Euribor desce a três, a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 13 Agosto 2024

A taxa a três meses, que recuou para 3,542%, manteve-se acima da taxa a seis meses (3,441%) e da taxa a 12 meses (3,180%).

A taxa Euribor desceu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses face a segunda-feira, mas manteve-se acima de 3% nos três prazos. Com as alterações desta terça-feira, a taxa a três meses, que recuou para 3,542%, manteve-se acima da taxa a seis meses (3,441%) e da taxa a 12 meses (3,180%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, baixou esta terça-feira para 3,441%, menos 0,004 pontos, depois de ter atingido 4,143% em 18 de outubro, um máximo desde novembro de 2008. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a junho apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 33,7% e 25,7%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, também recuou esta segunda-feira para 3,180%, menos 0,011 pontos, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses caiu, ao ser fixada em 3,542%, menos 0,006 pontos, depois de ter subido para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

Em 18 de julho, o BCE manteve as taxas de juro diretoras e a presidente do BCE, Christine Lagarde, não esclareceu o que vai acontecer na próxima reunião em 12 de setembro, ao afirmar que tudo depende dos dados que, entretanto, forem sendo conhecidos.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

A média da Euribor em julho voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas mais acentuadamente no prazo mais longo, tendo baixado 0,040 pontos para 3,685% a três meses (contra 3,725% em junho), 0,071 pontos para 3,644% a seis meses (contra 3,715%) e 0,124 pontos para 3,526% a 12 meses (contra 3,650%).

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Custos das empresas com salários aumentam 7,2% no segundo trimestre

Os custos salariais por trabalhador aumentaram 7,2% no segundo trimestre, uma aceleração face ao primeiro, enquanto os outros custos subiram 7,1%, segundo novos dados do INE.

Os custos das empresas com os salários dos seus trabalhadores aceleraram no segundo trimestre do ano. Os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que os custos salariais subiram 7,2% em termos homólogos. Também os outros custos — que incluem, nomeadamente, impostos e seguros de saúde — engordaram, entre abril e junho.

“Os custos salariais (por hora efetivamente trabalhada) aumentaram 7,2% (6,6% no trimestre anterior) e os outros custos do trabalho (também por hora efetivamente trabalhada) aumentaram 7,1% (6,6% no trimestre anterior)”, indica o gabinete de estatísticas, no destaque publicado esta terça-feira de manhã.

No que diz respeito aos montantes despendidos com remunerações, o maior aumento foi registado na indústria (10%), enquanto o menor foi verificado na Administração Pública (4,7%).

Também quanto aos custos não salariais, o maior reforço foi contabilizado na indústria (9,9%) e o menos no Estado (4,5%).

Com estas variações dos custos salariais e dos outros custos, o índice de custo do trabalho cresceu 7,2%, em termos homólogos, acelerando face ao trimestre anterior.

“A evolução homóloga do ICT [Índice de Custo do Trabalho] resultou também da conjugação do acréscimo de 6,3% no custo médio por trabalhador e do decréscimo de 0,8% no número de horas efetivamente trabalhadas por trabalhador”, explica o gabinete de estatísticas.

(Notícia atualizada às 11h56)

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Governo prolonga até março de 2025 subsídio de mobilidade das regiões autónomas

Governo prorrogou até 31 de março de 2025 o regime transitório do subsídio social de mobilidade para as regiões autónomas. A 15 setembro serão publicadas as conclusões do grupo de trabalho.

O Governo decidiu prolongar até 31 de março de 2025, o regime transitório para a atribuição do subsídio social de mobilidade — serviços aéreos e marítimos — entre o continente e a Região Autónoma da Madeira e entre esta e a Região Autónoma dos Açores.

O Subsídio Social de Mobilidade entrou em vigor em setembro de 2015 e permite aos residentes nos Açores deslocarem-se para o continente a uma tarifa aérea máxima de 134 euros, sendo que todo o valor acima desta meta é ressarcido a título de reembolso pelo Estado.

Na Madeira, os residentes pagam 86 euros nas ligações ida e volta para o território continental e 119 para os Açores, mas se o custo da passagem exceder os 400 euros — valor máximo elegível para apoio — caberá ao passageiro suportar o montante remanescente. No caso dos estudantes o preço do bilhete é de 65 euros tendo em conta o apoio do Estado.

