Antiga Groundforce avança com plano para minimizar impacto de greve no fim do mês

A Menzies Aviation Portugal avançou com um plano de contingência para reduzir impacto da greve agendada para 31 de agosto e 1 de setembro e deixa críticas ao sindicato que a convocou.

A Menzies Aviation, que em junho assumiu o controlo da antiga Groundforce, avançou com planos de contingência para conter o impacto da greve convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (Sttamp) para os dias 31 de agosto e 1 de setembro. Acusa o sindicato de avançar para a greve sem primeiro tentar o diálogo.

“Queremos garantir aos nossos clientes e aos passageiros que estão já em curso planos de contingência robustos para garantir que as possíveis perturbações sejam minimizadas“, afirma Rui Gomes, vice-presidente da Menzies Aviation em Portugal, numa reação por escrito divulgada esta quarta-feira.

“Estamos profundamente desiludidos com a decisão de alguns dos nossos sindicatos em avançar imediatamente para a greve sem que, primeiro, procurassem dialogar connosco para encontrar uma solução conjunta e resolver esta questão”, acrescenta.

O Sttamp emitiu a 14 de agosto um pré-aviso de greve, que abrange todos os aeroportos nacionais, “das 00:00 horas do dia 31 de agosto de 2024, às 24:00 horas do dia 01 de setembro de 2024”. Já esta segunda-feira veio alertar para “fortes constrangimentos nos aeroportos nacionais, nomeadamente Porto e Lisboa, cujos efeitos são nesta altura totalmente imprevisíveis”, segundo uma nota noticiada pela Lusa. O sindicato afirmou não existir “até ao momento qualquer desenvolvimento negocial que permita desmarcar a greve”.

Infelizmente, alguns sindicatos, que representam apenas parte da nossa força de trabalho em Portugal, pretendem agora renegociar os termos acordados há menos de três meses.

Rui Gomes

Vice-presidente da Menzies Aviation em Portugal

A empresa de serviços de assistência em escala mostra desconforto com a intenção de renegociar os acordos de empresa firmados recentemente. “Há cerca de três meses, quando a Menzies Aviation adquiriu a Groundforce Portugal, acordámos um plano de recuperação para a empresa, com a aceitação de 98% dos nossos credores e da maioria dos trabalhadores. No âmbito deste compromisso, todos os sindicatos assinaram o novo Acordo de Empresa, que inclui condições salariais superiores à remuneração mínima garantida nacional”, afirma Rui Gomes. Infelizmente, alguns sindicatos, que representam apenas parte da nossa força de trabalho em Portugal, pretendem agora renegociar os termos acordados há menos de três meses”, acrescenta.

“Para além da alteração significativa dos compromissos estabelecidos no Acordo de Empresa em vigor, esta situação é fortemente disruptiva durante um período, já por si, de grande atividade para a aviação em Portugal e poderá atrasar o plano de recuperação que implementámos“, diz ainda o vice-presidente da Menzies Aviation Portugal.

O Sttamp justifica a convocação da greve na empresa, que faz o handling de companhias como a TAP, com “a existência de vencimentos base inferiores ao salário mínimo nacional”, “o recurso sistemático a trabalhadores de empresas de trabalho temporário”, o “trabalho suplementar em incumprimento com os limites legais em vigor” ou “alterações sucessivas de horários à margem das disposições do Acordo de Empresa”.

A Menzies Aviation deu como concluída a aquisição da participação de 50,1% na Groundforce Portugal em junho. Os restantes 49,9% pertencem à TAP.

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BCE dá luz verde a dois novos administradores do BPI

Ana Rosas Oliveira e Afonso Fuzeta Eça, que substituíram Pedro Barreto e Francisco Barbeira (saíram por alegado desentendimento), já iniciaram funções a 30 de julho após autorização do regulador.

Ana Rosas Oliveira e Afonso Fuzeta Eça já iniciaram funções de administradores executivos no BPI no dia 30 de julho, depois de autorizados pelo Banco Central Europeu (BCE), segundo anunciou o banco português em comunicado.

Ambos nomes haviam sido cooptados por deliberação do conselho de administração de 19 de fevereiro, que foi ratificada pelo acionista Caixabank no dia 7 de março.

Ana Rosas Oliveira e Afonso Fuzeta Eça substituíram Pedro Barreto e Francisco Barbeira na comissão executiva do banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa. Barreto e Barbeira deixaram a instituição no início do ano por conta de “desentendimentos inultrapassáveis”, de acordo com o Expresso.

A administração do BPI teve mais mudanças este ano. Em março anunciou Maria Inês Valadas para não executiva depois da saída de Sandra Santos. E em abril Cristina Rios de Amorim substituiu António Lobo Xavier no cargo de vice-presidente.

O BPI registou lucros de 327 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma subida de 28% em comparação com o mesmo período do ano passado.

