António José Teixeira e Nicolau Santos trocam argumentos em artigos de opinião

A demissão do diretor de informação da RTP tem sido justificada pelo presidente com os resultados da RTP3. Após uma semana de silêncio, António José Teixeira responde em artigo de opinião.

António José Teixeira respondeu esta quarta-feira, em artigo de opinião publicado no Público, a Nicolau Santos. “Em nome da verdade”, o até à última semana diretor de informação da RTP pretende assim desmontar os argumentos que, segundo o presidente da RTP, levaram à sua demissão e, no essencial, se prendem sobretudo com os resultados da RTP3.

“Se a confiança, a qualidade e a independência não estão em causa, mesmo que todos os dias tenhamos de lutar por elas, parece estar apenas em causa a audiência de um só canal, a RTP3, que se diz continuar a afundar. É falso. E não é uma questão de opinião. É factual”, começa por afirmar, passando de seguida aos resultados. “No presente trimestre está acima do período homólogo de 2024. Em 2024, teve o mesmo share de 2023. Em 2024, os nossos concorrentes diretos perderam audiência, ao contrário da RTP3“.

Ou seja, conclui António José Teixeira, “em resumo, nestes últimos três anos não houve quebra de audiência na RTP3. O rating de 2024 até foi superior ao de 2023. Já agora, as audiências dos principais formatos informativos diários (seja o Telejornal, o Jornal da Tarde ou o Portugal em Direto) ou não diários (Linha da Frente ou A Prova dos Factos) estão a crescer. O mesmo se pode dizer da área de notícias no digital, que teve crescimentos acima dos 30% no ano passado”.

“Estamos satisfeitos? Não”, prossegue o jornalista. “Por isso, há vários anos que alertamos e insistimos na necessidade de renovação dos estúdios, das condições de trabalho na redação, da sua organização e da imagem da informação. Foi por persistente proposta da DI que avançámos há um ano e meio para um projeto ambicioso, intitulado Casa das Notícias, cuja primeira fase se concluirá dentro de pouco mais de dois meses. Foi por nossa iniciativa que se avançou para um novo estúdio de informação no Porto, dois estúdios completamente remodelados em Lisboa, uma nova imagem para a informação e a reformatação do canal de informação, incluindo a sua marca. Porque é preciso fazer mais e melhor, estivemos a trabalhar com todas as áreas da empresa e com o acompanhamento permanente de um vogal da administração da RTP e a assessoria técnica e editorial da EBU”, descreve António José Teixeira.

“Por alguma razão, até agora por explicar, se quis interromper este processo”, conclui o jornalista, que termina o artigo afirmando que “os portugueses precisam de uma RTP livre e independente, que não mude ao sabor de equívocos ou dos ciclos políticos”.

Esta segunda-feira, Nicolau Santos respondeu, também em artigo de opinião no Público a Pedro Adão e Silva, que tutelava a pasta da comunicação social no último Governo de António Costa. “Após a sucessão de ataques de que a RTP foi alvo, vindos diretamente do centro do poder, é um sinal errado exonerar o seu diretor de Informação. As coisas são como são, perante este historial e na ressaca da tomada de posse de um novo Governo, esta substituição deve preocupar todos aqueles que defendem um jornalismo independente e incómodo. Afinal, vislumbra-se na decisão a concretização do desejo de Montenegro de “termos uma comunicação social mais tranquila e não tão ofegante”, escrevia também em artigo de opinião o ex ministro da Cultura, no dia 27 de junho.

Na resposta, e após garantir que “nas mudanças que agora ocorreram na RTP não houve qualquer interferência do poder político”, Nicolau Santos escreve: “Afirmei publicamente, no início de 2024, na Assembleia da República, que alguma coisa teria de ser feita para resolver o seu problema em termos de audiências; repeti-o em meados de 2024 no encontro anual da APDC; e voltei a falar no tema no primeiro trimestre de 2025 durante o encontro da APIT“, para concluir “e o que ocorreu? A RTP3 continuou a cair nas audiências, foi ultrapassada por um canal recém-chegado ao mercado e tornou-se o canal informativo diário que menos interessa aos espectadores portugueses”.

