5 coisas que vão marcar o dia

O Banco de Portugal vai divulgar os dados da dívida pública referentes a maio de 2024. Já a Hungria assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia.

Esta segunda-feira, o Banco de Portugal vai divulgar os dados da dívida pública referentes a maio de 2024 e o INE vai revelar as estimativas mensais de emprego e desemprego também do mesmo período. Já a Hungria assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia. A marcar o dia está ainda o início do Fórum do BCE em Sintra e a subida dos combustíveis.

Banco de Portugal revela dívida pública

Esta segunda-feira, o Banco de Portugal vai divulgar os dados da dívida pública referentes a maio de 2024. Em abril, a dívida pública aumentou em 2,5 mil milhões de euros, para atingir 273,4 mil milhões. Depois de uma queda no final do ano passado, a dívida voltou a subir e está agora nos níveis mais altos desde setembro de 2023.

INE publica taxa de desemprego referente a maio

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar esta segunda-feira as estimativas mensais de emprego e desemprego referentes a maio de 2024. Em abril e pelo segundo mês consecutivo, o desemprego recuou (ainda que ligeiramente), fixando-se a taxa em 6,3%, valor inferior tanto face ao do mês anterior, como ao do mesmo período do ano passado. Desde agosto, que o desemprego não estava tão baixo. Também a taxa de emprego recuou. Neste caso, a redução foi de 0,3 pontos percentuais em cadeia e de 0,1 pontos percentuais em termos homólogos.

Hungria assume presidência do Conselho da UE

Esta segunda-feira, a Hungria assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE). O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, reagiu negativamente ao acordo conhecido na passada terça-feira quanto aos nomes para desempenharem os cargos de topo da UE, incluindo em torno do nome de António Costa para presidir o Conselho Europeu. Em janeiro, Orbán sublinhou que o seu governo não se deixará “chantagear” pela Comissão Europeia para alterar a sua posição sobre questões fundamentais como a migração.

Começa o Fórum do BCE

O Fórum anual do Banco Central Europeu (BCE) regressa a Sintra esta segunda-feira e decorre até quarta-feira. Este evento, que se tornou um marco no calendário económico global, ganha uma relevância acrescida este ano, na sequência da recente mudança na política monetária do BCE, que realizou o primeiro corte das taxas diretoras em quase cinco anos. O Fórum reúne anualmente governadores de bancos centrais, académicos e especialistas do mercado financeiro para discutir os desafios mais prementes da economia global e contará com Christine Lagarde, presidente do BCE, e Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos EUA.

Combustíveis vão voltar a subir

Os preços dos combustíveis vão voltar a subir esta semana. O gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverá subir um cêntimo, enquanto a gasolina deverá aumentar 1,5 cêntimos, avançou ao ECO fonte do mercado. Subidas ligeiramente inferiores às verificadas esta semana. Assim, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,595 euros por litro de gasóleo simples e 1,741 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira. Desde o final de abril que os preços do diesel não estavam tão elevados.

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Primeiro fundo de crédito tem 300 milhões para emprestar às PME

A Five Credit quer revolucionar o mercado e concorrer com a banca através do primeiro fundo de crédito registado em Portugal. Tem 300 milhões para emprestar a cinco mil pequenas e médias empresas.

A Five Credit tem 300 milhões de euros para empresar a cinco mil pequenas e médias empresas (PME) através do primeiro fundo de crédito registado em Portugal e com o qual quer revolucionar o mercado de financiamento e concorrer com a banca tradicional no financiamento empresarial.

“Esta solução alternativa de financiamento, simples e rápida para PME, destaca-se por ser acessível, completamente digital, recorrendo a uma plataforma desenvolvida com as tecnologias mais recentes, mas também extremamente célere”, aponta Mafalda Duarte, fundadora e CEO da Five Credit, em comunicado.

A Five Credit compromete-se a creditar o valor solicitado na conta da empresa num prazo máximo de apenas cinco dias, “seja um crédito para fazer face a despesas imediatas, como o pagamento do IVA, seja um financiamento a 3 meses ou a 5 anos”, destaca a gestora.

