroso, Responsável por RH e desenvolvimento, detalha que “um dos elementos diferenciadores cruciais da Carmo Academy reside na sua ênfase em formações em grupo, onde toda a equipa participa ativamente, trabalhando em simultâneo o desenvolvimento e aprendizagem de competências técnicas, mas também, competências interpessoais e o desenvolvimento dos laços da equipa”.

Fundada há 43 anos, a portuguesa Carmo Wood é composta por um conjunto de dez empresas, emprega mais de 400 colaboradores, conta com um volume de negócios de 97,5 milhões de euros e exporta para mais de 40 países.

No portefólio conta com obras emblemáticas, como os Passadiços de Paiva, Mondego, Nisa, Foz Côa e Alvor, o Observatório de Aves em Vila Franca de Xira ou a Ponte Calçada de Carriche, tendo também participado na reabilitação do Mercado do Bolhão, no Porto. Um dos projetos mais recentes foi a construção dos passadiços para o polémico altar-palco da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), uma obra de 3,3 milhões.

Ao nível de inovação, Jorge Milne e Carmo já disse, em entrevista ao ECO, que está a apostar na construção de prédios em altura em CLT – Cross Laminated Timber (madeira laminada cruzada). “A construção em madeira explodiu. O aço foi o material de construção do século XIX, o betão armado do século XX e a madeira está a ser o material de construção do século XXI pela sua sustentabilidade“, sustentou.

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Salários na Função Pública aumentam 52 euros ou 3% em 2024. Veja a tabela

Diploma publicado em Diário da República no espaço de apenas duas semanas desde que foi aprovado pelo Governo demissionário. Ordenado mínimo no Estado sobe para 821,83 euros.

A atualização salarial na Função Pública para o próximo ano, de 52,63 euros para ordenados até 1.754,49 euros e de 3% para vencimentos superiores, foi publicada esta quarta-feira em Diário da República, duas semanas depois de o Governo demissionário ter aprovado o diploma em Conselho de Ministros. Em termos nominais, os aumentos oscilam entre 52,53 euros e 198,63 euros (ver tabela em baixo).

 

A publicação do decreto-lei acontece também em plena véspera do arranque da votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2024. O objetivo é concluir todos os processo negociais com os sindicatos antes da publicação do decreto de demissão, em inícios de dezembro, com a mira nas eleições antecipadas de 10 de março.

“A remuneração base mensal dos trabalhadores que auferem uma remuneração entre 769,20 euros 1754,49 é atualizada em 52,63 euros”, de acordo com o decreto publicado em Diário da República. Já “a remuneração base mensal dos trabalhadores que auferem uma remuneração igual ou superior 1754,50 euros é atualizada em 3 %”, de acordo com o mesmo texto legal.

A Base Remuneratória da Administração Pública (BRAP), vulgo ordenado mínimo no Estado, vai subir de 769,2 euros para 821,83 euros, ou seja, mais 52,63 euros, o que corresponde a uma subida de 6,8%.

Para além disso, “os suplementos remuneratórios que tenham por referência a atualização salarial anual da função pública ou dos níveis da TRU [Tabela Remuneratória Única] são atualizados em 3%”, determina ainda o mesmo diploma. De ressalvar que estes suplementos nada têm a ver com ajudas de custo, subsídio de transporte e trabalho suplementar, cujos valores irão subir por proposta do Orçamento do Estado para 2024.

“Mantendo-se a incidência no desenvolvimento e na execução das medidas de valorização e capacitação dos trabalhadores em funções públicas, no rejuvenescimento e na elevação da capacidade de atração e retenção dos melhores profissionais, na definição de serviços públicos de qualidade enquanto instrumento para a redução das desigualdades e para a melhoria das condições de vida de todos, procede-se à alteração da base remuneratória e à atualização do valor das remunerações da Administração Pública para 2024, indo novamente além do compromisso firmado no referido acordo“, destaca o Governo no diploma, assinado pelo primeiro-ministro, António Costa, pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e pelo ministro das Finanças, Fernando Medina.

