Ouro sobe 17% no último mês e atinge valor mais elevado de sempre

A onça de ouro chegou a negociar acima dos 2.135 dólares, o valor mais elevado dos últimos 56 anos. Este ano, o ouro regista uma valorização de 13,4%, é oitavo melhor desempenho desde 1968.

O ouro chegou a cotar acima dos 2.135 dólares esta madrugada, superando o marco histórico de 2.072,5 dólares por onça que alcançou a 7 de agosto de 2020, como resultado da expectativa dos investidores de que a Reserva Federal norte-americana (Fed) corte as taxas de juro no próximo ano.

É o valor mais elevado desde, pelo menos, 1968. Antes disso, já este ano, a 4 de maio, o metal dourado tinha ameaçado esta barreira recorde, chegando a negociar nos 2.072,2 dólares por onça.

“Se os sinais de baixa das taxas de juro se tornarem mais evidentes, o ouro deverá continuar a subir no próximo ano. No entanto, o preço do metal precioso não se moverá numa via de sentido único para cima”, com os indicadores técnicos a sugerirem que o mercado está sobreaquecido, referiu Alexander Zumpfe, um negociador de metais preciosos da Heraeus, à Reuters.

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Atualmente, o ouro está a corrigir ligeiramente dos máximos históricos, estando a negociar nos 2.067 dólares.

Este ano, o ouro acumula uma valorização de 13,4% quando medido em dólares, mas só no último mês escalou 17%. Nos últimos 56 anos, por 33 ocasiões terminou o ano com ganhos e por 23 vezes fechou no vermelho.

O pior ano de sempre para o ouro foi 1981, que ficou marcado pelo início da pior recessão nos EUA desde a Grande Depressão, quando perdeu cerca de 32%. Segue-se o ano de 2013, com a cotação do metal dourado a resvalar 28% após 12 anos de subidas anuais constantes, o que se traduziu numa valorização média anual de 16% neste período.

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No lado oposto surge 1979, quando a onça encerrou o ano a escalar cerca de 127%, depois de no ano anterior já ter subido 37%. Esse ano foi particularmente marcado por uma profunda crise energética internacional, que teve como epicentro a Revolução Iraniana, que gerou uma forte contração da oferta mundial de petróleo.

Segundo as últimas previsões de 30 analistas compiladas pela Reuters no final de outubro, o metal dourado deverá apresentar um preço médio de 1.986,5 dólares em 2024, que compara com um preço médio de 1.936 dólares que a onça apresenta este ano.

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Desconto de 30% nas portagens das ex-SCUT avança apesar do recuo no IUC

Portaria já foi aprovada em Conselho de Ministros e aguarda publicação em Diário da República. Aumento do imposto para carros anteriores a 2007, que entretanto caiu, iria financiar a medida.

A redução de 30% no preço das portagens de seis ex-SCUT (sem custos para o utilizador) do Interior e Algarve vai mesmo avançar em 2024, ainda que o agravamento do Imposto Único de Circulação (IUC) para carros anteriores a julho de 2007 tenha ficado pelo caminho. Como o ECO noticiou, esta medida iria servir para financiar os descontos naquelas autoestradas.

O gabinete das Infraestruturas, agora sob a tutela do primeiro-ministro, António Costa, e o Ministério da Coesão Territorial adiantaram ao ECO que “a portaria que regulamenta este decreto-lei” relativo à diminuição do preço das portagens “já foi aprovada e aguarda apenas por publicação em Diário da República”.

O Governo já aprovou um decreto-lei que reduz em 30% os preços das portagens nas autoestradas A22 Algarve, A23 IP e Beira Interior, A24 Interior Norte, A25 Beira Litoral e Beira Alta, A4 Trasmontana e Túnel do Marão, e A13 e A13-1 Pinhal Interior, a partir de 1 de janeiro de 2024″, afirmaram os dois gabinetes em resposta ao ECO, sublinhando que “esta decisão resultou do compromisso do Governo de reduzir os custos de contexto no uso das autoestradas do Interior e também na Via do Infante, territórios onde não existem vias de qualidade alternativas e onde o transporte público coletivo é escasso”.

