Turquia declara fim da diplomacia e pede sanções contra Israel

  • Lusa
  • 15 Outubro 2024

"Ultrapassámos o limite das palavras, da diplomacia, da política. (...) Devemos avançar para as sanções", defendeu o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Hakan Fidan, defendeu esta terça-feira que o tempo da diplomacia para a crise no Médio Oriente já passou, apelando à aplicação de sanções a Israel. “Ultrapassámos o limite das palavras, da diplomacia, da política. (…) Devemos avançar para as sanções. A comunidade internacional deve tomar medidas legais. Devemos boicotar Israel (que) já não deve receber qualquer apoio em qualquer área”, disse Fidan.

“Caso contrário, Israel continuará o seu genocídio e massacres em Gaza, porque não está atualmente a pagar o preço económico, político ou militar”, explicou o chefe da diplomacia turca, que manifestou preocupação por ver a atenção internacional “afastar-se de Gaza”, quando se intensificam os ataques israelitas no Líbano.

“E aqueles que apoiam Israel também devem pagar o preço, para compreender que há limites para o que fazem”, concluiu Fidan. A Turquia cortou a maior parte dos seus laços económicos com Israel na primavera, mas parte da oposição do regime turco acusa o Governo de Ancara de continuar a fornecer petróleo ao Estado judaico em nome de acordos anteriores.

Fidan recebeu o seu homólogo da Jordânia, Ayman Safadi, que lamentou “a impotência da comunidade internacional” perante a escalada do conflito no Líbano.

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Trabalhadores dos impostos em greve a 19 e 20 de dezembro

  • Lusa
  • 15 Outubro 2024

“Se nada acontecer entretanto”, está também em cima da mesa uma outra greve, desta vez por tempo indeterminado, para todo o ano de 2025.

Os trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) deliberaram esta terça-feira marcar uma greve de dois dias, em 19 e 20 de dezembro, exigindo a valorização da carreira, melhores condições de trabalho e a revisão da tabela salarial.

Em declarações à agência Lusa no final de uma reunião geral de trabalhadores do fisco convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), o presidente daquela estrutura avançou ainda que, “se nada acontecer entretanto”, está também em cima da mesa uma outra greve, desta vez por tempo indeterminado, para todo o ano de 2025.

“Se nada acontecer por parte do Governo, as formas de luta vão endurecer para o ano que vem, a partir de 01 de janeiro de 2025”, garantiu Gonçalo Rodrigues, embora assumindo a “expectativa de que o Governo tenha o bom senso de não deixar as coisas chegar a esse ponto”.

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Estrangeiro suspeito de manipular criptomoedas detido em Cascais

A PJ deteve um cidadão estrangeiro e apreendeu mais de 25 milhões de dólares em criptomoedas, a pedido do FBI, em simultâneo com duas outras detenções que foram feitas nos EUA e no Reino Unido.

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta terça-feira, num comunicado, que deteve em Cascais um “cidadão estrangeiro suspeito de encabeçar uma organização criminosa que se dedicava à manipulação generalizada nos mercados de criptomoedas”. A operação ocorreu “a pedido do FBI”, a polícia de investigação criminal dos EUA.

“No âmbito de uma cooperação internacional, a PJ localizou e deteve um dos CEO de uma empresa de serviços financeiros de criptomoeda, tendo sido, em simultâneo, efetuadas outras duas detenções: uma nos EUA e outra no Reino Unido”, refere o comunicado.

Com esta diligência, as autoridades nacionais apreenderam também “mais de 25 milhões de dólares em criptomoedas” e “vários bots de negociação, responsáveis por milhões de dólares em transações de branqueamento de capitais”.

A PJ refere que os alegados criminosos recorriam a um esquema que “passava pela criação de empresas com declarações falsas sobre criptomoedas (tokens) e pela execução de negociações falsas para criar a aparência de que seriam bons investimentos”.

“Esta tática enganosa atraiu novos investidores e compradores, o que resultou no aumento dos preços de negociação dos tokens, explica o comunicado português.