Ainda assim, os aumentos salariais agora aprovados ficam, contudo, aquém das reivindicações dos três sindicatos que representam os funcionários públicos. A Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) propôs uma atualização salarial de 6% com um mínimo de 80 euros no próximo ano e uma subida do subsídio de alimentação dos atuais seis euros para 7,50 euros por dia. Enquanto o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e de Entidades com Fins Públicos (STE), também afeto à UGT, reivindicou uma subida de 5%.

Mais ambiciosa, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (Frente Comum), da CGTP, exigiu um aumento de 15% com um mínimo de 150 euros por trabalhador.

Por outro lado, o salário mínimo no Estado vai continuar a pagar IRS e a fazer retenção na fonte no próximo ano, apesar da diferença de menos de dois euros face ao ordenado do privado (820 euros), que se irá manter livre do imposto e de descontos. Pelo menos, é esta a decisão do atual Executivo que está prestes a cair, depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter pedido a exoneração do cargo ao Presidente da República, na sequência de buscas no âmbito da Operação Influencer, que está a investigar suspeições de corrupção ligadas aos negócios do lítio, hidrogénio verde e dos dados em Sines.

Subsídio de alimentação congelado

De salientar que, para 2024, o valor do subsídio de refeição fica congelado nos seis euros por dia, depois de, este ano, o Governo ter aumentado aquele apoio de 5,20 euros para os atuais seis, o que corresponde a uma subida de 0,80 euros ou de 15,4%.

Recorde-se que o subsídio de alimentação decretado para a Função Pública determina o valor até ao qual aquele apoio está isento de IRS tanto no Estado como no setor privado. Assim, se o apoio for pago por transferência bancária, o teto livre de imposto é de 132 euros por mês, considerando 22 dias úteis de trabalho. No caso de cartão refeição, aquele valor sobe para 9,6 euros por dia ou 211,2 euros por mês.

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CMVM lança simulador para empresas testarem opções de financiamento no mercado de capitais

Com a sandbox Market4Growth, a CMVM pretende dar às empresas a oportunidade de testar as várias opções de financiamento através do mercado de capitais, num ambiente simulado e de forma personalizada.

A sandbox Market4Growth é a mais recente iniciativa da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que vai permitir a uma empresa simular a sua atuação no mercado. O objetivo é dar às empresas a oportunidade de testar as várias opções de financiamento através do mercado de capitais, “num ambiente simulado e de forma personalizada, em função das suas necessidades”.

Segundo explica a CMVM em comunicado, as empresas que forem selecionadas para a iniciativa vão contactar diretamente com o supervisor e com uma “rede alargada de entidades especializadas”, que irão ajudá-las no processo de diagnóstico de financiamento através do “mercado bolsista ou de capital de risco, simulação de acesso e permanência no mercado bolsista”.

Qualquer empresa nacional ou estrangeira pode aceder à sandbox, podendo beneficiar das “opções proporcionadas pelo mercado de capitais português”. Para se inscreverem, só precisam de preencher um formulário online até dia 19 de janeiro de 2024.

“A seleção das empresas participantes obedece a critérios previamente definidos e relacionados, entre outros fatores, com o grau de intenção de entrada no mercado de capitais e o perfil financeiro e de negócio da empresa”, explica a CMVM.

Assim, depois de um diagnóstico, as entidades selecionadas vão poder experienciar o processo de financiamento através de capitais próprios ou dívida, “incluindo a ligada a sustentabilidade”, ou outras formas de acesso ao mercado, como a venda de parte do capital ou a admissão em mercado, em três fases.

Na primeira fase será feito um diagnóstico do grau de preparação e das necessidades da empresa, quer relativamente ao tipo de financiamento mais adequado, quer às medidas a adotar para iniciar o processo de acesso ao mesmo.

