Viana do Castelo, a “autarquia do ano” com projetos Work in Viana e Valorizar o Património

Câmara de Viana do Castelo distinguida "autarquia do ano" com projetos "Work in Viana" e "Valorizar Património" nas categorias economia e cultura e património.

O site “Work in Viana” e o projeto “Valorizar Património” da Câmara Municipal de Viana do Castelo foram distinguidos nas categorias economia – atração de talentos – e cultura e património, respetivamente, no âmbito da terceira edição do prémio “autarquia do ano” que destaca as inovações e boas práticas dos municípios.

Com o propósito de “aproximar a comunidade empresarial, académica e o talento disponível”, o projeto “Work in Viana” visa auxiliar quem está desempregado ou quem procura uma nova oportunidade de emprego, além de apoiar empresas que têm falta de mão-de-obra. Compila, assim, diversa informação, nomeadamente uma lista de ofertas de emprego, outra de candidatos inscritos no portal e uma terceira com “empresas que procuram talentos made in Viana”, descreve a autarquia.

A Câmara de Viana do Castelo já contabilizou 4.449 candidatos às ofertas de emprego, 72% dos quais provenientes do Brasil, 16% de Portugal e 12% de outros países como Angola, Colômbia, Equador, França, Itália, Venezuela, Paquistão, Chile ou Congo.

Para o município liderado pelo socialista Luís Nobre, “este é um projeto ganhador”, uma vez que “os empresários consideram a plataforma uma mais-valia no que toca à captação de talentos”. Ao todo, estão registadas 91 empresas no site, das quais 29,7% são do setor do comércio e serviços. Já as áreas da construção civil e da indústria representam 18,7% dos registos, cada uma, a que se seguem o turismo (hotelaria e restauração) a as tecnologias de informação e comunicação com uma representatividade igual de 9,8%.

A plataforma já recebeu mais de 120 mil visualizações desde que foi lançada a 15 de fevereiro deste ano, segundo dados da autarquia; adiantando que 78 mil utilizadores já acederam ao site, a maioria proveniente do Brasil (58%), a que se segue Portugal (36%), França (0,8%), Estados Unidos da América (0,65%) e Espanha (0,57%).

Em relação ao projeto valorizar o património – destacado na categoria de cultura e património da terceira edição do prémio “autarquia do ano”, – este contempla um investimento global de 1,2 milhões de euros na reabilitação e valorização de igrejas e capelas do concelho. “O município identificou como objetivos a promoção da identidade cultural, a conservação do património material e imaterial, e a valorização cultural e turística de Viana do Castelo”, resume a autarquia.

O prémio “autarquia do ano”, do Lisbon Awards Group, conta com o ECO/Local Online como media partner.

 

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Rui Silva Leal: “A Ordem não está a bater no fundo, está já a escavá-lo”

Rui Silva Leal apresentou esta quarta-feira a sua candidatura a bastonário da Ordem dos Advogados. A cerimónia decorreu na sede do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, em Lisboa.

Rui Silva Leal apresentou esta quarta-feira a sua candidatura a bastonário da Ordem dos Advogados começando logo por sublinhar que “a Advocacia e os Advogados têm vindo a ser maltratados e até humilhados pelos poderes públicos e concretamente por quem tem o poder de decidir superior e legislativamente”. E assumindo que, esta Ordem dos Advogados, tal como está, “não está a bater no fundo, está já a escavá-lo”.

As eleições na OA decorrem em novembro deste ano e já tem como candidatos oficiais Fernanda de Almeida Pinheiro, Luís Menezes Leitão, Rui Silva Leal, António Jaime Martins, Paulo Pimenta e Paulo Valério.

Na cerimónia — que decorreu na sede do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, em Lisboa — o advogado concretizou essa ideia pelo facto de alguns diplomas que “restringem ou
pretendem restringir a liberdade, a independência e a autonomia dos advogados, limitando-os no exercício da sua atividade, seja porque lhes retiram as necessárias condições de trabalho, seja porque os obrigam a contribuir para a sustentabilidade financeira do sistema do acesso ao direito, seja porque legislam no sentido de os obrigar a violar o segredo profissional criminalizando a conduta dos que não cumpram essa violação – quando, todos o sabemos, o segredo profissional é a pedra angular do exercício da Advocacia”.