Outra tática usada pelos suspeitos é conhecida no meio por pump and dump. Neste tipo de situações, os burlões inflacionam o preço de um ativo para depois o venderem a preços “artificialmente inflacionados”, refere o comunicado da PJ.

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Vila operária de Campo de Ourique transformada em apartamentos de luxo

O empreendimento Vila Ourique tem apartamentos com valores que variam entre os 252 mil e os 576 mil euros. 60% dos imóveis já foram vendidos, revela ao ECO fonte oficial da promotora imobiliária.

Três edifícios antigos, localizados numa antiga vila operária em Campo de Ourique, vão ser transformados em 15 apartamentos e estúdios, com o preço médio do metro quadrado a valer 7.200 euros. O projeto da promotora imobiliária Mello RDC representa um investimento de quatro milhões de euros e deverá estar concluído em 2026.

Intitulado de Vila Ourique, o empreendimento é constituído por T0 com áreas que variam entre os 35 e 56 metros quadrados e apartamentos T1 com áreas de 51 a 80 metros quadrados. Contas feitas, um estúdio de 35 metros quadrados poderá custar 252 mil euros, enquanto um T1 de 80 metros quadrados custa 576 mil euros.

“Este é um projeto que muito nos orgulha, pensado para jovens ou para famílias que queiram investiram em imobiliário através do arrendamento. Localizando-se numa boa zona residencial, com imenso comércio, e próximo de edifícios de escritórios é também adequado para executivos que passam por Lisboa por curtas temporadas”, afirma António Ribeiro da Cunha, CEO da Mello RDC, citado em comunicado.

“Pretendemos que os nossos projetos respeitem a arquitetura original, valorizem a traça antiga e o contexto urbano em que estão inseridos. De resto, temos como foco principal o conforto e a sustentabilidade, que, aliás, devem ser duas das principais preocupações dos promotores imobiliários e também dos clientes, que são cada vez mais exigentes”, acrescenta António Ribeiro da Cunha.

Fonte do family office, com sede em Lisboa, revelou ao ECO/Local Online que 60% dos apartamentos já foram vendidos.

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IA pode deixar os mercados mais voláteis, opacos e expostos a ciberataques, alerta FMI

A Inteligência Artificial deverá ganhar peso nos mercados financeiros nos próximos anos. A utilização destes modelos deverá levar a mercados mais rápidos e eficientes, mas também criar novos riscos.

A maior utilização de modelos de Inteligência Artificial Generativa (GenIA) nos mercados de capitais poderá ajudar a reduzir os riscos à estabilidade financeira, mas também criar novos, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI). Maior volatilidade, mais opacidade, mais riscos de manipulação e maior exposição a ciberataques são os principais problemas destacados no mais recente relatório publicado pelo Fundo.

“Mais eficiente ou mais volátil? A adoção das mais recentes iterações de Inteligência Artificial
pelos mercados financeiros pode melhorar a gestão do risco e aprofundar a liquidez; mas também poderá tornar os mercados opacos, mais difíceis de monitorizar e mais vulneráveis ​​a ataques cibernéticos e riscos de manipulação“, sintetiza o documento publicado pelo FMI esta terça-feira.

Numa análise às implicações do uso de IA nos mercados de capitais, o FMI destaca que é esperada uma “expansão significativa do uso de modelos de GenIA“, com mais de metade dos gestores de investimento a admitirem que pretendem passar a utilizar estes modelos generativos no futuro.

O FMI destaca que a utilização desta tecnologia pode “causar grandes mudanças na estrutura do mercado através do maior uso e mais poderoso de negociação algorítmica e novas estratégias de negociação e investimento, que por sua vez podem aumentar o volume de negócios e correlações de ativos e impulsionam os preços para refletirem novas informações a uma velocidade cada vez maior”.

Ainda que a utilização de IA nos mercados seja, para já, limitada, os especialistas consideram que isso deverá mudar e “a dinâmica já mostra mudanças em alguns mercados consistentes com a adoção dessas novas tecnologias”.