Já na fase seguinte, que se destina às empresas que pretendem testar o acesso à bolsa, será realizada a simulação do processo de financiamento ou de acesso ao mercado. Nesta etapa, as selecionadas vão poder “estruturar os documentos preparatórios”, como prospetos ou relatórios de sustentabilidade, “estruturar um roadshow” e “simular a apresentação da empresa a potenciais investidores e analistas”.

Por fim, na última fase, que é apenas para as empresas que pretendam testar o acesso à bolsa, será feita uma simulação da presença em mercado, nomeadamente com a divulgação de informação relevante e o reporte à CMVM.

“Contudo, as empresas terão sempre a possibilidade de escolher as fases pelas quais querem passar“, alerta o supervisor.

No comunicado, a CMVM garante que, com esta iniciativa, pretende “desmistificar” a ideia de um mercado de capitais “complexo e inacessível” e “potenciar” a entrada em mercado de novas empresas.

Entre os parceiros desta iniciativa estão consultores legais, bancos de investimento, agências de rating, especialistas em governo societário e sustentabilidade, associações profissionais representativas da atividade de capital de risco e a Euronext.

“A sandbox Market4Growth conta também com o apoio transversal de vários parceiros institucionais ligados ao tecido empresarial nacional de natureza privada (associações empresariais e a Startup Portugal) e de natureza pública, nomeadamente a AICEP, o Banco Português de Fomento, o IAPMEI e o Turismo de Portugal”, explicam.

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Marcelo promulga diploma que prevê estágios remunerados para professores

  • Lusa
  • 22 Novembro 2023

"Apesar dos riscos dificilmente evitáveis de alguns custos qualitativos, atendendo à situação de carência vivida", o Chefe de Estado promulgou diploma que alarga as habilitações para dar aulas.

O Presidente da República promulgou esta quarta-feira, com um alerta para “custos qualitativos”, o diploma que altera as regras para educadores e professores poderem dar aulas nas escolas e que prevê, entre outras mudanças, o regresso dos estágios remunerados.

“Apesar dos riscos dificilmente evitáveis de alguns custos qualitativos, atendendo à situação de carência vivida, o Presidente da República promulgou o diploma do Governo que altera o regime jurídico da habilitação profissional para a docência na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário”, refere a nota da Presidência que dá conta da promulgação.

Depois de um longo período negocial que terminou sem o acordo dos sindicatos, o Governo aprovou no início deste mês o decreto-lei que altera o regime jurídico da habilitação profissional para a docência na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário, que foi hoje promulgado por Marcelo Rebelo de Sousa.

As novas regras, que entram em vigor no próximo ano letivo, permitem aumentar o número de candidatos à formação para a docência, sendo esta uma das medidas do Governo para aumentar o número de educadores e professores nas escolas públicas.

O ministro da Educação, João Costa, tem defendido que o novo diploma irá ajudar a fazer face à necessidade de professores que o país enfrenta e enfrentará nos próximos anos.

Até 2030 será preciso contratar cerca de 30 mil docentes, segundo um estudo da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, em colaboração com a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), que alertou para a necessidade de avançar com medidas urgentes sob pena de os alunos ficarem sem professores.

O novo diploma define que os professores estagiários terão turmas atribuídas, em horários de 12 horas letivas, em vez de terem apenas algumas aulas assistidas. Os estágios serão remunerados de acordo com o primeiro índice de carreira e, tal como pedido pelos sindicatos, o tempo de serviço em estágio contará para concurso e futuras progressões após o ingresso na carreira.

Os professores orientadores nas escolas terão uma redução da componente letiva para poderem acompanhar os estagiários, com um mínimo de três horas de redução de componente letiva (quando acompanham apenas um estagiário), e um máximo de seis horas (para o acompanhamento de quatro estagiários).

O novo diploma atribui mais autonomia às Instituições de Ensino Superior (IES) para que possam avaliar as qualificações e habilitações dos licenciados que se candidatem aos mestrados em ensino. O diploma entrará em vigor no próximo ano letivo, 2024/2025, para que as IES tenham tempo para reorganizar o plano de estudos de acordo com as novas regras.

