Portugal vai ter de requalificar 1,3 milhões de trabalhadores para aproveitar IA e automação

Automação e IA são oportunidade para Portugal dar o salto na produtividade, mas isso terá "impacto significativo" na força de trabalho: 1,3 milhões terão de ser requalificados e 320 mil recolocados.

A automação e a inteligência artificial generativa podem ajudar Portugal a resolver um problema de que padece há muito: os baixos níveis de produtividade. Mas, para isso, é preciso que haja rapidez na adoção da nova tecnologia e que a força de trabalho seja equipada com as devidas competências. O diagnóstico é feito pela consultora McKinsey & Company, que, num novo estudo, estima que será preciso requalificar 1,3 milhões de trabalhadores em Portugal.

“Estas tecnologias podem permitir a Portugal dar um salto na produtividade e fechar o fosso face aos congéneres europeus. É algo que vemos como uma oportunidade“, sublinhou o sócio sénior Duarte Begonha esta segunda-feira, na apresentação do referido estudo.

Em concreto, hoje Portugal apresenta “níveis de produtividade na contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) aquém da média da União Europeia e dos Estados Unidos” (0,4% contra 0,7% e 1%, respetivamente).

No entanto, a adoção célere da automação e da inteligência artificial poderá puxar essa contribuição para 3,1% em Portugal até ao fim da década, ficando alinhada com o previsto para o bloco comunitário (também 3,1%) e mais perto do estimado para os Estados Unidos (4%).

“A adoção rápida de automação e de inteligência artificial generativa no mercado de trabalho deve ser vista como uma oportunidade única para passar a competir diretamente com as economias mais desenvolvidas do mundo em matéria de crescimento“, salienta a consultora, no estudo agora conhecido.

A adoção rápida de automação e de inteligência artificial generativa no mercado de trabalho deve ser vista como uma oportunidade única para passar a competir diretamente com as economias mais desenvolvidas do mundo em matéria de crescimento.

McKinsey & Company

Por outro lado, se Portugal não der esse salto, o fosso ficará ainda mais acentuado, já que, entretanto, outros países europeus irão abraçar estas tecnologias, fazendo crescer as suas economias, alerta a McKinsey & Company.

Ora, Duarte Begonha realçou esta manhã que Portugal só conseguirá aproveitar plenamente os ganhos proporcionados por estas tecnologias, se cumprir dois requisitos. Por um lado, há que ter rapidez na implementação (caso contrário, o crescimento económico será significativamente inferior). Por outro, há que dar aos trabalhadores as competências adequadas a estas novas ferramentas.

A consultora projeta que será preciso requalificar 1,3 milhões de trabalhadores em Portugal para que o salto na produtividade se dê, sendo que essa transformação da força de trabalho terá de ser transversal a todos os setores, e a todos os níveis de sofisticação de funções.

Além disso, cerca de 320 mil pessoas (“sobretudo em tarefas mais previsíveis, repetitivas e com exposição direta a cliente, como o atendimento ao cliente”) vão ter de ser recolocadas, isto é, para estas, não bastará adquirir novas competências, mantendo-se no seu setor habitual; Terão mesmo de abraçar novas funções profissionais.

A adoção rápida da automação e Gen AI conduzirá à necessidade de recolocação profissional de cerca de 320 mil pessoas (sobretudo em tarefas mais previsíveis, repetitivas e com exposição direta a cliente, como o atendimento ao cliente).

McKinsey & Company

Perante este cenário, será preciso, então, argumentou esta manhã a sócia associada Rita Calvão, “coordenação entre o setor público, empresarial e educativo”, com vista a garantir que o país tem as infraestruturas (tecnológicas e de dados) certas, o talento devidamente requalificado e o controlo de risco.

Ou seja, por exemplo, a requalificação dos trabalhadores não cabe apenas às escolas ou ao Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Também as próprias empresas estejam envolvidas neste esforço. E até as pessoas em si mesmas.

Hoje, explicaram os sócios, ainda “falta consciencialização ao nível nacional” sobre a necessidade de requalificação, mas é preciso fazer essa sensibilização. “O buzz que a inteligência artificial generativa ganhou nos últimos anos foi um acelerador da consciencialização. Pode ser uma oportunidade”, realçou Rita Calvão, que aproveitou também para deixar uma mensagem às lideranças: “é importante que os líderes encarem este tema como algo que não é puramente tecnológico. É de pessoas“.

Duarte Begonha avisou que não basta investir na tecnologia, é preciso ter atenção à sua implementação — por cada euro investido no primeiro passo, serão precisos três nessa segunda fase, precisou –, sendo que Portugal já provou, pela sua história, que consegue adaptar-se “mais rapidamente que outros países”, o que pode ser um trunfo.