Criticando o atual mandato de Luís Menezes Leitão — também candidato ao mesmo cargo — Rui Silva Leal defendeu que, “hoje, a Ordem dos Advogados e os Advogados não são recebidos nem tratados dessa forma; e muitas vezes não são sequer recebidos, nem tratados de nenhuma forma. São pura e simplesmente ignorados”. Concluindo a ideia dizendo que “é imperioso alterar este estado de coisas e mexer na Ordem dos Advogados e na Advocacia, por dentro, fazendo-as renascer, com os seus atributos de sempre, feitos de experiência, de competência, de saber, de sagacidade, de pertinência e, portanto, de muito estudo e de prévia preparação”.

No tema quente relativamente à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS), E Rui Silva Leal diz: “os advogados decidiram de forma absolutamente inequívoca, em referendo: querem passar a ter a possibilidade de escolher entre a CPAS e a Segurança Social. Em consequência, é imperioso cumprir essa vontade dos Advogados; quer se concorde, quer não. Mas não basta enviar para a Assembleia da República esse resultado do referendo e nada mais fazer; como fez a Ordem dos Advogados, através do seu atual bastonário” Prometendo assim fazer andar um diploma que está “preso” no Parlamento mesmo antes das eleiçoes legislativas deste ano.

Mas as críticas a Luís Menezes Leitão não ficaram por aqui, referindo-se ao período da pandemia. “Quando o Estado recusou qualquer ajuda aos Advogados, a Ordem recusou-se também a ajudar economicamente os Advogados mais carenciados quando estes e as suas famílias passaram por dificílimas dificuldades económicas, escusando-se a permitir que, nesses casos excecionais, os Advogados ficassem dispensados do pagamento das suas quotas; e, em contrapartida, nessa mesma ocasião, distribuiu prémios avultados, em dinheiro, a sete funcionários, aumentou salários e ofereceu cabazes de natal a 59 funcionários. Para os Advogados carenciados, no entanto, a Ordem recusou a ajuda económica, apesar de dispor da respetiva capacidade económica para o efeito.

Advogado desde 1983, foi representante da Ordem dos Advogados na Unidade de Missão da Reforma Penal do Ministério da Justiça e foi ainda membro do Observatório das Prisões. De fevereiro de 2020 a fevereiro de 2021 fez parte do Conselho de Prevenção da Corrupção. Casado com a deputada do PSD, Mónica Quintela, é membro do Conselho Superior do Ministério Público há dois anos, eleito pela Assembleia da República.

Foi por duas vezes vogal do Conselho Regional do Porto, vice do Conselho de Deontologia do Porto e chegou a ser líder do, na altura, Conselho Distrital do Porto. Há 17 anos que é também docente na Universidade do Porto.

Foi vice do Conselho Geral de 2014 a 2016 e depois de janeiro de 2020 a fevereiro de 2021, altura em que renunciou ao mandato por incompatibilidade com o atual bastonário. Tem escritório no Porto e em Coimbra.

Renúncia de mandato

Em fevereiro deste ano, seis dos 19 membros em funções do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, entre os quais o vice-presidente Rui da Silva Leal, renunciaram aos seus mandatos, em protesto contra a liderança do bastonário, Luís Menezes Leitão.

Um dos motivos invocados pelos demissionários foi a alegada falta de apoio da Ordem aos advogados que têm tido quebras significativas de rendimentos em consequência da pandemia da covid-19. Os demissionários terão enviado, na altura, uma carta conjunta ao Conselho Superior da Ordem, acusando o bastonário de não dar ouvidos aos membros do CG, de inatividade e de não prestar a ajuda necessária aos advogados mais afetados pela crise causada pela pandemia.

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DreamMedia apresenta nova identidade

A empresa sedeada em Vila Nova de Gaia posiciona-se como uma marca premium de OOH.

Leading Innovation in Out-of-Home” é a nova assinatura da DreamMedia, que tem uma nova identidade visual e pretende posicionar-se como uma empresa premium.

Este novo posicionamento situa-se entre o atual standard e o luxo. Trata-se de dar um salto qualitativo face ao atual posicionamento percecionado e, para isso, vamos firmar-nos no mercado com uma presença que impulsione esse statement. O posicionamento premium permitirá transmitir ao mercado que praticamos preços ajustados ao serviço e imagem que refletimos. A nova DreamMedia garante qualidade dos equipamentos, métricas e audiências, um serviço self-service através da nossa loja online, e sustentabilidade”, diz em comunicado Ricardo Bastos, CEO da empresa.