Segundo o relatório tornado público esta terça-feira, estas “novas inovações provavelmente aumentarão a capacidade da IA ​​de reequilibrar rapidamente as carteiras de investimento, o que, por sua vez, levará a maiores volumes de negociação”, antecipando-se “que as negociações de alta frequência orientadas por IA se tornem mais predominantes, especialmente em classes de ativos líquidas como ações, títulos do governo e derivativos cotados”.

A expectativa é que haja “uma maior integração de IA sofisticada em decisões de investimento e negociação dentro de três a cinco anos, embora se espere que uma abordagem ‘humana no circuito’ persista, especialmente para grandes capitais decisões de alocação.”

Estratégias de investimento com Inteligência Artificial

Para o FMI, a maior utilizados destes modelos de IA tem vantagens e desvantagens. Por um lado, diz, a IA pode “reduzir os riscos para a estabilidade financeira, permitindo uma gestão de risco superior, aprofundando a liquidez do mercado e melhorando a monitorização do mercado tanto pelos participantes como pelos reguladores. Ao mesmo tempo, podem surgir novos riscos”:

  • Maior velocidade e volatilidade do mercado em momentos de stress, especialmente se todas as estratégias de negociação dos modelos de IA responderem a um choque de maneira semelhante ou forem encerradas em resposta a um imprevisto;
  • Maior opacidade e desafios na monitorização, na medida em que a IA estimula uma maior migração das atividades de investimento e market-making para fundos de cobertura de risco, e outros intermediários financeiros não bancários e cria incerteza sobre a forma como os modelos de IA utilizados por diferentes investidores e comerciantes podem interagir;
  • Maiores riscos operacionais como resultado da dependência de alguns provedores de serviços de IA que dominam o poder computacional e os grandes serviços de modelos de linguagem;
  • Maiores riscos de manipulação de mercado e ciberataques, particularmente em gerar fraude e desinformação nas redes sociais.

Tecnologia à prova de mini-crashs

Face à emergência destes novos desafios, as autoridades devem preparar-se para estas alterações potencialmente transformadoras dos mercados de capitais.

O FMI alerta que as “autoridades do setor financeiro e plataformas de negociação devem determinar se precisam projetar novos mecanismos de resposta à volatilidade – ou modificar os existentes de forma adequada – para responder a eventos de flash crash potencialmente originados em negociações orientadas por IA.”

“Da mesma forma, as autoridades do setor financeiro devem continuar a reforçar a supervisão e a regulação dos intermediários financeiros não bancários, exigindo-lhes que se identifiquem e divulguem informações relevantes; bem como exigir que as instituições financeiras mapeiem regularmente interdependências entre dados, modelos e infraestrutura tecnológica de suporte aos modelos de IA”, refere o mesmo relatório.

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BP lança websérie “Ultimates” para mostrar como “ir mais além”

  • + M
  • 15 Outubro 2024

Aos pilotos Miguel Oliveira e Miguel Barbosa, juntam-se o maestro Martim Sousa Tavares, a chef Francisca Dias e o engenheiro de pista Rui Silva, numa conversa moderada por Rodrigo Gomes.

É sob o mote “Uma série para ir mais além” que a BP Portugla lançou “Ultimates”, uma websérie que reúne cinco personalidades numa conversa que quer “desvendar todos os segredos que as fizeram ir mais além”. A criatividade é da WYcreative.

“É, acima de tudo, uma série sobre pessoas e o que se consegue quando nos desafiamos a ir mais além e aqui temos um painel de pessoas extraordinárias que conseguiram ir mais além nas suas áreas de atuação. Ao longo da websérie Ultimates, vamos ter a oportunidade de ficar a conhecê-los melhor e partilhar as suas histórias de vida – sempre contadas de uma forma leve e informal. Com certeza, servirá de inspiração a muitos de nós“, diz Joana Pedroso, marketing manager da BP Portugal, citada em comunicado.

Já por parte da WYcreative, o diretor criativo executivo, Sérgio Lobo, explica que a ideia “foi trazer o tema do combustível para um formato descontraído e relacionar os benefícios e a alta performance que o combustível Ultimate proporciona, através de uma conversa com cinco personalidades notáveis que, também elas, foram mais além nas suas áreas”.

