Mercado de veículos elétricos de passageiros cresce 104% até novembro

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2023

O mercado de veículos ligeiros de passageiros elétricos cresceu 104% entre janeiro e novembro deste ano, em termos homólogos, tendo sido matriculadas 32.433 unidades.

O mercado de veículos ligeiros de passageiros elétricos (BEV) cresceu 104% entre janeiro e novembro deste ano, em termos homólogos, tendo sido matriculadas 32.433 unidades, anunciou hoje a ACAP.

De acordo com os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), nos primeiros onze meses de 2023, “verificou-se um aumento de 104%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, dos veículos ligeiros de passageiros novos elétricos, tendo sido matriculados 32.433 unidades”.

Só no mês de novembro, registou-se um aumento de 89,2% no mercado daqueles veículos, em comparação com o mesmo mês de 2022, tendo sido matriculados 4.061 ligeiros de passageiros novos.

No total, em novembro, foram matriculados em Portugal 8.843 automóveis ligeiros de passageiros novos elétricos, ‘plug-in’ e híbridos elétricos, ou seja, mais 60,2% do que no mesmo mês do ano passado.

Quanto aos veículos ligeiros de mercadorias, o mercado de elétricos, ‘plug-in’ e híbridos elétricos registou, no penúltimo mês de 2023, uma evolução positiva de 68,5%, face ao mesmo mês do ano passado, situando-se em 182 unidades matriculadas. Em termos acumulados, este mercado atingiu 2.205 unidades, o que representou um crescimento de 182,7%, face ao mesmo período do ano de 2022.

Já o mercado de veículos pesados, que engloba os tipos de passageiros e de mercadorias, verificou, em novembro, um crescimento de 1.000%, face ao mesmo período de 2022, tendo-se matriculado 33 veículos pesados elétricos novos.

Em novembro, verificou-se um aumento de 70,1% nas matrículas de veículos ligeiros de mercadorias novos elétricos, em comparação com o mesmo mês de 2022, registando-se 182 unidades. De janeiro a novembro, verificou-se também um crescimento de 188,1% face ao mesmo período do ano anterior, situando-se em 2.195 unidades.

Em termos acumulados, nos onze meses de 2023, registou-se um crescimento de 337,5%, face ao mesmo período do ano anterior, tendo sido matriculados 280 veículos.

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Câmara de Coimbra vai construir 268 casas de habitação social até 2026

Candidatura para aquisição de terrenos e construção de 268 fogos na Quinta das Bicas aprovada pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana. Investimento ascende a 38,5 milhões, via PRR.

A Câmara Municipal de Coimbra vai construir mais 268 casas de habitação social até 30 de março de 2026, num investimento de quase 38,5 milhões de euros, cofinanciado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A candidatura para a aquisição de terrenos e construção destes fogos na Quinta das Bicas, através do 1º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, foi agora aprovada pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), avançou a autarquia liderada por José Manuel Silva.

“Com as 268 casas, que vamos construir, vão ser mais 268 famílias a viver em melhores condições de habitabilidade”, começa por sublinhar a vereadora com o pelouro da habitação, Ana Cortez Vaz, citada em comunicado. “Este é um passo histórico para continuar a colmatar os problemas de habitação das populações mais carenciadas e mais frágeis”, sustenta a vereadora do executivo eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Aliança, RIR e Volt).

Já na reunião do executivo de 18 de setembro foi aprovada a aquisição de 30 lotes na Quinta das Bicas à Caixa Económica Montepio Geral por quatro milhões de euros, financiados através desta candidatura ao PRR. A propriedade ocupa uma área total de 26 mil metros quadrados.

Com as 268 casas que vamos construir, vão ser mais 268 famílias a viver em melhores condições de habitabilidade.

Ana Cortez Vaz

Vereadora com pelouro da habitação da Câmara Municipal de Coimbra

O município de Coimbra inscreveu a habitação e ação social no topo das prioridades do orçamento para 2024 com uma dotação na ordem dos 45,9 milhões de euros (+29,3%). Destacam-se os elevados investimentos plurianuais no âmbito do “1º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação” cofinanciado pelo PRR.

“Neste contexto, evidenciam-se os acordos de colaboração celebrados com o IHRU com previsão de investimento de 60 milhões de euros, estando já em execução e em fase de candidaturas e aprovação das mesmas”, destacou a Câmara de Coimbra na altura de apresentação da proposta de orçamento na reunião do executivo realizada a 27 de novembro.