“A nova DreamMedia nasce de uma paixão por este setor, que ao longo dos anos se refletiu num crescimento significativo da empresa e do grupo, e que trouxe esta necessidade de consolidação”, acrescenta Ricardo Bastos.

Com sede em Vila Nova de Gaia, a DreamMedia está presente nos 18 distritos e 170 municípios de Portugal Continental com mais de 6.000 faces publicitárias, que inclui o mobiliário urbano e digital, e mais de 50.000 metros quadrados de área publicitária em redes totalmente customizáveis, descreve a empresa.

A nova identidade visual, agora aplicada em todos os suportes de comunicação, foi desenvolvida internamente.

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Atividade económica acelerou no início de junho

O indicador diário de atividade económica "aponta para uma taxa de variação homóloga da atividade superior à observada na semana anterior", indica o Banco de Portugal.

Depois de ter estabilizado no final do mês de maio, a atividade económica em Portugal acelerou na primeira semana de junho, mesmo enquanto se vive um contexto de inflação elevada, segundo mostram os dados divulgados pelo Banco de Portugal esta quinta-feira.

“Na semana terminada a 5 de junho, o indicador diário de atividade económica (DEI) aponta para uma taxa de variação homóloga da atividade superior à observada na semana anterior“, lê-se no destaque da instituição liderada por Mário Centeno.

Em 2 de junho de 2022, o DEI (média móvel semanal) registou 3,3% (variação homóloga), que compara com uma variação de 1,9% registada na semana anterior, segundo os dados do Banco de Portugal.

Este indicador abrange várias métricas da atividade económica em Portugal, nomeadamente o tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, consumo de eletricidade e de gás natural, carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes.

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Taxas máximas voltam a subir em alguns créditos ao consumo

Mantém-se a tendência de subida dos juros máximos que podem ser cobrados pelas instituições financeiras em alguns tipos de crédito. É o caso dos cartões e do financiamento para educação ou saúde.

São aumentos ligeiros mas que reforçam a tendência. As taxas que os bancos podem cobrar vão subir no terceiro trimestre em alguns tipos de crédito, segundo a informação divulgada esta quinta-feira pelo Banco de Portugal. É o caso dos cartões de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto que passam a ter um juro limite de 15,9%, mais uma décima do que no segundo trimestre e três face aos últimos três meses do ano passado.

A tendência é mista no crédito automóvel. Se a locação financeira ou ALD para carros novos se mantém com um teto de 3%, nos usados sobe duas décimas para 4,8%. Se o financiamento for realizado com reserva de propriedade, até desce uma décima nos novos, para 8,8%, e nos usados, para 11,7%.

Os empréstimos para a educação, saúde, energias renováveis e locação financeira e de equipamentos também veem a taxa máxima subir para 6,6%. No primeiro trimestre era de 6,2%.

Nos outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado) há uma descida de uma décima, para 13%. No último trimestre de 2021 era de 12,9%.

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Comercializadores que não apliquem teto ibérico do gás podem ser multados

  • Lusa
  • 9 Junho 2022

Fontes comunitárias relembram que a "aplicação destas regras será obrigatória para o mercado regulado e, no mercado livre".

Os comercializadores portugueses e espanhóis que não aplicarem as regras do teto ibérico para o preço do gás, não reduzindo ou manipulando os preços da eletricidade cobrados aos consumidores até maio de 2023, serão multados, informaram fontes comunitárias.

A aplicação destas regras será obrigatória para o mercado regulado e, no mercado livre, espera-se que os operadores internalizem estes preços reduzidos e os apliquem diretamente aos consumidores”, indicaram as fontes europeias ligadas ao processo.

E adiantaram: “Os reguladores vigiarão cuidadosamente a situação no mercado e haverá penalizações caso os operadores não estejam a jogar o jogo [a aplicar as regras] ou estejam a manipular os mercados”.

A explicação foi dada um dia depois de a Comissão Europeia ter aprovado o mecanismo temporário ibérico para limitar o preço de gás na produção de eletricidade até 2023, orçado em 8,4 mil milhões de euros e dos quais 2,1 mil milhões são referentes a Portugal.

Em Portugal, há um mercado regulado de energia no âmbito do qual as tarifas praticadas pelos comercializadores são definidas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, existindo ainda um mercado liberalizado no qual cada operador tem autonomia para estabelecer as suas condições comerciais.