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Porto de Aveiro lança concurso para requalificar Avenida Marginal do Porto de Pesca

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

O concurso público de 5,4 milhões de euros tem como objetivo requalificar a Avenida Marginal do Porto de Pesca do Largo de Aveiro e prevenir a ocorrência de inundações parciais.

O Porto de Aveiro lançou esta quarta-feira um concurso público de 5,4 milhões de euros para requalificar a Avenida Marginal do Porto de Pesca do Largo de Aveiro (cais dique), visando também evitar inundações e melhorar a segurança. De acordo com fonte do porto de Aveiro, o procedimento publicado em Diário da República (DR) “tem como objetivo principal qualificar e valorizar aquela importante infraestrutura portuária, bem como prevenir a ocorrência de inundações parciais verificadas”.

Segundo fonte do porto de Aveiro, a intervenção também visa “contribuir para a melhoria da segurança na circulação de pessoas e viaturas, através da criação de um corredor ciclável, com o alteamento do coroamento da retenção marginal e a instalação de válvulas de maré”.

As propostas para concorrer ao concurso devem ser apresentadas até 14 de outubro e a empreitada tem o prazo estimado de um ano, e “englobará obras de demolição, pavimentação, sinalização, estruturas, retenções marginais, drenagem, rede de eletricidade e telecomunicações, paisagismo e rede de combate a incêndio”.

A infraestrutura portuária em causa é utilizada pela frota nacional da pesca do largo, localizando-se na sua envolvente várias empresas do setor da pesca, processamento, congelamento, embalagem e distribuição de pescado.

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Número de advogados oficiosos inscritos nas escalas para setembro com redução superior a 90%

O número de advogados inscritos nas escalas do SADT reduziu cerca de 90%, comparativamente com os anos anteriores. Neste momento cerca de 60% dos municípios não tem qualquer advogado disponível.

O número de advogados inscritos nas escalas do Sistema de Acesso ao Direito e Tribunais (SADT) reduziu, até ao momento, cerca de 90%, comparativamente com os anos anteriores. Segundo dados revelados esta quarta-feira pela Ordem dos Advogados (OA), neste momento cerca de 60% dos municípios não tem qualquer advogado disponível para fazer escalas. Esta ação insere-se num protesto da OA, que considera que as negociações com o Governo sobre a alteração das tabelas de honorários do SADT para o Orçamento de Estado de 2025 “não estão a decorrer com a prioridade que o assunto impõe”.

“De acordo com os dados da Ordem dos Advogados, neste momento cerca de 60% dos municípios não tem qualquer advogado disponível para fazer escalas. Caso esta atualização não seja realizada, poderão não existir advogados disponíveis para representar arguidos no mês de setembro, com todas as consequências implícitas“, refere em comunicado a OA.

Sobre o baixo volume de inscrições nas escalas, a OA salienta que “esta é uma mensagem clara da advocacia que pretende ver atualizada a tabela de honorários do atual SADT. A atualização em causa materializa-se na revisão dos processos e atos que devem ser integrados na tabela, na atualização do valor da Unidade de Referência (UR), e bem assim no número de Unidades de Referência por ato e na lista de atos – nenhum destes atualizado desde 2004″.

A OA abriu as candidaturas “extraordinárias” para a inscrição nas escalas do SADT em forma de protesto a passada segunda-feira, abrindo assim a possibilidade aos advogados de não se manterem inscritos nas mesmas. O prazo das candidaturas termina no próximo dia 30 de agosto, pelas 16h00.

O SADT é o sistema que permite que os cidadãos com menor poder económico tenham acesso aos tribunais para defender os seus direitos, uma vez que a justiça não pode ser negada a ninguém. Desta forma, foi criado um sistema sustentado pelo Estado que paga a advogados, os chamados advogados oficiosos, para defender estes tipos de casos.

“Para apresentação da candidatura para participação em escalas no âmbito do Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais, o candidato deverá aceder à área reservada do portal da Ordem dos Advogados, introduzindo o nome de utilizador e a palavra passe, elementos enviados pela Ordem dos Advogados para acesso a tal área”, explica o site oficial a OA. Os candidatos aceites serão incluídos no SADT a partir do dia 3 de setembro.

No momento da inscrição, os advogados não podem ter nenhuma quota em dívida. “Entende-se por regularização das quotas o pagamento integral de todas as quotas em dívida até ao mês de outubro de 2023, inclusive”, sublinham. Já os advogados abrangidos por planos de pagamentos de recuperação de quotas em atraso apenas poderão apresentar candidatura caso paguem todas as quotas em atraso até ao final do prazo de inscrição.

No final de setembro serão abertas, novamente, inscrições para escalas e a OA espera que nessa altura já existam “condições” para que os profissionais possam voltar a inscrever-se “com uma tabela que dignifique o exercício da profissão”.

A OA decidiu abrir a possibilidade dos advogados não se manterem inscritos nas escalas da SADT pelo período extraordinário de um mês“. A Ordem considera que as negociações com o Ministério da Justiça, a propósito da alteração da tabela de honorários do SADT, não estão a decorrer com a prioridade que o assunto impõe, não demonstrando aquele Ministério intenção de acomodar essa alteração no Orçamento de Estado para 2025″, referiu em comunicado.