Os beneficiários compram a viagem, pagam o custo total do bilhete e posteriormente podem pedir o reembolso de parte do valor gasto. O subsídio abrange estudantes até aos 26 anos que vivem nos Açores ou na Madeira e estudam no continente ou noutra região autónoma; que vivem no continente e estudam numa região autónoma; residentes com domicílio fiscal nos Açores ou na Madeira; pessoas que vivem habitualmente noutras regiões e trabalham nos Açores ou na Madeira (residentes equiparados).

O decreto-lei publicado esta terça-feira em Diário da República começou a produzir efeito a 1 de agosto de 2024, data que em que o regime transitório deixou de vigorar.

Em maio de 2024, um despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e das infraestruturas e habitação criou um grupo de trabalho destinado ao estudo, análise e revisão do atual modelo do subsídio social de mobilidade destinado aos residentes nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, cujos trabalhos devem ficar concluídos até 15 de setembro de 2024, com a entrega ao Governo de um relatório final do qual conste as recomendações relativas ao modelo de subsídio social de mobilidade.

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Aeroportos nacionais batem recorde de passageiros no primeiro semestre

O número de passageiros que passou pelos aeroportos nacionais, no primeiro semestre de 2024, registou um crescimento de 5,2%. Lisboa movimentou 16,7 milhões de passageiros, mais de metade do total.

Os aeroportos portugueses receberam um número recorde mensal de passageiros nos primeiros seis meses do ano. Segundo os números divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de passageiros cresceu 5,2% face ao primeiro semestre de 2023. No total, passaram 32,9 milhões de passageiros pelos aeroportos nacionais entre janeiro e junho.

O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais bateu máximos em todos os meses de 2024, superando os números registados nos mesmos meses de 2023.

No semestre, o Reino Unido foi o principal país de origem e de destino dos voos, tendo registado crescimentos no número de passageiros desembarcados (+2,5%) e embarcados (+2,9%) face ao mesmo período de 2023, indicam as estatísticas rápidas do transporte aéreo do INE, referentes ao final de junho. No sentido contrário, França registou decréscimos no número de passageiros desembarcados (-1,9%) e embarcados (-2,1%) e ocupou a 2ª posição.

Espanha, Alemanha e Itália ocuparam a 3ª, 4ª e 5ª posições, respetivamente, como principais países de origem e de destino.

O aeroporto de Lisboa movimentou mais de metade dos passageiros que passaram pelos aeroportos nacionais. Recebeu 16,7 milhões de passageiros — 50,8% do total — e registou um crescimento de 5,3% face a igual período de 2023.

O aeroporto do Porto concentrou 22,8% do total de passageiros movimentados (7,5 milhões), mais 5,8% que nos primeiros seis meses de 2023. O aeroporto de Faro registou um crescimento de 3,3% no movimento de passageiros, totalizando 4,3 milhões.

No que diz respeito ao movimento de carga e correio nos aeroportos nacionais, registou-se um crescimento de 13,2%, no primeiro semestre de 2024. O movimento de mercadorias no aeroporto de Lisboa representou 77,1% do total, atingindo 94,2 mil toneladas (+16,6% face ao mesmo período de 2023). No conjunto dos restantes aeroportos, o movimento de carga e correio aumentou 2,9%.

Em termos mensais, em junho movimentaram-se 6,7 milhões de passageiros e 20,3 mil toneladas de carga e correio nos aeroportos nacionais, o que corresponde a um crescimento de 5,6% e 13,4%, respetivamente, face a junho de 2023.

Passaram, em média, cerca de 113 mil passageiros pelos aeroportos nacionais, no mês de junho. Trata-se de um aumento de 5,5% face a junho de 2023, quando foram movimentados 107,0 mil passageiros.

(Notícia atualizada às 11h37)

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Salário médio aumenta mais de 6% no segundo trimestre e ultrapassa os 1.600 euros

Remuneração mensal média subiu mais de 6% em termos homólogos entre abril e junho, mas uma parte do aumento foi absorvida pela inflação. Resultado: o salário médio valorizou 3,6% em termos reais.