 

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Sete em cada dez CEO portugueses otimistas sobre crescimento da economia

Estudo revela ainda que a maioria dos CEO portugueses estão otimistas sobre as suas empresas, com 90% dos inquiridos a esperarem que as mesmas cresçam nos próximos três anos.

Sete em cada dez CEO portugueses estão confiantes no crescimento da economia nacional para os próximos três anos, apesar dos conflitos internacionais no Médio Oriente e na Ucrânia e da inflação, revela o KPMG CEO Outlook 2023, que conta com a colaboração de mais de 1.300 líderes internacionais, 50 dos quais portugueses.

De acordo com o estudo, 72% dos CEO portugueses dizem-se otimistas quanto ao crescimento económico do país nos próximos três anos, enquanto nos CEO internacionais a percentagem aumenta para 78%.

Em contrapartida, os líderes portugueses “não estão tão otimistas quanto ao bom desempenho da economia global nos próximos três anos”, com “apenas 42% a esperar que a economia global cresça durante esse período, lê-se. Já ao nível dos CEO internacionais a fasquia aumenta para 73%.

A maioria dos CEO portugueses estão “ainda mais otimistas” sobre as suas empresas: 90% dos inquiridos esperam que as mesmas cresçam nos próximos três anos, ao passo que nos CEO internacionais a percentagem encolhe para 77%.

Neste contexto, o estudo revela ainda que quase metade (40%) dos CEO em Portugal preveem, para os próximos três anos, que o seu negócio cresça entre 2,5% e os 4,99% ao ano. Já os CEO globais “são mais cautelosos e 47% antecipam um crescimento mais tímido, entre 0,01% e 2,49% para as suas organizações“, adianta a KPMG, em comunicado.

Não obstante, os empresários não são alheios ao contexto atual, com fatores como a inflação e as taxas de juro a pesarem nas perspetivas a médio prazo. “Isto explica o facto de as previsões para a evolução da economia nacional e das empresas serem significativamente mais baixas do que no estudo do ano passado, quando quase todos os CEO se mostravam otimistas quanto ao crescimento”, nota o estudo.

Neste âmbito, mais de metade dos líderes nacionais (56%) “concordam que o endurecimento das políticas monetárias poderá levar ao prolongamento de uma eventual recessão”, lê-se no comunicado.

Entre os principais riscos apontados pelo CEO em Portugal que podem afetar o crescimento das empresas a médio prazo estão as tecnologias emergentes e disruptivas (28%), seguido do risco operacional (22%) e do risco de quebra da cadeia de abastecimento (16%). Já os CEO internacional identificam a incerteza geopolítica como o principal risco para o negócio.

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Taxas Euribor descem a três, a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 22 Novembro 2023

A taxa Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira. A taxa Euribor a 12 meses permanece, desde 30 de outubro, com um valor inferior ao da taxa a seis meses.

A taxa Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira. Com as alterações de hoje, a taxa Euribor a 12 meses permanece, desde 30 de outubro, com um valor inferior ao da taxa a seis meses.

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje para 4,016%, menos 0,007 pontos do que na terça-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados do Banco de Portugal referentes a setembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 38,1% do ‘stock‘ de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,7% e 23,4%, respetivamente.
  • No mesmo sentido, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, recuou hoje, para 4,063%, menos 0,007 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
  • A Euribor a três meses também caiu hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,962%, menos 0,011 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de julho de 2022, após 10 subidas consecutivas. A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de dezembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Ouro volta a superar fasquia dos 2.000 dólares por onça

Perspetivas de fim de subidas nas taxas de juro e dólar mais fraco tornam mais apelativo o investimento no ouro. Metal precioso negoceia em máximos de um mês.

