Trabalhadores do fisco não têm como fiscalizar gorjetas

  • Lusa
  • 9 Outubro 2024

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos considera que as obrigações legais sobre este tipo de gratificações acabam por "valer zero".

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), Gonçalo Rodrigues, considera que não existem condições para fiscalizar a obrigação dos contribuintes declararem as gorjetas, tendo em conta a falta de meios organizacionais e humanos da Autoridade Tributária.

A leitura do STI surge na sequência de uma notícia recentemente publicada pelo Público sobre a obrigação legal de quem recebe gorjetas (entidade empregadora, como restaurantes e respetivos trabalhadores, por exemplo) ter de as declarar, para que estes valores possam ser tributados. Tendo em conta a falta de meios e a dificuldade em operacionalizar a fiscalização das gorjetas, o presidente do STI considera que as obrigações legais sobre este tipo de gratificações acabam por “valer zero”.

Segundo o Código do IRS, “as gratificações auferidas pela prestação ou em razão da prestação de trabalho, quando não atribuídas pela entidade patronal nem por entidade que com esta mantenha relações de grupo, domínio ou simples participação, independentemente da respetiva localização geográfica, são tributadas autonomamente à taxa de 10%”.

“Não temos maneira de fiscalizar estas situações”, disse à Lusa Gonçalo Rodrigues, afirmando que o trabalho poderia ser facilitado se, por exemplo, fosse possível recorrer a um mecanismo do género do ‘agente infiltrado’.

Assim, assinala o dirigente sindical, mesmo que o inspetor verifique ao vivo uma dessas situações de fuga ao fisco, a “própria Autoridade Tributária e Aduaneira [AT] não lhe dá autoridade para atuarem”, levantando um auto de notícia como sucede, por exemplo, quando um agente da autoridade vê um automobilista a passar um sinal vermelho ou a falar ao telemóvel enquanto conduz.

Num comunicado, o STI refere que, apesar de o valor declarado das gorjetas estar a aumentar, a “realidade demonstra que é impossível saber quanto dinheiro circula de facto em gorjetas”, sendo este apenas “mais um indicador que mostra o crescimento da economia paralela e da fuga crescente aos impostos com a consequente injustiça social que tal fenómeno cria”.

Falando em “bola de neve que vai crescendo”, o presidente do STI refere que em termos de inspeção se passou do “80 para o menos oito”, apontando à falta de meios humanos, técnicos e organizacionais.

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Trabalho temporário aumenta face ao trimestre passado

  • ECO
  • 9 Outubro 2024

As contratações de trabalhadores temporários aumentaram 6,2% em relação ao trimestre anterior, mas não ultrapassaram os valores dos dois anos anteriores.

No segundo trimestre de 2024, houve um crescimento de 6,2% nos trabalhadores temporários em relação aos primeiros três meses do ano, segundo dados dos barómetros do trabalho temporário da Associação Portuguesa das Empresas do Setor Privado de Emprego e de Recursos Humanos (APESPE-RH) em parceria com o ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) revelados em comunicado esta quarta-feira. No total, foram colocados 90.628 trabalhadores, mais cinco mil do que há três meses.

“Os barómetros do segundo trimestre 2024 mostram uma tendência de crescimento da contratação de trabalhadores com contrato de trabalho temporário, face aos dados do primeiro trimestre deste ano, alinhada com a descida da taxa de desemprego (6,1% no segundo trimestre 2024)”, explica Afonso Carvalho, presidente da APESPE-RH. Apesar deste crescimento, os dados apresentam um decréscimo homólogo de 10,83% nas colocações.

Já os setores de atividade com maior número de contratações de trabalho temporário são as de “fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis”, com cerca de 8% a 11% nos meses do segundo trimestre, seguido pelas empresas de “fornecimento de refeições para eventos e outras atividades” com cerca de 7% a 9%.

No retrato dos trabalhadores temporários, entre 25% a 27% dos colocados têm idade média acima dos 40 anos, sendo que os colocados com idades entre os 25 e os 29 anos são cerca de 21%.

A maioria tem o ensino básico, cerca de 57% a 60%, sendo que só cerca de 10% das colocações, em abril e maio, e 8%, em junho, têm a licenciatura. Na contratação do género feminino, há uma ligeira diminuição em junho (43%), em relação a 44% de abril e maio.

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Confederação do Turismo pede alívio fiscal e incentivos a trabalhadores

  • Lusa
  • 9 Outubro 2024

As propostas têm uma “forte componente fiscal”, passando pela “redução de impostos, nomeadamente do IRC para estimular o investimento e a internacionalização das empresas do turismo".

A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) quer medidas de alívio fiscal, incluindo a nível do IRC e IRS, bem como incentivos aos trabalhadores do setor no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que será apresentado esta quinta-feira.