O salário médio dos trabalhadores portugueses voltou a subir. De acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no segundo trimestre, a remuneração bruta mensal média por trabalhador aumentou 6,4%, face ao mesmo período do ano passado, ultrapassando a fasquia dos 1.600 euros. Em termos reais — isto é, descontando a inflação –, o reforço foi de 3,6%.

“A remuneração bruta total mensal média por trabalhador (por posto de trabalho) aumentou 6,4% para 1.640 euros, no trimestre terminado em junho de 2024, em relação ao mesmo período de 2023″, revela o gabinete de estatísticas, no destaque publicado esta terça-feira de manhã.

No primeiro trimestre, o salário médio tinha aumentado 6,5%, o que significa que entre abril e junho houve um abrandamento ligeiro.

Além disso, uma parte significativa do aumento acabou por ser “absorvida” pela inflação. Assim, ainda que em termos totais o salário médio tenha subido mais de 6%, em termos reais o aumento foi de 3,6%. O INE explica que, em relação ao trimestre terminado em março de 2024, assistiu-se a uma aceleração dos preços (de 2,2% para 2,7%) e a uma desaceleração das remunerações reais.

Indústria extrativas lideram ganhos

Os salários dos trabalhadores portugueses estão a subir, mas os ganhos não são os mesmos em todos os setores. No segundo trimestre, enquanto nas indústrias extrativas houve um reforço de 13,6% e nas atividades de saúde humana e apoio social houve uma subida de 12,1%, nas atividades de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio a subida não chegou a 1%.

Convém notar, contudo, que tradicionalmente esse é dos setores da economia portuguesa que paga melhor. Aliás, em junho de 2024, essa foi mesmo a atividade com a remuneração total média por trabalhador mais expressiva: 3.588 euros. Já do outro lado da tabela ficaram as atividades de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, com um salário médio de 976 euros.

Quanto à dimensão das empresas, os dados publicados pelo INE mostram que as empresas maiores não só são as que pagam melhor, como são também as que estão a conseguir fazer aumentos mais expressivos.

“Em junho de 2024, a remuneração total variou entre 1.039 euros nas empresas com um a quatro trabalhadores, e
2.044 Euros, nas empresas com 500 e mais trabalhadores“, nota o gabinete de estatísticas.

E acrescenta: “em relação ao período homólogo de 2023, a remuneração total aumentou em todos os escalões de dimensão da
empresa, tendo a maior variação ocorrido nas empresas com 500 e mais trabalhadores (7,3%) e a menor nas empresas com 50 a 99 trabalhadores (4,7%).”

(Notícia atualizada pela última vez às 12h18)

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BE pede audição de ministro das Infraestruturas no Parlamento sobre o plano de negócios da CP

  • Lusa
  • 13 Agosto 2024

Os deputados do Bloco de Esquerda contestam que a aposta na alta velocidade leve o Estado a abrir ao "negócio privado" outras linhas, como as praticadas pelos comboios Alfa e Intercidades.

O BE pediu esta terça-feira a audição no Parlamento do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, e do Conselho de Administração da CP — Comboios de Portugal para debater o plano de negócios daquela empresa ferroviária.

Num requerimento enviado ao presidente da comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação, o deputado social-democrata Miguel Santos, os bloquistas contestam que a aposta na alta velocidade leve o Estado a abrir ao “negócio privado” outras linhas, como as praticadas pelos comboios Alfa e Intercidades.

Para o Bloco, “os comboios Alfa e Intercidades são, tendencialmente, aqueles cuja atividade tem um maior potencial de lucro”, apesar de a alta velocidade poder ser “um suporte positivo para compensar as redes regionais, nomeadamente no interior do país, bem como os custos das redes metropolitanas”.

No entanto, prossegue o BE, “se a CP ficar limitada na alta velocidade, isto significa que a empresa pública fica com a parte potencialmente deficitária do transporte ferroviário para abrir espaço para o negócio privado de outros operadores“.

“Esta decisão do Governo põe em causa a sustentabilidade futura de uma empresa estratégica para o país“, considera o partido liderado por Mariana Mortágua, justificando ainda o pedido de audição com declarações de Pinto Luz de que não é “saudável para o mercado o Estado investir tanto em comboios”.