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Palácio de Versalhes “calça” sapatos de Oliveira de Azeméis

Além de calçar as equipas de acolhimento e gestão do Palácio de Versalhes, a Cool Gray tem como clientes a Austrian Airlines ou a Air France. Exporta 98% da produção e fatura 3,5 milhões de euros.

A portuguesa Cool Gray, através da marca Uniform Shoes, vai calçar cerca de uma centena de profissionais das equipas de acolhimento e gestão do Palácio de Versalhes, em França, um dos dos monumentos mais visitados do mundo. A empresa de calçado de Oliveira de Azeméis exporta 98% da produção para mais de 40 países, emprega 52 pessoas e fatura 3,5 milhões de euros. No ano passado, vendeu 200 mil pares de sapatos para clientes como a Austrian Airlines e a Air France.

“Estamos no mercado francês há muitos anos, desde 2005/2006 e a reputação vai-se ganhando. Vamos conseguindo entrar em algumas destas portas de clientes de referência”, relata Pedro Alves, um dos sócios da Cool Gray, em declarações ao ECO/Local Online. Os responsáveis do Palácio de Versalhes pediram à empresa nortenha “o máximo conforto possível num sapato formal e elegante, juntamente com segurança do ponto de vista de utilização”.

Em França, a empresa que controla as marcas próprias Aerobics, Bella B. e Uniform Shoes tem como clientes a Ponant, uma companhia de cruzeiros, a transportadora aérea Air France e ainda a empresa de caminhos-de-ferro SNCF. O mercado francês absorve 40% da produção da Uniform Shoes.

Fundada em 1999 em Oliveira de Azeméis por Pedro Alves (comercial), António Bastos (produção) e Paulo Silva (sourcinge procurement), a Cool Gray é especializada em calçado de conforto. Exporta 98% da produção para mais de 40 países e trabalha 50% em regime de private label. No ano passado vendeu perto de 200 mil pares de sapatos.

Os empresários acabam de inaugurar uma segunda unidade de produção na fábrica de Oliveira de Azeméis, que vai permitir “introduzir uma nova tecnologia de produção” e aumentar a capacidade produtiva para 800 pares de sapatos por dia. O investimento total rondou os 100 mil euros. “Estamos a acrescentar mais mil metros quadrados, mas foi um investimento sobretudo em maquinaria nova”, detalha Pedro Alves.

Para o próximo ano, nos planos do administrador está o reforço a aposta nos EUA e Japão. “Já temos alguma presença, mas queremos reforçar a aposta nestes países. São mercados recetivos a este produto de mais valor acrescentado”. Atualmente, o Médio Oriente e Europa são os principais mercados da marca made in Portugal.

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Mota-Engil troca 25 milhões em dívida e obtém mais 25 milhões

  • ECO
  • 5 Dezembro 2023

Construtora concretizou uma emissão de obrigações de 50 milhões de euros, através da qual conseguiu trocar 25 milhões de dívida antiga por nova dívida, obtendo outros 25 milhões de financiamento.

A Mota-Engil obteve 50 milhões de euros na sequência de uma emissão de obrigações colocada junto de investidores institucionais, segundo informou esta terça-feira em comunicado à CMVM.

Além da subscrição em numerário, os investidores puderam trocar as obrigações do empréstimo 2019-2024 e do empréstimo 2021-2026 por estes novos títulos, que só vencerão em 2028.

A construtora adianta, na mesma nota ao mercado, que conseguiu trocar mais de 25 milhões de euros das obrigações antigas por novas obrigações, a saber:

  • o empréstimo obrigacionista 2019-2024 baixa para 76,6 milhões de euros, após a amortização antecipada de 7,4 milhões;
  • o empréstimo obrigacionista 2021-2026 baixa para 114 milhões de euros, após a amortização antecipada de 18 milhões.

Na prática, o novo financiamento corresponderá a cerca de 25 milhões de euros em resultado desta operação de subscrição e de troca.

De acordo com a empresa liderada desde janeiro por Carlos Mota Santos, esta operação servirá para “financiar a sua atividade corrente e expansão internacional, bem como para prosseguir a sua estratégia de diversificação das fontes de financiamento e alongamento da maturidade da sua dívida, de forma a melhor alinhá-la com a geração de cash flow”.