O Governo português já veio informar que o regime ibérico excecional que irá definir um preço máximo para o gás natural usado nas centrais de produção de eletricidade produz efeitos no mercado a partir de 15 de junho.

Em causa está o mecanismo temporário na Península Ibérica para colocar limites ao preço médio do gás na produção de eletricidade, a cerca de 50 euros por Megawatt-hora (MWh), que foi solicitado por Portugal e Espanha devido à crise energética e à guerra da Ucrânia, que pressionou ainda mais o mercado energético.

Segundo Bruxelas, o mecanismo estará em vigor até 31 de maio de 2023, representando um apoio estatal português de 2,1 mil milhões de euros e espanhol de 6,3 mil milhões de euros em pagamentos através de subvenções diretas aos produtores de eletricidade para, assim, financiar parte dos seus custos com combustíveis fósseis, já que na atual configuração do mercado europeu é o preço do gás que dita o da luz.

O pagamento diário será calculado com base na diferença entre o preço de mercado do gás natural e um limite máximo a este montante fixado numa média de 48,8 euros/MWh durante os 12 meses de duração da medida.

Em meados de maio, Lisboa e Madrid aprovaram, em Conselho de Ministros, este mecanismo temporário de emergência relativo à Península Ibérica, em altura de crise energética acentuada pelos efeitos da guerra de Ucrânia nas cadeias de fornecimento, que foi semanas depois solicitado a Bruxelas.

Antes, no final de abril, os Governos de Portugal e Espanha chegaram a um acordo político com a Comissão Europeia para o estabelecimento de um mecanismo temporário que permitirá fixar o preço médio do gás nos 50 euros por MWh.

A financiar esta verba estão, de acordo com Bruxelas, parte das receitas obtidas pelo operador da rede de transporte espanhol em resultado do comércio transfronteiriço de eletricidade entre França e Espanha e uma taxa imposta por Espanha e por Portugal aos compradores que beneficiam da medida.

A Comissão Europeia adiantou na quarta-feira que a medida foi aprovada por ser “apropriada, necessária e proporcional”, dado que permite “fazer face aos preços excecionalmente elevados da eletricidade na Península Ibérica”, responder às “circunstâncias particulares do mercado grossista ibérico da eletricidade” e ainda por ter “um caráter estritamente temporário”.

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BCE revê em alta previsão de inflação para 6,8% este ano

A taxa de inflação irá acelerar para 6,8% este ano antes de descer para 3,5% em 2023 e 2,1% em 2024, avança o BCE.

O Banco Central Europeu (BCE) reviu em alta a previsão de inflação para este ano. De acordo com as projeções avançadas esta quinta-feira, o banco central espera uma taxa de inflação de 6,8% este ano, o que está acima da meta definida pelo conselho de governadores de 2%, no médio prazo.

A taxa de inflação irá acelerar para 6,8% este ano antes de descer para 3,5% em 2023 e 2,1% em 2024, avança o BCE que este reunido esta quinta-feira, num encontro do qual saiu a indicação de que os juros vão subir em julho e novamente em setembro, uma decisão que pretende travar a escalada de preços. Será precisamente o nível de inflação que irá determinar a dimensão do aumento da taxa diretora em setembro, explicou em conferência de imprensa, Christine Lagarde, que reconheceu, contudo, que a subida da taxa diretora em 25 pontos base “não terá impacto imediato na inflação”.

Em março, os economistas do BCE calculam que a taxa de inflação ia acelerar para 5,1% em 2022 na Zona Euro, o que já era uma revisão em alta face À previsão anterior que apontava para uma taxa de inflação de 3,2% em 2022.

“A inflação elevada é um grande desafio para todos. O Conselho do BCE assegurará que a inflação regressa à sua meta de 2% no médio prazo”, lê-se no comunicado. Os economistas do BCE reviram “significativamente em alta as projeções de base”, que “indicam que a inflação permanecerá indesejavelmente elevada por algum tempo”, admite o banco central. Ainda assim, a “moderação dos custos de energia, a atenuação das interrupções de abastecimento relacionadas com a pandemia e a normalização da política monetária deverão conduzir a uma descida da inflação”.

As novas previsões da instituição liderada por Christine Lagarde para a inflação subjacente, ou seja excluindo os preços da energia e dos alimentos, também foram revistas em alta face aos valores apontados em março para 3,3% este ano, 2,8% em 2023 e 2,3% em 2024. Valores que estão ligeiramente acima da meta definida pelo conselho de governadores. Lagarde sublinhou a subida dos preços da energia — que se deverão manter elevados nos próximos meses –, e dos alimentos, o que revela a importância da Rússia e da Ucrânia.