O Bloco de Esquerda considera que a CP é “um elemento estratégico de uma política de transportes voltada para a modernização do país” e lembra o investimento previsto pela empresa na alta velocidade.

“A encomenda de material circulante inclui 14 automotoras para serviços de alta velocidade. O objetivo da empresa pública é ter 14 novos comboios aptos a velocidades de 300 km/h. Estes comboios destinam-se a operar na linha Lisboa-Porto. Dentro do plano de negócios da CP está ainda a opção de compra de mais quatro comboios para quando estiver estabelecida a ligação de alta-velocidade a Vigo e mais quatro para ligação Lisboa-Madrid”, refere ainda o Bloco.

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Dez startups nacionais rumam até à Startup Summit no Brasil

Em 2024, o Business Abroad apoiou 120 startups portuguesas em 7 eventos tecnológicos internacionais. Desse total, 50 angariaram mais de 100 milhões em investimento, empregando mais de 600 pessoas.

Dez startups nacionais rumam até Florianópolis, no Brasil, para participar na Startup Summit, uma das principais conferências de empreendedorismo e inovação da América do Sul, que decorre entre os dias 14 e 16 de agosto.

“A presença destas startups na Startup Summit, o evento final do programa Business Abroad deste ano, representa uma excelente oportunidade para conhecerem e estabelecerem parcerias estratégicas num dos maiores e mais entusiasmantes mercados da América do Sul”, refere Pedro Sacramento, head of projects, operations & internationalision da Startup Portugal, citado em comunicado.

“A participação neste evento, com grande tradição e referência no ecossistema brasileiro de startups, acontece na sequência da assinatura de um Memorando de Entendimento em novembro de 2023, que visa aprofundar a colaboração, que já acontece desde 2018 entre as duas entidades, e que procura reforçar o apoio bilateral a startups portuguesas e brasileiras que procuram expandir as suas operações para uma e outra geografia”, destaca o responsável.

Este ano, a Startup Portugal apoiou 120 startups nacionais em sete eventos internacionais, entre as quais 50 através do programa Business Abroad. Esta meia centena de startups angariaram mais de 100 milhões de euros em investimento e empregam mais de 600 trabalhadores.

Desde o início do programa, o “Business Abroad”, programa de internacionalização da Startup Portugal, já apoiou mais de 320 startups em eventos tecnológicos internacionais.

Participantes Startup Summit

  • Deeploy.me – Uma plataforma dedicada ao recrutamento e outsourcing de designers de UX, com uma comunidade dinâmica que oferece oportunidades de emprego, mentoria e uma variedade de benefícios;
  • Doctor Vida – Desenvolveram um dispositivo controlado por telemóvel para testes genéticos rápidos em qualquer amostra biológica, incluindo humanos, aves e amostras ambientais;
  • Enline – Fornece monitorização e otimização do histórico em tempo real e prevista para todos os tipos de ativos relacionados com a eletricidade;
  • Follow up Global – Plataforma criada para ajudar cidadãos a trabalhar de forma legalizada num país estrangeiro;
  • Greenmetrics.ai – Utiliza uma solução que recorre a sensores inteligentes e análise avançada de dados para a adaptação às alterações climáticas;
  • Hoopers – Plataforma tecnológica global de basquetebol que conecta jogadores, fãs e marcas através da interseção de espaços físicos e digitais;
  • Infinite Foundry – Plataforma de meta verso industrial que combina gémeo digital 3D e sensores virtuais para rastrear e otimizar operações em tempo-real;
  • Mycareforce – Marketplace que conecta enfermeiros com turnos disponíveis em unidades de saúde;
  • USEFLOW – Plataforma gamificada de comunicação interna, treino, pesquisas e desenvolvimento com foco em colaboradores operacionais, sem acesso a computadores;
  • Star Mountain – Está a desenvolver uma solução SaaS (Software como Serviço) para a rastreabilidade de ponta a ponta das cadeias de produção de canábis, utilizando tecnologias de última geração, como blockchain e web 3.0.

Este ano, o programa Business Abroad marcou presença no 4YFN (Mobile World Congress), em Barcelona, na Web Summit Qatar, no Qatar, na Web Summit Rio, no Rio de Janeiro, no Viva Technology, em Paris, na South Summit, em Madrid, na Collision, em Toronto e encerra agora com a Startup Summit em Florianópolis.