Nos primeiros nove meses deste ano, a construtora registou um volume de negócios superior a quatro mil milhões de euros e lucros de 51 milhões de euros. Em ambos os casos, mais do que em todo o ano de 2022, segundo revelou há duas semanas num trading update submetido à CMVM. No ano passado, a faturação tinha ficado abaixo dos três mil milhões.

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AstraZeneca lança programa de estágios de 12 meses em Oeiras

Farmacêutica está à procura de "pessoas de todas as áreas académicas" para os estágios, porque "mais do que a formação académica, valoriza mentes curiosas". Candidaturas abertas até 14 de janeiro.

A AstraZeneca está à procura de estagiários, no âmbito do seu novo programa Trainees Life Changers. Os selecionados serão integrados em áreas-chave do negócio, o que lhes permitirá “mergulhar profundamente na indústria biofarmacêutica“. Os estágios terão a duração de 12 meses e decorrerão em regime híbrido, com a componente presencial a ter lugar em Oeiras. As candidaturas podem ser feitas online até 14 de janeiro.

“A AstraZeneca anuncia o lançamento da primeira edição do Programa de Trainees Life Changers. Desenvolvido para atrair e desenvolver talento para a organização, este programa oferece uma oportunidade única de crescimento, aprendizagem e impacto“, anunciou a farmacêutica, numa nota enviada às redações.

Este programa de estágios é direcionado para “talento das mais variadas áreas académicas, com licenciatura, mestrado ou MBA“. Isto porque a AstraZeneca defende que, mais do que a formação académica, é preciso valorizar “mentes curiosas e proativas, com um sentido crítico aguçado“.

“Estamos à procura de pessoas que acreditam que a ciência pode mudar o mundo, dos recém graduados até ao talento com mais de 60 anos que seja inspirado por esta oportunidade. No Life Changers, há espaço para pessoas de todas as áreas académicas“, salienta a multinacional.

Por outro lado, além de serem integrados em funções específicas, os selecionados terão “a oportunidade de fazer reverse mentoring com a equipa de liderança, power sessions sobre carreiras com líderes inspiradores, participação em cursos especializados, e o desenvolvimento de um projeto de elevado impacto e exposição numa área prioritária da companhia”.

Os estágios deverão arrancar em março do próximo ano e será aplicado o modelo híbrido, sendo que os escritórios da AstraZeneca estão localizados em Barcarena, Oeiras.

“Queremos sempre contar com o melhor talento na AstraZeneca Portugal e, com esta iniciativa, pretendemos reforçar a nossa companhia com um grupo diverso de pessoas inteligentes e curiosas, que nos desafiem e inspirem a ir mais longe, reforçando a nossa cultura de empreendedorismo, colaboração, inclusão e diversidade”, destaca a diretora de recursos humanos Renata Morgado Eckman.

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Trabalhadores da Caixa acusam Paulo Macedo de “sacrificar” poder de compra e seguir “narrativa do lucro”

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2023

A comissão de trabalhadores Caixa acusou gestão do banco público de ignorar os seus trabalhadores ao insistir "na narrativa do lucro, da robustez financeira".

A comissão de trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) acusou a comissão executiva do banco público de ignorar os seus trabalhadores ao insistir “na narrativa do lucro, da robustez financeira”.

“Os trabalhadores são os grandes sacrificados por esta gestão, pois todos os anos continuam a perder grande percentagem de poder de compra“, refere a comissão de trabalhadores em comunicado, onde aponta que os aumentos salariais ficaram “a uma enorme distância da inflação”.

A comissão de trabalhadores voltou a criticar a gestão da CGD por não ter aplicado o aumento intercalar extraordinário de 1% aplicado pelo Governo, considerando que “foi decisão perniciosa” e que a promessa de “replicação dos apoios sociais em 2023, não passou de uma promessa”.

O documento insiste que há relatos de descontentamento de clientes e população sobre as decisões de gestão da atual administração da CGD.

“Foi diminuída de forma drástica a presença geográfica da CGD no país, reduzida a prestação de serviços de tesouraria na maior parte das agências, restringiram-se serviços ao público com encerramentos no período de almoço, sobrecarregando as outras agências e os trabalhadores veem-se diariamente confrontados com reclamações e excessos verbais e físicos por parte de clientes descontentes com esta realidade“, atira.

De igual forma, o organismo de representação de trabalhadores criticou a administração por ser “incapaz de reter talento e preservar o conhecimento interno”, apontando que nos primeiros três trimestres deste ano saíram 71 trabalhadores por iniciativa própria.