Num comunicado, a entidade indicou que apresentou ao Governo “um conjunto de medidas que quer ver inscritas no Orçamento do Estado para 2025”, com o objetivo de assegurar “a sustentabilidade das empresas da atividade turística, a captação e retenção de trabalhadores nacionais, assim como o incentivo ao turismo interno”.

As propostas têm uma “forte componente fiscal”, indicou, passando pela “redução de impostos, nomeadamente do IRC para estimular o investimento e a internacionalização das empresas do turismo, nomeadamente a imediata colocação em prática da medida constante no programa ‘Acelerar a Economia’ que prevê a redução gradual de IRC até 15% no final da legislatura e até 12,5% para pequenas ou médias empresas” e empresas de pequena e média capitalização, lê-se no documento.

A CTP pretende ainda que, a nível do IRS, haja uma revisão em baixa das taxas, “para fazer face à perda do poder de compra dos portugueses e assim dinamizar a atividade económica”.

No caso do IVA, a Confederação propõe um alívio das taxas a aplicar aos alimentos e bebidas bem como o “IVA a 6% para todo o setor dos Congressos, Eventos e Animação Turística”, a recuperação do IVA dos eventos, e a operacionalidade de “acesso ao regime de recuperação do IVA das agências de viagens ou a aplicação de IVA com uma taxa reduzida no setor do golfe”.

A CTP quer ainda medidas para aumentar a competitividade das empresas, incluindo o “lançamento de um programa exaustivo de simplificação da legislação em vigor e de incentivos à junção/fusão de empresas”, bem como “fortes incentivos ao investimento e a criação de mecanismos financeiros e de subvenção com vista à redução do endividamento”.

A entidade propôs ainda uma “agilização na fase de atribuição dos apoios no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”. A CTP destacou também as medidas que apresentou para os trabalhadores do setor, que incluem o “alívio da carga fiscal sobre o trabalho suplementar, através da isenção de IRS e de Segurança Social no trabalho suplementar efetuado pelos trabalhadores do Turismo, tendo como limite até 200 horas de trabalho por ano”.

A Confederação quer também uma redução significativa nos impostos e TSU na contratação de jovens, até aos 35 anos e um “incentivo extraordinário de apoio à habitação para os trabalhadores deslocados até um determinado montante mensal, não integrado na remuneração e isento de todos os impostos e contribuições”, à semelhança do que acontece com outras isenções como o subsídio de refeição ou de transporte.

Por fim, a CTP pretende a “criação de um regime que permita às entidades empregadoras o pagamento de um ‘15º mês de salário’ isento de IRS e excluído da base de incidência contributiva”.

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Setembro foi segundo pior mês do ano para cinemas portugueses em espectadores

  • Lusa
  • 9 Outubro 2024

Em setembro foram registadas 657.511 entradas nas salas de cinema, numa quebra de 30,7% face ao mesmo mês do ano passado. A receita ficou pouco acima dos quatro milhões de euros, tendo caído 27,7%.

Setembro foi o segundo pior mês do ano para os cinemas portugueses, a seguir a abril, em números de espectadores, e o terceiro em receitas, de acordo com dados divulgados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA).

No último mês do verão de 2024 foram registadas 657.511 entradas nas salas de cinema, o que representou uma quebra de 30,7% face ao mesmo mês do ano passado, enquanto a receita ficou pouco acima dos quatro milhões de euros, tendo caído 27,7% em relação a setembro de 2023 e ficando atrás só de abril e maio deste ano como piores meses de 2024.

No acumulado do ano, houve 8.749.269 espectadores, uma redução de 8,9% em comparação com os primeiros nove meses de 2023, e as receitas caíram 5,5% para 54,1 milhões de euros.

O filme mais visto nos cinemas em setembro foi a sequela de “Beetlejuice”, por Tim Burton, com pouco menos de 100 mil espectadores, havendo um filme português no ‘top 5’ do mês: “Balas & Bolinhos: Só mais uma coisa”, de Luís Ismael, com 60 mil espectadores, sendo o filme nacional mais visto em 2024, com um total de 230 mil entradas.

No geral de filmes mais vistos do ano, “Divertida-mente 2”, de Kelsey Mann, totaliza 1,3 milhões de espectadores, tendo por isso passado a ser o filme mais visto nos cinemas portugueses nos últimos 20 anos, desde que há registos de bilheteira pelo ICA.

Na lista do ano segue-se “Deadpool&Wolverine”, de Shawn Levy, com 602 mil espectadores e o quarto filme da série “Gru”, de Chris Renaud e Patrick Delage, acima dos 500 mil.

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Faturação do franchising aumentou quase 30% em 2023

  • Lusa
  • 9 Outubro 2024

Segundo a Associação Portuguesa de Franchising, no ano passado o setor do franchising foi “responsável por 185.423 postos de trabalho em Portugal, representando 27% do total de empregos no país.