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Sindicato apela para bom senso da easyJet para evitar greve esta semana

  • Lusa
  • 13 Agosto 2024

SNPVAC disse que, na segunda-feira, foram cancelados pela easyJet 42 voos que se juntam aos 174 anteriormente cancelados em aeroportos de todo o país.

Um sindicato da aviação civil disse esta terça-feira que até ao início da manhã foram cancelados pela easyJet todos os voos no Porto abrangidos pela greve e apelou ao bom senso da empresa para evitar a paralisação marcada para esta semana.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) convocou três dias greve de tripulantes de cabine na easyJet, entre quinta-feira e sábado (15 e 17 de agosto), após aprovação em assembleia geral, com 99% de votos a favor, acusando a empresa de ignorar as várias tentativas de resolução de questões laborais, entre as quais a falta de pessoal e o aumento do número de horas de trabalho.

Em comunicado divulgado esta terça-feira, o SNPVAC disse que na segunda-feira foram cancelados pela easyJet 42 voos que se juntam aos 174 anteriormente cancelados em aeroportos de todo o país.

No Porto, referiu o sindicato, estão cancelados pela empresa todos os voos abrangidos pela greve, só sendo realizados os definidos pelos serviços mínimos.

Para o SNPVAC, o cancelamento de voos que a easyJet vem fazendo é o “reconhecimento cabal por parte da empresa que os motivos são verdadeiros e a razão está do lado dos tripulantes” e de que não há dúvidas de “que a adesão [à greve] irá ser massiva“.

Apesar disso, acrescenta, a companhia aérea continua a persistir numa “luta na qual não tem razão e está sozinha, continuando a prejudicar a sua relação com os tripulantes em Portugal e também a manchar a sua imagem juntos dos passageiros”.

O sindicato apela ao “bom senso da empresa, para que possa ceder nas justas reivindicações dos seus trabalhadores” e que “em vez de cancelar voos em série encontre soluções para evitar” a greve.

Na semana passada, a easyJet lamentou o cancelamento de voos devido à “greve desnecessária” dos tripulantes de cabine e destacou que o número de trabalhadores aumentou em mais de 40 desde 2023. No ano passado, a empresa contava com 764 trabalhadores em Portugal, número que ascende agora a 806, disse.

A companhia adiantou que os clientes dos voos cancelados já foram contactados e que terão direito a um reembolso ou à transferência gratuita para um novo voo. A easyJet aconselhou ainda os clientes que viajam de e para Portugal no período da greve a verificar o estado dos seus voos.

A paralisação tem início às 00h01 do dia 15 de agosto e fim às 24 horas de dia 17.

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Ordem dos Advogados em protesto nas escalas contra Governo

A OA vai abrir a possibilidade aos advogados de não se manterem inscritos nas escalas do SADT. Um protesto face à espera nas negociações com o Governo da alteração das tabelas de honorários.

A Ordem dos Advogados (OA) vai lançar diversas ações de protesto ainda no mês de agosto uma vez que as negociações com Governo sobre a alteração das tabelas de honorários do Sistema de Acesso ao Direito e Tribunais (SADT) para o Orçamento de Estado de 2025 “não estão a decorrer com a prioridade”. Assim, a instituição vai abrir a possibilidade aos advogados de não se manterem inscritos nas escalas do SADT.

“A Ordem dos Advogados considera que as negociações com o Ministério da Justiça, a propósito da alteração da tabela de honorários do SADT, não estão a decorrer com a prioridade que o assunto impõe, não demonstrando aquele Ministério intenção de acomodar essa alteração no Orçamento de Estado para 2025“, lê-se num comunicado enviado.

O SADT é o sistema que permite que os cidadãos com menor poder económico tenham acesso aos tribunais para defender os seus direitos, uma vez que a justiça não pode ser negada a ninguém. Desta forma, foi criado um sistema sustentado pelo Estado que paga a advogados, os chamados advogados oficiosos, para defender estes tipos de casos.