A CGD apresentou lucros de 987 milhões de euros entre janeiro e setembro, mais 43% do que no mesmo período de 2022. A margem financeira (a diferença entre os juros cobrados no crédito e os juros pagos nos depósitos) foi de 2.090 milhões de euros, mais 1.179 milhões de euros do que nos primeiros nove meses de 2022.

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Empresas vão poder levantar em breve milhões do Fundo de Compensação do Trabalho

Mobilização dos milhões que estão no Fundo de Compensação do Trabalho devia ter arrancado no quarto trimestre, mas as regras ainda não tinham sido aprovadas. Marcelo deu agora "luz verde" ao diploma.

As empresas vão poder levantar em breve os mais de 600 milhões de euros que estão atualmente no Fundo de Compensação do Trabalho (FCT). O calendário disponibilizado aos parceiros sociais indicava que o dinheiro poderia ser mobilizado a partir do quarto trimestre, mas as regras ainda não tinha sido aprovadas. O Presidente da República promulgou agora o diploma que faltava.

“O Presidente da República promulgou o diploma do Governo que altera os regimes jurídicos do FCT e do Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho”, lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República.

O acordo de rendimentos celebrado em outubro do ano passado na Concertação Social previa, por um lado, o fim das contribuições para o FCT e, por outro, a reconversão desse fundo para permitir às empresas (que tenham contribuído) financiarem a formação e qualificação dos trabalhadores, apoiarem a autonomização dos jovens trabalhadores (suportando uma parte dos encargos da habitação) ou construírem refeitórios e creches, por exemplo.

O primeiro desses pontos já está concretizado — desde maio que as empresas já não descontam para o FCT –, mas o segundo continua ainda na gaveta.

Aliás, o último calendário apresentado pelo Governo aos parceiros sociais, a que o ECO teve acesso, indicava que as empresas poderiam começar a levantar o dinheiro a partir do último trimestre de 2023. E o Governo aprovou, no fim de setembro, as regras para a mobilização. Mas faltava o aval de Marcelo de Sousa.

Mais de dois meses da aprovação em Conselho de Ministros, o diploma em causa foi agora promulgado pelo chefe de Estado, estando, portanto, para breve o arranque da mobilização do FCT.

Em declarações ao ECO, Ana Vieira, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), já tinha sinalizado que a mobilização poderia arrancar só em dezembro ou até mesmo em janeiro, tendo em conta que o decreto-lei estava em Belém e o mês de novembro já ia a meio.

Já à saída da última reunião de Concertação Social, João Vieira Lopes, presidente dessa confederação, disse aos jornalistas que os parceiros sociais não foram consultados quanto à versão final do diploma em causa. Havendo, ainda assim, o compromisso do Governo de que o que consta desse documento é o que ficou previsto no entendimento de outubro de 2022.

De resto, a CCP já tinha mostrado preocupação com “a demora” no arranque da mobilização do FCT, “porque se trata de uma matéria negociada há muito tempo e os valores pertencem às empresas“.

Também da parte da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) chegou ao ECO a mensagem de atenção a esta matéria. “Inicialmente tinha-nos sido referido pelo Ministério do Trabalho que seria a partir de outubro de 2023, o que não aconteceu. Não tendo havido qualquer justificação para o atraso“, explicou a confederação.

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Salários na Global Media já foram pagos. CEO do grupo admite “atraso lamentável”

Os ordenados de novembro foram pagos esta manhã. A incógnita recai agora sobre o pagamentos dos subsídios de Natal. Para os dias 6 e 7 está já marcada uma greve do Jornal de Notícias.

Os trabalhadores da Global Media estão esta terça-feira a receber os salários de novembro. As transferências foram feitas durante a manhã, ficando de imediato disponíveis nas contas dos colaboradores, garante José Paulo Fafe, CEO do grupo. “É o mínimo que podíamos ter feito. Tratou-se de um atraso lamentável. A última coisa que queria que tivesse acontecido era um atraso nos salários”, diz ao +M.

Os trabalhadores do grupo, recorde-se, não receberam os ordenados de novembro na última quinta-feira, dia 30. Ao final da tarde foi enviado um comunicado, no qual era dito que o processamento dos salários seria feito apenas esta semana. O atraso deveu-se à “impossibilidade de acesso à banca nacional”, dizia a comissão executiva, que aguardava uma transferência do novo acionista maioritário para pagar os ordenados.