O campeão em várias competições de motociclismo, Miguel Oliveira, o maestro Martim Sousa Tavares, a chef vencedora da 1ª edição do Hell’s Kitchen Portugal, Francisca Dias, o piloto Miguel Barbosa, oito vezes Campeão Nacional de todo-o-terreno, e o engenheiro de pista Rui Silva, são os convidados da conversa moderada por Rodrigo Gomes.

O primeiro episódio da websérie Ultimates – nome que advém do combustível Ultimate da marca – já está disponível no YouTube. Os restantes episódios são publicados ao longo das próximas quatro segundas-feiras (21 e 28 de outubro e 4 e 11 de novembro).

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Vieira do Minho vai poupar 3,5 milhões de euros em água em cinco anos

O projeto prevê gerar poupanças de quase 700 mil euros anuais e evitar o desperdício de 1,2 mil milhões de litros de água em cinco anos.

A Câmara Municipal de Vieira do Minho está a desenvolver um projeto com a Indaqua para evitar o desperdício de 1,2 mil milhões de litros de água e poupar cerca de 3,5 milhões de euros até 2029. O projeto representa um investimento de 812 mil euros por parte da autarquia.

“Queremos, com este projeto, reforçar o compromisso da autarquia com a sustentabilidade, reduzindo de forma muito significativa o desperdício deste bem essencial, que é de todos: a água da rede pública. Face aos cenários de escassez e seca que o nosso país enfrenta, é, mais do que nunca, essencial promover a eficiência, estabelecendo também um exemplo positivo de responsabilidade ambiental perante os nossos munícipes”, enquadra António Cardoso, presidente da Câmara Municipal de Vieira do Minho.

Em 2022, mais de metade da água que entrava nos 330 quilómetros de redes de abastecimento de Vieira do Minho não chegava aos consumidores devido a fugas, roturas, consumos não autorizados e erros de medição comercial, de acordo com os mais recentes dados da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos. O projeto visa reduzir em 18% as perdas de água até 2029.

A deteção e reparação de fugas nas redes de abastecimento é uma das principais medidas do projeto que já está a ser implementado, em parceria com o Grupo Indaqua, operador de abastecimento de água e gestão de águas residuais. Com esse intuito, vão ser colocados diversos equipamentos na rede de distribuição de água, para recolha de informação. Os dados serão analisados através de ferramentas de inteligência artificial que permitem identificar alterações no abastecimento, desencadeando a atuação de equipas no terreno para a rápida reparação das fugas ou outros constrangimentos.

Entre as ações a implementar está ainda a avaliação de necessidade de reabilitação de condutas e outras infraestruturas, bem como a redução de pressão de água em zonas críticas, de forma a diminuir o número de roturas e os gastos associados à sua reparação.

A nível comercial estão previstas medidas que tornem mais eficiente a medição e faturação de consumos, como a identificação e eliminação de ligações ilícitas à rede pública e a avaliação da necessidade de renovação do parque de contadores.

“Este modelo contratual tem como objetivo reduzir o risco para as entidades contratantes, reforçando a segurança no cumprimento dos seus objetivos. Para além disso, é uma garantia de futuro, já que, no final dos cinco anos de contrato, todos os novos procedimentos e tecnologias aplicados no sistema de abastecimento vão manter-se no município e continuar a gerar poupanças quer de água quer no custo que a sua distribuição representa”, detalha Pedro Perdigão, CEO do Grupo Indaqua, citado em comunicado.

A rede de abastecimento de água de Vieira do Minho abastece 4.832 alojamentos, com a segurança da qualidade da água avaliada em mais de 98%.

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Rui Costa ilibado no caso dos emails do Benfica. Luís Filipe Vieira vai a julgamento

O ex-presidente do Benfica foi acusado no processo dos emails do clube encarnado. O Ministério Público pediu também a suspensão do Benfica e do Vitória de Setúbal das competições desportivas.

O ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, o antigo assessor jurídico do clube Paulo Gonçalves e as SAD do Benfica e do Setúbal foram acusados no processo dos emails do clube encarnado. Já o atual presidente do Benfica, Rui Costa, foi ilibado pelo Ministério Público. Em causa está a simulação de uma compra e venda de jogadores com o Vitória de Setúbal para injetar dinheiro no clube, entre 2016 e 2019.

Segundo o Jornal de Notícias, a acusação garante que Luís Filipe Vieira e Paulo Gonçalves desviaram milhões do Benfica, através de negócios fictícios na transferência de três atletas brasileiros. No total, o processo conta com 11 arguidos, entre eles as SAD do Benfica e do Setúbal. Em causa estão crimes de corrupção em concurso com participação económica em negócio e fraude fiscal.

Para além de Rui Costa, também o ex-administrador, Domingos Soares de Oliveira, passou de arguido a testemunha no caso, uma vez que a investigação não recolheu indícios de que tivesse participado no esquema.

O Ministério Público pediu ainda a suspensão do Benfica e do Vitória de Setúbal das competições desportivas, avança a CNN Portugal. Esta é uma pena acessória que, segundo o despacho de acusação, é justificada pelo grau de ilicitude dos factos, o seu modo de execução e o grau de violação dos deveres impostos.

Para além desta pena acessória, pediu ainda a proibição do exercício da profissão ou atividade de agente desportivo para Luís Filipe Vieira, Paulo Gonçalves, o antigo presidente do V. Setúbal Fernando da Silva Oliveira, o antigo dirigente do V. Setúbal Vítor Hugo Valente e o antigo diretor desportivo do V. Setúbal Paulo Grencho.

A SAD do Benfica foi acusada pelos crimes de corrupção ativa, oferta indevida de vantagem e fraude fiscal qualificada. A SAD do Vitória de Setúbal responde por corrupção passiva, por recebimento indevido de vantagem e fraude fiscal.

(Notícia atualizada às 15h21)

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Corium Biotech levanta 500 mil euros para ajudar a transformar a indústria do luxo

A biotech incubada na Uptec também planeia "iniciar parcerias com marcas e designers de moda de luxo que procuram incorporar materiais sustentáveis nas suas coleções".

Maria João Maia, CEO e cofundadora e Margot Muller (cofundadora)

A Corium Biotech, startup incubada no Uptec, acaba de levantar levanta 500 mil euros para ajudar a transformar a indústria do luxo ao desenvolver couro exótico em laboratório através de agricultura celular.

“Estamos entusiasmados por contar com o apoio de investidores tão importantes enquanto damos o próximo grande passo no desenvolvimento da nossa tecnologia”, diz Maria João Maia, CEO e Cofundadora.

Este financiamento será fundamental para acelerar os nossos esforços de I&D e levar o nosso couro exótico ao mercado. Estamos entusiasmados por ultrapassar os limites da biotecnologia e redefinir o futuro dos materiais de luxo”, refere ainda a cofundadora Margot Muller.

A ronda de financiamento pré-seed contou com a participação da Biotope by VIB e da Portugal Ventures. “O financiamento será utilizado para confirmar a nossa estratégia de scaleup, aprimorar o desenvolvimento de novas variantes de couro exótico cultivado em laboratório e expandir a equipa com talentos de topo nas áreas de biotecnologia e ciência dos materiais”, refere a startup.

Atualmente, a startup já conta com sete colaboradores — “dois já contratados graças a esta ronda” — e tem objetivos de reforçar a equipa. “Iremos contratar mais três a quatro pessoas, recursos altamente qualificados com experiência em scaleup de processos biológicos, assim como técnicos que auxiliem no laboratório os nossos investigadores”, adianta Maria João Maia, ao ECO.

A startup tem um modelo híbrido de trabalho de 35 horas semanais “geridas pelo colaborador mediante sua preferência (por exemplo) fazer as 35 horas em quatro dias e ficar com um dia livre por semana)”, refere a CEO.

A empresa também planeia “iniciar parcerias com marcas e designers de moda de luxo que procuram incorporar materiais sustentáveis nas suas coleções”.

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Economia portuguesa está menos “intensa” em carbono há quase dez anos

Em 2022 a Energia, água e saneamento foi o ramo de atividade com maior Intensidade Carbónica, seguido da Agricultura, silvicultura e pesca e da Indústria.