A Ordem queixa-se de que a tabela remuneratória dos advogados oficiosos não é atualizada há quase 20 anos. A entidade propôs ao Governo um aumento da tabela de honorários em cerca de 20%. A bastonária, Fernanda Almeida Pinheiro, já teve três reuniões com o Ministério da Justiça, mas, até este momento, ainda não foi alcançado nenhum acordo. “A Ordem dos Advogados propõe que seja inserida uma verba de cerca de 20 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2025″, assume a bastonária.

“Por respeito à importância, essencialidade e qualidade daquele serviço público prestado pela advocacia, a Ordem dos Advogados considera que é urgente uma revisão da referida tabela. Não há, no país, nenhuma classe ou profissional que, em contrapartida pela prestação de um serviço qualificado, seja paga por valores tão desfasados da realidade atual”, refere a bastonária.

Assim, a OA abriu a possibilidade de os advogados não se manterem inscritos nas escalas da SADT. Em comunicado, a bastonária da OA explicou que um dos serviços públicos essenciais prestados pela advocacia é a realização de escalas, de prevenção ou presenciais, que ocorre todos os dias do ano, “em que os advogados têm de estar disponíveis para se deslocarem ao tribunal e assegurarem a representação dos cidadãos.

A realização do serviço de escalas depende da prévia inscrição dos advogados num sistema informático gerido pela Ordem, em que os mesmos demonstram disponibilidade para o efeito. No caso das escalas de prevenção não presenciais, os advogados, se não forem chamados para nenhum serviço, não recebem qualquer valor, “apesar de essa prevenção condicionar completamente a sua vida pessoal e profissional”.

“Os advogados poderão e deverão, individualmente, caso entendam que a remuneração atual não é proporcional aos serviços prestados, não se inscrever nas escalas presenciais e de prevenção no âmbito do SADT, dando um sinal claro ao poder político de que a advocacia não está disponível para continuar a trabalhar com os valores de uma tabela que fará este ano 20 anos”, sublinha a OA.

Em protesto, a OA abriu um período extraordinário de inscrições exclusivamente para escalas presenciais e de prevenção para o período de um mês. “Esta decisão do Conselho Geral tem por base três grandes vetores: primeiro, possibilitar a todos os advogados a não inscrição em escalas até que haja um sinal claro do Ministério da Justiça de atualização da tabela; segundo, que essa não inscrição, caso o profissional assim entenda, tenha o menor impacto possível na atividade económica do advogado que poderá voltar a inscrever-se, querendo, no final do mês de setembro; e por fim que essa nova inscrição não acarrete nenhum impacto disciplinar”, explicam.

Esta ação de protesto pode levar a que dezenas de processos fiquem paralisados caso se verifique a falta de advogados oficiosos. Dados relativos a novembro do ano passado mostram que a Segurança Social recebe, em média, quase 400 pedidos diários de proteção jurídica por parte de cidadãos sem capacidade para pagar a um advogado. A maioria é aceite, mas, ainda assim, há milhares de solicitações rejeitadas todos os anos.

Só em 2022, foram pagos pelo Estado 132,6 milhões de euros em apoio judiciário, o que representa um aumento de quase 50% nos últimos dez anos. No ano passado, foram cerca de 140 mil pessoas que recorreram a este serviço.

O ECO sabe que mais de um terço deste valor, cerca de 50 milhões de euros, foi pago pelo Ministério da Justiça em serviços de advogados oficiosos, nomeados pela Ordem dos Advogados, sendo o restante valor relativo a despesas com perícias do Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses, serviços de interpretação e tradução, atos de notariado (por exemplo, em processos de inventário) e mediação e arbitragem.

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Mais três corpos encontrados no interior do iate naufragado ao largo da Sicília

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

Sobe assim para seis o número de vítimas mortais confirmadas do naufrágio do Bayesian, propriedade do magnata britânico da tecnologia Mike Lynch, 59 anos.

Os corpos de mais três vítimas do naufrágio de um iate de luxo ao largo da costa da Sicília, Itália, foram encontrados esta quarta-feira por mergulhadores no interior da embarcação, no fundo do mar, elevando para seis as mortes confirmadas.

Tal como os dois outros corpos que já haviam sido encontrados esta quarta e recuperados pelos mergulhadores das equipas de busca, os três cadáveres entretanto descobertos à tarde encontravam-se dentro do iate naufragado, cujos destroços se encontram a mais de 50 metros de profundidade, dificultando as operações de recuperação dos cadáveres. Os três corpos foram retirados com êxito e transportados para a morgue, para se proceder à sua identificação.

Com os cinco corpos, encontrados esta quarta nos destroços do veleiro, sobe assim para seis o número de vítimas mortais confirmadas do naufrágio do Bayesian, depois de na segunda-feira, poucas horas após o acidente, ter sido recuperado o corpo de um homem, mais tarde identificado como sendo Recaldo Thomas, que trabalhava a bordo como cozinheiro.