Devido à gravíssima situação financeira com que se debate o Global Media Group, com a acumulação de elevados prejuízos e a existência de um total défice de tesouraria, o pagamento atempado dos salários no último ano só foi possível devido a transferências feitas pelo acionista Marco Galinha”, escreveu a administração, num comunicado enviado ao final da tarde aos trabalhadores e ao qual o +M teve acesso.

Com a alteração recente na estrutura acionista, em grande parte motivada pelo facto de se tornar insustentável para o referido investidor continuar a suportar sozinho a manutenção do GMG, tais transferências passaram a ser suportadas pelo novo acionista, o World Opportunity Fund (WOF). Ao longo destes últimos meses, de modo a assegurar o funcionamento diário do Grupo, tem sido escrupulosamente cumprido o plano de regularização fiscal, bem como o pagamento dos fornecedores essenciais à atividade das diferentes marcas do Grupo”, prosseguia o grupo.

Mas, dizia a administração, “infelizmente, a campanha permanente que tem sido vítima o GMG por parte de alguma concorrência, com a adulteração de factos e criação de falsas narrativas, conjugada com os graves problemas financeiros que há muito vive este Grupo, impossibilitou o acesso à banca nacional por parte do GMG, obrigando assim o recurso a transferências internacionais por parte do WOF, e que têm sido indispensáveis para garantir o pagamento dos salários”.

Com os ordenados do último mês pagos a dia 5, a incógnita recai agora sobre os subsídios de Natal, que, por lei, devem ser pagos até 15 de dezembro.

Para os dias 6 e 7 de dezembro está marcada uma greve do Jornal de Notícias.

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Turismo do Alentejo e Ribatejo tem menos meio milhão de euros de orçamento para 2024

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2023

Turismo do Alentejo e Ribatejo tem menos meio milhão de euros de orçamento para 2024 do que em 2023. Ainda assim, o presidente da ERT considera que este é "mais realista".

A Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo vai investir mais de metade do orçamento para 2024, que ascende a 4,4 milhões de euros, em ações de animação e de promoção e novos projetos. “É um orçamento de arranque para aquilo que será um novo ciclo de investimentos, nos próximos quatro anos, que, espero, seja bem suportado nos financiamentos europeus e, em especial, no Alentejo 2030”, afirmou o presidente desta ERT, José Manuel Santos. Este orçamento “é inferior em cerca de meio milhão de euros” ao deste ano.

O responsável falava à agência Lusa a propósito da recente aprovação, por unanimidade, da proposta de plano de atividades e orçamento para 2024 da ERT do Alentejo e Ribatejo pela assembleia geral do organismo.

Segundo o dirigente, o orçamento da Turismo do Alentejo e Ribatejo para o próximo ano, que ronda os 4,4 milhões de euros, “está pouco alavancado pelos instrumentos de financiamento europeu, nomeadamente do novo quadro comunitário 2030″.

“Ainda não há candidaturas aprovadas, mas já abrimos linhas de ação que correspondem a esta nova ambição que queremos colocar no futuro do Alentejo e Ribatejo e conseguimos já ter um valor de investimento de cerca de 55% do valor do orçamento”, adiantou.

Queremos requalificar, financiar e ajudar a financiar [obras em] cerca de 25 fortalezas em toda a zona da raia do Alentejo e do Algarve.

José Manuel Santos

Presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo

Em 2024, sublinhou José Manuel Santos, o valor do orçamento será repartido por despesas de funcionamento da ERT (19%), custos com pessoal (20%), investimentos em atividades de animação e de promoção e novos projetos (55%) e o restante para outras despesas.

Assinalando que este orçamento “é inferior em cerca de meio milhão de euros” ao deste ano, o presidente da ERT defendeu que é, no entanto, “um orçamento mais realista”, tendo em conta “as possibilidades de execução e o calendário de lançamento de avisos de abertura de concursos” aos fundos comunitários.

“Temos quatro grandes prioridades”, vincou o responsável, referindo-se ao apoio às empresas para a transição ambiental e digital, à criação de dinâmicas de comunicação e de marketing e de estratégias sub-regionais de valorização e de promoção e à autonomização do marketing estratégico do Ribatejo.