Somos menos rígidos e isto pode ser algo positivo para nós“, rematou, referindo, a propósito, que a própria dimensão das empresas nacionais pode ser um dificuldade, mas também uma vantagem (por serem mais pequenas, são mais ágeis e flexíveis).

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Roubar bandeiras do Chega? “Estamos a defender o que interessa às pessoas”, alega Montenegro

Primeiro-ministro garante que o Governo está a defender "as bandeiras que interessam à população", rejeitando as críticas e acusações de Ventura. "Não estamos preocupados", garante ainda Montenegro.

O primeiro-ministro recusou as críticas proferidas por André Ventura, que acusou Luís Montenegro de ter “anunciado bandeiras do Chega” este domingo, no discurso de encerramento do 41º Congresso do PSD, em Braga.

Em declarações aos jornalistas, esta segunda-feira, à margem da inauguração de um centro de saúde em Ourém, Montenegro não se alongou quanto às críticas do seu opositor político, garantido apenas que o Governo está “concentrado em resolver os problemas das pessoas e trazer para a agenda pública o que interessa”.

Estamos a defender as bandeiras que interessam à população. O conceito de dimensão da crítica nem sempre tem uma correlação entre o que se diz na esfera política e o que sente o povo português”, respondeu esta manhã o primeiro-ministro, questionado pelos jornalistas sobre este tema.

No discurso de encerramento do 41º Congresso do PSD, em Braga, Luís Montenegro apresentou um pacote com sete medidas que vão desde a educação e saúde até à intervenção urbana na área metropolitana de Lisboa, passando pela atração de talento e por mudanças na disciplina de Cidadania no sentido de a “libertar” de “projetos ideológicos”.

O líder social-democrata anunciou também que o Governo vai reforçar a “proximidade e visibilidade” de polícias na rua, com equipas multiforças, e aumentar os apoios destinados às vítimas de violência doméstica.

Na segurança, anunciou uma maior abrangência dos sistemas de videovigilância e o reforço das polícias de proximidade, com a criação de equipas com elementos da PJ, PSP, GNR, ASAE, ACT e Autoridade Tributária, sob articulação do sistema de segurança interna. O objetivo, explicou, é irem para o terreno “combater sem tréguas a criminalidade violenta, o tráfico de droga, a imigração ilegal e o tráfico e abuso de seres humanos”.

Estamos a defender as bandeiras que interessam à população. O conceito de dimensão da crítica nem sempre tem uma correlação entre o que se diz na esfera política e o que sente o povo português.

Luís Montenegro

Primeiro-ministro

Poucos momentos depois, numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura acusou o primeiro-ministro de hipocrisia por anunciar medidas que são bandeiras do seu partido, quando o PSD as rejeitou na Assembleia da República. Acusou ainda Luís Montenegro de ser “muleta do PS”.

O Governo, percebendo o crescimento do Chega no país, decide anunciar uma série de bandeiras do Chega, sem, porém, assumir como as concretizará ou negando que votou contra elas nas semanas anteriores, no parlamento”, afirmou, numa referência ao discurso do presidente do PSD.

O líder do Chega sustentou ainda que Luís Montenegro disse que “quer retirar a carga ideológica à disciplina de cidadania, mas tem ministros, como a ministra da Juventude, que insistem em usar a expressão pessoas que menstruam, em vez de mulheres”. Recordou ainda que o PSD “votou contra o controle de imigração proposto pelo Chega, votou contra o referendo à imigração que os portugueses queriam e votou contra as quotas para a imigração”.

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Dower Law Firm reforça Público com seis novas contratações

A Dower Law Firm anuncia o reforço da equipa de Direito Público, com a integração de seis novos profissionais.

A Dower Law Firm anuncia o reforço da equipa de Direito Público, com a integração de seis novos profissionais. Ana Filipa Urbano, integra a sociedade como Sócia Contratada, Bárbara Damas, Liliana Sousa Correia, Raquel Soares Mendes, e Ricardo Barbosa Moreira, associados, transitam da Pacheco Amorim, Miranda Blom & Associados. Carlos José Batalhão, que desempenhava funções na Dower Law Firm enquanto Of-Counsel, assume, agora, a posição de Sócio Especialista na mesma Sociedade.

“A integração na nossa equipa destes novos profissionais altamente capacitados permite-nos ampliar a atuação e aprofundar a nossa especialização nas áreas de Direito Público, Administrativo, Contratação Pública e Urbanismo. Esta expansão reflete o compromisso contínuo com a excelência e a inovação na prestação dos nossos serviços”, refere o Managing Partner, Eduardo Castro Marques.
“A incorporação de profissionais de excelência na nossa equipa fortalece a capacidade de respondermos, de forma ainda mais eficaz e especializada, às exigências crescentes do setor. A diversidade de competências e a qualidade técnica que já caracterizam a nossa equipa está reforçada, consolidando o nosso compromisso com a prestação de serviços jurídicos de excelência”, destaca Catarina Silva Martins, associada coordenadora da equipa.