O preço do ouro voltou a superar a fasquia dos 2.000 dólares por onça esta terça-feira, mantendo-se a negociar acima deste patamar. A subida dá-se numa altura em que os investidores esperam que a Reserva Federal dos EUA já tenha terminado a série de aumentos das taxas de juro, pressionando o dólar americano e os rendimentos das obrigações.

Na última sessão, o preço do metal precioso subiu 1,2%, para 2.008 dólares por onça, aproximando-se dos níveis mais altos num mês. Na sessão desta quarta-feira, continua a negociar próximo da fasquia dos 2.000.

Fonte: Refinitiv

“O cenário macroeconómico está a tornar-se favorável para o ouro, à medida que a moderação da inflação nos EUA aumenta as perspetivas para o fim do ciclo de aumento das taxas de juros dos EUA. O declínio nos [juros da dívida] dos EUA e no dólar americano estão a aumentar o apelo de investimento pelo ouro”, escreveram analistas da ANZ numa nota citada pela Reuters.

O CEO do grupo XS, Mohamad K. Ibrahim, salienta também numa nota que “após o abrandamento da incerteza e das preocupações sobre o conflito no Médio Oriente e as condições geopolíticas em todo o mundo, as expectativas para as taxas de juro dos EUA recuperaram o controlo sobre os movimentos dos preços do ouro”. “Pode-se dizer que os mercados estão a tentar regressar à estabilidade e aos preços ideais”, acrescenta.

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Rui Pinto condenado a seis meses de prisão com pena suspensa em França

  • Lusa
  • 22 Novembro 2023

Rui Pinto foi condenado esta quarta-feira a seis meses de prisão, com pena suspensa, pelo Tribunal Judiciário de Paris, por aceder ilegalmente a emails do Paris Saint-Germain.

Rui Pinto, o português que esteve na origem do processo Football Leaks, foi condenado esta quarta-feira a seis meses de prisão, com pena suspensa, pelo Tribunal Judiciário de Paris, por aceder ilegalmente a emails do Paris Saint-Germain.

O juiz concordou com a pena pedida pelo Ministério Público francês, durante uma audiência preliminar de admissão de culpabilidade, que também foi aceite por Rui Pinto, de 35 anos, responsável pela divulgação de informação privada que abalou os alicerces do futebol mundial.

“Aceito os factos de que sou acusado. Não encontro razão para prolongar mais o julgamento. Já estou há cinco anos envolvido em burocracia judicial em Portugal por factos que podem ser semelhantes àqueles pelos quais estou aqui presente”, afirmou o português, em tribunal.

Rui Pinto foi condenado por aceder e extrair dados de forma ilegal das caixas de correio eletrónico do diretor financeiro do PSG, do diretor-geral adjunto e de um assistente de gestão do bicampeão francês, entre 2015 e 2019, a partir de França, Portugal e Hungria.

Além da pena de prisão, suspensa, Rui Pinto foi também condenado ao pagamento simbólico de um euro de indemnização ao clube no qual alinham os futebolistas internacionais portugueses Nuno Mendes, Danilo, Vitinha e Gonçalo Ramos.

Rui Pinto foi condenado a quatro anos de prisão, com pena suspensa, no julgamento do processo Football Leaks, cuja leitura do acórdão foi realizada em 11 de setembro, no Juízo Central Criminal de Lisboa.

O principal arguido do caso foi condenado pela prática de um crime de extorsão na forma tentada, três de violação de correspondência agravado e cinco de acesso ilegítimo, caindo os restantes pela aplicação da lei da amnistia aprovada no âmbito da vinda do Papa a Portugal e por falta de provas.

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Vila de Rei investe 2,7 milhões na construção de 30 fogos a custos acessíveis

  • Lusa
  • 22 Novembro 2023

O município de Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, vai investir 2,7 milhões de euros na construção de 30 fogos para habitação a custos acessíveis.

O município de Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, vai investir 2,7 milhões de euros na construção de 30 fogos para habitação a custos acessíveis.