Um dos novos projetos que a Turismo do Alentejo e Ribatejo vai apoiar em 2024 será o da valorização das fortalezas do interior, liderado pela Câmara de Elvas e que envolve outros municípios do Alentejo e do Algarve. “Estamos a trabalhar já numa primeira fase, em que vamos avançar com seis fortalezas do Alentejo e também duas no Algarve para o primeiro financiamento de obras de requalificação e de melhoria das condições de visitação e de acolhimento”, revelou.

Depois das obras, salientou o presidente do organismo, a Turismo do Alentejo e Ribatejo vai “criar um roteiro de visitação integrado“, com foco “não só para os turistas portugueses, mas também muito para os espanhóis”.

“Queremos requalificar, financiar e ajudar a financiar [obras em] cerca de 25 fortalezas em toda a zona da raia do Alentejo e do Algarve”, adiantou, frisando que este projeto está agora “a dar os primeiros passos”. Por agora, acrescentou, os promotores estão “a estabilizar” o projeto, mas “será uma candidatura que rondará os oito milhões de euros“.

O plano de atividade inclui ainda a aposta na rota WineRoute 118, no Ribatejo, num programa de atração de nómadas digitais, na candidatura do Baixo Alentejo à Cidade Europeia do Vinho em 2026 e num Plano de Acolhimento e Hospitalidade no âmbito de Évora Capital Europeia da Cultura, entre outras.

A valorização dos recursos humanos e captação de pessoas para o setor, o lançamento de um plano específico para o território transfronteiriço com Espanha e o desenvolvimento do Enoturismo e do Turismo Literário são outros dos focos.

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Euribor desce a 3 e 12 meses e sobe a 6 meses e mantém-se abaixo de 4% nos três prazos

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2023

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa desceram a três e 12 meses e subiuram a seis meses face a segunda-feira, mantendo-se abaixo de 4% nos três prazos.

As taxas Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação da casa, desceram nos prazos a três e 12 meses e subiram a seis meses face a segunda-feira, mantendo-se abaixo de 4% nos três prazos.

Com as alterações, a Euribor a três meses, que desceu para 3,958%, ficou acima da de seis meses (3,953%) e da de 12 meses (3,785%).

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, baixou para 3,785%, menos 0,009 pontos do que na segunda-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, avançou para 3,953%, mais 0,008 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses recuou para 3,958%, menos 0,004 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de julho de 2022, após 10 subidas consecutivas.

A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de dezembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Inflação na OCDE abranda até 5,6% e renova mínimos de dois anos

A taxa de inflação subjacente na OCDE também voltou a abrandar para o valor mais baixo desde maio de 2022, muito por conta de um contínuo abrandamento da taxa de inflação dos bens alimentares.

A taxa de inflação continua a abrandar nos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), da qual Portugal faz parte. De acordo com dados divulgados esta terça-feira, a taxa de inflação homóloga na OCDE baixou de 6,2% em setembro para 5,6% em outubro.

“Este é o nível mais baixo desde outubro de 2021, embora uma taxa semelhante tenha sido brevemente abordada em junho de 2023, com 5,7%”, refere a OCDE num comunicado, sublinhando que, entre os 38 Estados-membros da OCDE, 28 registaram um abrandamento da taxa de inflação entre setembro e outubro.

Por oposição, o Índice de Preços no Consumidor aumentou 1 ponto percentual ou mais na Grécia, na Chéquia e na Costa Rica. “As taxas de inflação estiveram próximas de zero na Dinamarca, tornando-se negativas nos Países Baixos, e permaneceram negativas na Costa Rica, apesar do seu aumento“, refere a OCDE.

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No mesmo sentido de queda continua a taxa de inflação subjacente (que exclui os preços da energia e os preços dos alimentos não transformados), que voltou a corrigir 0,1 pontos percentuais entre setembro e outubro, fixando-se nos 6,5% em outubro, alcançando o valor mais baixo desde maio de 2022.

Os números divulgados esta terça-feira revelam ainda que a taxa de inflação dos bens alimentares continua a abrandar a um ritmo acelerado. Em outubro, fixou-se nos 7,4%, menos 0,7 pontos percentuais face a setembro.

“A inflação [dos bens alimentares] desceu em 32 países da OCDE, mas ainda excedeu os 10% na Turquia, Islândia, Colômbia e Reino Unido”, refere a OCDE, notando ainda que a taxa de inflação homóloga da energia na OCDE voltou a ser negativa pelo sexto mês consecutivo, fixando-se em -4,8% em outubro.