A equipa de Público da Dower Law Firm vai ser apresentada, no início de dezembro, no contexto de uma conferência, a decorrer nas novas instalações da sociedade – Edifício Icon Douro -, que versará sobre os temas da “Fiscalização Preventiva Especial no PRR e Regime Geral da Prevenção da Corrupção”, conta com a presença de Fernando Batista, Presidente do IMPIC, Presidente do Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção.

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Terrenos da falida empresa municipal Azores Park vão a leilão por 936 mil euros

Na sequência da falência culposa da empresa municipal que se dedicava à promoção e desenvolvimento urbanístico imobiliário de parques empresariais, leilão de 13 terrenos agendado para 30 de outubro.

Treze terrenos rústicos da Azores Parque, distribuídos por 8 lotes e com áreas totais entre 4.420 metros quadrados e 6,5 hectares, vão ser leiloados por 936 mil euros no âmbito da insolvência da empresa municipal dos Açores que se dedicava à promoção e desenvolvimento urbanístico imobiliário de parques empresariais.

Organizado pela Leilosoc, o leilão presencial da insolvente Azores Parque está agendado para 30 de outubro, às 14h30, no VIP Executive Azores Hotel.

Os ativos localizam-se nas freguesias de Rosto de Cão (São Roque) e Fajã de Baixo, no Parque Empresarial dos Açores “Azores Parque Retail” (Ponta Delgada). “Com uma localização privilegiada a poucos minutos do centro da cidade, este parque encontra-se estrategicamente conectado às principais vias rodoviárias da ilha através da Via Rápida EN1-1A, que atravessa São Miguel de este a oeste”, destaca a Leilosoc, em comunicado.

Os imóveis beneficiam de isenção de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e Imposto de Selo.

O último relatório de contas disponível da Azores Parque, de 2017, mostrava um passivo superior a 11 milhões de euros, dos quais 10,5 milhões correspondem a passivos bancários. A venda da empresa foi aprovada em Assembleia Municipal, em novembro de 2018, e oficializada em março de 2019, altura em que a sociedade comercial Alixir Capital comprou 102 mil ações, com um valor nominal de cinco euros cada, perfazendo um total de 510 mil euros, mas que foram adquiridas por 500 euros.

Em oito meses, a Azores Parque alienou vários imóveis por 705 mil euros, mas retirou todo o dinheiro das contas bancárias antes de ser declarada insolvente.

O banco Santander moveu um processo judicial em que acusa a Câmara Municipal, então liderada pelo atual presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, de ter fugido ao pagamento do crédito no valor de 7,5 milhões de euros com a alienação de 51% do capital social da Azores Parque.

Em maio do ano passado, Rui Cordeiro, ex-presidente do Santa Clara, foi condenado por insolvência culposa da antiga empresa municipal Azores Parque. A sentença ditou que o advogado fica inibido de ocupar cargos de gestão em empresas privadas ou públicas e em fundações por um período de cinco anos e seis meses.

Após a repetição do julgamento, Carlos Silveira e Khaled Saleh também foram condenados como administradores de direito e inibidos de ocupar cargos de gestão em empresas privadas ou públicas e em fundações por um período de quatro anos. Segundo o tribunal, “não resultam quaisquer dúvidas quanto à qualificação da insolvência como culposa e da atuação dolosa dos gerentes Carlos Eduardo Ventura da Silveira e Khaled Ali Mesquita Saleh e do gerente de facto Rui Melo Cordeiro”.

Já os gestores públicos, entre eles José Manuel Bolieiro, atual chefe do executivo dos açoriano, e que à data dos factos (2019) presidia à Câmara Municipal de Ponta Delgada, foram ilibados.

A sentença, conhecida a 16 de maio do ano passado, fixa ainda em 3,6 milhões de euros o valor da indemnização à massa insolvente da Azores Parque, sendo tal responsabilidade solidária entre os três (Rui Cordeiro, Carlos Silveira e Khaled Saleh).

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Bruxelas denuncia “interferência russa sem precedentes” em referendo na Moldova

  • Lusa
  • 21 Outubro 2024

Bruxelas denunciou uma "interferência e intimidação sem precedentes"da Rússia no referendo na Moldova sobre a adesão à UE, resultado que angariou 50,4% dos votos.