A intensidade carbónica da economia portuguesa, que mede a quantidade de emissões de gases com efeito de estufa por cada unidade de riqueza gerada, voltou a diminuir em 2022, prolongando uma tendência que se mantém desde 2013.

Entre 2013 e 2022, a intensidade carbónica da economia portuguesa decresceu 23,5%, lê-se no boletim publicado esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. A contribuir para esta tendência, explica o INE, está o aumento em dois pontos percentuais da produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis, nomeadamente fotovoltaica, a substituição por fontes menos poluentes na indústria e a implementação de medidas de eficiência energética, como as melhorias na eficiência dos transportes e das habitações, por via da certificação dos edifícios.

Em 2022 a Energia, água e saneamento foi o ramo de atividade com maior Intensidade Carbónica, seguido da Agricultura, silvicultura e pesca e da indústria. No período compreendido entre 2013 e 2022, os ramos de atividade que registaram maiores reduções da Intensidade Carbónica foram a Indústria (-26,7%) e a Energia, água e saneamento (-25,8%). A Construção (+8,2%) e a Agricultura, silvicultura e pesca (+3,5%) foram os ramos que registaram aumentos.

Em 2022, as emissões de gases com efeito de estufa geradas pelas atividades económicas em Portugal somaram 60,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente, sendo 9,5% inferiores às de 2013 e 18,3% inferiores às de 2017, ano no qual se registou o resultado mais elevado desta década (73,7 milhões de toneladas de CO2 equivalente).

Os setores de atividade que mais pesam na emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera são a Indústria (23,3%), a Energia, água e saneamento (22,7%) e as famílias (15,3%). E são precisamente estes grandes emissores que têm vindo a reduzir os seus contributos poluentes. A redução foi de 11,6% no caso da indústria, de 30,7% na Energia e água e de 3% nas famílias.

Já os restantes setores rumam no sentido oposto. O destaque vai para a Construção, que polui hoje 27,1% mais do que em 2013, mas também para os Transportes, informação e comunicação (uma subida de 10,4%) e a Agricultura, silvicultura, pesca (mais 4,2%)

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Dívida pública mundial pode ser pior do que parece, alerta FMI. Em 2030 pode já superar 100% do PIB

O Fundo Monetário Internacional adverte para a trajetória insustentável da dívida global, alertando para a necessidade de muitos países terem de promover ajustes orçamentais do valor de 3,8% do PIB.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) lança um alerta preocupante no seu mais recente relatório Fiscal Monitor, publicado esta terça-feira: a dívida pública global pode estar numa trajetória ainda mais insustentável do que as projeções oficiais sugerem.

Segundo o documento produzido pela equipa de analistas do departamento de finanças públicas do FMI liderado por Vítor Gaspar, a dívida pública mundial deverá ultrapassar os 100 biliões de dólares até ao final de 2024, cerca de 93% do PIB global. Mas o cenário piora nas projeções para o final da década, com o rácio da dívida a aproximar-se perigosamente dos 100% do PIB em 2030.

“Este valor é dez pontos percentuais do PIB acima do nível de 2019, ou seja, antes da pandemia”, referem os técnicos do FMI, notando que a situação é particularmente desafiadora em países como França, Itália e Reino Unido, onde a dívida não está projetada para estabilizar nos próximos anos sem ajustes orçamentais adicionais.

O relatório estima que, para estabilizar a dívida com alta probabilidade, seria necessário um ajuste orçamental cumulativo de 3,6% do PIB em média nos países onde a dívida está projetada para estabilizar, e de 4,5% do PIB nos países onde a dívida continua a crescer.

As razões para esta evolução preocupante da dívida pública mundial são várias, mas o Fundo destaca três fatores principais:

  1. Pressões crescentes para aumentar a despesa pública em áreas como a transição verde, cuidados de saúde, envelhecimento da população e defesa;
  2. Um viés de otimismo nas projeções oficiais de dívida, que tendem sistematicamente a subestimar os níveis futuros;
  3. A existência de “dívida não identificada” significativa, sobretudo em economias emergentes, que pode materializar-se de forma abrupta em períodos de stress financeiro.