Durante o briefing do Conselho de Ministros que aprovou os descontos, o Governo revelou que a medida iria custar, só em 2024, 72,4 milhões de euros aos cofres do Estado por via da quebra de receita nas portagens. O aumento do IUC para veículos entre 1981 e junho de 2007, proposto pelo Executivo no Orçamento do Estado para o próximo ano, e ainda que limitado a um máximo de 25 euros por ano, iria permitir arrecadar 84 milhões de euros, ajudando, assim, a suportar a despesa com a redução do preço das portagens.

A penalização do IUC para viaturas mais antigas acabaria, no entanto, por cair através de uma proposta de alteração do PS que eliminou esse agravamento do Orçamento do Estado, à revelia do ministro das Finanças, Fernando Medina. Diante de umas eleições legislativas antecipadas, os socialistas não poderiam entrar em campanha deixando passar uma medida que tanta contestação social gerou. Daí que a bancada do PS tenha decidido contrariar o próprio Governo.

O Executivo nunca desmentiu a notícia do ECO de que o aumento do IUC seria para compensar a redução das portagens em seis ex-SCUT. Durante o Conselho de Ministros, de 28 de setembro, que aprovou a redução os títulos de passagem pelas autoestradas, o ECO perguntou de que forma a medida iria ser financiada e o então ministro das Infraestruturas, João Galamba, esclareceu que o Governo estava “a trabalhar nessa compensação”, confirmando que “ela existirá”.

“O objetivo principal é assegurar a neutralidade financeira e isso está garantido, mas, a seu tempo, a forma concreta de financiar a medida será conhecida”, rematou, na altura, o ex-governante.

Governo aumenta portagens em mais de 2% apesar de estar em gestão

As portagens vão mesmo subir mais de 2% no próximo ano, uma decisão que será tomada pelo Governo até 15 de dezembro, quando já estará em modo de gestão, e com poderes diminuídos, uma vez que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que irá publicar o decreto de demissão a 7 de dezembro, esta sexta-feira.

Ora a atualização anual das portagens está prevista nos contratos de concessão, ou seja, é uma matéria que cabe na definição das funções de um Governo de gestão, que está limitado à “prática dos atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos”.

“As bases e os contratos de concessão em vigor preveem a atualização anual das portagens, no primeiro mês de cada ano civil, tendo por referência a taxa de inflação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC), sem habitação, no Continente”, indicaram ao ECO os gabinetes das Infraestruturas e da Coesão Territorial.

Assim, e de acordo com o IPC de outubro, as portagens podem subir, no próximo ano, 1,94% mais os 0,1% adicionais acordados no ano passado como contrapartida ao travão de 2% aos preços deste ano, o que dá um aumento de 2,04%.

As duas tutelas confirmaram que “as concessionárias já comunicaram ao Estado a atualização para 2024, tendo em conta tal índice, na ordem dos 2%, encontrando-se tais dados em verificação”.

“Ao valor apurado poderá acrescer a compensação de 0,1% acordada entre o Governo e as concessionárias no ano passado pelo travão introduzido no valor das portagens em 2023 e que se justificou pelo valor de referência excecionalmente alto apurado em 2022 (na casa dos 10%, muito superior aos 2% que se têm verificado anualmente)”, acrescentam as Infraestruturas e a Coesão Territorial.

O Governo tem 30 dias para se pronunciar desde a data limite (15 de novembro) para a entrega das propostas das concessionárias, isto é, até 15 de dezembro, devendo depois publicar a atualização das portagens para 2024.

(Notícia atualizada às 13h04)

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Juros dos empréstimos da casa voltam a aliviar em outubro

A taxa dos novos contratos de crédito à habitação voltou a aliviar em outubro, mês em que o BCE decidiu travar a subida dos juros na Zona Euro, após dez aumentos seguidos.

A taxa de juro média dos novos empréstimos para a compra da casa voltou a aliviar em outubro, mês em que o Banco Central Europeu (BCE) decidiu travar a subida dos juros após dez aumentos seguidos.

Os juros médios dos novos créditos à habitação desceram 0,02 pontos percentuais para 4,23% em outubro, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal.

Juros do crédito da casa atingiram o pico?

Fonte: Banco de Portugal

Em agosto, a taxa do crédito da casa já tinha descido, refletindo a queda das Euribor, os indexantes que servem de base para o cálculo da prestação. Em novembro, estas taxas interbancárias voltaram a perder terreno, o que confirmará a tendência de descida dos juros cobrados pelos bancos nos empréstimos à habitação pelo segundo mês.