A Comissão Europeia denunciou esta segunda-feira uma “interferência e intimidação sem precedentes”, por parte da Rússia, no referendo na Moldova sobre a adesão à União Europeia (UE), no domingo, em que venceu o ‘sim’ por uma curta margem, segundo dados preliminares.

“Estivemos a acompanhar de muito perto as votações [de domingo], o referendo e as eleições presidenciais na Moldova. A Moldova é um parceiro muito importante da UE e é de assinalar que esta votação teve lugar sob uma interferência e intimidação sem precedentes por parte da Rússia e dos seus representantes, com o objetivo de desestabilizar os processos democráticos na República da Moldova“, reagiu o porta-voz do executivo comunitário para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano.

“Estamos agora a aguardar o anúncio final dos resultados oficiais de ambas as votações e o anúncio dos observadores eleitorais da Comissão Central de Eleições, o que deverá acontecer esta tarde, e, depois disso, apresentaremos a nossa reação oficial“, acrescentou, falando na conferência de imprensa da Comissão Europeia, em Bruxelas.

“Obviamente que, no que toca à adesão da Moldova [à UE], continuamos a apoiar plenamente as suas ambições, as suas aspirações e os seus esforços”, garantiu Peter Stano.

De acordo com os resultados oficiais, quando estão apurados quase 99% dos votos, os eleitores da Moldova aprovaram a adesão à UE por cerca de 50,4% dos votos, num referendo constitucional boicotado por candidatos pró-russos.

Depois de o “não” estar a ganhar, o “sim” levou a melhor na manhã de hoje, por alguns milhares de votos, graças ao voto da diáspora.

A Moldova, um dos países mais pobres da Europa, esperava aderir até 2030 à UE, para onde já exporta 65% dos seus produtos e de onde recebe mais de 80% do investimento direto.

As atuais autoridades, a favor da adesão, parecem ter sido prejudicadas pelo facto de a consulta popular coincidir com as eleições presidenciais, após quatro anos de queda do nível de vida devido à covid-19, ao conflito na vizinha Ucrânia e à guerra energética com a Rússia.

Também no domingo, a atual Presidente da Moldova, Maia Sandu, de 52 anos, ficou em primeiro lugar (cerca de 40% dos votos) na primeira volta das eleições presidenciais, mas prepara-se para uma segunda volta difícil, em 03 de novembro, com Alexander Stoianoglo.

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BMcar “estaciona” em Famalicão com stand automóvel de 2,2 milhões de euros

  • Joana Abrantes Gomes
  • 21 Outubro 2024

Grupo automóvel espera que novo espaço localizado no "maior município exportador do Norte” do país alcance uma quota de 8% das operações da BMcar em Portugal nos próximos três anos.

Stand da BMcar de Vila Nova de Famalicão

Pouco mais de três meses após a abertura de um stand em Guimarães, a BMcar inaugurou um novo espaço em Vila Nova de Famalicão, resultado de um investimento de 2,2 milhões de euros. A previsão, segundo o CEO Pedro Rodrigues, é de que esta loja venha a representar 8% das operações da empresa em Portugal “nos próximos três anos”.

Em comunicado, o grupo justifica a escolha de Vila Nova de Famalicão por se tratar do “maior município exportador do norte e o terceiro a nível nacional”, além de ser uma cidade “reconhecida pelo seu dinamismo económico, social e cultural”.

O stand agora inaugurado — que “faz parte do mais ambicioso plano de investimentos da BMcar nos seus 30 anos de existência” — tem uma área total de 4.500 metros quadrados (m²), dos quais 3.000 m² são cobertos, e disponibiliza para venda viaturas das gamas BMW Premium Selection e MINI NEXT. Outros serviços disponíveis incluem o BMW Service, o MINI Service e o BMW Bank.

Tal como o espaço de Guimarães, a BMcar Famalicão “integra o plano estratégico ‘Out of Your Mind’, com o objetivo de garantir uma cobertura geográfica mais próxima, reforçando tanto a qualidade do serviço como a lealdade dos seus clientes atuais e potenciais”, refere o concessionário nortenho.

Devido à sua “posição central” face às restantes lojas da BMcar, prossegue na mesma nota enviada as redações esta segunda-feira, esta unidade de Vila Nova de Famalicão vai ser a principal dentro do grupo para o recondicionamento e preparação de viaturas.

Este novo stand é inaugurado depois de a BMcar ter aberto, no início de junho, um espaço em Guimarães, igualmente no distrito de Braga, num investimento avaliado em 2,5 milhões de euros. Nesse caso, perspetivou a empresa que alcance uma quota de 10% das operações do grupo em Portugal nos próximos três anos.