O setor do franchising registou, no ano passado, uma faturação de 22 mil milhões de euros, crescendo quase 30% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados esta quarta-feira pela Associação Portuguesa de Franchising. Segundo a entidade, esta “é a maior evolução já registada em Portugal”, sendo que “o número de marcas a operar no país aumentou 4,63%, de 518 para 542, em 2023”.

A entidade realçou que o “franchising não para de crescer em Portugal e a consolidar a sua posição como um dos motores essenciais da economia nacional”. Em 2023, “o setor foi responsável por 8,3% do Produto Interno Bruto de Portugal, um número significativamente acima do ano anterior quando era 7,23%”, destacando áreas como “os serviços e o retalho”, destacou.

Segundo a associação, no ano passado o setor do franchising foi “responsável por 185.423 postos de trabalho em Portugal, representando 27% do total de empregos no país”, sendo que “esse número reflete um crescimento de 4,78% em relação ao ano anterior, quando o setor foi responsável por 176.956 empregos, reforçando a relevância e o impacto do franchising na economia portuguesa”.

A associação revelou ainda que “os serviços correspondem a 57% do total de marcas, seguido pelo comércio, com 25%, e a restauração, com 18%”. De acordo com a entidade, “as franquias com investimento até 50 mil euros foram as que mais cresceram em 2023, sendo 71% do setor”.

O crescimento do franchising tem um impacto significativo na economia nacional. Além disso, o aumento da faturação e a criação de empregos reforçam o consumo interno, gerando dinamismo em setores como serviços e retalho, que impulsionam o crescimento do Produto Interno Bruto e fortalecem a posição de Portugal no cenário económico global, especialmente em áreas como o turismo e comércio”, disse Cristina Matos, secretária-geral da Associação Portuguesa de Franchising, citada na mesma nota.

Nos dias 18 e 19 de outubro, algumas das principais empresas do setor estarão na 27.ª edição da Expofranchise, em Lisboa, a maior feira do género na Península Ibérica, lembrou ainda a associação.

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Técnico quer bater recorde do Guiness com maior aula de programação do mundo

Participam 1.600 pessoas na maior aula de programação do mundo, que vai durar 75 minutos. O objetivo é bater o record no Guiness.

O Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, vai tentar entrar para o Guinness World neste sábado, com a maior aula de programação do mundo. São esperados 1.600 participantes, maioritariamente universitários. O objetivo é reforçar a marca “Portugal Tecnológico” nos mercados e comunidades internacionais.

Colocar Portugal e o talento tecnológico nacional no Guinness World Records é um dos propósitos desta aula que vai decorrer durante 75 minutos e que conta com apoio da autarquia lisboeta e da Unicorn Factory Lisboa. Além de sensibilizar a população para a crescente relevância da tecnologia nas escolhas de carreira e da importância das competências digitais.

A aula de Phyton será lecionada por Rodrigo Girão, especialista em programação, e pelos professores do IST Inês Lynce e Arlindo Oliveira. Está dividida em três grandes capítulos: Algoritmia e Programação por Objetos, Desenvolvimento em Python e Inteligência Artificial.

Após a atribuição do recorde do Guinness, segue-se um convívio entre os 1.600 participantes, essencialmente alunos do ensino superior, e os mais de 300 colaboradores de várias empresas que patrocinam o evento. Entre elas constam a ANA Aeroportos de Portugal, Axians, Deloitte, Galp, Millennium BCP, NOS, NTT Data, Vodafone e Worten.

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Brasileira Eureka coworking abre em Lisboa e já olha para Porto e Braga

Portugal é o primeiro mercado de internacionalização da rede brasileira de coworks e ponto de partida para uma futura expansão para Espanha e França.

Daniel Moral e Fanny Moral, cofundadores da Eureka Coworking Brasil e Portugal

A rede brasileira Eureka Coworking acaba de abrir um espaço em Lisboa, depois de um investimento “significativo”, e está a avaliar cidades como Porto e Braga para a sua futura expansão no mercado português. Depois de Portugal, primeiro mercado de internacionalização, a rede admite estender a Espanha e França.

O cowork no Palácio Rosa, em Lisboa, é o primeiro espaço da rede fora do Brasil e o primeiro no país. “Portugal sempre teve um significado especial para nós, tanto pela ligação pessoal da Fanny [Moral], cofundadora da Eureka, com raízes portuguesas do seu avô em Lisboa, como pela presença de imóveis que o nosso sócio já possuía no país”, explica Daniel Moral, cofundador da rede, ao ECO. Além disso, “o ambiente favorável para startups e inovação, especialmente em Lisboa com a Web Summit, tornou a cidade um destino natural para a nossa internacionalização“, reforça.