Nos últimos dois anos, pedir dinheiro ao banco para comprar casa ficou mais caro na sequência do aperto monetário do banco central para controlar a inflação. A taxa de juro do crédito para compra de habitação disparou 3,42 pontos percentuais desde o início de 2022, período durante o qual o BCE aumentou as taxas diretoras por dez ocasiões para travar a procura e assim travar a escalada dos preços na região.

Este aperto levou a uma diminuição da procura por crédito por parte das famílias. Em outubro, as novas operações de empréstimos aos particulares atingiram os 2,5 mil milhões de euros, com 1,88 mil milhões a corresponderem a crédito da casa.

No segmento das empresas, a taxa de juro média dos novos empréstimos aumentou de 5,81% em setembro para 5,89% em outubro. O montante de novos empréstimos concedidos pelos bancos às empresas foi de 1,55 mil milhões de euros, segundo o Banco de Portugal.

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Media espanhóis processam Meta por concorrência desleal e exigem 550 milhões

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2023

Comportamentos como o da Meta "põem em causa" a sobrevivência dos 'media', que disse serem fundamentais para a qualidade democrática de um país, defende a Associação de Meios de Informação.

A Associação de Meios de Informação (AMI) espanhola, que representa 83 meios de comunicação social, processou a Meta, empresa-mãe das redes sociais Facebook e do Instagram, por “concorrência desleal” e exige 550 milhões de euros.

Em comunicado, a associação justificou este processo contra a Meta pelo incumprimento sistemático dos regulamentos europeus de proteção de dados entre 25 de maio de 2018 e 31 de julho de 2023.

A AMI alegou que a Meta “ignorou a exigência regulamentar de que os cidadãos devem consentir na utilização dos seus dados para a definição de perfis publicitários”.

Na ação judicial, afirmou que a utilização de dados pessoais dos utilizadores das plataformas da Meta, rastreados sem o seu consentimento, permitiu à empresa norte-americana oferecer no mercado a venda de espaços publicitários com base numa “vantagem competitiva ilegitimamente obtida”.

O presidente da AMI, José Joly, sublinha a importância desta ação “sem precedentes”, que “mostra como o gigante tecnológico construiu a sua posição de domínio no mercado publicitário, desrespeitando a regulamentação e causando danos evidentes aos meios de comunicação social espanhóis, ao ponto de pôr em causa a sua sustentabilidade“.

Joly acrescenta que comportamentos como o da Meta “põem em causa” a sobrevivência dos ‘media’, que disse serem fundamentais para a qualidade democrática de um país.

A AMI apelou aos anunciantes dos setores público e privado para que confiem as suas campanhas publicitárias a meios de comunicação “seguros, fiáveis e responsáveis, respeitadores dos direitos dos cidadãos e empenhados em promover a qualidade democrática de Espanha, em conformidade com as políticas de responsabilidade social”.

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Efacec assina contrato de seis milhões de euros com comboios da Dinamarca

Este é o segundo contrato celebrado pela Efacec desde que tem um novo acionista aos comandos – o fundo alemão Mutares. Acesso a trade finance permitiu desbloquear contratos já em carteira.

A Efacec vai fornecer uma estação de carregamento dos novos comboios a baterias recentemente adquiridos na Dinamarca. Em causa está um contrato superior a seis milhões de euros assinado com a Midtjyske Jernbaner, operador ferroviário da região de Midtylland.

“A utilização de comboios elétricos com baterias permite a operação eletrificada de troços das redes ferroviárias, com menor densidade de tráfego, e onde a instalação de soluções tradicionais com catenária não se justifica do ponto de vista económico, acelerando a transição para uma operação mais ecológica”, explica a Efacec em comunicado.

Mas este não é o primeiro projeto da Efacec na Dinamarca. “A adjudicação deste projeto vem consolidar a presença da Efacec em importantes projetos de mobilidade na Dinamarca, nomeadamente o Metro Ligeiro de Odense, a expansão do Metro de Copenhaga, entre outros”, diz o presidente executivo da Efacec, citado no mesmo comunicado.

“Os resultados positivos do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos mercados nórdicos e a elevada qualidade de execução dos projetos, sustentam a confiança dos nossos clientes e dos seus consultores técnicos nas competências da Efacec, potenciando a realização de um projeto inovador e desafiante”, acrescenta Ângelo Ramalho.