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Alunos portugueses pioram desempenho nos testes internacionais de Matemática e Leitura

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2023

Alunos portugueses obtiveram 472 pontos a Matemática nas provas do ano passado, menos 20,6 pontos do que em 2018. Veja os principais resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA).

Os alunos portugueses de 15 anos pioraram os seus desempenhos nos testes internacionais de Matemática e Leitura do PISA de 2022, invertendo a tendência de melhoria que se vinha registando na última década.

O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) voltou a analisar os conhecimentos a Matemática, Leitura e Ciência de alunos de todo o mundo – em 2022 participaram cerca de 690 mil alunos de 81 países e economias – e o retrato do desempenho dos estudantes releva “uma quebra sem precedentes”, em que Portugal não foi exceção.

Os quase sete mil alunos de 224 escolas portuguesas que realizaram as provas de 2022 obtiveram piores resultados do que os seus colegas em 2018, colocando Portugal entre os países que mais baixaram de pontuação a Matemática, refere o relatório da OCDE divulgado esta terça-feira.

Em comparação com 2018, o desempenho médio caiu dez pontos de pontuação em Leitura e quase 15 pontos de pontuação em Matemática, o que equivale a três quartos de um ano de aprendizagem”, sublinha Mathias Cornmann, secretário-geral da OCDE, no texto introdutório do relatório.

Em Portugal, os resultados dos alunos foram ainda mais graves: Os estudantes obtiveram 472 pontos a Matemática, ou seja, menos 20,6 pontos do que nas provas realizadas em 2018. Já em comparação com os resultados nas provas de 2012, desceram 14,6 pontos.

Portugal surge assim na lista dos 19 países que baixaram mais de 20 pontos a Matemática, sendo que as notas desceram entre os alunos mais carenciados, mas também entre os mais privilegiados. Três em cada dez alunos não conseguiram demonstrar ter conhecimentos mínimos a Matemática, ou seja, não atingiram o nível dois numa escala de seis valores.

Apenas 7% dos estudantes portugueses se destacaram, atingindo os níveis de proficiência mais elevados (5 e 6) a Matemática, uma disciplina que voltou a ser dominada por seis países asiáticos.

A condição socioeconómica é um dos fatores que mais influencia os resultados académicos e, em Portugal, os estudantes portugueses de famílias mais privilegiadas tiveram uma pontuação média de 522 pontos, ou seja, 101 pontos acima da média dos alunos mais carenciados.

Em Portugal, cerca de 9% dos estudantes desfavorecidos conseguiram estar entre os melhores alunos a Matemática, sendo a média da OCDE de 10%.

Apesar de o PISA de 2022 estar mais focado no retrato dos conhecimentos a Matemática, também foi feita uma prova de Leitura e, mais uma vez, os resultados médios pioraram: Os estudantes portugueses obtiveram 477 pontos, o que representa uma descida de 15,2 pontos em relação a 2018 e de 12,8 pontos face a 2012.

Apesar da descida, 77% dos alunos portugueses conseguiram atingir, pelo menos, o nível dois, ficando acima da média da OCDE (74%). Este resultado significa que estes jovens conseguem, pelo menos, identificar as ideias principais num texto de extensão moderada, encontrar informação e refletir sobre o propósito e a forma de um texto.

Apenas 5% dos portugueses conseguiram obter um nível 5 ou 6 em Leitura (7% é a média da OCDE), um nível que já implica ser capaz de compreender textos bastante longos, lidar bem com conceitos abstratos e conseguir estabelecer distinções entre um facto e uma opinião.

Um em cada dez alunos portugueses sente-se sozinho na escola

Um em cada dez alunos portugueses sente-se sozinho na escola, mas a grande maioria diz fazer amigos com facilidade, revela um estudo internacional que mostra que os portugueses são mais felizes do que a média da OCDE.

Em 2022, 76% dos estudantes portugueses disseram que faziam amigos com facilidade na escola, mantendo-se em linha com a média da OCDE (76%), mas foram muito mais os portugueses que disseram ter um sentimento de pertença à comunidade escolar (82% portugueses contra 75% na OCDE).

Por outro lado, um em cada dez alunos de 15 anos em Portugal revelou que se sentia sozinho e outros 11% admitiram que eram postos de lado, revela o estudo da OCDE divulgado esta terça-feira.