O investimento no espaço foi “significativo”, diz Daniel Moral, sem, no entanto, revelar valores. “O nosso espaço está localizado num edifício histórico, o Palácio Rosa, e foi cuidadosamente adaptado para oferecer um ambiente moderno e inspirador, mantendo a arquitetura original. Com uma área de aproximadamente 1.000 m², a unidade tem capacidade para acolher cerca de 200 pessoas simultaneamente, com salas privativas, áreas colaborativas e um espaço de eventos”, descreve.

Estamos a avaliar cidades como Porto e Braga, que também têm um ecossistema de startups vibrante e um mercado crescente para espaços de coworking.

“O coworking de Lisboa está aberto para empresas de todos os tipos e locais, mas acreditamos que muitas empresas brasileiras veem em Portugal uma excelente porta de entrada para a Europa, o que também nos posiciona bem para as atender“, diz ainda quando questionado sobre o público-alvo do espaço.

Depois de Lisboa, há “planos de expansão para outras regiões de Portugal”. E já com cidades na mira. “Estamos a avaliar cidades como Porto e Braga, que também têm um ecossistema de startups vibrante e um mercado crescente para espaços de coworking“, revela, embora sem indicar um prazo para esse aumento da rede. “Não temos um cronograma exato, mas estamos focados primeiro em consolidar a operação em Lisboa e, posteriormente, expandir conforme a procura.”

O investimento total previsto no mercado nacional está “em avaliação”, diz Daniel Moral, sem adiantar valores da aposta da rede no país. “O nosso foco é estabelecer uma operação sólida e escalável. O investimento será feito gradualmente, à medida que expandimos para outras cidades e ajustamos os nossos serviços para atender às necessidades locais. Em cada nova unidade, prezamos por uma estrutura flexível, moderna e que possa acolher tanto pequenas startups como empresas maiores”, refere.

Depois de Portugal, Espanha e França na mira

Atualmente, a Eureka Coworking detém unidades na Av. Paulista, em São Paulo, em Campinas e, agora, em Lisboa, totalizando mais de 5.000 m² de área de coworking. “Contamos com centenas de empresas e profissionais que utilizam os nossos espaços diariamente. As taxas de ocupação giram em torno de 85% a 90%, e estamos sempre a procurar formas de melhorar a experiência dos nossos clientes, seja através de eventos, networking ou serviços personalizados”, descreve o cofundador.

A nossa expansão para Portugal é parte da nossa estratégia de continuar a crescer e oferecer um ambiente de trabalho inovador e com propósito”, continua.

Escolhemos Lisboa pelo ambiente dinâmico de inovação, a recetividade ao modelo de coworking e pela nossa ligação pessoal com o país. No entanto, já estamos a estudar outras expansões, principalmente para países da Europa, como Espanha e França.

Para este novo mercado, Daniel Moral admite expectativas de negócio “bastante positivas”. E explica porquê. “Vemos um crescimento na procura por espaços flexíveis, tanto da parte de freelancers quanto de grandes empresas. Portugal tem-se destacado como um hub de inovação e tecnologia, o que é um atrativo para o nosso modelo de negócio“, justifica.

O empreendedor não teme um impacto no negócio do regresso mandatório ao escritório que várias empresas estão a determinar. “O regresso ao escritório, exigido por algumas empresas, terá um impacto positivo para o nosso negócio, principalmente porque muitos desses trabalhadores buscam uma solução flexível e que combine o melhor do trabalho remoto com o escritório tradicional”, comenta. “As grandes corporações podem adotar o coworking como uma maneira de reduzir custos fixos e proporcionar aos seus colaboradores um ambiente que incentive a colaboração e a criatividade. Acreditamos que os modelos híbridos continuarão a ganhar força“, acredita.

Por isso, diz, “esperamos atingir uma alta taxa de ocupação já nos primeiros meses, dado o interesse crescente por soluções flexíveis e colaborativas”.

Portugal é o primeiro mercado de internacionalização da rede e uma potencial porta de entrada para outros mercados. “Escolhemos Lisboa pelo ambiente dinâmico de inovação, a recetividade ao modelo de coworking e pela nossa ligação pessoal com o país. No entanto, já estamos a estudar outras expansões, principalmente para países da Europa, como Espanha e França. O nosso objetivo é, primeiro, consolidar a presença em Portugal antes de expandir para outros mercados, mas já temos essas regiões em vista para os próximos anos.”

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Maria Luís Albuquerque clarifica declaração de interesses após pedido de eurodeputados

  • Lusa
  • 9 Outubro 2024

Comissária europeia indigitada por Portugal, clarificou o seu trabalho na gestora de fundos Horizon e a detenção de uma empresa com o marido na sua declaração de interesses.

A comissária europeia indigitada por Portugal, Maria Luís Albuquerque, clarificou o seu trabalho na gestora de fundos Horizon e a detenção de uma empresa com o marido na sua declaração de interesses, após ter sido questionada pelos eurodeputados da Comissão dos Assuntos Jurídicos (JURI).