Este é também o segundo contrato celebrado pela Efacec desde que tem um novo acionista aos comandos – o fundo alemão Mutares. O primeiro foi o fornecimento de dispositivos adicionais para três novos sistemas de automação e proteção, a instalar em subestações digitais durante o ano de 2024, bem como para as plataformas de testes laboratoriais e de formação do pessoal técnico e de engenharia da Rede de Transporte de Eletricidade francesa (RTE).

“A encomenda surge na sequência da qualificação bem-sucedida da fase piloto do projeto R#SPACE – “RTE’s Smart Protection Automation and Control Ecosystem”, que culminará com a entrada em funcionamento da primeira subestação digital inteligente em Ploeren, França”, anunciou a empresa, numa nota divulgada a 22 de novembro.

Com a venda da Efacec à Mutares, os bancos – depois de aceitarem um perdão de dívida de 29 milhões de euros – normalizaram a sua relação comercial com a empresa de Matosinhos, ao assegurarem 94 milhões de euros em trade finance ao longo de cinco anos. Estes empréstimos vão permitir à empresa desenvolver os projetos que já tinha em carteira, mas que não podia executar por os bancos lhe fecharem a porta apara além de tentar angariar outros.

O Estado assumiu perdas de 200 milhões de euros do passado e, no acordo de venda ao fundo alemão, assinado a 1 de novembro, entrou com 159 milhões, um montante que espera vir a recuperar no futuro.

Os 200 milhões de euros perdidos são os suprimentos injetados na empresa mensalmente, à razão de dez milhões de euros por mês. E os 159 milhões de investimento final do Estado representam um investimento de 201 milhões de euros — serviram também para pagar a dívida que os bancos tinham junto da empresa e que não foram alvo de haircut — aos quais se somam mais 30 milhões para o pagamento de contingências, ou seja, para resolver eventuais litígios no âmbito dos vários contratos que a empresa tem.

Mas a este montante é necessário retirar os 72 milhões de euros de garantias que tinham sido prestadas pela Norgarante à Efacec no passado e que foram libertados.

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Euribor sobe a 3 meses e desce a 6 e 12 meses e fica abaixo de 4% nos três prazos

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2023

Esta segunda-feira, a taxa Euribor subiu apenas no prazo mais curto (três meses), para 3,962%. Em sentido inverso, a seis meses e a 12 meses desceu para 3,945% e 3,794%, respetivamente.

A taxa Euribor subiu esta segunda-feira a três meses e desceu a seis e a 12 meses face a sexta-feira e ficou abaixo de 4% nos três prazos pela primeira vez desde 14 de setembro. Com as alterações desta segunda-feira, a Euribor a três meses, que subiu para 3,962%, ficou acima da de seis meses (3,945%) e da de 12 meses (3,794%).

Em novembro, a média mensal subiu ligeiramente no prazo mais curto e desceu nos dois prazos mais longos, com o mercado a indicar acreditar que o pico máximo da Euribor já foi atingido. A média da Euribor em novembro subiu 0,004 pontos para 3,972% a três meses (contra 3,968% em outubro), e desceu 0,050 pontos para 4,065% a seis meses (contra 4,115%) e 0,138 pontos para 4,022% a 12 meses (contra 4,160%).

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, baixou esta segunda-feira para 3,794%, menos 0,108 pontos do que na sexta-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008. Depois de ter recuado em agosto, a média da Euribor a 12 meses desceu em novembro pela segunda vez no atual ciclo de subidas. Segundo dados do Banco de Portugal referentes a setembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 38,1% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,7% e 23,4%, respetivamente.
  • No mesmo sentido, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, baixou esta segunda-feira, para 3,945%, menos 0,059 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro. A descida da média da Euribor a seis meses em novembro foi a primeira mensal no atual ciclo de alta.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses avançou esta segunda-feira face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,962%, mais 0,002 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de julho de 2022, após 10 subidas consecutivas. A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de dezembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Portugal é dos países onde exportações extra UE menos criam emprego

Em Portugal, a fatia de empregos criados pelas exportações extra União Europeia é inferior à média comunitária. Só a Croácia, França e Grécia saem pior na fotografia.

Cerca de 15% dos empregos na União Europeia (UE) são suportados pelas exportações feitas para fora do bloco comunitário. Por cá, essa fatia é, contudo, menor do que a média comunitária, sendo Portugal um dos países do Velho Continente onde essas vendas menos importam para a criação de postos de trabalho.