Embora o panorama não seja homogéneo, com o FMI a prever que a dívida pública estabilize ou diminua em dois terços dos países, o Fiscal Monitor de outubro mostra que “os futuros níveis de dívida poderão ser ainda mais elevados do que o previsto e que são necessários ajustamentos orçamentais muito maiores do que os atualmente projetados para a estabilizar ou reduzir com elevada probabilidade.”

Riscos elevados e assimétricos

Um dos aspetos mais preocupantes da análise da equipa de analistas de Vítor Gaspar é que os riscos em torno das projeções de dívida estão fortemente inclinados para continuarem a crescer.

Utilizando uma nova abordagem denominada debt-at-risk, os economistas do FMI estimam que a dívida global possa atingir 115% do PIB num cenário adverso extremo no espaço de três anos — quase 20 pontos percentuais acima das projeções atuais para 2026 presentes no relatório World Economic Outlook.

O relatório do FMI destaca que os países estão cada vez mais vulneráveis a fatores globais que afetam os seus custos de financiamento, incluindo os efeitos de contágio de uma maior incerteza política em países sistemicamente importantes, como os EUA. O que é uma preocupação, dado que os níveis de dívida de muitos países são elevados, potenciando assim uma amplificação dos efeitos negativos num eventual cenário de crescimento mais fraco ou de condições financeiras mais restritivas sobre os níveis futuros de dívida, alertam os especialistas do Fundo.

A dívida pública elevada é uma preocupação generalizada e mesmo para alguns países onde os níveis de dívida pública parecem gerenciáveis, os riscos são elevados e os resultados efetivos da dívida nos próximos anos podem ser piores do que o projetado.

Face a este cenário, o Fundo defende a necessidade de ajustamentos orçamentais duradouros e cuidadosamente desenhados na maioria dos países para estabilizar ou reduzir os rácios de dívida com uma probabilidade elevada.

No entanto, alerta que “tendo em conta os riscos específicos de cada país em torno das perspetivas da dívida, os ajustamentos orçamentais atuais — em média, de 1% do PIB ao longo de seis anos até 2029 — mesmo que implementados na íntegra, não são suficientes para reduzir ou estabilizar significativamente a dívida com uma alta probabilidade”.

Os cálculos do Fundo apontam para a necessidade de um aperto orçamental cumulativo de cerca de 3,8% do PIB até 2029 para garantir uma alta probabilidade de estabilização da dívida numa economia média. Mas em países onde não se projeta a estabilização da dívida, como a China e os EUA, o FMI refere que “o esforço necessário é substancialmente maior.”

Focando a análise na Zona Euro, o FMI alerta que adiar os ajustes orçamentais necessários seria custoso e arriscado para os países europeus, pois a correção exigida se tornaria ainda maior com o passar do tempo.

Por essa razão, os especialistas recomendam que os governos europeus aproveitem o atual momento de abrandamento da inflação e de corte das taxas diretoras do Banco Central Europeu para implementarem consolidações orçamentais graduais, mas sustentadas nos próximos anos.

Impactos no crescimento económico e na desigualdade

O FMI reconhece que ajustamentos orçamentais desta magnitude, se não forem bem calibrados, terão custos significativos em termos de atividade económica e poderão prejudicar grupos vulneráveis, aumentando assim a desigualdades nas sociedades.

Por isso, o Fundo defende a adoção de um desenho cuidadoso das medidas de consolidação orçamental por parte dos governos nos próximos anos para mitigar os custos do ajustamento e obter apoio público para as reformas necessárias.

“A escolha das medidas orçamentais é importante porque os impactos não são iguais e envolvem trade-offs”, refere o FMI, sublinhando que cortes no investimento público geram fortes perdas no PIB e prejudicam as perspetivas de crescimento de longo prazo, enquanto reduzir as transferências sociais prejudica as famílias vulneráveis e aumenta a desigualdade.