A informação consta da resposta de Maria Luís Albuquerque a uma carta da Comissão dos Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu, a que a agência Lusa teve esta quarta-feira acesso, na qual a antiga ministra das Finanças e nomeada para a pasta de Serviços Financeiros e para a União da Poupança e dos Investimentos salienta não ter “interesses financeiros” que possam ser declarados ou dar origem a um conflito de interesses e que nem ela nem a sua família direta possuem “quaisquer obrigações, ações ou outros ativos ou passivos”, além de uma casa para residência ou de edifícios herdados.

Na missiva agora enviada aos eurodeputados, a responsável esclarece o seu trabalho com a gestora portuguesa de fundos Horizon Equity Partners, bem como sobre a propriedade de uma empresa com o marido através da qual prestou serviços.

A declaração indica agora que, entre 28 de dezembro de 2023 e 29 de agosto de 2024, no âmbito da atividade com a Horizon, Maria Luís Albuquerque foi membro do Conselho de Administração de uma sociedade, a HRRL Açores, criada para gerir as participações na Euroscut Azores.

Deixei o cargo quando fui anunciada como nomeada por Portugal para o colégio de comissários”, garante no documento a que a Lusa teve acesso.

Além disso, refere a antiga governante, “o segundo esclarecimento salienta que a empresa através da qual desempenhei as tarefas acima referidas é propriedade minha e do meu marido”, precisando ainda que tal empresa “está a ser encerrada” por já não desempenhar tais tarefas.

As clarificações surgem depois de, no início deste mês, a comissão parlamentar dos Assuntos Jurídicos ter pedido mais informações em conformidade com o código de conduta dos membros do futuro colégio de comissários.

Cabe à assembleia europeia decidir se aprova ou não o nome de Maria Luís Albuquerque e do restante colégio de comissários proposto e liderado por Ursula von der Leyen, que irá cumprir um novo mandato de cinco anos à frente da Comissão Europeia.

Em meados de setembro passado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs a pasta dos Serviços Financeiros e da União da Poupança e do Investimento para a comissária nomeada por Portugal, a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque.

Na altura, Von der Leyen falou numa pasta “vital para completar a União do Mercado de Capitais e para garantir que o investimento privado potencie a produtividade e inovação” europeia.

Nas declarações aos jornalistas, a líder do executivo comunitário vincou na ocasião que a antiga governante portuguesa “será excelente nessa pasta porque tem uma vasta experiência como ministra das Finanças, mas também uma enorme experiência no setor privado”, ao ter passado por instituições financeiras como a Morgan Stanley e a Arrow Global.

Isso mesmo ficou explícito na carta de missão, na qual a presidente da Comissão Europeia pediu à comissária portuguesa indigitada que use a sua experiência para “desbloquear montante substancial de investimento” para União Europeia.

Aos 57 anos, a antiga governante portuguesa é uma das 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% para mulheres e de 60% de homens) do próximo executivo comunitário de Von der Leyen, agora sujeito a aval parlamentar, que tem como principal missão a competitividade económica comunitária.

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Universitários olham para o risco e retorno na hora de investir. E ignoram ESG

Onde e como investem os estudantes universitários? Olham sobretudo para o risco e rentabilidade dos produtos financeiros e ignoram fatores de sustentabilidade.

Os estudantes universitários em Portugal olham sobretudo para o risco e o retorno na hora de investir e praticamente ignoram os aspetos relacionados com os indicadores ambientais, sociais e de governação (ESG), segundo um inquérito do regulador do mercado divulgado esta quarta-feira.

“Na escolha dos produtos financeiros de investimento, os critérios mais referidos são o risco e a rentabilidade desses produtos financeiros (referidos por 84,0% e 83,1%, respetivamente, de respondentes)”, revela o estudo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

as questões ligadas à sustentabilidade “têm pouca expressão”, acrescenta o estudo feito junto de mais de 2.500 universitários. No momento de decidir onde aplicar o dinheiro, apenas 2,3% referiram as características sociais e ambientes dos produtos financeiros e 13,3% indicaram um deles.

Este resultado estará ligado ao grande desconhecimento em torno das aplicações financeiras sustentáveis: quase metade (47,2%) dos inquiridos revelou não ter informação sobre este tipo de produtos.

Um quarto tem criptoativos

Praticamente um quarto da amostra (23,4%) disse ter criptoativos, como bitcoin ou outras criptomoedas, na sua carteira de investimentos, sendo que para alguns é mesmo o único ativo financeiro que têm (15 respondentes) ou coexiste com apenas mais um ativo financeiro (56 respondentes).