“Em 2021, o emprego de 30,4 milhões de pessoas na UE foi suportado pelas exportações para países fora do bloco comunitário, um aumento ligeiro face aos 29,9 milhões registados em 2020 (1,7%)”, começa por sublinhar o Eurostat, numa nota divulgada esta segunda-feira.

E detalha que, no emprego total, 15% dos postos de trabalho estão ligados às vendas feitas para países que não pertencem à União Europeia, isto é, o equivalente a um em cada sete empregos.

Entre os vários países europeus, é a Alemanha que se destaca como país onde as exportações extra UE mais importam para o mercado de trabalho, em termos absolutos: 6,9 milhões de trabalhadores alemães viram o seu posto de trabalho suportado por essas vendas.

No topo da tabela, aparecem ainda França e Itália, ambos com mais de 3,4 milhões de pessoas empregadas à boleia das vendas extra União Europeia.

Por outro lado, em termos relativos, é a Irlanda que assume o topo da tabela: 27% dos empregos estão ligados às exportações extra bloco comunitário (ver gráfico abaixo). Seguem-se o Luxemburgo (25%) e a Bulgária (23%).

Já do outro lado da tabela, é a Croácia que aparece como país onde as exportações extra UE menos pesam no mercado de trabalho, uma vez que só 10% dos empregos estão ligados a essas vendas.

Na base da tabela, estão também França e Grécia (ambos com 12%). E logo a seguir, surge Portugal, pouco acima dos 12% referidos para os casos francês e grego.

Este dado liga-se ainda a um outro também publicado esta segunda-feira pelo Eurostat: Portugal é o segundo país da UE com a menor fatia de valor acrescentado ligada às vendas para países fora do bloco comunitário (12%). Só a Croácia sai pior na fotografia (10%).

No conjunto da UE, as exportações para fora do Velho Continente resultaram em 2.226 mil milhões de euros de valor acrescentado em 2021, o equivalente a 17% do valor acrescentado total criado na União Europeia em 2021. A Irlanda (47%) e o Luxemburgo (33%) também lideram esse ranking, em linha com o observado ao nível dos empregos.

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Dívida pública cai pelo terceiro mês consecutivo para 270 mil milhões de euros

Dados do Banco de Portugal apontam para uma descida de 9,5 mil milhões de euros em outubro, a maior queda mensal desde o início da série estatística em 2011.

A dívida pública, na ótica de Maastricht, caiu pelo terceiro mês consecutivo em outubro, fixando-se nos 270,4 mil milhões de euros, segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) esta segunda-feira. Foi uma descida de 9,5 mil milhões de euros, a maior queda mensal desde o início da série estatística.

Este desempenho surge depois de o Tesouro português ter devolvido aos investidores um cheque de 9,4 mil milhões de euros, em outubro. Tratava-se de uma linha de obrigações aberta pelo IGCP durante a crise de 2008, que acabou por ser reaberta por mais de uma dezena de vezes até 2019, quando as emissões totais atingiram os 12,4 mil milhões de euros.

O IGCP avançou com várias operações de recompra antecipada para chegar ao dia do reembolso com um menor valor para amortizar, o que se verificou.

Como refere também o banco central, esta descida da dívida pública em outubro refletiu então “o decréscimo dos títulos de dívida (-9,1 mil milhões de euros)“, que se deveu essencialmente a esta “amortização de uma Obrigação do Tesouro, originalmente emitida em junho de 2008”.

“O decréscimo da dívida pública foi acompanhado por uma redução dos ativos em depósitos das administrações públicas de 10,9 mil milhões de euros”, indica ainda o organismo liderado por Mário Centeno. Assim, se for deduzida desses depósitos, a dívida pública “aumentou 1,4 mil milhões de euros, para 252,6 mil milhões de euros”.

É de recordar que o rácio da dívida pública tem vindo a recuar, sendo que o Governo (demissionário) perspetivava no Orçamento do Estado que ia mesmo ficar abaixo dos 100% do PIB no próximo ano. Tal meta dependerá, no entanto, do resultado das eleições antecipadas de 10 de março e das opções políticas do próximo Governo.

(Notícia atualizada às 11h40)

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Juros dos depósitos dão maior salto de sempre para perto de 3% em outubro

Taxa de juro dos novos depósitos a prazo subiu 0,64 pontos percentuais, a maior subida desde que há registos. Já pagam quase 3%.