Em 2023, de acordo com dados trabalhados na altura pela Dentsu para o +M, no universo Adultos a RTP3 registou um share de 0,6% e um rating de 0,2%. Já em 2024, no acumulado do ano e também no universo adultos, a audiência média foi de 0,2 e o share de 0,8%. No último trimestre, de abril a junho, o share é de 0,9%, que compara com 0,7% do período homólogo.

De notar que todos os canais de informação crescem neste trimestre. A CNN Portugal passou de 2,5% para 2,7%, a SIC Notícias de 2% para 2,5% e o Now passou de 0,3%, em junho, mês de estreia, para 1,5%.

António José Teixeira, recorde-se, foi demitido da direção de informação da RTP e do cargo de diretor da RTP3 no início da última semana. Pouco depois, soube-se que estava em curso uma reorganização do organograma da empresa, que leva ao fim de 11 direções, e também à saída de Teresa Paixão, até agora diretora da RTP2, Nuno Galopim, diretor da Antena 1, RDP África e RDP Internacional. Entretanto, Vítor Gonçalves será o próximo diretor de informação.

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CEO da SIBS vai liderar associação europeia de pagamentos móveis

  • ECO
  • 2 Julho 2025

Madalena Cascais Tomé foi eleita presidente da EMPSA, associação que reúne 11 sistemas de pagamentos europeus com cerca de 110 milhões de utilizadores.

A CEO da SIBS foi eleita presidente da EMPSA, a associação europeia de pagamentos móveis que reúne 11 sistemas de pagamentos, representando aproximadamente 110 milhões de utilizadores. Madalena Cascais Tomé irá cumprir um mandato de dois anos.

“É com um profundo sentido de responsabilidade que assumo este cargo para liderar a EMPSA no momento crucial que vivemos atualmente”, afirmou a gestora portuguesa em comunicado.

“Juntos podemos ser ainda mais fortes e eficazes na promoção de soluções privadas e da inovação como motores do desenvolvimento dos pagamentos digitais na Europa. O nosso objetivo é ter uma voz ativa no diálogo com as instituições, reguladores e supervisores europeus, e na definição das políticas e dos enquadramentos que irão moldar a liderança da Europa nos pagamentos de retalho”, acrescentou.

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Castro e Almeida lidera integração do TSB no Santander

  • ECO
  • 2 Julho 2025

Gestor português é um dos líderes da equipa que vai executar o processo de integração da instituição britânica que o Santander acabou de comprar ao Sabadell.

Pedro Castro e Almeida, presidente do Santander Portugal e responsável pelas operações na Europa do banco espanhol, foi um dos escolhidos para liderar a equipa que vai executar o processo de integração do banco britânico TSB que foi agora adquirido ao Sabadell por cerca de 3,1 mil milhões de euros.

Além do gestor português, a equipa terá ainda como outros líderes Juan Olaizola e Mike Regnier, com o Santander a destacar a “profunda experiência em integrações bancárias e migrações tecnológicas” deste trio.

Castro e Almeida é administrador não executivo do Santander UK, cargo que assumiu em 2023, quando foi nomeado como responsável máximo pelas operações europeias do grupo espanhol, depois da saída de António Simões.

O Santander é o quarto maior banco no segmento do crédito à habitação no Reino Unido, quota que será reforçada com o TSB, cuja aquisição deverá estar concluída no início do próximo ano.

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Euribor desce e a seis meses atinge novo mínimo desde outubro de 2022

  • Lusa
  • 2 Julho 2025

Esta quarta-feira, as taxas Euribor desceram em todos os prazos: a três meses para 1,958%, a seis meses para 2,033% e a 12 meses para 2,055%.

A Euribor desceu esta quarta-feira a três, a seis meses e a 12 meses, em relação a terça-feira, e atingiu um novo mínimo desde 17 de outubro de 2022 na taxa a seis meses. Com estas alterações, a taxa a três meses, que recuou para 1,958%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,033%) e a 12 meses (2,055%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, caiu, ao ser fixada em 2,033%, menos 0,018 pontos do que na terça-feira.
  • No prazo de três meses, a taxa Euribor, que está abaixo de 2% desde 24 de junho, desceu para 1,958%, menos 0,003 pontos do que na terça-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a 12 meses desceu para 2,055%, menos 0,015 pontos do que na terça-feira.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril indicam que a Euribor a seis meses representava 37,61% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,46% e 25,60%, respetivamente.