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Olicargo ocupa complexo logístico de 17 milhões da alemã Aquila Capital em Paredes

Com 16.570 metros quadrados, o Gandra North Green Logistics Park foi arrendado por 20 anos à operadora logística sediada na Trofa. É o terceiro investimento do grupo alemão em Portugal.

A Olicargo, operadora logística sediada na Trofa, arrendou por 20 anos o complexo logístico Gandra North Green Logistics Park, localizado em Paredes (distrito do Porto). O novo polo logístico pertence aos alemães da Aquila Capital e representou um investimento de 17 milhões de euros. É o terceiro investimento do grupo alemão no país e o primeiro no Norte.

Localizado num terreno de 40 mil metros quadrados em Paredes, o Gandra North Green Logistics Park é apresentado, em comunicado, como um complexo logístico de última geração com 16.570 metros quadrados “num dos epicentros logísticos da região Norte do país, devido às ligações rodoviárias e marítimas”. Está a 26 quilómetros do aeroporto Sá Carneiro e a 29 quilómetros do Porto de Leixões, com acesso à A41 a 650 metros.

“Estamos entusiasmados por anunciar a entrega bem-sucedida do nosso armazém de última geração ao nosso estimado inquilino. Esta instalação exemplifica o nosso compromisso em oferecer soluções logísticas de alta qualidade, adaptadas para atender às exigências das cadeias de abastecimento modernas. Com tecnologia de ponta e design sustentável, este armazém está preparado para aumentar a eficiência operacional e apoiar os objetivos de crescimento do nosso inquilino”, afirma em comunicado Jens Höper, team head investment management logistics do Aquila Group.

Após a construção, o ativo foi vendido ao Aquila Capital Southern European Logistics Fund (ACSEL). A infraestrutura inclui uma bacia de retenção de água, pavimento permeável para facilitar a infiltração natural de água e infraestruturas que promovem o transporte sustentável, incluindo estações de carregamento para veículos elétricos e estacionamento para bicicletas.

“Com a entrega bem-sucedida de mais um projeto em Portugal, fortalecemos a nossa posição como referência na área da logística sustentável. Este parque logístico, o primeiro da Green Logistics by Aquila Group no Norte do país, reafirma o nosso compromisso em entregar edifícios sustentáveis, eficientes e de alta qualidade. Parques como este permitem-nos apoiar os nossos clientes na otimização das suas operações, enquanto atingem os seus objetivos sociais e ambientais”, realça Sara Ribeiro, senior development manager do Aquila Group.

O primeiro investimento da Aquila Capital em logística em Portugal foi o complexo logístico Rainha Green Logistics Park, na Azambuja, que acolhe a operação da MC, empresa de retalho alimentar da Sonae.

A Green Logistics, criada em 2012 pelo grupo alemão Aquila Capital, conta com projetos em vários países europeus e tem um investimento acumulado de mais de 1,2 milhões de euros, com uma área total arrendável sob gestão de mais de 1,1 milhões de metros quadrados. Atualmente desenvolve e gere ativos na Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.

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Taxa mais usada no crédito da casa baixa dos 3% pela primeira vez em ano e meio

Taxas usadas no crédito da casa reforçaram tendência de queda nos últimos meses. Euribor a seis meses voltou abaixo da fasquia dos 3% pela primeira vez desde março de 2023.

As taxas que servem de base para o cálculo de prestação da casa continuam a cair perante a perspetiva de descida dos juros dos bancos centrais. Nesse movimento, a Euribor a seis meses, a mais usada nos empréstimos à habitação em Portugal, voltou abaixo da fasquia dos 3%, algo que não acontecia desde 16 de março de 2023, há mais de ano e meio.

Pelo meio, este indexante — usado em mais de 40% dos contratos da casa e que esta segunda-feira fixou-se nos 2,972% — chegou a atingir o ponto mais alto nos 4,143% em outubro do ano passado. Desde então tem vindo progressivamente a cair, ainda que com algumas interrupções, em linha com as Euribor nos outros dois prazos principais, a três e 12 meses, que baixaram esta segunda-feira para 3,138% e 2,63%, respetivamente.

O que acontece é que as pressões inflacionistas aliviaram significativamente e o Banco Central Europeu (BCE) já vê a taxa de inflação encaminhar para o seu objetivo de 2%, conforme estipula o seu mandato.

O governador do Banco de Portugal e membro do conselho do BCE, Mário Centeno, foi o primeiro a declarar vitória sobre a inflação. “Alguns dos meus colegas do conselho de governadores não gostam da expressão, mas a inflação foi, de facto, vencida. Fizemos um sacrifício muito grande para vencê-la”, disse Centeno.

A este fator juntou-se outro nos últimos tempos: o abrandamento da economia, que fez soar os alarmes em Frankfurt e a acelerar o calendário de descidas.