Para agilizar os processos, o primeiro fundo de crédito em Portugal, que é lançado pela Circle Capital SGOIC, com a supervisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), disponibiliza uma plataforma de financiamento 100% digital através da qual vai conceder crédito às PME nacionais com, pelo menos, três anos de atividade.

Sem divulgar as condições de financiamento em termos de comissões e taxas de juro, para este ano a missão é “dar a conhecer o projeto ao ecossistema das PME portuguesas e posicionar-se como um parceiro das empresas”.

Nos próximos anos, o objetivo passa por financiar entre três mil e cinco mil empresas, incluindo os investimentos necessários para que possam cumprir os critérios de ESG, nomeadamente no processo de transição energética.

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Fórum do BCE em Sintra testa Lagarde e Powell

Sintra transforma-se na capital mundial da política monetária nos próximos três dias, com banqueiros, analistas, investidores e economistas a procurarem respostas para a economia mundial.

O Fórum anual do Banco Central Europeu (BCE) está de regresso a Sintra entre esta segunda-feira e quarta-feira. Este evento, que se tornou um marco no calendário económico global, ganha uma relevância acrescida este ano, na sequência da recente mudança na política monetária do BCE, que realizou o primeiro corte das taxas diretoras em quase cinco anos.

Inspirado no simpósio de Jackson Hole nos EUA, o Fórum do BCE reúne anualmente governadores de bancos centrais, académicos e especialistas do mercado financeiro para discutir os desafios mais prementes da economia global. E este ano, na celebração do seu 11.º aniversário, tem como tema central a “Política monetária numa era de transformação“.

O programa inclui painéis de discussão sobre tópicos como a política monetária face a múltiplos choques de oferta, a avaliação dos custos da inflação e as alterações estruturais nos mercados energéticos e as suas implicações para a inflação.

Porém, o ponto alto do evento será o painel de discussão no segundo dia, que reunirá Christine Lagarde, presidente do BCE, Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos EUA (Fed), e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil. Este painel promete ser particularmente interessante, dada a recente divergência nas políticas monetárias destas instituições.

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), na conferência de imprensa do Conselho do BCE de 6 de junho de 2024, em Frankfurt, na Alemanha, quando anunciou o primeiro corte das taxas diretoras em quase cinco anos.© Felix Schmitt/ECB

Em junho, o BCE anunciou um corte de 25 pontos base nas suas taxas diretoras, colocando a taxa de depósito em 3,75%. Esta decisão marcou uma viragem da política do banco central, que tinha mantido as taxas inalteradas desde setembro de 2023, após um ciclo de 10 subidas consecutivas.

Christine Lagarde justificou a decisão “com base numa avaliação atualizada das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, considerando por isso que era o momento “apropriado para moderar o nível de restritividade da política monetária.”

Esta mudança de rumo do BCE contrasta com a postura mais cautelosa da Fed, que tem adiado qualquer redução nas Fed Funds, tal como tem feito o Banco de Inglaterra que optou pela sétima vez consecutiva em manter as taxas inalteradas em 5,25%. Por outro lado, a decisão do BCE alinha-se com a decisão do Banco Nacional Suíço, que em março se tornou o primeiro grande banco central a cortar as taxas de juro, reduzindo-as em 25 pontos base para 1,5%.

Os economistas Kristin Forbes, Jongrim Ha e M. Ayhan Kose argumentam que “o futuro da política monetária promovida pelos principais bancos centrais será marcado por uma crescente influência de fatores globais”. Esta perspetiva, presente num paper que irão apresentar no Fórum do BCE, sugere que os bancos centrais terão de adotar uma abordagem cada vez mais holística e interconectada na formulação das suas políticas.

Esta ideia reflete, por exemplo, o alerta de Mário Centeno, governador do Banco de Portugal e membro do Conselho do BCE, que se mostrou preocupado com o crescimento da Zona Euro. “Não crescemos há ano e meio. É uma grande preocupação”, referiu o governador em declarações à CNBC. Esta declaração sublinha os desafios que os decisores de política monetária enfrentam ao tentar equilibrar o controlo da inflação com o estímulo ao crescimento económico.