A bordo do Bayesian seguiam 12 passageiros e 10 membros da tripulação, tendo a guarda-costeira conseguido resgatar com vida 15 pessoas, entre as quais uma criança de apenas um ano de idade, enquanto sete pessoas foram dadas como desaparecidas, seis das quais já foram encontradas sem vida, pelo que resta localizar um desaparecido.

Entre os desaparecidos do naufrágio do veleiro de luxo na madrugada da passada segunda-feira, aparentemente causado por uma tromba de água que se criou durante uma violenta tempestade ao largo da Sicília, contavam-se o proprietário da embarcação, o magnata britânico da tecnologia Mike Lynch, 59 anos, e o presidente da Morgan Stanley International, Jonathan Bloomer.

Os restantes quatro passageiros que não conseguiram salvar-se são uma filha de Mile Lynch – Hannah, de 18 anos –, a mulher de Bloomer, Anne Elizabeth Judith Bloomer, e um advogado de Lynch, Chris Morvillo, e a sua mulher, Nada Morvillo.

De acordo com diversos órgãos de comunicação britânicos, o magnata Mike Lynch, que também era conhecido como “Bill Gates britânico”, tinha organizado o cruzeiro para festejar com a sua família, amigos e advogados a sua absolvição, em junho, num processo de fraude nos Estados Unidos, relacionado com a venda da sua empresa de software à Hewlett-Packard em 2011.

As autoridades locais já abriram uma investigação para determinar as causas precisas do acidente, tendo interrogado o capitão do Bayesian, James Catfield, 51 anos, durante cerca de duas horas, para perceber como o iate naufragou em apenas alguns minutos.

(Notícia atualizada às 17h59 com mais informação)

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“Cheque” extra para os reformados vai pagar IRS

Suplemento extraordinário será sujeito a retenção na fonte de IRS, adiantou ao ECO o Ministério das Finanças. "Bónus" será pago à maioria dos beneficiários a 8 de outubro.

O suplemento extraordinário que será pago em outubro aos portugueses com reformas mais baixas vai ser sujeito a tributação, confirmou ao ECO fonte oficial do Ministério das Finanças.

Ainda assim, a maioria dos beneficiários deverá receber efetivamente os valores anunciados pelo Governo, já que a taxa de retenção na fonte a aplicar ao suplemento será a que corresponder ao valor da pensão, e hoje só as reformas acima de 820 euros estão sujeitas a este tipo de desconto mensal.

“Tal como aconteceu em situações anteriores, nomeadamente em 2022, o suplemento de pensão será sujeito a retenção na fonte de IRS, aplicando-se uma taxa autónoma da aplicada aos rendimentos das pensões pagas em outubro”, explicou esta quarta-feira fonte do gabinete de Joaquim Miranda Sarmento, numa resposta enviada ao ECO.

Se se somasse o suplemento extraordinário à pensão, os reformados arriscariam ver a taxa de retenção de IRS agravar-se, daí que o Governo tenha decidido que o “brinde” fará um desconto autónomo.

Por outro lado, ao ECO, fonte oficial adianta que a taxa de retenção que será aplicada nestes casos será “a que corresponder ao valor da pensão referente nesse mês“.

Ora, de acordo com as tabelas em vigor, só as pensões acima de 820 euros são sujeitas a retenção na fonte de IRS. Quer isto dizer que os pensionistas aos quais foi prometido o “brinde” de 200 euros (aqueles que têm reformas até 509,26 euros) vão receber efetivamente esse valor. Em causa estão 1,4 milhões de pensionistas, isto é, mais de metade do universo total de beneficiários (2,4 milhões).

Também alguns daqueles aos quais foi prometido um “bónus” de 150 euros (aqueles que têm reformas entre 509,27 euros e 1.118,52 euros) vão receber o valor prometido sem fazer descontos, uma vez que não estão sujeitos a retenção na fonte. Mas outros receberão um “brinde” líquido mais baixo do que o esperado, uma vez que o “cheque” será sujeito, nesses casos, a retenção na fonte.

De resto, o Ministério das Finanças vem assim confirmar o que já previam os fiscalistas ouvidos pelo ECO. “Claro que o suplemento está sujeito a tributação”, tinha dito Luís Leon, da ILYA, em declarações recentes ao ECO. “Faz-me total sentido que seja tributado como pensão (é essa a sua natureza)”, concordou Jaime Esteves, da J+Legal.

E João Espanha, da Broseta, tinha mesmo projetado que a retenção seria feita de forma autónoma, atirando: “Sempre são mais uns tostões para o bolso dos pensionistas no mês em que se vai discutir o Orçamento do Estado“. Conforme avançou o ECO, o suplemento será pago à maioria dos beneficiários a 8 de outubro, a poucos dias da apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2025, o que está previsto para o dia 10 desse mês.