Na última reunião de política monetária em 4 e 5 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%. Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano. A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

 

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Ministro Gonçalo Matias considera burocracia um “obstáculo silencioso ao progresso”

  • Lusa
  • 2 Julho 2025

Ministro da Reforma do Estado diz que a aposta vai centrar-se na "simplificação, digitalização, articulação e responsabilização”. Máquina pública não pode ser labirinto onde se perde tempo e recursos"

O ministro Adjunto e da Reforma do Estado considerou esta quarta-feira a transformação da administração pública um “desígnio incontornável”, alegando que a burocracia é um “obstáculo silencioso” que trava o progresso e compromete a tomada de decisões.

A burocracia excessiva continua a ser um obstáculo silencioso ao progresso, trava o investimento, mina a confiança e compromete a tomada de decisões vitais“, salientou Gonçalo Matias, numa intervenção no XIII Fórum Lisboa, que reúne dezenas de autoridades brasileiras, entre as quais juízes das mais altas instâncias, ex-presidentes, lideres do Congresso e ministros do Governo de Lula da Silva.

O governante reiterou que “a reforma do Estado e o combate à burocracia” são “prioridades essenciais” do Governo. “Não podemos admitir que a máquina pública seja um labirinto onde se perde tempo, recursos e esperança”, sublinhou.

A exigência “da transformação da administração pública é hoje um desígnio incontornável” do atual Governo chefiado por Luís Montenegro, até porque “a confiança dos cidadãos no Estado constrói-se na capacidade de garantir eficiência, transparência e qualidade de resposta”.

A aposta do Governo português para a legislatura vai centrar-se na “simplificação, digitalização, articulação e responsabilização”. “Não para reduzir o Estado, mas para fortalecer a sua relevância e legitimidade”, disse, assinalando que as sociedades confrontam-se com desafios globais numa altura em que “a confiança dos cidadãos na democracia depende, em larga medida, da capacidade de o Estado adaptar e de se construir de forma eficiente, transparente e sustentável”.

Entre esta quarta e sexta-feira, Lisboa torna-se numa espécie de segunda capital brasileira com a presença de várias das principais personalidades dos três poderes brasileiros, num evento organizado pelo juiz do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, intitulado de “O mundo em transformação — Direito, Democracia e Sustentabilidade na Era Inteligente”.

De acordo com a organização, serão realizados 57 painéis, com 500 palestrantes, com uma estimativa de 2.500 participantes.

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Pequeno comércio dispensado de apresentar declaração anual de apuramento do IVA 

O apuramento do IVA do regime dos pequenos retalhistas será feito, a partir de 3 de julho, através de uma declaração provisória, disponibilizada pela Autoridade Tributária.

O Governo avançou com um conjunto de medidas de simplificação fiscal, nomeadamente a eliminação da obrigatoriedade de apresentação da declaração anual de apuramento do IVA do regime especial dos pequenos retalhistas. A medida, publicada agora em Diário da República, entra em vigor esta quinta-feira, 3 de julho.

No âmbito destas medidas, “tendo em vista uma maior simplificação no apuramento do imposto e no cumprimento da obrigação do seu pagamento, foram alteradas algumas obrigações deste regime, sendo eliminada a obrigação de apresentação da declaração anual do regime especial dos pequenos retalhistas (Modelo 1074)”, pode ler-se na portaria que aprova a declaração relativa ao regime especial dos pequenos retalhistas e respetivas instruções de preenchimento.

Além disso, “passou a prever que o apuramento do imposto devido pelos sujeitos passivos de IVA abrangidos pelo regime dos pequenos retalhistas seja efetuado através de uma declaração provisória, disponibilizada pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), no Portal das Finanças, tendo por base os elementos informativos relevantes de que esta disponha, designadamente os elementos resultantes das faturas classificadas pelo sujeito passivo naquele Portal”.

Esta declaração provisória disponibilizada pela Fisco deverá ser depois confirmada. “Caso verifique que os elementos apurados pela AT compreendem a totalidade das operações tributáveis e do IVA devido, o sujeito passivo confirma a declaração provisória, que se considera entregue nos termos legais“, indica a portaria.

No caso dos “sujeitos passivos cuja declaração provisória não compreenda a totalidade do imposto devido devem registar, manualmente, no e-fatura, as faturas e documentos retificativos de fatura que não foram previamente comunicados pelo emitente, as quais são consideradas na declaração do regime especial dos pequenos retalhistas”, acrescenta.