A taxa de juro dos depósitos a prazo deu um salto histórico para quase 3% em outubro, em resultado da intensificação da guerra dos bancos pelas poupanças das famílias portuguesas.

Os novos depósitos a prazo de particulares tiveram uma taxa média de 2,93% em outubro, o que representa uma subida de 0,64 pontos percentuais em relação a setembro. É a maior subida de sempre desde que o Banco de Portugal compila os dados (janeiro de 2003).

Desde o início do ano, a taxa média dos depósitos acumula uma subida de 2,58 pontos percentuais. Mas praticamente 25% deste aumento observou-se em outubro.

Juros dos depósitos sobem 2,58 pontos este ano

Fonte: Banco de Portugal

Após as críticas em relação à lentidão na subida das remunerações dos depósitos, incluindo do próprio governador do Banco de Portugal, os bancos consideram que as taxas estão já em níveis mais apropriados em relação às taxas do mercado e começam a fala numa disputa pelas poupanças dos portugueses que vai pressionar cada vez mais as suas margens financeiras.

Com isto, os bancos nacionais deixaram a cauda da ranking dos juros dos depósitos na Zona Euro. Agora há seis países onde os depósitos rendem menos: Chipre, Grécia, Eslovénia, Croácia, Espanha e Irlanda.

Bancos portugueses sobem na tabela dos juros dos depósitos

Por outro lado, a subida das taxas também resulta de uma maior atitude ativa dos depositantes à procura de melhores remunerações. O montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares atingiu em outubro o maior valor desde março de 2012, totalizando 10,69 mil milhões de euros, mais 2,8 mil milhões do que no mês anterior, segundo o regulador.

Grande parte (10,4 mil milhões) foi direcionada para depósitos com prazo a 1 ano, que foram os que registaram a remuneração média mais elevada, nos 2,95%.

Já os novos depósitos com prazo de 1 a 2 anos apresentaram uma remuneração média de 2,15% (2,03% em setembro), enquanto os novos depósitos com prazo acima de 2 anos foram remunerados, em média, a 2,13% (2,10% em setembro), de acordo com o Banco de Portugal.

Nas empresas, a remuneração média dos novos depósitos a prazo de empresas foi de 3,31% em outubro, o que corresponde a um aumento de 0,23 pontos percentuais relativamente ao mês anterior.

As novas operações de depósitos das empresas totalizaram 6,9 mil milhões de euros, menos 380 milhões do que em setembro. Praticamente 100% dos quais foram aplicados em depósitos a prazo até 1 ano.

(Notícia atualizada às 11h24)

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Altri emite 50 milhões de euros em obrigações verdes a cinco anos

Numa operação totalmente subscrita pelo Banco BPI, o grupo Altri pretende utilizar os 50 milhões de euros para financiar o seu projeto Caima Go Green.

O grupo Altri ALTR 0,00% recorreu ao mercado de dívida para se financiar em 50 milhões de euros por via de uma emissão de obrigações verdes a cinco anos, indexado a uma taxa variável — não foi comunicado ao mercado o custo da operação.

Segundo um comunicado da empresa enviado esta segunda-feira, toda a operação financeira foi organizada e montada pelo Banco BPI, que é também o único subscritor dos títulos.

“Esta operação tem como objetivo financiar o Projeto ‘Caima Go Green’ que vai permitir à unidade da Caima, do grupo Altri, que produz fibras celulósicas destinadas à indústria têxtil, passar a operar com recurso a energia obtida exclusivamente a partir de fontes renováveis”, refere a papeleira.

Entre os investimentos que a empresa pretende realizar com o financiamento obtido está a instalação de uma nova caldeira de biomassa e de um novo turbo gerador de 5 megawatts na Caima, em Constância, que passará a funcionar a partir de biomassa florestal residual.

“Esta nova caldeira permitirá à Caima abandonar os combustíveis fósseis em todo o seu processo de produção, assegurando uma total autonomia energética de fontes exclusivamente renováveis. Será a primeira empresa ibérica do seu setor a atingir este marco histórico”, acrescenta.

O projeto “Caima Go Green” consiste num investimento de 130 milhões de euros, que conta com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e da Caima. Implica a reconversão da produção de energia através da construção de uma nova caldeira de biomassa que, de acordo com a informação disponibilizada pelo Governo, aquando de uma visita do primeiro-ministro à unidade fabril em março, deveria estar concluída em outubro deste ano.