De notar que o suplemento atribuído em 2022 aos reformados pelo então Governo de António Costa também foi sujeito a tributação. E também nesse caso foi aplicado um desconto autónomo, para evitar um agravamento das taxas de retenção.

Quanto ao “bónus” previsto para outubro deste ano, foi na semana passada que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, o anunciou. “Disse que, se tivéssemos condições financeiras, iríamos ajudar mais os pensionistas e reformados com pensões mais baixas. Vamos atribuir e pagar no próximo mês de outubro um suplemento extraordinário aos pensionistas que têm mais baixas pensões”, assinalou o chefe do Executivo.

Os portugueses com pensões até 509,26 euros receberão um “brinde” de 200 euros brutos. Para quem recebe reformas entre 509,26 euros e 1.018,52 euros, o suplemento será de 150 euros brutos. E as pensões entre 1.018,62 euros e 1.527,78 euros terão direito a um “cheque” de 100 euros brutos.

Esta medida irá custar 422 milhões de euros aos cofres públicos.

Notícia atualizada às 17h12

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China disponível para avançar com a Rússia “com mais firmeza”

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

O primeiro-ministro chinês sublinhou que o seu país, em face de uma "mudança da situação internacional", está disponível para avançar com a Rússia "com mais firmeza".

O Presidente russo, Vladimir Putin, recebeu esta quarta-feira no Kremlin o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, que assinou esta manhã um acordo de cooperação em investimentos no âmbito da sua visita oficial a este país. “Os nossos países desenvolveram planos conjuntos de grande escala nas esferas económica e humanitária, esperamos que para muitos anos”, disse Putin no início da reunião.

O líder russo, que visitou a China em maio passado, assegurou que as relações comerciais bilaterais estão a desenvolver-se “com sucesso”. Acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, Putin recordou que o dia 2 de outubro assinalará o 75.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países e convidou Li a participar no Fórum Económico Oriental, que se realizará em setembro em Vladivostok, capital do Extremo Oriente russo.

Li sublinhou que esta é a sua primeira visita ao estrangeiro desde que assumiu a liderança do Conselho de Estado e recordou que a economia russa tem crescido de forma constante “nos últimos dois anos”, coincidindo com a guerra na Ucrânia, sob a direção “bem-sucedida” de Putin. “Estamos prontos para implementar plenamente os acordos convosco ao mais alto nível e expandir constantemente a cooperação multilateral mutuamente benéfica”, prometeu o primeiro-ministro chinês.

Li e o seu homólogo russo, Mikhail Mishustin, assinaram esta quarta, após negociações em Moscovo, um plano de cooperação de investimento e dois memorandos de cooperação nos transportes e na indústria química. O primeiro-ministro chinês sublinhou que o seu país, em face de uma “mudança da situação internacional”, está disponível para avançar com a Rússia “com mais firmeza” na linha definida pelos líderes de ambos os países para o bem do seu povo e também “para a justiça em todo o mundo”.

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Passe ferroviário vai ser “desastre financeiro” para CP, segundo a Comissão de Trabalhadores

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

A Comissão de Trabalhadores considera que o novo passe ferroviário constitui "mais uma grosseira violação" do contrato de serviço público.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da CP considerou esta quarta-feira que o passe ferroviário de 20 euros mensais vai ser um desastre financeiro para a transportadora e mostrar a falta de capacidade para responder ao aumento da procura. “Para termos uma ideia do impacto financeiro deste Passe Nacional, 20 euros é menos que o bilhete de 2.ª classe num comboio Intercidades de Lisboa a Coimbra (21,3 euros em 2.ª classe; 26,85 euros em 1.ª classe)”, apontou a CT da CP – Comboios de Portugal, em comunicado enviado à imprensa.

Além do “desastre financeiro que tais decisões acarretarão”, os representantes dos trabalhadores consideraram também que a medida anunciada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na semana passada, vai levar a um aumento de procura e “provar, sem sombra de dúvida, que a CP não tem capacidade de resposta e a infraestrutura está em colapso”. A CT realçou que, atualmente, a CP não consegue contratar os trabalhadores necessários para assegurar o cumprimento do contrato de serviço público com o Estado e “espera meses por autorizações da tutela essenciais para garantir o serviço”.

Adicionalmente, a CT considerou que o novo passe ferroviário constitui “mais uma grosseira violação” do contrato de serviço público, que prevê que a transportadora seja compensada financeiramente como contrapartida pelas devidas obrigações e que o Estado possa alterar os parâmetros de serviço público definidos, na condição de notificar previamente a empresa, para que tenha tempo de fazer um estudo de viabilidade operacional e de impacto na compensação devida, estudo esse que, diz, tem de passar pela Autoridade de Mobilidade e Transportes (AMT).

“Pelo que apurámos, tal não foi feito, nem por este Governo com o Passe Nacional anunciado, nem pelo anterior com o Passe Regional”, referiu a CT. Os representantes dos trabalhadores defenderam que uma forma de promover o transporte ferroviário seria declarar o interesse público no concurso de 800 milhões de euros para a compra dos 117 comboios urbanos e regionais, que está há quase 10 meses parada nos tribunais.