A CMVM detalha que em 64,7% das carteiras que têm criptoativos, estes ativos digitais representam até 5% do património total dos respondentes. Quem tem criptoativos – sobretudo homens com menos de 36 anos – “denota algum excesso de confiança na literacia digital e informa-se mais frequentemente sobre matérias relacionadas com produtos e mercados financeiros”.

Quase 40% diz ter conhecimentos sobre mercados e produtos

Em termos de conhecimentos sobre mercados e produtos financeiros, 38,5% dos respondentes afirmam-se conhecedores ou muito conhecedores destas matérias.

Porém, “em alguns casos, a autoavaliação de conhecimentos financeiros não é coincidente com os conhecimentos e atitudes demonstrados”, demonstra o inquérito.

Quase metade dos respondentes (48,9%) tem uma autoavaliação inferior aos conhecimentos financeiros demonstrados. O inquérito revelou que os jovens com idade até 25 anos são “sobreconfiantes”.

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Ministra da Justiça e bastonária ausentes da reunião sobre advogados oficiosos

O ECO/Advocatus sabe que Rita Alarcão Júdice, por ser advogada de profissão, prefere delegar estas matérias relativas a advogados na secretária de Estado desde que tomou posse.

A ministra da Justiça e a bastonária da Ordem dos Advogados não marcaram presença na reunião de trabalho relativa à Reforma do Sistema de Remuneração dos Advogados Oficiosos, realizada esta quarta-feira. Apesar do tema da revisão da tabela de remuneração dos advogados do Estado ser uma das bandeiras da líder dos 35 mil advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro fez-se representar por um vogal do Conselho Geral, Alberto Barreiros e, da parte do Governo, tal como a reunião anterior, esteve presente a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo.

Da parte da OA, houve tentativas de marcação de reuniões com a senhora ministra da Justiça, mas sem resposta do Governo. Bem como foi pedido que, dias antes da reunião realizada esta quarta-feira, fosse entregue o relatório à OA, mas também sem sucesso.

Assim, estiveram presentes em representação da Ordem, na apresentação do Relatório do Grupo de Trabalho, o vogal do Conselho Geral, Alberto Barreiros, o Chefe de Serviços do Gabinete Jurídico, Pedro Benodis Silva e Cláudia Pincho.

Da parte do Ministério da Justiça, o ECO/Advocatus sabe que Rita Alarcão Júdice, advogada de profissão, prefere delegar estas matérias relativas a advogados na SEAJ. Acompanha, mas delega a decisão na secretária de Estado desde que tomou posse.

“A OA considera que a proposta apresentada pelo Ministério da Justiça não vai ao encontro aquelas que são as pretensões dos profissionais e, desse modo, considera-a insuficiente. Tendo em conta que esta foi uma reunião técnica onde o Ministério da Justiça apresentou a sua proposta e que a OA tentou antecipar para que contasse com a presença da Ministra da Justiça, a OA fez-se representar por uma delegação que recebeu a proposta do Ministério da Justiça e foi informada da inclusão da OA no Grupo de Trabalho que irá negociar esta revisão. Esta proposta não foi partilhada de forma antecipada com a OA para que a mesma pudesse ser analisada e discutida de forma prévia, o que permitiria acelerar o processo de atualização da tabela aplicável ao sistema de acesso ao direito”, segundo explicou a OA em comunicado.

Assim, “mesmo levando em conta que este processo já poderia estar mais adiantado do que se encontra neste momento, a OA aguarda com expectativa o início deste processo negocial e continua disponível para prosseguir este caminho de negociação, que deverá, naturalmente, ser acompanhado com a presença da Ministra da Justiça. No âmbito deste processo de negociação, a OA considera que o mesmo deverá ser completo e integrar a discussão da revogação da portaria que retira à OA a competência exclusiva de composição das escalas de advogados para integrar o Sistema de Acesso ao Direito e Tribunais (SADT). A OA não aceita que a escolha dos Advogados seja efetuada pelo MP/Juiz/OPC sem qualquer critério objetivo ou conhecido, em manifesta violação dos mais basilares direitos de defesa dos cidadãos. Esta portaria coloca em causa todo o processo e deve ser revogada, tendo em conta a sua ilegalidade”, concluiu o mesmo comunicado.

A ministra da Justiça, Rita Júdice, participa na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, na residência oficial, no Palácio de São Bento, Lisboa, 20 de junho de 2024. ANTÓNIO COTRIM/LUSAANTÓNIO COTRIM/LUSA

O Grupo de Trabalho criado pelo Governo para o que chama de Reforma do Sistema de Remuneração dos Advogados Oficiosos propõe a revisão dos honorários fixados há 20 anos, uma nova classificação e listagem dos atos praticados por advogados oficiosos, para efeitos de fixação de honorários e alargar os atos praticados a processos de arbitragem, processos em Julgados de Paz e em processos de mediação extrajudicial concluídos com acordo entre as partes. Mais: a remuneração atribuída a cada ato passa a depender da complexidade jurídica e do volume presumido das horas trabalhadas, valorizando-se igualmente os atos mais solicitados. O Ministério da Justiça espera tomar uma decisão “a breve prazo, depois de ouvida a Ordem dos Advogados e recolhidos contributos de outros interessados”, segundo comunicado do Ministério da Justiça.