Depois do Eurostat ter revelado que a inflação da Zona Euro atingiu, em maio, um novo recorde de 8,1%, o optou por retirar os estímulos que já vigoravam há quase uma década, como por exemplo o programa de compra de ativos. O objetivo é travar o rápido crescimento dos preços antes que este se alastre ao resto da economia e se perpetue através de uma espiral difícil de quebrar em que os preços forçam aumentos salariais e este por sua vez alimentam o agravamento dos preços. Lagarde garante que não existe no momento qualquer espiral inflacionista, mas reconhece que tem havido, desde março, um aumento dos salários.

Mas o BCE tem pela frente a difícil tarefa de conseguir travar a inflação sem comprometer o crescimento. E nesta quinta-feira já reviu em baixa “significativamente” as previsões de crescimento para o Eurossistema, projetando um crescimento anual real do PIB de 2,8% em 2022 e de 2,1% em 2023. Lagarde garante que quando as turbulências passarem, as economias regressarão a uma trajetória de crescimento, graças à retoma de setores que foram afetados pela pandemia, como o turismo, um mercado de trabalho forte, o apoio dos fundos europeus e os elevados níveis de poupança.

Mas, um prolongar da guerra na Ucrânia, com disrupções adicionais no fornecimento da energia e novas restrições nas cadeias de abastecimento, poderá manter os preços dos alimentos elevados, alertou Lagarde que considera este um risco ao cenário definidos pelos economistas. A presidente do BCE reconheceu que “a inflação está indesejavelmente alta e permanecerá acima da meta de médio prazo 2% durante algum tempo”.

Questionada sobre a eficácia das medidas sobre a inflação devido à sua natureza, Lagarde admite que “uma porção larga da inflação é atribuível a comercio, é inflação importada, mas não é só”. Cerca de 17% dos itens analisados estão acima de 2%, uma tendência que “é em parte afetado pela energia mas não só”, acrescenta. Além disso, o banco central está também “muito atento aos salários e ao risco de espiral da inflação”, que por agora está controlado.

Já quanto ao timings do efeito das medidas na inflação, a presidente do BCE admite que este não será imediato, até porque “os custos de financiamento já aumentaram”. Mas é um sinal que está a ser dado e “vai ter impacto”, defende, apontando que é necessário “manter no caminho, ser determinados e comprometidos à meta de 2%”.

(Notícia atualizada com mais informação às 14h40)

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BCE sobe juros em julho e setembro e põe fim a programa de compra de ativos

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu rever em baixa as previsões de crescimento para o Eurossistema, projetando um crescimento anual real do PIB de 2,8% em 2022 e de 2,1% em 2023.

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu pôr fim ao programa de compra de ativos (asset-purchase program ou APP, na sigla em inglês) a 1 de julho de 2022, prevendo também uma subida dos juros em julho de 25 pontos base, bem como em setembro, num ritmo ainda por definir. Além disso, reviu em baixa as previsões de crescimento para o Eurossistema, projetando um crescimento anual real do PIB de 2,8% em 2022 e de 2,1% em 2023, atualizando também as previsões da inflação para 6,8% este ano.

A inflação alta é um grande desafio para todos nós. O Conselho do BCE assegurará que a inflação regressa à sua meta de 2% no médio prazo”, começa por ler-se no comunicado do BCE desta quinta-feira, cujas decisões foram aprovadas de forma unânime, segundo adiantou a presidente. Os técnicos reviram “significativamente em alta as projeções de base”, que “indicam que a inflação permanecerá indesejavelmente elevada por algum tempo”, admite o banco central. Ainda assim, a “moderação dos custos de energia, a atenuação das interrupções de abastecimento relacionadas com a pandemia e a normalização da política monetária deverão conduzir a uma descida da inflação”. Desta forma, as novas projeções preveem uma inflação anual de 6,8% em 2022, antes de cair para 3,5% em 2023 e 2,1% em 2024.

Os técnicos do BCE reviram também as estimativas para o crescimento da economia, que se espera que recupere quando os atuais “ventos contrários “, nomeadamente com a guerra na Ucrânia, diminuam. Prevê-se agora um crescimento anual real do PIB de 2,8% em 2022, 2,1% em 2023, números revistos em baixa face às projeções de março, e de 2,1% em 2024, valor revisto em alta.