Neste contexto, o BCE começou a desapertar a malha da sua política monetária. Na semana passada, cortou as taxas de juro pela segunda vez consecutiva, reduzindo a taxa de depósito em 25 pontos base para 3,25%. A decisão, amplamente antecipada pelos mercados, abre caminho para mais reduções nos próximos meses, à medida que a inflação continua a abrandar e a economia da Zona Euro mostra sinais de fraqueza.

Euribor baixa dos 3%

Fonte: Reuters

Euribor a 3 meses abaixo dos 3% até final do ano

As Euribor são definidas diariamente por um conjunto de bancos comerciais da Zona Euro nos empréstimos que fazem entre si, refletindo em cada momento as perspetivas para o que irá acontecer com as taxas oficiais do BCE.

Elas depois são usadas nos contratos que os bancos comerciais estabelecem com as famílias nos financiamentos para a compra de casa. Na prática, isto significa que se as Euribor estão em alta, a prestação também sobe e vice-versa.

Nos últimos dois anos, as Euribor deram um salto para máximos de 15 anos. O que significou que Portugal foi duramente afetado, pois cerca de 90% dos contratos da casa têm taxa variável, segundo os últimos dados disponibilizados pelo Banco de Portugal.

Se as famílias com crédito à habitação “passaram as passas do Algarve” nos últimos meses, agora preparam-se para ter algum fôlego nos seus orçamentos porque a mensalidade da casa vai continuar a baixar.

Os contratos forward sobre as Euribor deixam antecipar que a Euribor a três meses também irá baixar da fasquia dos 3% em dezembro, devendo manter-se entre os 1,8% e 2,5% até final da década.

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Bilhetes de cinema descem para 3,5 euros entre 21 e 23 de outubro em Portugal

  • Lusa
  • 21 Outubro 2024

Cinema City, Cinemas Nos, UCI, Cineplace, Cinebox, Cinemax ou Castello Lopes estão entre as salas que aderiram à edição de outubro da Festa do Cinema.

As salas portuguesas de cinema acolhem, de segunda a quarta-feira, a Festa do Cinema, com o preço dos bilhetes reduzido a 3,5 euros, na segunda edição deste ano da iniciativa, anunciou a Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas.

De 21 a 23 de outubro, “são várias dezenas de filmes, de todos os géneros, das obras nacionais às estrangeiras, em exibição a preço reduzido”, lê-se no comunicado da Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas (APEC).

Entre os filmes portugueses que podem ser vistos em diferentes cinemas durante estes dias, contam-se “Grand Tour”, de Miguel Gomes, “Manga d’Terra”, de Basil da Cunha, “O Teu Rosto Será o Último”, de Luís Filipe Rocha, “O vento assobiando nas gruas”, de Jeanne Waltz, e “A flor do Buriti”, de Renée Nader Messora e João Salaviza.

“Grand Tour”, prémio de melhor realização em Cannes, é o filme português nomeado pela Academia Portuguesa de Cinema (APC) como candidato a uma nomeação de Melhor Filme Internacional para os próximos Óscares e as restantes longas-metragens foram finalistas candidatas a essa indicação.

Entre outras obras faladas em português ou com coprodução portuguesa, em exibição, constam igualmente “O melhor dos mundos”, de Rita Nunes, “Podia ter esperado por agosto”, de César Mourão, o documentário de Ramon De Los Santos “Operário Amador”, e as curtas-metragens “Um Caroço de Abacate”, de Ary Zara, “As Sacrificadas”, de Aurélie Oliveira Pernet, e “By Flávio”, de Pedro Cabeleira, com direção de fotografia de Leonor Teles, reunidas sob o título “Que Mulheres serão Estas”.

Em cartaz também estão os filmes brasileiros “Elis & Tom, Só Tinha de Ser Com Você”, de Roberto Oliveira, e “Sem Coração”, de Nara Normande e Tião.

No âmbito da parceria com a APC, durante a Festa do Cinema podem ainda ser vistos os vencedores dos Prémios Sophia Estudante de 2024, projeto que distingue as melhores curtas-metragens portuguesas realizadas em contexto académico: “52 HZ”, de Diana Rodrigues, “Défilement”, de Francisca Miranda, “O Incidente da Galinha”, de João Ferreira, e “Uma Mãe Vai à Praia”, de Pedro Hasrouny.

Cinema City, Cinemas NOS, UCI, Cineplace, Cinebox, Cinemax e Castello Lopes, assim como a Casa do Cinema de Coimbra, o Cinema Trindade do Porto, o Teatro Miguel Franco, em Leiria, o Cinema Fernando Lopes e o Cinema Ideal, em Lisboa, são as salas que aderiram a esta edição de outubro da Festa do Cinema, segundo a APEC.