Apesar de os números revelarem uma realidade preocupante, ficam muito abaixo da média das escolas da OCDE: 16% dos jovens de 15 anos sentem-se sozinhos e 17% dizem que são deixados à parte.

Dedicação de famílias e docentes é essencial no sucesso

Um estudo internacional que analisou sistemas de ensino de 81 países apontou a dedicação de professores e pais como uma das chaves do sucesso dos alunos, lembrando que por vezes “basta um jantar de família”.

O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) de 2022 é o primeiro estudo em grande escala a recolher dados sobre o desempenho, o bem-estar e a equidade dos alunos antes e após as perturbações provocadas pela pandemia de covid-19.

O relatório divulgado esta terça-feira defende que o declínio nos resultados “só pode ser parcialmente atribuído à pandemia”, uma vez que em muitos países já se registava uma descida nos resultados. Por exemplo, em Portugal, os diretores escolares apontam a falta de professores e a menor qualificação dos docentes como principais causas para as falhas na qualidade de ensino.

Em 2022, 62% dos alunos em Portugal frequentavam escolas cujos diretores relataram que a qualidade do ensino estava a ser afetada pela falta de professores e 27% apontaram a baixa qualificação do pessoal docente.

No PISA anterior, de 2018, a percentagem de diretores que tinha referido esses problemas era muito inferior: Apenas 32% falou na falta de professores e 23% na qualificação dos docentes, segundo um estudo internacional que sublinha a importância do empenho dos docentes e famílias no sucesso académico.

A disponibilidade dos docentes da OCDE para ajudar os alunos mais necessitados teve um impacto mais forte na Matemática, em comparação com outras experiências ligadas à covid-19 e ao encerramento das escolas”, lê-se no relatório, que mostra que os resultados a Matemática foram, em média, 15 pontos mais elevados nas escolas em que os alunos concordaram que tinham bons professores.

Também o envolvimento dos pais se mostrou importante, em especial entre os mais desfavorecidos. “O nível de apoio ativo que os pais oferecem aos seus filhos pode ter um efeito decisivo”, refere o relatório, acrescentando que, por vezes, bastam “atividades aparentemente inocentes, como partilhar uma refeição em família ou simplesmente conversar” para se notar um melhor desempenho e bem-estar dos alunos.

Os pais ou alguém da família perguntar ao aluno o que tinha feito na escola naquele dia também é mencionado, sendo que Portugal surge como um dos países onde pelo menos 80% dos jovens disse que a sua família tinha essa preocupação.

Entre os quase sete mil alunos de 224 escolas portuguesas que participaram no PISA, muitos reconheceram a importância dos professores. Três em cada quatro jovens portugueses reconheceram o apoio extra dado pelos professores de Matemática, tendo apontado outros problemas no processo de aprendizagem.

Mais de 8% dos alunos de 15 anos na OCDE falham refeições por falta de dinheiro

Milhares de jovens de 15 anos ficaram sem comer por falta de dinheiro para comprar comida, revela o estudo internacional PISA, que coloca Portugal como o país onde menos alunos são afetados pelo problema.

“Em média, nos países da OCDE, 8,2% dos estudantes afirmaram que não comeram pelo menos uma vez por semana nos últimos 30 dias porque não havia dinheiro suficiente para comprar comida”, refere o relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) de 2022, no qual participaram cerca de 690 mil alunos de 81 países e economias.

No relatório, Portugal surge ao lado da Finlândia e dos Países Baixos como um dos três países da OCDE que registam as percentagens mais baixas de alunos que ficam sem comer: Portugal apresenta uma taxa de 2,6%; a Finlândia de 2,7% e os Países Baixos de 2,8%.

Por oposição, há países da OCDE onde a proporção de estudantes em situação de insegurança alimentar é superior a 10%. Entre esses países estão o Reino Unido (10,5%), a Lituânia (11%), Estados Unidos (13%), Chile (13,1%), Colômbia (13,3%), Nova Zelândia (14,1%) e Turquia, onde quase um em cada cinco alunos ficou sem comer (19,3%).

Em 18 países e economias, mais de 20% dos estudantes declararam não comer pelo menos uma vez por semana devido à falta de dinheiro.

Os investigadores do PISA sublinham que os países em que, pelo menos, um quarto dos estudantes declararam não comer pelo menos uma vez por semana devido à falta de dinheiro foram os que tiveram piores desempenhos na prova de Matemática.

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