“Estes comboios são imprescindíveis para melhorar a oferta do serviço urbano, incluindo na Linha de Cascais onde as obras de reconversão avançam, correndo o risco de quando estarem terminadas não haver comboios para lá circularem”, sublinhou a CT. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou na semana passada, na Festa do Pontal, em Quarteira, distrito de Faro, que marca a ‘rentrée’ política do PSD, um passe ferroviário de 20 euros mensais que dará acesso a todos os comboios urbanos, regionais, inter-regionais e intercidades.

O passe está incluído num “plano de mobilidade” que será aprovado, com o objetivo de facilitar a utilização de meios de transporte sustentáveis, que não causem problemas ambientais, disse o primeiro-ministro. O Governo ainda não avançou mais detalhes, como, por exemplo, se vai compensar a CP pela perda de receita com esta medida, quando entra em vigor e como vai ser feita a gestão dos bilhetes.

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Bandeiras vermelhas nas praias de Quarteira e Vilamoura por possível contaminação com águas residuais

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

A decisão foi tomada depois de uma descarga de águas residuais na Marina de Vilamoura, no concelho de Loulé.

As bandeiras vermelhas estão içadas desde esta quarta-feira de manhã nas praias de Quarteira e de Vilamoura, no Algarve, devido a uma possível contaminação com águas residuais na Marina de Vilamoura, revelou fonte da Capitania do Porto de Faro.

Segundo o comandante desta capitania, Mário Figueiredo, a decisão foi tomada depois de ter recebido uma comunicação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a dar conta de que a Estação Elevatória de Quarteira realizou uma descarga de águas residuais na Marina de Vilamoura, no concelho de Loulé.

“Estamos perante uma potencial contaminação da água [para banhos], daí termos içado as bandeiras vermelhas”, disse à agência Lusa Mário Figueiredo, referindo-se às praias a leste e a oeste da barra da Marina de Vilamoura. Segundo a autoridade marítima, a APA “desaconselhou a prática de banhos nas praias contíguas”.

O comandante aguarda agora pelas análises à água que a APA está a realizar antes de voltar a autorizar o banho aos vários milhares de pessoas que se encontram de férias na região. “Quero acreditar que a APA vai ser célere na confirmação desta situação”, acrescentou.

Por outro lado, a autoridade marítima afirmou que a interdição “não tem nada a ver” e é um “caso distinto” da decisão tomada na terça-feira de interditar a ida a banhos na praia de Fuseta-Ria, no concelho de Olhão, e em Armação de Pera, no município de Silves, também no Algarve, por contaminação microbiológica na água.

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CIM Médio Tejo reforça incentivos à utilização de transporte público rodoviário

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

A partir de setembro, os utilizadores do transporte público rodoviário nos municípios do Médio Tejo vão ter novos descontos, incluindo a gratuitidade em alguns serviços.

A partir de 1 de setembro, a utilização dos autocarros Meio – Para Andar no Médio Tejo “vai ser totalmente gratuita para as pessoas com mais de 65 anos que disponham de passe mensal”, avança a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo, com sede em Tomar (Santarém). O “acesso gratuito é alargado a toda a população nos transportes urbanos das cidades de Abrantes, Tomar, Ourém e Fátima, através do passe urbano”.

As medidas foram anunciadas, esta quarta-feira, para os transportes públicos nos 11 municípios da CIM do Médio Tejo e nos concelhos da Sertã e Vila de Rei (CIM da Beira Baixa). Vêm reforçar o estímulo à utilização dos transportes rodoviários na região. Desde abril deste ano os passes são gratuitos para todos os estudantes até aos 23 anos.

A CIM Médio Tejo indica ainda que “estão previstos descontos em todas as assinaturas de linha” e no passe geral da rede Meio a partir de setembro.

Na aquisição do novo passe de rede Meio vai ser possível viajar em todo o Médio Tejo por apenas 40 euros por mês”, refere a CIM, acrescentando que, para passes de menor distância, os utilizadores vão pagar 10 euros por mês, até quatro quilómetros, e 20 euros por mês, até 28 quilómetros.

A CIM Médio Tejo estabelece um comparativo com os valores praticados, com o passe geral a baixar de 100 euros para 40 euros por mês, e “os descontos, em algumas linhas, e face às tarifas aplicadas, a ultrapassarem, nos dias de hoje, os 75%”.

Na aquisição do novo passe de rede Meio vai ser possível viajar em todo o Médio Tejo por apenas 40 euros por mês.

Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo

A nossa CIM tem vindo a reforçar a sua atuação no domínio da mobilidade e dos transportes, tendo hoje um largo conjunto de competências nesta área e projetos de grande dimensão e impacto na qualidade de vida das nossas populações”, refere o presidente da CIM Médio Tejo, Manuel Jorge Valamatos, citado na nota.

As medidas anunciadas entram em vigor no dia 1 de setembro e terão impacto nos concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha.