É com base nesta avaliação atualizada que o Conselho do BCE “decidiu tomar novas medidas para normalizar a política monetária”, sendo que o organismo garante que vai manter a opcionalidade, gradualismo e flexibilidade durante este processo. O primeiro passo é, então, terminar as compras líquidas de ativos ao abrigo do seu programa de compra de ativos (APP) a partir de 1 de julho de 2022.

Apesar de terminar as compras, o Conselho do BCE “pretende continuar a reinvestir, na íntegra, os pagamentos de capital de títulos a vencer adquiridos ao abrigo do APP por um período de tempo alargado após a data em que começa a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE e, em qualquer caso, pelo tempo necessário para manter amplas condições de liquidez e uma orientação de política monetária adequada”, asseguram.

Além disso, o BCE decidiu manter os juros inalterados por agora mas avisa já que vão subir em julho, em 25 pontos base. Já em setembro é perspetivado um novo aumento das taxas de juro diretoras, mas a “calibração desse aumento da taxa dependerá da atualização das perspetivas de inflação de médio prazo”. “Se a perspetiva de inflação no médio prazo persistir ou se deteriorar, um aumento maior será apropriado na reunião de setembro”, sinalizam, admitindo assim subidas mais expressivas dos juros.

Olhando para além de setembro, “o Conselho do BCE antecipa que será adequada uma trajetória gradual mas sustentada de novos aumentos das taxas de juro”. O ritmo desta subida das taxas dependerá da evolução dos indicadores, tendo também em conta a meta de médio prazo de 2% para a inflação.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu uma conferência de imprensa esta tarde para explicar as decisões do banco central. A responsável defendeu que a “agressão russa injustificada está a afetar severamente a economia da zona euro mas há condições para crescimento no médio prazo”, prometendo também que o BCE vai “assegurar que a inflação regressa a meta de 2% a médio prazo”.

“A calibração das nossas políticas vai manter-se dependente dos dados”, admitiu, mas reiterou que estão “prontos para ajustar todos os instrumentos para garantir que a inflação estabiliza nos 2% a médio prazo”. “Não é só um passo, é um caminho”, garantiu, apontando que “se for necessário, vamos acionar instrumentos existentes ou novos que vão ser disponibilizados”.

Quanto à dimensão da subida de juros, apontou que “estamos no caminho de sair das taxas negativas, é uma boa prática começar com aumento incremental que é significativo, não excessivo e que indica um caminho”.

(Notícia atualizada às 14h30)

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Produção de energia solar em Portugal atingiu nível mais alto de sempre em maio

Portugal foi o quarto país da Europa que mais incorporou energias renováveis na produção de eletricidade na Europa, nos primeiros cinco meses do ano. Produção de energia solar atingiu recorde.

Durante o mês de maio, a produção solar atingiu os 8,2% da produção total, o que corresponde ao maior valor alguma vez registado em Portugal, aponta a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), num relatório divulgado esta quinta-feira.

Portugal ficou atrás da Noruega (99,6%), Dinamarca (76,1%) e Áustria (73,2%) no que toca à incorporação renovável na geração de eletricidade na Europa, nos primeiros cinco meses do ano. De acordo com o relatório, Portugal registou, até maio, um total de 59,4% de renováveis usados para produzir eletricidade.

O relatório revela ainda que a quarta posição manteve-se, também, olhando só para os dados do mês de maio, altura em que se gerou 56,3% de energias renováveis usadas para a produção de eletricidade, ainda que a produção deste tipo de energia tenha decrescido em 5,8% face a abril e 4,2% face a maio de 2021. Esta redução, explica o relatório, “deve-se maioritariamente à diminuição dos índices de eolicidade e de hidraulicidade, que resultaram num decréscimo da produção eólica e hídrica”.

Boletim Eletricidade Renovável APREN

A aposta nas energias renováveis fez com que durante os cinco meses do ano Portugal poupasse 1,528 milhões de euros na importação de gás natural e menos 3,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2). Em maio, a poupança foi de 274 milhões de euros e menos 0,7 milhões de toneladas de CO2 emitidas.

“Esta análise baseia-se no pressuposto de que, na ausência de renováveis, a produção seria assegurada primeiramente pelo gás natural, seguido do recurso a importações”, explica a APREN.