A tabela remuneratória dos advogados oficiosos não é atualizada há quase 20 anos. “Por respeito à importância, essencialidade e qualidade daquele serviço público prestado pela advocacia, a Ordem dos Advogados considera que é urgente uma revisão da referida tabela. Não há, no país, nenhuma classe ou profissional que, em contrapartida pela prestação de um serviço qualificado, seja paga por valores tão desfasados da realidade atual“, refere a OA.

Assim, a OA vai abrir a possibilidade de os advogados não se manterem inscritos nas escalas da SADT. Em comunicado, a bastonária da OA, Fernanda de Almeida Pinheiro, explica que um dos serviços públicos essenciais prestados pela advocacia é a realização de escalas, de prevenção ou presenciais, que ocorre todos os dias do ano, “em que os advogados têm de estar disponíveis para se deslocarem ao tribunal e assegurarem a representação dos cidadãos.

A realização do serviço de escalas depende da prévia inscrição dos advogados num sistema informático gerido pela OA, em que os mesmos demonstram disponibilidade para o efeito. No caso das escalas de prevenção não presenciais, os advogados, se não forem chamados para nenhum serviço, não recebem qualquer valor, “apesar de essa prevenção condicionar completamente a sua vida pessoal e profissional”.

“Os advogados poderão e deverão, individualmente, caso entendam que a remuneração atual não é proporcional aos serviços prestados, não se inscrever nas escalas presenciais e de prevenção no âmbito do SADT, dando um sinal claro ao poder político de que a advocacia não está disponível para continuar a trabalhar com os valores de uma tabela que fará este ano 20 anos”, sublinha a OA.

Em protesto, a OA vai abrir um período extraordinário de inscrições exclusivamente para escalas presenciais e de prevenção para o período de um mês. “Esta decisão do Conselho Geral tem por base três grandes vetores: primeiro, possibilitar a todos os advogados a não inscrição em escalas até que haja um sinal claro do Ministério da Justiça de atualização da tabela; segundo, que essa não inscrição, caso o profissional assim entenda, tenha o menor impacto possível na atividade económica do advogado que poderá voltar a inscrever-se, querendo, no final do mês de setembro; e por fim que essa nova inscrição não acarrete nenhum impacto disciplinar“, explicam.

No final de setembro serão abertas novamente inscrições para escalas e a OA espera que nessa altura já existam “condições” para que os profissionais possam voltar a inscrever-se “com uma tabela que dignifique o exercício da profissão”.

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Governo promete decidir substituição do “anel interilhas” ainda este ano

Ministro da Economia constituiu "grupo de projeto" para iniciar os trabalhos de substituição dos cabos submarinos que ligam sete das nove ilhas dos Açores, e que estão em fim de vida.

O ministro da Economia ordenou a criação de um “grupo de projeto” para estudar a “configuração técnica e financeira mais adequada” para a substituição dos cabos submarinos que ligam sete das nove ilhas dos Açores, um sistema conhecido por “anel interilhas”. O grupo tem de concluir os trabalhos até ao final de outubro e o Governo promete decidir sobre o tema ainda este ano, “em tempo útil”.

A constituição deste “grupo de projeto” foi oficializada por despacho do ministro Pedro Reis, publicado esta terça-feira no Diário da República, em que se assume que o sistema de cabos submarinos denominado “anel interilhas” já “atingiu a sua vida técnica máxima”, pelo que “importa prevenir a sua obsolescência e inerente risco acrescido de falha intempestiva, ultrapassado que está o seu período de vida útil”.

Entre os membros estarão representantes das Finanças, Coesão Territorial, Infraestruturas e Economia, bem como da Anacom, o regulador das comunicações, que irá coordenar os trabalhos. O grupo contará ainda com um representante do Governo Regional dos Açores.

“Dada a dimensão do esforço de investimento envolvido e as implicações do modelo a adotar para o respetivo financiamento e gestão, se julga imperioso que o Estado Português defina uma orientação estratégica nesta matéria”, aponta ainda o diploma, que sublinha que a constituição deste grupo foi um “compromisso” do Governo antes de tomar uma decisão sobre esta matéria “ainda durante o ano de 2024”.