O relatório apresenta ainda a criação de um “sistema de controlo de qualidade do serviço prestado pelos advogados oficiosos”, a realização de inquéritos de satisfação aos beneficiários, uma revisão ampla do sistema de registo e pagamento de despesas e ainda a exigência de certidão de não dívidas ao Estado (Fisco e Segurança Social) como condição de inscrição nas escalas das defesas oficiosas.

O GT propõe um aumento de 4,75% na Unidade de Referência (medida de cálculo dos honorários) e admite que, à luz da nova tabela, estima-se um aumento na despesa com os honorários dos advogados oficiosos de cerca de 7 milhões de euros. Este novo modelo da tabela de honorários acomoda um duplo aumento: no valor e no número de Unidades de Referência fixadas para cada ato.

A bastonária da Ordem dos Advogados exigiu, na semana passada, a demissão da Secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo, “que foi a interlocutora da Ordem dos Advogados para os assuntos da Justiça, e com quem nunca se dignou sequer a debater esta solução (nem sequer informá-la)”, diz Fernanda de Almeida Pinheiro.

Em causa a portaria para ser publicada com “carácter de urgência” que altera o Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT), passando agora a prever-se a possibilidade de o Tribunal, o Ministério Público ou os Órgãos de Polícia Criminal (como a PJ ou Autoridade Tributária) nomearem qualquer advogado oficioso que, sendo contactado, se manifeste disponível para aceitar a nomeação em caso de falhas nas escalas definidas. Esta alteração surge no decorrer do protesto da Ordem dos Advogados que teve início a 1 de setembro.

“Como forma de retaliação contra o protesto justo e legítimo da Advocacia, o Governo, através do Ministério da Justiça, aprovou uma alteração à Portaria que Regulamenta a Lei do Acesso ao Direito, passando a prever expressamente a possibilidade de o Tribunal, o Ministério Público ou os Órgãos de Polícia Criminal nomearem qualquer Advogado que, sendo contactado, se manifeste disponível para aceitar a nomeação”, diz, em comunicado a bastonária dos mais de 35 mil advogados.

Desde setembro que a Ordem dos Advogados (OA) apelou à não inscrição de advogados nas escalas do SADT. O SADT é o sistema que permite que os cidadãos com menor poder económico tenham acesso aos tribunais para defender os seus direitos, uma vez que a justiça não pode ser negada a ninguém. Desta forma, foi criado um sistema sustentado pelo Estado que paga a advogados, os chamados advogados oficiosos, para defender estes tipos de casos.

Ao contrário do que sucede atualmente, em que as nomeações dos Advogados e a nomeação dos Advogados em escala, por uma questão de organização, transparência e justiça, são realizadas pela Ordem dos Advogados, o Governo pretende passar a permitir que tais nomeações possam ser feitas por outras entidades.

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Orçamento só inscreve descida do IRC para 20% em 2025. Novas descidas no futuro ficam em aberto

OE2025 vai ter apenas referência à redução de um ponto transversal na taxa de IRC e às medidas seletivas acordadas com o PS. Leitão Amaro defende que documento continua a refletir "visão" do Governo.

A proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) só terá inscrita a redução da taxa de IRC para 20% no próximo ano, assim como as medidas seletivas acordadas com o PS, deixando em aberto novas reduções das taxas no futuro. A posição foi esclarecida esta quarta-feira pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, após o Conselho de Ministros que aprovou a proposta orçamental.

“A única coisa que consta do OE2025, porque é de 2025 que estamos a falar e é a 2025 que a lei se aplica, é a redução de um ponto transversal na taxa nominal e medidas seletivas acordadas com o PS e que constam do acordo de Concertação Social”, disse António Leitão Amaro, em conferência de imprensa, após a realização do Conselho de Ministros, quando questionado pelos jornalistas.

O governante salientou que é conhecida “a divergência para o futuro” entre o Executivo e o PS, pelo que “o entendimento do Governo foi e é que não se deve fazer depender o OE2025 relativamente a escolhas para os anos seguintes”.

“Essa divergência não foi alterada nem ultrapassada. Se conseguimos a convergência ou a aceitação do PS relativamente a 2025 com as medidas seletivas, e que o desagravamento da taxa fosse no máximo em um ponto, é isso que consta do OE e não consta nenhuma referência ao futuro. É 2025 que estamos a votar e é 2025 que será votado”, apontou.