Renováveis não conseguiram responder 56 horas de consumo de eletricidade em Portugal

Entre janeiro e maio, o país registou “56 horas não consecutivas em que a geração renovável foi suficiente para suprir o consumo de eletricidade de Portugal Continental“, diz a APREN, salientando que o preço horário médio no Mercado Ibérico de Electricidade (Mibel) naquela altura foi de de 151,6 euros por megawatt/hora.

Por sua vez, durante o mês de maio, o preço médio no Mibel subiu para 209,4 euros por megawatt/hora, e foram 4,3 horas não consecutivas aquelas em que as renováveis foram suficientes para suprir o consumo de eletricidade no país. Na Europa, os valores médios mantiveram-se semelhantes a abril. No entanto o preço máximo diminuiu em grande parte dos países.

“De salientar a redução no preço da eletricidade em maio, já influenciada pela limitação do preço do gás natural”, medida elaborada pelos Governos de Espanha e Portugal e aprovada, esta quarta-feira, pela Comissão Europeia, indica a APREN.

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Governo admite derrapagem no PRR

  • ECO
  • 9 Junho 2022

Mariana Vieira da Silva admite que os objetivos traçados no PRR podem derrapar, na sequência do aumento dos custos das matérias-primas, mas diz que problema não é exclusivo de Portugal.

A ministra da Presidência admitiu, em entrevista ao Público/ Rádio Renascença (acesso livre), que os objetivos traçados no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) podem derrapar, na sequência do aumento dos preços das matérias-primas. Ainda assim, Mariana Vieira da Silva sublinha que este não é um problema exclusivo de Portugal.

Há um debate — que não é nacional, é um debate europeu –, sobre se é possível manter exatamente os níveis de compromisso com preços diferentes, tendo em conta as dificuldades de acesso à matéria-prima e com uma Guerra na Europa“, adianta a ministra da Presidência, sublinhando que este é “debate inevitável” que acontece “no Portugal 2020 e que também acontecerá no PRR”.

Também o Presidente da República admite que os Estados-membros serão forçados a prolongar a execução do PRR para lá de 2026 devido ao impacto da guerra. “Pode ser que, se a guerra se prolongar muito, que se chegue a conclusão de que a execução dos PRR de todos os países precisa de folga, precisa de mais prazo”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações transmitidas pela RTP3. No entanto, o Chefe de Estado sinalizou que “é tudo ainda muito indefinido porque, em rigor, ninguém sabe bem quanto a guerra pode durar”.

Em entrevista ao Público/Renascença, a ministra da Presidência sublinha, no entanto, que esta situação não “significará” que o PRR não seja cumprido. “O PRR associa uma determinada verba a um conjunto de equipamentos, e construções. [Com os efeitos da crise] o mesmo volume financeiro pode não permitir a construção do mesmo número de habitações”, admite.

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Taxa de desemprego na OCDE cai pelo 12.º mês consecutivo em abril

  • Lusa
  • 9 Junho 2022

Em abril, a taxa de desemprego era igual ou inferior à taxa pré-pandemia em três quartos de países da organização. Há menos 500 mil desempregados do que em 2019.

A taxa de desemprego na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) voltou a cair, pelo 12.º mês consecutivo, atingindo 5% em abril, contra 5,1% em março, foi hoje anunciado.

Num comunicado hoje divulgado, a OCDE indica que em abril a taxa de desemprego era igual ou inferior à taxa pré-pandemia em três quartos de países da organização.

Além disso, adianta a OCDE, o número de trabalhadores desempregados nos países da organização também continuou a cair, atingindo 34 milhões, menos 500 mil do que o nível pré-pandemia.

A taxa de desemprego também caiu em abril, para todos os grupos etários, mas manteve-se para os homens, em 4,9%.

A OCDE precisa ainda que, na zona euro, a taxa de desemprego manteve-se em 6,8% em abril, pelo terceiro mês consecutivo, e aumentou num quarto dos países, com o maior crescimento observado na Grécia.

Fora da zona euro, a taxa de desemprego caiu acentuadamente na Colômbia, e mais modestamente na Austrália, Canadá, Dinamarca, Islândia, Israel, Japão e México.

No entanto, o desemprego aumentou na República Checa e na Hungria.

Dados mais recentes mostram que, em maio de 2022, a taxa de desemprego permaneceu estável em 3,6% pelo terceiro mês consecutivo nos Estados Unidos.