O Governo indica que a portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação, ou seja, a partir de amanhã, produzindo efeitos relativamente às declarações correspondentes a períodos de imposto a partir do 3.º trimestre de 2025, inclusive.

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Uber passa a permitir que clientes escolham apenas motoristas mulheres

Novo serviço permite às clientes escolherem apenas motoristas mulheres, mas também que motoristas mulheres optem por transportar apenas clientes do género feminino.

A Uber vai lançar na próxima semana um novo serviço em Lisboa, que permitirá às clientes escolherem viajar apenas com motoristas mulheres e a estas transportar exclusivamente passageiras do género feminino. A intenção é tornar a experiência de mobilidade “mais personalizada, confortável e ajustada às preferências” das utilizadoras desta plataforma.

“Queremos que a Uber seja a plataforma mais conveniente e personalizada para todas as mulheres. Esta nova funcionalidade responde a um desejo claro de muitas motoristas e utilizadoras, e representa também uma oportunidade para que mais mulheres se sintam motivadas a conduzir com a Uber, reforçando a sua autonomia e liberdade de escolha”, sublinha Francisco Vilaça, general manager da Uber em Portugal.

É de notar que, neste momento, só 9% dos motoristas de TVDE em Portugal são mulheres, daí que o referido responsável defenda que, com esta nova funcionalidade, a Uber está também a contribuir para “tornar o setor mais inclusivo, representativo e atrativo para as mulheres“.

“Ao criar condições que proporcionem maior liberdade de escolha, a Uber acredita que esta funcionalidade poderá contribuir para atrair mais mulheres para a atividade, tornando a condução numa opção profissional mais apelativa, flexível e ajustada às diferentes necessidades e preferências de cada mulher”, assinala a plataforma, em comunicado.

Já em conferência de imprensa, Francisco Vilaça explicou também que as motoristas terão total flexibilidade, ou seja, poderão optar por transportar apenas mulheres em certas alturas do dia e noutras regressar a outros tipos de serviço da Uber, como o de carros elétricos e o de carros premium.

Nesta fase-piloto, este serviço estará disponível apenas em Lisboa e a sua disponibilidade “poderá variar consoante o número de motoristas disponíveis”. “Mas a opção estará acessível todos os dias da semana, sem qualquer custo adicional“, garante a Uber, que adianta que o serviço será, depois, alargado a outras cidades do país.

“Será muito provável que siga a expansão a dimensão das cidades. Porto, Algarve, Coimbra, …”, salientou Francisco Vilaça, em declarações aos jornalistas.

No último ano, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes suspendeu a licença da Pinker, plataforma de TVDE que pretendia ser exclusiva para mulheres, salientando que “não pode haver discriminação na atividade de transporte individual e remunerada de passageiros”.

Questionado sobre este caso, Francisco Vilaça assinalou: “acreditamos que estamos a adicionar uma opção de escolha, numa plataforma que é totalmente inclusiva. Qualquer pessoa pode prestar serviço. Vemos isto como mais uma opção de escolha, e não uma discriminação. Trata-se de um produto adicional”.

O responsável acrescentou também que este serviço não é lançado por uma questão de segurança, mas de escolha.

Neste momento, este serviço já está disponível em França, Alemanha, Polónia, África do Sul, Argentina e Austrália.

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Sindicato dos Jornalistas desafia redações a parar uns minutos em solidariedade com trabalhadores da TiN

  • Lusa
  • 2 Julho 2025

"A luta não é só ‘daquelas’ pessoas sem salário e poucas perspetivas de futuro, após dois anos de despedimentos silenciosos, a demanda é de todos nós, cidadãos e jornalistas”, diz o Sindicato.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) desafiou as redações a parar, esta quinta-feira, cinco ou 10 minutos, em solidariedade para com os trabalhadores da Trust in News (TiN), com salários em atraso.

“O desafio não é só ‘deles’, a luta não é só ‘daquelas’ pessoas sem salário e poucas perspetivas de futuro, após dois anos de despedimentos silenciosos, a demanda é de todos nós, cidadãos e jornalistas”, apontou, em comunicado, o SJ.

Assim, a estrutura sindical desafiou as redações a parar esta quinta-feira, por cinco ou 10 minutos, em solidariedade para com os trabalhadores da TiN, sublinhando que uma foto, um vídeo, uma mensagem ou um cartaz podem significar muito para quem está em luta.