É também nesse sentido que os economistas do Fundo referem que “um ajustamento bem concebido — que combine medidas em matéria de despesas e de receitas — pode atenuar significativamente os efeitos adversos sobre o produto e a desigualdade e é mais suscetível de ser socialmente aceite.” Nesse sentido, o FMI traça recomendações diferenciadas para economias avançadas e emergentes.

  • As economias avançadas devem avançar com reformas dos direitos adquiridos, repriorizar despesas e aumentar receitas onde a tributação é baixa.
  • As economias emergentes e em desenvolvimento têm maior potencial para mobilizar receitas fiscais, alargando as bases tributárias e reforçando a capacidade da administração fiscal, ao mesmo tempo que fortalecem as redes de segurança social e salvaguardam o investimento público para apoiar o crescimento de longo prazo.

O Fundo defende ainda que a velocidade do ajustamento promovido pelos governos também deve ser levada em conta para minguar as pressões sociais e potenciar os efeitos positivos dessas medidas.

Assim, segundo cálculos dos especialistas do FMI, um ritmo de ajustamento “gradual e sustentado será capaz de limiar simultaneamente o impacto negativo no PIB e na desigualdade em cerca de 40%, em comparação com um aperto mais abrupto. “No entanto, alguns países com alto risco de sobre-endividamento precisarão de ajustes antecipados”, ressalva o FMI.

O alerta do Fundo é claro: a dívida pública elevada é uma preocupação generalizada e mesmo para alguns países onde os níveis de dívida pública parecem gerenciáveis, os riscos são elevados e os resultados efetivos da dívida nos próximos anos podem ser piores do que o projetado.

Os especialistas do Fundo consideram que os planos de ajustamento atuais não são suficientes para estabilizar ou reduzir a dívida com confiança na maioria dos países, mas que ajustamentos fiscais bem desenhados podem ajudar a reduzir os riscos da dívida, melhorar as perspetivas da dívida pública e mitigar o impacto adverso na sociedade.

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Crédito ao consumo sobe 8,7% para recorde de 5,5 mil milhões até agosto

Empréstimos para compra de carro continuam em forte alta e a impulsionar o crédito ao consumo. Famílias pediram valor recorde de 5,5 mil milhões nos oito meses de 2024 apesar das taxas de juro altas.

As famílias pediram mais de 5,5 mil milhões de euros de crédito ao consumo nos primeiros oito meses do ano, correspondendo ao valor mais elevado desde, pelo menos, 2013, quando começa a série estatística do Banco de Portugal.

Em causa estão financiamentos concedidos por bancos e financeiras para a aquisição de bens de consumo, como automóveis, eletrodomésticos e eletrónica, férias ou educação.

Os dados até agosto mostram um aumento de 8,7% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo supervisor bancário, confirmando-se a tendência que se vem verificando desde a pandemia, apesar das taxas de juro elevadas nos últimos dois anos.

Todos os segmentos do crédito ao consumo registam aumentos desde o início do ano, com particular destaque para o financiamento para a compra de carro: aumenta 12,2% para 2,15 mil milhões de euros entre janeiro e agosto.

Novo crédito ao consumo continua a subir

Fonte: Banco de Portugal

O crédito pessoal continua, ainda assim, a ser a principal componente do empréstimo ao consumo: as novas operações aumentaram 6% no mesmo período, totalizando os 2,46 mil milhões de euros. Neste segmento, embora o novo crédito com a finalidade educação, saúde, energias renováveis e outros tenha decrescido perto de 1% para 91,88 milhões, os outros créditos pessoais (lar, consolidado, sem finalidade específica) registou um aumento de 6,28% para 2,37 mil milhões.

Já os empréstimos concedidos por cartão de crédito tiveram um aumento de 8,11% para 932,4 milhões de euros em termos de novas operações.

Em agosto, o montante de novas operações de crédito ao consumo ascendeu a quase 700 milhões de euros, mais 7% em relação a agosto de 2023, impulsionado pelo crédito automóvel, que aumentou 9% para 278,4 milhões de euros. O crédito pessoal subiu 4% para 299,3 milhões e o crédito com cartão de crédito subiu 9% para 116,4 milhões.

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