A Festa do Cinema aconteceu pela primeira vez em 2015, tendo sido interrompida em 2020 e 2021, por causa da pandemia da covid-19. Este ano teve uma primeira edição nos dias 13 a 15 de maio.

A iniciativa é organizada pela APEC, com apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual, da Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais e da Associação para a Gestão Coletiva de Direitos de Autor e de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais.

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É oficial. Pensões atribuídas este ano vão ser atualizadas já em janeiro

  • ECO
  • 21 Outubro 2024

Até aqui, as pensões só poderiam ser atualizadas se tivessem sido iniciadas há mais de um ano. Medida que abrange reformas atribuídas pela Segurança Social e CGA custa 42 milhões de euros.

É oficial. Os portugueses que se reformem este ano vão ver as suas pensões atualizadas já em janeiro do próximo ano. Até aqui, a lei ditava que as pensões só poderiam ser atualizadas se tivessem sido iniciadas há mais de um ano, ou seja, as reformas atribuídas em 2024 subiriam só em 2026).

A medida aprovada pelo Governo a 2 de outubro, em Conselho Ministros, foi publicada esta segunda-feira em Diário da República. A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, referiu que o diploma “vem resolver um problema antigo, que já várias vezes tinha sido sinalizado, mas não tinha sido” solucionado.

Esta mudança na atualização das pensões, promulgada pelo Presidente da República na semana passada, abrange tanto as reformas atribuídas pela Segurança Social, como pela Caixa Geral de Aposentações (CGA). Aplica-se a todas as pessoas que passaram à situação de reformado ou pensionista desde 1 de janeiro de 2024 e terá um impacto de 42 milhões de euros, nas contas do Executivo.

No verão, a ministra do Trabalho já tinha sinalizado, numa audição parlamentar, que o Governo estava a refletir sobre esta matéria, sem detalhar o que estava em cima da mesa. Na altura, Palma Ramalho foi confrontada com as propostas legislativas do PCP e do Bloco de Esquerda, que defendiam a atualização das pensões independentemente da data em que começam a ser pagas.

Além da esquerda parlamentar, esta também era uma reivindicação antiga das associações que representam os reformados. O Movimento Justiça para os Pensionistas e Reformados, por exemplo, chegou mesmo a lançar uma petição sobre este tema.

 

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Lisboa promove inquérito sobre comércio local

  • Conteúdo Patrocinado
  • 21 Outubro 2024

A Câmara Municipal de Lisboa lançou um inquérito para conhecer os hábitos de consumo e desafios do comércio local. O processo participativo decorre até 31 de outubro.

Fortalecer uma economia de proximidade é um dos grandes objetivos da Câmara Municipal de Lisboa, que está a trabalhar para tornar o comércio local mais dinâmico e adaptado às necessidades dos lisboetas.

Para isso, a autarquia disponibilizou um inquérito sobre o comércio na cidade de Lisboa, dirigido a comerciantes e empregados, mas também a consumidores, de forma a perceber o que pode ser melhorado.

As perguntas presentes no questionário variam consoante a posição de quem o responde. Se se tratar de um consumidor, encontrará questões relacionadas com o local onde costuma fazer as suas compras – se na área de residência, de trabalho, ou online; quais os espaços comerciais onde costuma fazer compras e com que frequência; como se desloca; que tipo de bens compra com maior frequência em lojas físicas; e qual o seu grau de satisfação relativamente à oferta comercial de cada bem.

Por outro lado, se se tratar de um comerciante ou empregado, as questões já se focam nos desafios que sentem na área de negócio em que se encontram; quais as expectativas que têm para o setor; e pedem, ainda, sugestões de iniciativas para a Câmara de Lisboa promover a favor da atividade em que trabalha.

O inquérito, disponível online, é rápido e simples, com uma duração média de 10 minutos. Nele tem a oportunidade de partilhar as suas ideias, sugestões e necessidades, contribuindo diretamente para moldar o futuro do comércio em Lisboa.

A sua opinião é essencial para identificar os principais desafios e encontrar soluções que beneficiem comerciantes, clientes e a própria comunidade, e que passam pela construção de um comércio de proximidade mais forte, dinâmico e adaptado a todos.

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Ministro admite “enorme pressão” no arranque do passe ferroviário. CP “será ressarcida até ao último cêntimo”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 21 Outubro 2024

Miguel Pinto Luz reconhece maior pressão do lado da procura com o lançamento do novo passe ferroviário verde. CP "até pode vir a ganhar se mais portugueses comprarem o passe”, aponta o governante.