Em concreto, o grupo de projeto terá de “propor uma solução técnica que permita que a conectividade se faça de acordo com o melhor estado da arte, quer quanto ao tipo de cabos, quer quanto à capacidade e velocidade de transmissão de voz e de dados, quer, ainda, no que diz respeito às medidas de resiliência e redundância que devem ser implementadas para garantir a continuidade da prestação de serviços nesta região”.

O grupo terá também de “propor o modelo de negócio e de financiamento”. No despacho, o ministro da Economia admite a possibilidade de serem mobilizados fundos europeus.

Além disso, terá de “ponderar a possível utilização complementar do novo anel interilhas em articulação com o novo anel CAM como Plataforma Atlântica CAM”. O anel CAM, que liga o continente, os Açores e a Madeira, é outro projeto em curso para substituir os cabos submarinos que ligam estas três regiões do país. Em março deste ano soube-se que a Alcatel Submarine Networks foi a empresa escolhida para executar a empreitada, cuja conclusão está prevista para 2026, num investimento de 154,4 milhões de euros.

Segundo o Governo, o “anel interilhas” está em operação desde 1998 e os cabos ligam sete das nove ilhas do arquipélago açoriano. “As ilhas de Flores e Corvo são servidas por um cabo submarino mais recente que entrou ao serviço em 2014”, acrescenta o ministro Pedro Reis no referido diploma.

À semelhança do que foi decidido para o anel CAM, o Governo admite no despacho que o anel interilhas poderá incluir tecnologias de “deteção sísmica”, assim como suportar “tráfego associado a projetos científicos”.

“O grupo de projeto deve concluir os seus trabalhos até 31 de outubro de 2024, com a entrega ao Governo de um relatório final do qual conste as recomendações relativas à substituição do anel interilhas, salvo despacho que determine o prolongamento da sua missão”, remata ainda o despacho.

Esta decisão do Governo acontece pouco mais de um mês depois de o vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, ter alertado ser “urgentíssimo” o arranque dos trabalhos para a substituição dos cabos submarinos interilhas após uma reunião com a presidente da Anacom, Sandra Maximiano.

“É muito importante o novo cabo submarino interilhas. É muito urgente que seja feito. Por isso, já enviei ao senhor ministro das Infraestruturas [Miguel Pinto Luz] uma carta a solicitar a criação de um grupo de trabalho conjunto, com a Anacom, os Governos da República e Governo Regional, para com darmos início a esse processo”, disse Artur Lima, sublinhando: “É urgentíssimo o anel interilhas e, sobretudo, o seu financiamento.”

Os cabos submarinos são cabos de fibra ótica que atravessam o oceano, permitindo o fluxo de dados e informação e, em geral, o acesso à internet e a comunicações eletrónicas.

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Salário médio das ofertas do IEFP foi de 910 euros brutos em 2023

  • ECO
  • 13 Agosto 2024

No ano passado, o IEFP recebeu 123 mil ofertas de emprego a tempo inteiro nos centros de emprego do continente, apresentando, em média, um salário bruto de 909,64 euros.

As 123.111 ofertas de trabalho captadas em 2023 pelos centros de emprego de Portugal continental, que resultaram em 89 mil colocações, apresentaram, em média, um salário de 909,64 euros brutos por mês, mostram dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) facultados ao Jornal de Negócios. Em todo o país (127 mil ofertas que resultaram em 92 mil colocações), significa que cerca de 72% das ofertas recebidas no ano passado deram lugar a uma colocação.

Grande parte das ofertas de emprego que dão origem a colocações é dirigida a grupos profissionais menos qualificados. Entre as profissões mais frequentes encontram-se a indústria extrativa, construção, indústria transformadora e transportes (13 mil colocados; 15% do total); trabalhadores dos serviços pessoais (7 mil colocações; 8%); vendedores (5,9 mil; 7%); assistentes na preparação de refeições (5,6 mil; 6%); trabalhadores de limpeza (4,8 mil; 5%) ou dos cuidados pessoais e similares (3,6 mil; 4%).

Quanto às ofertas que não deram lugar a colocações, houve 34,9 mil ofertas não satisfeitas e que implicaram uma anulação do registo, com um salário médio de 895,95 euros. Neste caso, os trabalhadores dos serviços pessoais (11%), os trabalhadores não qualificados da indústria, construção ou transportes (7%), os trabalhadores qualificados da construção (6%), e os vendedores (6%) estão entre os mais representativos.