Esta não é a primeira vez que a Altri realiza uma emissão de obrigações verdes. A primeira e última vez que o grupo liderado por José Soares de Pina realizou uma emissão de green bonds foi em fevereiro de 2019, tendo na altura pago 1,9% pelo financiamento de 50 milhões de euros através da sua subsidiária Sociedade Bioelétrica do Mondego.

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Spotify vai despedir 1.500 trabalhadores na terceira ronda de saídas este ano

  • ECO
  • 4 Dezembro 2023

Plataforma de streaming sueca vai reduzir 17% da sua força de trabalho, juntando-se a outras tecnológicas que voltaram a avançar com planos de saídas no final deste ano.

O Spotify anunciou esta segunda-feira que vai despedir cerca de 1.500 trabalhadores, ou 15% da sua força de trabalho, numa decisão que visa baixar os custos. É a terceira ronda de saídas que a popular plataforma de streaming de música executa este ano, depois de ter despedido 600 em janeiro e 200 em junho.

“Para alinhar o Spotify com os nossos objetivos futuros e garantir que estamos adequadamente dimensionados para os desafios que se avizinham, tomei a difícil decisão de reduzir o nosso número total de efetivos em toda a empresa em cerca de 17%“, escreveu o CEO Daniel Ek numa carta aos funcionários do grupo.

Na mesma carta, Daniel Ek explicou que a empresa contratou mais pessoal em 2020 e 2021 devido ao baixo custo de capital e que, embora o negócio tenha aumentado, uma grande parte se deveu à maior disponibilidade de recursos. O Spotify investiu mais de mil milhões de dólares na criação da área de podcasts, tendo contratado celebridades como Kim Kardashian, o príncipe Harry e Meghan Markle, e expandiu a sua atividade para mais países com o objetivo de atingir os mil milhões de utilizadores até 2030.

Atualmente, o Spotify conta com 601 milhões de utilizadores, mais 345 milhões do que no final de 2020.

A empresa regressou aos lucros no terceiro trimestre, após trimestres de prejuízos. Lucrou 32 milhões de euros, com o resultado a ser impulsionado pelo aumento dos preços no serviço de streaming e pelo crescimento do número de utilizadores em todas as regiões. Deverá mesmo superar os 601 milhões de ouvintes mensais ativos neste trimestre.

Daniel Ek referiu esta segunda-feira que a redução deste tamanho poderá ser grande, tendo em conta os resultados positivos. “Em quase todas as métricas, somos mais produtivos, mas menos eficientes”, justificou, ainda assim. Já depois dos anteriores despedimentos, alguns regressaram à empresa.

Os trabalhadores afetados pelo despedimento vão começar a ser informados esta segunda-feira. Vão ter direito a cinco meses de salários de indemnização, subsídio de férias e seguro de saúde durante o período de indemnização.

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Seguro de Vida: Salvaguarda Financeira para quem queremos proteger

  • Conteúdo Patrocinado
  • 4 Dezembro 2023

A importância da atividade seguradora na construção de soluções de proteção, com foco na salvaguarda do património responsabilidades e família.

No quotidiano de um cidadão existem acontecimentos fortuitos e imprevisíveis que, por si só, são economicamente incomportáveis para o próprio, para quem o rodeia e dele depende.

São três os principais temas que devemos levar em linha de conta na construção de uma solução de proteção para a Pessoa:

  • A morte prematura que provoca a redução de rendimento disponível para o seu agregado familiar;
  • Todo e qualquer tipo de invalidez oriunda de doença e/ou acidente, que, cumulativamente com a redução de rendimentos, provoca, muitas vezes também, um aumento de encargos pela necessidade de cuidados médicos e de apoio para a própria pessoa que foi vítima da invalidez;
  • O diagnóstico de uma doença ou a existência de um acidente que, pelas suas características de diagnóstico, tratamento e recuperação, levam a longos períodos de incapacidade temporária para o trabalho, com a consequente perda de rendimento durante o período de incapacidade.

O mercado diz-nos que a primeira ação de proteção à pessoa, via atividade seguradora, é direcionada à proteção da dívida originada pela contratação de crédito à habitação. Trata-se de uma ação provocada pela entidade que cede o empréstimo e que, em primeira linha, não protege diretamente o cidadão, mas sim a entidade bancária.