Na sexta-feira, os trabalhadores da TiN, reunidos em plenário, aprovaram a continuação da greve que dura há mais de uma semana até serem pagos os salários e subsídios em atraso, disse à Lusa a delegada sindical da Visão.

No plenário realizado “aprovámos a continuação da greve por tempo indeterminado por ampla maioria”, afirmou Clara Teixeira, adiantando que das 55 pessoas presentes, 44 votaram a favor.

Os trabalhadores estão em greve desde 20 de junho e prometem assim continuar até que lhes sejam pagos as remunerações em atraso: 75% do salário de maio, subsídios de refeição de maio e junho e subsídios de férias.

Apesar da greve, a revista Caras saiu para as bancas com um dia de atraso e a revista Visão saiu no dia previsto, mas ambas numa versão reduzida.

As redações em greve exigem um plano realista para a sustentabilidade da TiN, e a injeção de capital pelo sócio único Luís Delgado para a estabilização das contas.

O plano de recuperação da empresa, apresentado por Luís Delgado e aprovado por 77% dos credores em maio, prevê a injeção de até 1,5 milhões de euros pelo acionista único. Segundo o documento, a TiN propôs aos credores um “compromisso de aporte de até 1,5 milhões de euros, faseadamente, e em função das necessidades da empresa para reforçar a tesouraria”, por parte do acionista único.

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Centeno preocupado com baixa inflação, mas “não há pressa” a descer juros

  • ECO
  • 2 Julho 2025

Governador considera que, se o PIB voltar a cair no segundo trimestre, a sustentabilidade da inflação nos 2% pode ficar comprometida.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, está mais preocupado com o regresso da Europa aos níveis de baixa inflação do que com os riscos de elevada inflação. Ainda assim, assumiu que “não tem pressa” para baixar as taxas de juro de forma a contrariar esse cenário.

Em entrevista à Bloomberg, à margem do fórum anual do Banco Central Europeu em Sintra, Centeno, que está em fim de mandato, lembrou a história de “inflação muito baixa” com que a Europa conviveu durante muito tempo e que os fundamentais não mudaram. “Isso não significa que temos de nos apressar”, afirmou o governador português.

Salientou que os números do crescimento da economia no segundo trimestre “serão muito importantes” nessa análise. “Se confirmar os números do primeiro trimestre, é uma história. Se voltarmos a cair um pouco em termos de crescimento, isso levanta preocupações para a sustentabilidade dos 2% de meta de inflação”, explicou.

Está mais preocupado que a inflação caia do que suba, questionou a jornalista da Bloomberg? “Sim”, ripostou Centeno. “Esse é o perfil para a previsão da inflação. Vamos começar 2026 com um número baixo. Há efeitos base que explicam isso. Mas temos a história recente na Europa”, acrescentou o responsável do banco central português.

Centeno considera que o Banco Central Europeu (BCE) precisa de ser “cauteloso” em relação a essa possibilidade.

O conselho de governadores tem reunião marcada para 23 e 24 de julho para definir o rumo da política monetária da Zona Euro. Os mercados antecipam uma nova redução das taxas, antes de fazer uma pausa até final do ano.

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+M

Seis tendências do Cannes Lions, segundo a VML

  • + M
  • 2 Julho 2025

A importância do toque humano numa altura em que a criatividade é cada vez mais auxiliada pela IA, o poder da narrativa ou a ascensão dos criadores de conteúdos são algumas das tendências destacadas.

No rescaldo dos Cannes Lions, a VML revelou algumas das tendências que ficaram patentes na 72ª edição do mais importante festival de criatividade do mundo, onde Portugal conseguiu arrecadar este ano dois ouros, duas pratas e cinco bronzes.

A importância do toque humano numa altura em que a criatividade é cada vez mais pautada pela IA, o poder da narrativa ou a ascensão dos criadores de conteúdos são algumas das tendências destacadas pela agência criativa. A relevância dos fandoms e da sua capacidade de moldar a cultura o empoderamento feminino e a inclusão criativa foram outros pontos destacados.

1. IA sim, mas com toque humano

Embora a inteligência artificial (IA) consiga transformar e democratizar o cenário criativo, ao oferecer ferramentas que permitem a qualquer pessoa conceber aquilo que imagina, o toque humano faz sempre a diferença.