A CIM do Médio Tejo é Autoridade de Transportes, sendo os serviços abrangidos pela marca Meio, como o de transporte público regular de passageiros, de âmbito municipal, intermunicipal e inter-regional, a par do transporte público urbano das cidades de Abrantes, Ourém, Fátima e Tomar, incluindo os serviços aBusa, TUFO e TUTomar, respetivamente.

O Transporte Público Meio é cofinanciado pelo Fundo Ambiental, no âmbito do programa Incentiva +TP.

A nossa CIM tem vindo a reforçar a sua atuação no domínio da mobilidade e dos transportes.

Manuel Jorge Valamatos

Presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo

A CIM Médio Tejo tem uma área territorial que abrange 11 concelhos (Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha) com uma população de 210 mil habitantes [em 31 dezembro a população era de 228 mil habitantes com Sertã e Vila de Rei] e tem uma área territorial de 1.639 km² [em 31 dezembro de 2022 a área era 2.283 km² com Sertã e Vila de Rei].

Os municípios da Sertã e de Vila de Rei passaram em 2023 a integrar a CIM Beira Baixa, mas mantêm com a CIM Médio Tejo interação em alguns projetos, como é o caso do transporte público de passageiros.

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Há mais pessoas a receber complemento solidário após mudança de regras

Número de idosos a receber complemento solidário voltou a aumentar em julho. Face ao mesmo mês de 2023, houve um salto de quase 12%, o que é explicado pela recente flexibilização do acesso.

mais reformados a receber o complemento solidário para idosos (CSI). Em julho, mais de 145 mil beneficiaram desta prestação, o que corresponde a um salto homólogo de 11,6%. A explicar esse disparo está a recente flexibilização do acesso a este apoio, que assegura que os pensionistas portugueses têm, pelo menos, 600 euros de rendimento disponível por mês.

“O número de beneficiários de CSI foi de 145.479 em julho de 2024. Em relação ao mês anterior, verificou-se um crescimento de 2,7% (mais 3.824 beneficiários) e, na variação face ao período homólogo, registou-se um aumento de 15.085 titulares (11,6%)”, explica o boletim estatístico publicado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho.

Para perceber estes dados há que recordar as recentes mudanças feitas pelo Governo a esta prestação social. Até junho, em alguns casos, os rendimentos dos filhos eram considerados no apuramento do apoio a receber pelos idosos, mesmo que os progenitores não recebessem qualquer valor dos seus descendentes.

Tal significava que alguns reformados não tinham acesso ao CSI. Mas o Governo decidiu retirar essa regra, pelo que desde junho que o rendimento dos filhos está fora da equação, o que ajuda a explicar, então, o aumento dos beneficiários assinalado pelos dados agora divulgados.

Por outro lado, de acordo com o boletim estatístico, dos 145 mil beneficiários registados em julho, a maioria (65,8%) eram mulheres. O CSI abrange os idosos mais vulneráveis e, em Portugal, as mulheres ainda recebem as pensões mais magras, fruto, nomeadamente, do fosso salarial que enfrentam durante a vida ativa. Daí que esta seja uma prestação especialmente pertinente, numa altura em que ainda não se conseguiu resolver a desigualdade de género no mercado de trabalho.

Quanto ao valor médio do complemento solidário para idosos, em julho fixou-se em 231,09 euros, mais 49,5% do que o período homólogo. Tal é justificado também pela mudanças recentes a este apoio: o montante de referência desta prestação passou de 550 euros para 600 euros em junho.

O CSI serve, como o seu nome indica, para complementar os outros rendimentos do beneficiário. São apurados os rendimentos do beneficiário, que são confrontados com o valor de referência. A diferença entre esses dois montantes corresponde ao valor da prestação que é paga pela Segurança Social.

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De saída do cargo, Inspetor-geral de Finanças vai para o Conselho Consultivo das Fundações

Joaquim Miranda Sarmento designou António Ferreira dos Santos como representante do Ministério das Finanças na instituição que foi contra a extinção da Fundação Berardo. O cargo não é remunerado.

O inspetor-geral de Finanças, António Ferreira dos Santos, que terá de abandonar o cargo antecipadamente por força da reforma do Estado, foi nomeado pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, para o Conselho Consultivo das Fundações, segundo o despacho publicado esta quarta-feira em Diário da República. Estas funções não são remuneradas, segundo os estatutos da instituição.

O diploma indica que “já decorreu o período de duração do mandato do anterior membro do Conselho Consultivo das Fundações que representa o Ministério das Finanças”, por isso, “cumpre proceder à sua substituição”.

Assim, Miranda Sarmento decidiu designar “António Manuel Pinto Ferreira dos Santos como representante do Ministério das Finanças no Conselho Consultivo das Fundações” para um mandato único e não renovável de cinco anos, até 2029.