O Programa do Governo prevê a redução das taxas de IRC, começando com a redução gradual de dois pontos percentuais por ano, uma intenção da qual o PS discorda. Contudo, nas negociações, o Governo contrapropôs ao PS uma diminuição gradual da taxa para 17% em três anos, sem mexer nas derramas estaduais.

Leitão Amaro desvalorizou as cedências ao PS no que toca à essência do Orçamento definida pelo Governo. “Amanhã perceber-se-á isso e perceber-se-á também que houve alterações e ajustamentos sobre aquilo que constava do Programa de Governo”, frisou, apontando o exemplo do IRS Jovem.

“Quando um partido não tem maioria absoluta e tem maioria relativa dialoga com outros partidos. O essencial da visão do Programa de governo, o caminho, o caráter, estão lá. Os princípios estão lá”, vincou.

Questionado sobre as previsões do Banco de Portugal, que reviu em baixa de 2% para 1,6% o crescimento para este ano, Leitão Amaro invocou o facto de o Conselho de Finanças Públicas (CFP) ser a entidade responsável por endossar ou não as previsões do Orçamento, assinalando que esteve em diálogo com as instituições europeias sobre as trajetórias das várias dimensões.

“O Governo está muito confiante no cenário que apresenta, com ambição”, defendeu.

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Votação final global do Orçamento do Estado adiada para 29 novembro

  • Lusa
  • 9 Outubro 2024

A conferência de líderes decidiu manter as datas de 30 e 31 de outubro para a discussão do documento na generalidade.

A votação final global da proposta de Orçamento para 2025 foi adiada, esta quarta-feira, de 28 para 29 de novembro, por decisão da conferência de líderes, que também decidiu manter as datas de 30 e 31 de outubro para a discussão na generalidade.

Com este calendário, que resultou de uma decisão do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, por ausência de consenso, a discussão na especialidade decorrerá nos dias 22, 26, 27, 28 e 29 de novembro.

Neste período (entre 22 e 29 do próximo mês) dedicado à discussão na especialidade, haverá uma interrupção dos debates no dia 25 para a realização da sessão solene que assinalará o 25 de novembro de 1975.

Na conferência de líderes desta quarta-feira, PSD, CDS e Iniciativa Liberal defenderam que o debate na generalidade do Orçamento para 2025 deveria iniciar-se uma semana antes das datas previstas, ou seja, em 24 e 25 de outubro, mas esta proposta teve a oposição do PS, Chega, Bloco de Esquerda, Livre e PCP.

Com esta proposta, que não alcançou uma maioria indicativa, as bancadas do PSD e do CDS-PP pretendiam dispor de mais tempo para a elaboração dos guiões de votações do processo orçamental – uma tarefa que é considerada complexa sobretudo para as bancadas que suportam o Governo, já que requer intenso trabalho de coordenação política. Se este calendário fosse aprovado, a votação final global do Orçamento realizar-se-ia no dia 26 de novembro e não no dia 29 desse mês, como ficou estabelecido.

Face à ausência de consenso, tendo de um lado o PSD, IL e CDS, e do outro lado uma maioria composta pelo Chega e as bancadas da esquerda, o presidente da Assembleia da República decidiu corresponder à vontade maioritária expressa em conferência de líderes parlamentares.

Perante os jornalistas, o porta-voz da conferência de líderes, o deputado social-democrata Jorge Paulo Oliveira, assumiu que “foi uma decisão por parte do senhor presidente da Assembleia da República, já que não houve unanimidade”.

“Houve grupos parlamentares que defendiam um primeiro cenário, outros grupos parlamentares que defendiam um segundo cenário. A maioria tendeu para um determinado cenário – e foi exatamente com base nesse cenário que o presidente da Assembleia da República decidiu que o calendário do debate na generalidade ocorrerá nos dias 30 e 31 de outubro“, declarou o porta-voz da conferência de líderes.

Na conferência de líderes de hoje foi também feita uma alteração ao debate preparatório do Conselho Europeu, com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro. Este debate, no próximo dia 16, vai iniciar-se às 09:00 e não às 14:30 como estava inicialmente previsto.

Já para dia 18 de outubro, o Governo agendou para debate em plenário um conjunto de iniciativas legislativas, entre as quais uma que transpõe a diretiva comunitária sobre tributação de grupos de empresas multinacionais e também uma alteração ao Código de IRC em matéria de requisitos da dupla tributação económica. Nesse mesmo dia, será discutida uma proposta que altera o Regime Jurídico das Autarquias Locais sobre publicitação das deliberações dos órgãos autárquicos.

Ainda antes do começo da discussão do Orçamento, mais concretamente no dia 23 deste mês, haverá uma reunião plenária com declarações políticas. Dois dias depois, dia 25, uma sexta-feira, realiza-se um debate setorial com a presença do ministro da Educação, Fernando Alexandre.

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