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Mulheres na liderança. “Não chega ensinar a agirem como homens”

Podem as mulheres ser líderes tão boas quanto os homens? Sim, mas o caminho para o sucesso é mais complexo do que o dos pares. Novo estudo deixa claro que, além de competentes, têm de ser empáticas.

Na liderança, como na vida, não há um caminho que sirva para todos. Um novo estudo da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE) mostra que, sim, tanto homens como mulheres podem atingir níveis de sucesso semelhantes em cargos de topo, mas a elas não basta serem competentes. Têm mesmo de ser empáticas e mostrar o seu “lado comunitário” para atingirem os níveis mais elevados de desempenho, explica a investigadora Jenny Hoobler.

“Estou muito interessada na falta contínua de mulheres em lugares de liderança. A nível mundial, só um em cada quatro cargos de gestão sénior é ocupado por mulheres“, salienta a também professora universitária.

Foi perante este cenário de escassez persistente de mulheres na liderança que Jenny Hoobler, a par de dois outros investigadores norte-americanos (Kayla Stajkovic, da University of California Davis, e Alex Stajkovic, da University of Wisconsin) decidiram estudar a forma como as mulheres são percecionadas nos lugares de topo.

Numa das análises conduzidas neste âmbito, 170 estudantes de mestrado da Universidade Nova de Lisboa foram confrontados com oito cenários com diferentes estilos de liderança: uns baseados em comportamentos agentes prescritivos (competência, diligência e independente), outros em comportamentos agentes proscritivos (domínio e ambição) e outros em comportamentos comunitários (empatia).

“Concluímos que as mulheres e os homens conseguem atingir os mesmos graus de eficácia na liderança, mas cumprindo comportamentos diferentes“, sublinha a investigadora, em conversa com o ECO.

No caso dos homens, os níveis mais elevados de desempenho enquanto líderes são atingidos quer adotem somente comportamentos agentes precristivos (ou seja, sejam competentes) quer combinem essas atitudes com comportamentos comunitários (ou seja, sejam, por exemplo, empáticos).

Já, no caso delas, a eficácia máxima enquanto líderes depende mesmo de combinarem essas duas esferas. Por outras palavras, não lhes basta serem competentes, têm de mostrar que se preocupam com as pessoas.

Não podemos simplesmente ensinar as mulheres a agirem como homens. Elas têm de mostrar a sua autenticidade e o seu lado comunitário. Mesmo que sejam competentes, têm de mostrar que são empáticas”, explica Jenny Hoobler.

E continua: “Os homens podem ser eles próprios para serem vistos como bons líderes. Mas as mulheres têm de se certificar que não são dominantes e que mostram que se preocupam com as pessoas. É mais complexo”.

Por outro lado, em “certos contextos”, a combinação de características que é exigida às mulheres pode mesmo ser uma vantagem face aos homens, levando a resultados excecionais que superam os de quem tem um estilo de liderança meramente baseado na competência.

Por exemplo, numa amostra de líderes dos Estados Unidos, concluiu-se que os esforços para combater os casos de pessoas em situação de sem abrigo foram mais bem-sucedidos (houve uma maior quebra da taxa) quando as organizações eram lideradas por mulheres com uma combinação de agência prescritiva e comunitária, face às organizações lideradas com outros estilos de liderança.

De acordo com Jenny Hoobler, estas conclusões podem agora servir para se avaliar a separação dos programas de formação em liderança em função do género.

A também professora universitária adianta que, de resto, as gerações mais novas parecem achar que a desigualdade de género na liderança “é algo do passado”, mas alerta que tal não é verdade. Basta olhar para os números, realça.

E atira que gosta das leis que ditam o número mínimo de mulheres, por exemplo, em cargos de topo, ainda que seja preciso ter cuidado. “Temos de garantir que as mulheres que chegam a esses lugares são altamente qualificadas. Caso contrário, só se sedimenta a opinião de que as mulheres não são boas o suficiente“, declara.

A investigadora avisa ainda que as quotas de género não são a bala de prata para resolver a persistente desigualdade de género na liderança. Antes, devem servir apenas de “penso rápido” para “corrigir as injustiças”, defende.

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