A OCDE sublinha que a taxa de desemprego não inclui pessoas sem emprego que estão fora da força de trabalho, ou porque não estão ativamente à procura de emprego ou porque não estão disponíveis para trabalhar.

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Ecoturismo marinho rende cerca de 210 milhões por ano nos Açores 

  • Lusa
  • 9 Junho 2022

O ecoturismo marinho tem um impacto económico anual na ordem dos 210 milhões de euros nos Açores, de acordo com um inquérito feito a 1.740 turistas e 49 operadores marítimo-turísticos.

Os turistas que praticam observação de cetáceos, mergulho e pesca grossa, nos Açores, deixam cerca de 210 milhões de euros por ano na economia do arquipélago, adiantou hoje à Lusa a bióloga Adriana Ressurreição.

“Tendo em conta apenas os turistas dedicados [que se deslocam à região de propósito], estas atividades geram um impacto de 80 milhões de euros por ano. Se tivermos em atenção todas as pessoas que fizeram estas atividades nos Açores, o seu impacto económico pode chegar aos 210 milhões de euros”, avançou, em declarações à Lusa, a bióloga, uma das autoras de um estudo publicado em 2022 sobre o impacto económico do ecoturismo marinho no arquipélago.

Assinado por oito investigadores de centros marinhos e universidades dos Açores, de Faro, de Coimbra e de Edimburgo (Escócia), incluindo o ex-ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, o estudo avalia o impacto de três das atividades marítimo-turísticas sustentáveis com maior procura no arquipélago: a observação de cetáceos, o mergulho e a pesca grossa (pesca recreativa de peixes de grande dimensão).

O ‘whale watching’ [observação de cetáceos] é a atividade que atrai mais visitantes à região e é aquela que tem um impacto económico mais significativo.

Adriana Ressurreição

Bióloga e investigadora do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve

Com base num “inquérito de larga escala”, que envolveu 1.740 turistas e 49 operadores marítimo-turísticos (mais de 90% dos operadores ativos na região), os investigadores calcularam os gastos com as atividades praticadas, mas também com alojamento, alimentação e outros consumos (exceto o preço dos voos).

A observação de cetáceos “é responsável por cerca de 87% do número total” de ecoturistas marinhos nos Açores e “corresponde a mais de 70% do impacto económico” estudado.

“O whale watching [observação de cetáceos] é a atividade que atrai mais visitantes à região e é aquela que tem um impacto económico mais significativo. São mais de 58 mil participantes, enquanto os que fazem mergulho são 7.764 e os que fazem big game fishing [pesca grossa] são menos de mil”, adiantou Adriana Ressurreição.

No entanto, os turistas que fazem mergulho e pesca grossa escolhem os Açores, na sua maioria, especificamente para praticarem estas atividades.

“São aqueles que têm maior percentagem de turistas dedicados. Não teriam ido para os Açores se não fosse mesmo para fazer estas atividades. No caso dos mergulhadores, estamos a falar de 78% e nos big game fishers 74%. No whale watching, apenas menos de um terço foi aos Açores pelo propósito”, explicou a investigadora do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve.

Um ‘big game fisher’, por estadia de cerca de oito dias, deixa mais de 7.000 euros na região.

Adriana Ressurreição

Bióloga e investigadora do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve

O nível de especialização necessário nestas duas atividades é maior e os gastos são, normalmente, mais elevados.

Um big game fisher, por estadia de cerca de oito dias, deixa mais de 7.000 euros na região”, revelou a autora do estudo.

Além de serem atividades “que não retiram nada do meio ambiente”, a observação de cetáceos, o mergulho e a pesca grossa têm um “perfil de turista diferenciado e que deixa mais dinheiro na região”.

“Comparando um visitante normal não diferenciado e um ecoturista marinho, percebemos que as estadias são maiores para o ecoturista marinho e que o seu padrão de despesa, o dinheiro que gasta na região, é bastante mais elevado, às vezes mais do que o dobro”, frisou Adriana Ressurreição.

O montante deixado na região pelos turistas que procuraram os Açores em específico para realizar estas três atividades (80 milhões de euros) corresponde a “cerca de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) regional”.

Segundo o estudo, a observação de cetáceos, o mergulho e a pesca grossa “geram entre 400 e 500 empregos diretos” no arquipélago, ainda que mais de metade (68%) seja sazonal (entre três e seis meses).

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