No dia em que entra em vigor o Passe Ferroviário Verde, que substitui o Passe Ferroviário Nacional, o ministro das Infraestruturas e da Habitação reconhece que “vai haver pressão” do lado da procura nesta primeira fase da medida. No entanto, diz que é “um bom sinal” para a ferrovia portuguesa. Quanto às preocupações expressas pela comissão de trabalhadores da CP, Miguel Pinto Luz frisou que a operadora “será ressarcida até ao último cêntimo daquilo que hipoteticamente poderá vir a perder”.

As primeiras semanas serão de enorme pressão, mas será um melhor serviço para todos os portugueses“, disse o governante, em declarações reproduzidas pela CNN Portugal na estação de Santa Apolónia, em Lisboa, onde esteve esta manhã para comprar o novo título de transporte, que tem um custo de 20 euros por mês.

Para Pinto Luz, “era bom” que a estação estivesse “mais cheia” de pessoas neste primeiro dia. Porém, confia que “a partir de agora a procura vai aumentar”, sendo que os estudos realizados pela CP preveem que a medida abranja quase 30 milhões de passageiros por ano. Só a venda do cartão CP+, necessário para adquirir o novo passe ferroviário, triplicou desde setembro face à média mensal observada entre abril e agosto, como noticiou o Público.

“As medidas foram modeladas ao longo dos últimos meses para garantir que temos a oferta necessária para a procura que vem”, afirmou, apontando como exemplos os factos de o novo passe estar disponível apenas para a segunda classe dos intercidades e a necessidade de reserva apenas nas 24 horas anteriores à viagem neste serviço.

Ainda assim, Miguel Pinto Luz promete que o Governo vai estar “atento” ao que vai acontecer para poder “trabalhar em medidas para mitigar” a pressão em algumas linhas. Para isso, vai ser “essencial” adquirir mais comboios, frisou, acreditando que no próximo ano serão entregues as 22 novas automotoras compradas aos suíços da Stadler. Porém, lamenta o atraso no concurso público para a aquisição de outras 117 automotoras, que está pendente nos tribunais há cerca de um ano.

O ministro considera “legítimas” as dúvidas expressadas pela comissão de trabalhadores da operadora ferroviária quanto à capacidade da empresa para responder ao pico de procura, mas reitera que “a CP será ressarcida até ao último cêntimo daquilo que hipoteticamente poderá vir a perder”. “Até pode vir a ganhar se aumentarmos a base de pagantes, se mais portugueses comprarem o passe”, antecipa.

No início do mês, o Governo anunciou, em briefing do Conselho de Ministros, que a empresa vai ser compensada em 18,9 milhões de euros anuais, via contrato de serviço público com o Estado, pela perda de receita que vai ter com a entrada em vigor do Passe Ferroviário Verde. Um valor que, no entender da comissão de trabalhadores, é insuficiente, apesar de, segundo o presidente da CP, ter sido “rigorosamente calculado pelos serviços comerciais e financeiros [da transportadora]”. Além disso, Pinto Luz recordou que estes cálculos foram feitos perante “o pior cenário”.

“É uma mudança de paradigma. É claro que nem todos os portugueses vão ter este passe. Outros vão ter os passes metropolitanos ou outros passes, outros vão usar o Alfa Pendular. Mas a Europa e Portugal têm uma ambição clara da redução das emissões de gases de carbono. Só podemos fazer uma coisa: andar menos de transporte individual e andar mais de transporte público”, apelou ainda o ministro.

O passe ferroviário verde, que entrou em vigor esta segunda-feira, permite viajar nos serviços regionais e inter-regionais, bem como nos comboios urbanos de Coimbra, Lisboa e Porto e em viagens em segunda classe nos intercidades. Neste último caso, a reserva do lugar deve ser feita nas 24 horas anteriores à partida, sendo que só é permitido reservar um lugar por viagem, até um máximo de duas viagens diferentes por dia.

Nos urbanos de Lisboa e Porto, o passe será válido apenas nas linhas não abrangidas pelos passes intermodais metropolitanos — respetivamente, o Navegante e o Andante, ambos com um preço de até 40 euros. Assim, o novo título de transporte ferroviário abrange somente a linha Carregado — Azambuja em Lisboa e os percursos Vila das Aves — Guimarães, Paredes — Marco de Canaveses, Paramos — Aveiro e Lousado — Braga no Porto.

Fora do âmbito deste novo passe ficam os serviços do Alfa Pendular, Internacional Celta, primeira classe nos comboios intercidades e inter-regionais e nos urbanos de Lisboa e Porto dentro das áreas metropolitanas.

O valor mensal de 20 euros não está sujeito a acumulação de descontos e a validade do título de transporte — que tem de ser carregado no Cartão CP+ — é de “30 dias consecutivos a partir da data da sua aquisição”.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h37)

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