“Sei que o mundo todo está a falar sobre IA mas, não importa o que façamos, precisamos de nos lembrar que é a pessoa que está no centro do que estamos a criar”, diz Debbi Vandeven, global chief creative officer da VML. E isso é fundamental para se “ser autêntico”, especialmente quando se trata de marcas.

“A humanidade não é a nossa limitação, é o nosso superpoder”, entende também Esi Eggleston-Lacey, chief growth and marketing officer da Unilever, que considera que o futuro do marketing está em aproveitar as emoções humanas para conseguir ser disruptivo e provocar desejo nos consumidores.

Também Tor Myhren, VP of marketing communications da Apple, disse que a IA é “a ferramenta criativa mais empolgante que já vimos”, mas que o toque humano é “o caminho para o amor duradouro por uma marca”. Segundo o responsável da Apple, o marketing tem tudo a ver com tocar corações e fazer com que as pessoas sintam algo, sendo que “as pessoas são muito melhores a fazer isso do que as máquinas”, cita a VML.

2. O poder da narrativa (emotiva)

Também o poder da narrativa esteve em destaque durante a semana do festival, em particular na sua capacidade para inspirar e ligar as pessoas, aponta a VML.

“O melhor marketing faz as pessoas sentirem, rirem, chorarem, maravilharem-se ou apaixonarem-se por uma pessoa, uma ideia ou uma marca. Todos nós queremos sentir. E não há tecnologia, algoritmo ou inteligência artificial mais capaz de nos fazer sentir do que a mente humana”, disse Tor Myhren.

Já Esi Eggleston-Bracey, da Unilever, diz que “o desejo é emocional, não racional”, pelo que é necessário conseguir-se fazer com que as marcas vão mais além de simplesmente responder às necessidades das pessoas e encontrem os seus desejos.

3. Ascensão dos criadores de conteúdos

Depois de a categoria de criadores (Social & Creator) ter sido lançada na edição do ano passado, esta é uma tendência que parece estar a ganhar expressão. Neal Mohan, CEO do YouTube que apelidou a plataforma de “epicentro da cultura” e os criadores de “novas startups de Hollywood”, sublinhou que os criadores têm o poder de “construir comunidades”, liderando grandes grupos de fãs que vão muito além do digital.

Num “mundo onde metade das pessoas diz que não gosta de anúncios”, o conteúdo de criadores é cada vez mais crucial defendeu também em Cannes Sofia Hernandez, global head of business marketing and commercial partnerships do TikTok. A humorista e criadora de conteúdos, Amelia Dimoldenberg, sublinhou ainda que os criadores são bem-sucedidos por “criarem coisas que são profundamente pessoais e baseadas nos seus próprios interesses”.

O desafio para as marcas prende-se com conseguir encontrar o parceiro certo, aponta a VML.

4. Fandoms a moldar a cultura

Aliado ao crescimento da influência dos criadores de conteúdo, também os fandoms estão a ser cada vez mais relevantes para as marcas. “Fandom já não é apenas consumo. É uma força poderosa capaz de direcionar a cultura”, disse Neal Mohan, do YouTube.

“Os fandoms são uma forma positiva de as marcas se conectarem com o público em torno de assuntos que as pessoas adoram”, disse Marcel Marcondes, global chief marketing officer da AB InBev.

Jennifer Healan, VP de marketing, brand, content and culture na McDonald’s EUA, avançou que a força dos fandoms até tem vindo a influenciar a comunicação da McDonald’s. “Parámos de falar de uma forma corporativa para passarmos a falar como os nossos fãs. De fã para fã”, o que tem sido “fundamental para moldar a voz da marca e a conexão com a comunidade”, disse a responsável, acrescentando que foi assim que nasceram algumas das “melhores ideias”, como a WcDonald’s (uma representação da McDonald’s ao estilo das séries de animação japonesas) ou a recente parceria com o filme Minecraft.

5. Empoderamento feminino

Numa altura em que os direitos das mulheres enfrentam retrocessos em vários pontos do mundo, a última edição do Cannes Lions trouxe também o “empoderamento feminino de volta ao centro das atenções, exibindo as vozes, os investimentos e as forças criativas determinadas a recuperar o terreno perdido e a abrir novas fronteiras para as mulheres”, aponta a VML.