O inspetor-geral da Inspeção-Geral de Finanças, António Manuel Ferreira dos Santos. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Ferreira dos Santos irá suceder a Vítor Miguel Rodrigues Braz, cujo mandato terminou em 2023. O atual inspetor-geral de Finanças afirmou, em declarações ao ECO, que “os últimos inspetores-gerais de Finanças têm sido designados como membros representantes do Ministério das Finanças no Conselho das Fundações”. “Vítor Braz também era, até 2021, inspetor-geral de Finanças”, sublinhou. Nesse ano, Ferreira dos Santos assumiu aquelas funções na Inspeção-Geral de Finanças (IGF).

Os restantes membros do Conselho Consultivo das Fundações também já deveriam ter saído no ano passado, designadamente o presidente, Artur Santos Silva, e ainda Guilherme d’Oliveira Martins e José Miguel Júdice. Estas três personalidades de reconhecido mérito são nomeadas pelo primeiro-ministro. Há ainda outro elemento, Fernanda Rodrigues, escolhida pelo Ministério do Trabalho, cujo período de funções também já findou.

O Conselho Consultivo das Fundações funciona no âmbito da Presidência do Conselho de Ministros e é responsável por: emitir pareceres sobre “atos administrativos relativos às fundações; pronunciar-se sobre os resultados de ações de fiscalização às fundações; emitir parecer sobre qualquer assunto relativo às fundações, a pedido da entidade competente para o reconhecimento; e tomar posição, por sua iniciativa, sobre qualquer assunto relativo às fundações da competência da entidade competente para o reconhecimento”, de acordo com a página do Governo. De lembrar que, no final de 2022, esta entidade foi contra a extinção da Fundação Berardo. Ainda assim, o então Governo de António Costa avançou com a sua liquidação.

Os membros do Conselho Consultivo “não são remunerados, sem prejuízo do direito ao pagamento de despesas com as deslocações, decorrentes das funções exercidas, nos termos previstos para a generalidade dos trabalhadores em funções públicas”, de acordo com os seus estatutos.

Governo afasta Ferreira dos Santos do cargo de inspetor-geral de Finanças

Para já, o Governo apenas designou a substituição do membro representante do Ministério das Finanças, António Ferreira dos Santos, que terá de sair do cargo de inspetor-geral de Finanças antecipadamente a 1 de novembro devido à reestruturação dos serviços da Administração Pública. A sua comissão de serviço iria terminar em 2026, mas o decreto-lei do Governo, que aprova a nova orgânica do Estado, determina a cessação automática das suas funções.

“Nos termos da lei, quando um órgão entra em reestruturação, os cargos dirigentes cessam até se completar a reestruturação e podem manter-se em funções até que essa reforma se conclua”, explica António Ferreira dos Santos.

O diploma estabelece a cessação automática mas também prevê “que os titulares dos cargos dirigentes mantêm-se em funções até à conclusão dos respetivos processos de fusão ou reestruturação”. Ou seja, as comissões de serviço até podem terminar, mas os diretores ou inspetores-gerais podem permanecer em funções durante mais tempo, como o caso de Ferreira dos Santos.

O ainda inspetor-geral de Finanças já tinha declarado ao ECO que “permanecerá em funções durante um período mais alargado, até pelo menos 2025, até que os serviços sejam reestruturados”, posição que ainda mantém. “Acredito que irei ficar mais tempo no cargo de inspetor-geral de Finanças e eventualmente até ao fim da comissão de serviço, porque o processo de reestruturação ainda vai demorar”, reforçou.

Considero que não faz sentido acabar com o cargo de inspetor-geral de Finanças, mas o diploma não é claro com a questão da reestruturação e fusão das funções de inspeção do Estado.

António Ferreira dos Santos, inspetor-geral de Finanças

Na Inspeção-Geral de Finanças “haverá dois momentos diferentes no processo de reestruturação”, refere Ferreira dos Santos. “Em primeiro lugar, as funções de auditoria, controlo interno e inspeção da secretaria-geral da Presidência do Conselho de Ministros e da secretaria-geral da Economia serão asseguradas pela Inspeção-Geral de Finanças”, detalha o mesmo dirigente.

“Numa segunda fase, que se presume que ocorra em 2025, a Inspeção-Geral de Finanças terá um outro papel, enquadrado no sistema de controlo interno global do Estado. Ou seja, deverei continuar em funções até este momento”, conclui.

Questionado se a função de inspetor-geral será eliminada, uma vez que o Governo tenciona cortar com o cargo de 79 dirigentes, Ferreira dos Santos destaca que o decreto-lei, que define a primeira fase da reforma do Estado, indica apenas que haverá um “processo de reforma das funções inspetivas do Estado”.

“Considero que não faz sentido acabar com o cargo de inspetor-geral das Finanças, mas o diploma não é claro com a questão da reestruturação e fusão das funções de inspeção do Estado. Essa matéria será clarificada em diploma próprio, em 2025 ou 2026. Mas, no que depender de mim, e espero ser consultado sobre o assunto, direi que o cargo de inspetor-geral de Finanças deverá manter-se, independentemente das funções e da abrangência”, defende António Ferreira dos Santos.

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