A medida surge no âmbito de um acordo de colaboração estabelecido entre a Câmara Municipal de Vila de Rei, a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMMT) e o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) para a execução do projeto “Habitação Acessível”.

“A construção de mais 30 fogos habitacionais a custos acessíveis vem dar uma importante resposta para um alojamento condigno a famílias com menores rendimentos ou para os mais jovens, que pretendemos fixar e atrair para o nosso território”, explicou, em comunicado, o presidente do município de Vila de Rei, Ricardo Aires.

O lançamento de dois concursos públicos para a construção 30 fogos para habitação no loteamento do Vale Galego já foi publicado em Diário da República.

O primeiro diz respeito à empreitada referente aos lotes 18 e 19 e engloba a construção de 12 fogos, com um preço base de 1.106.500,00 euros e um prazo de execução de 18 meses.

A segunda empreitada a executar nos lotes 15, 16 e 17 apresenta um preço base de 1.659.500,00 euros e tem também um prazo de execução de 18 meses.

As duas empreitadas englobam a construção de um edifício de três pisos em cada lote, com duas habitações unifamiliares em cada piso (um T2 e um T3).

Segundo Ricardo Aires, esta ação tem como objetivo “colmatar necessidades de habitação existentes no concelho” e reforçar o parque habitacional “para famílias que não encontrem respostas no mercado tradicional por incompatibilidade entre os seus rendimentos e os valores de renda praticados”.

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José Luís Carneiro confia moção a Vieira da Silva, Capoulas Santos e André Moz Caldas

No conselho que coordena a moção com que José Luís Carneiro concorre às diretas do PS estão ainda Carlos Zorrinho, Catarina Silva, Jamila Madeira, Jorge Lacão e Luís Parreirão, entre outros.

Os ex-ministros António Vieira da Silva e Luís Capoulas Santos, bem como o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros André Moz Caldas, são alguns dos nomes que fazem parte do conselho estratégico que coordena a moção com que José Luís Carneiro vai concorrer às diretas do PS.

A lista da equipa responsável pela coordenação conta ainda com nomes como Carlos Zorrinho, Catarina Silva, Jamila Madeira, Jorge Lacão, Luís Parreirão, Maria Antónia Almeida Santos, Rui Solheiro e Vasco Franco. Segundo fonte oficial, o texto final contará também com contributos de outros militantes e independentes especialistas nas várias áreas.

Em entrevista ao JN, Vasco Franco, antigo vereador do PS na Câmara de Lisboa, assegurou que a falta de habitação acessível nas cidades terá uma “prioridade muito grande” na moção. Sublinhou ainda que a crise na habitação é um problema de “emergência social” e que “não é possível ignorar”.

No dia 11 de novembro, José Luís Carneiro oficializou a entrada na corrida à liderança do PS, estando consciente da “grandeza do desafio”. Com o slogan “Por todos. Para todos”, o atual ministro da Administração Interna afirmou que avança para “garantir segurança, estabilidade e investimento ao país, e prometeu que levará diálogo ao seu partido e à atividade política”.

Além de José Luís Carneiro, na corrida pela liderança do Partido Socialista está também Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, e Daniel Adrião. As eleições diretas internas para o cargo de secretário-geral socialista decorrem a 15 e 16 de dezembro.

PS diverge sobre gerigonça

A ex-ministra e coordenadora da moção estratégica de Pedro Nuno Santos ao congresso do PS, Alexandra Leitão, considera difícil reeditar a maioria absoluta nas próximas eleições e não fecha a porta a uma nova gerigonça à esquerda.

Reeditar uma maioria absoluta já sabemos que é muito difícil. O próprio sistema eleitoral português não é um sistema que favoreça as maiorias absolutas. Portanto esse é claramente um objetivo muito difícil”, disse a socialista em declarações à RTP2.

Para Alexandra Leitão, o PS não deve partir com uma “autolimitação” às possibilidades que tem, relembrando a “quebra do muro” de acordos parlamentares à esquerda que António Costa fez em 2015. “Esses muros não são para reeditar. Se são para depois acontecer ou não, veremos em função da forma concreta com que o Parlamento estiver constituído“, referiu.