Perante a ativação das garantias, a entidade bancária recupera o seu capital, mas a Pessoa fica completamente desprotegida para o futuro, em caso de invalidez, ou, no caso da sua Morte, a família vê-se confrontada com a repentina falta de rendimentos, com as consequências nefastas que daí advêm para fazer face ao futuro.

A generalidade da distribuição de seguros em Portugal tem direcionado o esforço comercial para o mercado do Seguro de Vida para proteção ao crédito à habitação. Uma rápida ronda pelos sites e redes sociais de diversos distribuidores de seguros permite perceber a agressividade de campanhas com mensagens de redução de preço.

Por outro lado, não existe uma oferta integrada que permita preencher a totalidade dos riscos associados à Morte, Invalidez e Doença. Por um lado, os Seguros de Vida assumem a Invalidez, mas tão somente a partir de um determinado grau de incapacidade (genericamente, a partir dos 60%, salvo algumas exceções), ficando de fora das garantias toda e qualquer invalidez que fique abaixo do limiar dos 60%. Por outro lado, os seguros de Acidentes Pessoais garantem um percentual, indexado ao grau de incapacidade, sobre o capital seguro, mas somente em caso de Acidente.

Da articulação destes dois factos, resulta a incapacidade de segurar incapacidades abaixo dos 60%, que sejam consequência de uma qualquer doença. Torna-se premente que as seguradoras caminhem no sentido de indemnizarem, via Apólices de Vida Risco, as incapacidades abaixo dos 60%, quer seja através do pagamento do capital total ou de um parcial do capital base. É certo que já temos seguradoras a darem sinais de iniciarem esse percurso, mas torna-se urgente acelerar esse movimento.

A título de exemplo, imaginem-se as consequências económicas para um qualquer operário, que perante um AVC, fica com sequelas caracterizadas como “membro superior utilizável com descoordenação de movimentos”, usualmente denominada como Hemiparesia, ao nível do seu membro passivo, com uma incapacidade determinada pela Tabela Nacional de Incapacidade no intervalo de 30% a 50%. Será que ele tem condições para continuar a exercer a sua atividade habitual sem qualquer perda de rendimentos?

Será que a sua entidade patronal está disponível para a reconversão do posto de trabalho, por motivos que não lhe são imputáveis? Como a distribuição de seguros pode ou está a ajudar esta pessoa?

Numa outra dimensão, naquela que determina as variáveis necessárias para a atribuição de uma Invalidez Total e Permanente, também a evolução tem de acontecer. O setor continua, genericamente, a assentar a definição da incapacidade em três pilares:

  • A impossibilidade de exercer a sua profissão habitual;
  • A existência do já suprarreferido grau de incapacidade;
  • A incapacidade ser precedida de uma incapacidade absoluta temporária e/ou a existência de um atestado de reforma e/ou multifunções emitido pelos serviços oficiais.
Jorge Fernandes Diretor Comercial Norte, Seguramos Brokers

Entendo ser chegada a hora de olharmos somente para o estado clínico da pessoa, deixando cair os restantes critérios, dando uma maior objetividade ao tema.

De facto, olhando para uma das profissões mais em voga do momento, os programadores informáticos, será que muitos deles não terão condições de continuar a exercer a sua profissão habitual, mesmo perante uma invalidez que lhe cause uma paralisia total dos membros inferiores? E qual será a visão da seguradora, perante os enquadramentos em voga atualmente?

Já no pilar da obrigatoriedade da precedência de uma incapacidade absoluta e/ou a existência de atestados de reforma, também aqui, e em especial no que concerne ao formalismo dos atestados, a realidade atropela o clausulado das apólices. De facto, atualmente, a atribuição de um atestado multiusos demora cerca de dois anos.

Já no que se relaciona com a atribuição dos atestados de reforma por invalidez, temos de contar com todo o processo de recuperação física, que se pode arrastar por meses/anos, para depois iniciar o processo burocrático junto da Segurança Social. Importa recordar que, durante todo este período, existe uma pessoa e aqueles que dela dependem, em situação de fragilidade física e emocional.

Como é que mercado pode dar plena confiança às pessoas seguras tendo os três pilares acima como critérios de definição de responsabilidade das Seguradoras?

Jorge Fernandes Diretor Comercial Norte, Seguramos Brokers

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