6. Inclusão criativa

A inclusão na criatividade esteve também em destaque em Cannes este ano, nomeadamente no que diz respeito à neurodivergência que, longe de ser um obstáculo, é agora encarada como uma vantagem criativa.

Andrey Tyukavkin, executive creative director da LePub, defendeu inclusive a ideia de que o pensamento neurodivergente está intimamente ligado à criatividade e pode levar a ideias mais inovadoras. “A criatividade é um caso clínico de evitação obsessiva e voluntária de pensar com clareza. Todos nós sabemos que é preciso treinar o cérebro para não chegar à primeira conclusão, mas imagem como isso é muito mais fácil para pessoas que não pensam com clareza à partida”, disse.

Partilhando dados de uma pesquisa interna que revelaram que mais de 50% da Geração Z se identifica como neurodivergente, Yannick Bolloré, CEO da Havas, diz que este grupo de pessoas já não representa um nicho. Num mundo onde “a originalidade é o ativo mais valioso de uma marca”, há valor em explorar diferentes maneiras de pensar, acrescentou.

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EpT já recebeu 31 pedidos de políticos para bloquear acesso a declarações de rendimentos

  • ECO
  • 2 Julho 2025

Nos 14 meses de atividade da Entidade para a Transparência (EpT), houve 31 pedidos de políticos para bloquear o acesso público a declarações de rendimentos. Tribunal Constitucional recusou a maioria.

Desde que foi fundada, a Entidade para a Transparência (EpT) já recebeu 31 pedidos de políticos que pretendiam ver bloqueado o acesso público, ainda que condicionado, às respetivas declarações de rendimentos, noticiou o Expresso esta quarta-feira. Entre os pedidos consta pelo menos um do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Destes 31 pedidos — formalmente chamados de “uso do direito de oposição à consulta pública” –, apenas foi reconhecido o direito ao sigilo dos dados em cinco casos e em dois parcialmente. Em simultâneo, o Tribunal Constitucional negou 14 pedidos e há ainda seis casos em que o processo foi extinto por outras causas.

Atualmente, confirmou a EpT ao Expresso, existem quatro pedidos em apreciação — sendo que, se se tiver em conta a informação que veio a público na última semana, podem referir-se todos a Luís Montenegro.

Segundo o site da EpT, Luís Montenegro opôs-se à consulta de todas as declarações já entregues, relativas nomeadamente aos cargos de primeiro-ministro do anterior Governo, os dois mandatos como presidente do PSD, conselheiro de Estado e deputado. Enquanto os pedidos estão em apreciação, a possibilidade de consulta fica vedada.

Os 31 pedidos já apresentados à EpT não dizem respeito necessariamente a 31 políticos, porque o mesmo político pode ter pedido para se manter sigilosa parte ou a totalidade da informação de uma ou várias declarações, conforme explica o mesmo jornal.

A EpT foi oficialmente criada em 2019, com a publicação da respetiva lei orgânica, mas só no ano passado é que entrou oficialmente em funções.

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Taxa de desemprego da Zona Euro cai para 6,3% em maio

  • Lusa
  • 2 Julho 2025

Portugal apresentou uma taxa de desemprego em linha com a Zona Euro, mas a de Espanha Espanha chega aos 10,8%, sendo a mais alta em toda a União Europeia.

A taxa de desemprego na Zona Euro desceu para 6,3% em maio e na União Europeia (UE) para 5,9% face ao período homólogo, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat. Na área do euro, o indicador registou um ligeiro recuo face aos 6,4% homólogos e um leve aumento contra a de 6,2% de abril.

Ainda de acordo com o serviço estatístico europeu, na UE, o indicador abrandou para 5,9%, face a 6% de maio de 2024, mantendo-se estável na variação mensal. Em maio, estavam 13,052 milhões de pessoas desempregadas na UE, das quais 10,830 milhões na área do euro.

Fonte: Eurostat

Espanha mantém a maior taxa de desemprego da UE (10,8%), seguida pela Finlândia (9,0%) e a Suécia (8,7%). As taxas mais baixas, por outro lado, registaram-se em Malta (2,7%), na República Checa (2,8%) e Polónia (3,3%). Em Portugal, a taxa de desemprego fixou-se nos 6,3%, em linha com a Zona Euro.

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