Já a socialista e antiga eurodeputada Ana Gomes defende que a geringonça foi uma solução de “maior estabilidade” do que a maioria absoluta do Partido Socialista.

“O Governo que venha seja um Governo que implique uma negociação permanente, porque foi isso que tivemos na gerigonça. Acho que aí ficou demonstrado que a solução da gerigonça foi uma solução de maior estabilidade do que a atual maioria absoluta que acaba desta forma“, disse no programa “É ou não é” da RTP.

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Metade das empresas não tem ferramentas tecnológicas para prevenir fraude e corrupção

Estudo da Deloitte diz que cerca de um terço das empresas (37%) considera que houve um aumento ligeiro do número de ocorrências de fraude no mercado empresarial no último ano.

Apesar da maioria das empresas portuguesas (92%) considerar “muito importante” ter tecnologia para prevenir a fraude e a corrupção, apenas 52% das empresas admite ter essas ferramentas, de acordo com um estudo da Deloitte Corruption & Fraud Survey de 2023, divulgado esta quarta-feira. Cerca de um terço das empresas inquiridas no estudo considera que se verificou um aumento de ocorrências no último ano.

Quase um terço das empresas portuguesas (31%) assume não ter uma estrutura definida para prevenir a ocorrência de corrupção e outras infrações conexas. Entre os que afirmam dispor de uma estrutura definida, a existência de um código de conduta/código de ética (65%) e de um canal de whistleblowing (60%) são os procedimentos mais frequentemente utilizados.

De acordo com o estudo que reuniu 137 empresas portuguesas, as empresas que afirmam dispor de tecnologia para prevenir a fraude e corrupção usam essencialmente ferramentas especializadas de analytics para a deteção de fraude (39%) e ferramentas para background checks (38%).

“Com esta edição do Corruption & Fraud Survey, procura-se contribuir para uma maior consciencialização junto do mercado português sobre a importância de uma abordagem preventiva, detectiva e remediadora. Esperamos que as organizações possam utilizar este estudo para robustecer a sua capacidade de prevenção, deteção e gestão de riscos de corrupção e fraude a que possam estar sujeitas”, diz Paulo Fernandes, partner da Deloitte, citado em comunicado.

Tentativa de fraude no mercado empresarial aumenta

Cerca de um terço das empresas inquiridas (37%) consideram que se verificou um aumento ligeiro do número de ocorrências de fraude no mercado empresarial no último ano e 18% consideram que esse aumento foi significativo – números que representam um pequeno aumento face à edição do ano anterior.

O estudo da Deloitte permitiu ainda identificar que 23% das empresas inquiridas experienciaram eventos de fraude ou conduta imprópria no último ano, sendo os crimes cibernéticos, fraudes tecnológicas e o desvio de fundos/apropriação indevida de ativos as ocorrências mais comuns. Quando questionados sobre qual o principal motivo para estes eventos, quase metade (46%) referiram a existência de sistemas de controlo ineficientes, seguida pela falta de valores éticos (32%).

Quando questionados sobre os principais riscos de corrupção e infrações conexas enfrentados pelas próprias empresas, mais de metade dos inquiridos (63%) referiu a existência de conflitos de interesses não divulgados, revelando uma elevada preocupação com este risco.

Apenas uma pequena parte dos inquiridos dispõe de ferramentas como inteligência artificial direcionada para a deteção de padrões de fraude (14%) ou procedimentos especializados em eDiscovery (12%). A necessidade de alteração e integração dos sistemas internos existentes (30%) e custos elevados de software e hardware (26%) são os principais desafios identificados associados à tecnologia em matéria de prevenção de fraude.

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Crise política e abrandamento económico aumentam riscos para a estabilidade financeira, alerta Banco de Portugal

A somar aos desafios criados pela subida das taxas de juro, o Banco de Portugal considera que os riscos para a economia aumentaram com a crise política e com o abrandamento da atividade económica.

O Banco de Portugal revela que “os riscos para a estabilidade financeira aumentaram, refletindo a restritividade da política monetária, o abrandamento da atividade económica e, mais recentemente, a incerteza política”. No Relatório de Estabilidade Financeira de novembro, publicado esta quarta-feira, o Banco de Portugal refere que “o recente quadro de incerteza política que o país vive é uma nova fonte de risco”, apesar de sublinhar que este risco é mitigado “pela expectável aprovação do Orçamento do Estado para 2024 proposto pelo atual Governo.”

A instituição liderada por Mário Centeno considera também que as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente acrescentam complexidade à condução de políticas, dado o potencial efeito sobre a inflação e a atividade económica. “Podem originar desvalorizações de ativos e subidas dos prémios de risco nos mercados financeiros internacionais”, destaca o regulador no relatório.

Entre os principais riscos e vulnerabilidades para a estabilidade financeira da economia nacional, o Banco de Portugal salienta quatro dinâmicas:

  • A pressão acrescida sobre as contas das Administrações Públicas,
  • O aumento do incumprimento das famílias mais vulneráveis,
  • A dificuldade das empresas para assegurar o serviço de dívida, em particular das mais vulneráveis,
  • A correção de preços no mercado imobiliário residencial.

O Banco de Portugal considera que a gestão e a monitorização do risco de taxa de juro assumem “uma importância acrescida para os bancos e para os supervisores”, tendo em conta o aumento galopante das taxas de juro no último ano.

Apesar destes alertas, o Banco de Portugal não reviu as suas previsões de crescimento para a economia nacional, que continuam a apontar para uma taxa de crescimento de 2,1% este ano e 1,5% no próximo ano.

Para o setor bancário, que tem uma exposição significativa ao mercado imobiliário residencial com uma predominância de empréstimos indexados à taxa de juro variável ou com prazo de refixação curto, o Banco de Portugal considera que o principal risco para o setor é “um potencial abrandamento mais significativo da atividade económica que possa estar associado a novas pressões inflacionistas que, por sua vez, justifiquem a manutenção da restritividade da política monetária por um período mais prolongado”.

A entidade liderada por Mário Centeno considera que a gestão e a monitorização do risco de taxa de juro assumem “uma importância acrescida para os bancos e para os supervisores”, tendo em conta o aumento galopante das taxas de juro no último ano, “com impacto já materializado na rendibilidade e no capital regulamentar dos bancos”.

Para evitar uma deterioração dos balanços e das operações dos bancos, o supervisor considera “fundamental que o setor bancário continue a promover a sua resiliência a potenciais choques adversos, conservando o capital gerado organicamente, e que incorpore ativamente a digitalização e a transição climática nas suas análises de risco, tendo também presentes os desenvolvimentos regulatórios associados”.

Num ambiente económico marcado por sinais de inversão do ciclo financeiro e redução do risco sistémico cíclico, o Banco de Portugal decidiu manter a percentagem de reserva contracíclica em 0% durante o quarto trimestre de 2023. No entanto, recentemente, obrigou a banca a criar uma reserva de capital num montante equivalente a 4% da carteira de crédito a particulares garantida por habitação, para se proteger de choques nos preços das casas.

“A implementação da medida teve em conta as reservas de gestão, atuais e prospetivas, dos bancos, mitigando o risco de pró-ciclicidade, ou seja, potenciais efeitos negativos sobre a capacidade de oferta de crédito”, justifica o regulador no relatório.

Além desta medida, no âmbito da recomendação macroprudencial, o Banco de Portugal anunciou no verão e baixou em outubro o choque na taxa de juro utilizado para o cálculo do rácio DSTI (“taxa de esforço stressada”) em 150 pontos base para contratos de crédito à habitação superiores a 10 anos, e proporcionalmente para as restantes maturidades.

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