À medida que o BCE navega nas águas turbulentas de uma “era de transformação”, os olhos do mundo financeiro estarão, nos próximos dias, fixos em Sintra, ávidos por decifrar as pistas sobre o próximo capítulo da política monetária global.

Os investidores e analistas estarão assim atentos a quaisquer sinais que possam ser dados durante o Fórum do BCE sobre a trajetória futura das taxas de juro por parte dos bancos centrais. É importante notar que, historicamente, as declarações feitas durante o Fórum de Sintra têm tido um impacto significativo nos mercados financeiros.

Em 2022, por exemplo, os comentários de Christine Lagarde sobre a necessidade de normalizar a política monetária contribuíram para um aumento das expectativas de subida das taxas de juro, influenciando os movimentos nos mercados de obrigações e ações.

Com a economia global numa encruzilhada, entre a ameaça persistente da inflação e os riscos de estagnação, e o mundo envolto num ambiente de fortes tensões geopolíticas, as palavras proferidas nestes três dias por alguns dos maiores decisores do mundo económico no Fórum do BCE poderão determinar o rumo dos mercados nos próximos meses.

À medida que o BCE navega nas águas turbulentas de uma “era de transformação”, os olhos do mundo financeiro estarão, nos próximos dias, fixos em Sintra, ávidos por decifrar as pistas sobre o próximo capítulo da política monetária global. Num momento em que cada palavra pode mover mercados, o Fórum do BCE promete, mais uma vez, ser o palco onde o futuro da economia global começa a ser escrito.

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Orbán, a “pedra no sapato” que presidirá uma UE em convulsão

Serão seis meses de expectativa para os 27, numa altura em que ainda se sente o abanão político na Europa. A Hungria assume agora a presidência rotativa da UE, antecipando-se bloqueios e entraves.

A Bélgica passa esta segunda-feira à Hungria o testemunho da presidência rotativa do Conselho da União Europeia, conhecido informalmente como Conselho. Viktor Orbán, que é várias vezes acusado de euroceticismo, ficará encarregue de discutir, alterar e aprovar pacotes legislativos, juntamente com o Parlamento Europeu, com os ministros dos 27 Estados-membros até dezembro.

Do ponto de vista institucional e político, Orbán não vai ter nenhum relevo por não ser nenhum cargo”, sublinha ao ECO Margarida Marques, ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus e eurodeputada eleita pelo PS na legislatura anterior. “No entanto, não limita o meu receio de que haja por parte dos ministros húngaros pouco apetite político para progredir em algumas áreas da agenda. Pode avançar-se muito pouco durante a presidência húngara”, diz.

No topo da agenda estará o programa comum desenhado em conjunto entre os primeiros-ministros espanhol e belga, Pedro Sánchez e Alexandre de Croo (que presidiram ao Conselho nos últimos 12 meses), e o próprio Orbán, para os 18 meses de presidência rotativa deste trio. A estratégia está assente em seis pilares: defender o estado de direito, democracia e unidade; reforçar a competitividade; dar continuação à transição ecológica e justa; reforçar a agenda social e sanitária; proteger as pessoas e fronteiras; e promover uma Europa global.

Ora, o Conselho (não confundir com o Conselho Europeu) funciona na mesma ótica do Conselho de Ministros a nível nacional. Não tem membros fixos e reúnem-se mensalmente apenas os ministros em função da área política agendada. Por exemplo, quando o Conselho se reúne para debater assuntos económicos e financeiros (o Conselho ECOFIN), são os ministros das Finanças de cada país que marcam presença (no caso de Portugal, Joaquim Miranda Sarmento). Esses Conselhos de Ministros serão presididos pelos ministros húngaros das respetivas pastas.

Presidências rotativas do Conselho da União Europeia:

Orbán entra assim na fase final de um mandato rotativo de 18 meses, tendo, por isso, a responsabilidade de dar continuidade aos trabalhos em curso. Porém, não se exclui que, dentro deste plano, Viktor Orbán tente levar avante a sua agenda pessoal, com especial enfoque sobre a competitividade, imigração e fronteiras. Afinal de contas, “Make Europe great again” (“Tornar a Europa grande outra vez”, tradução livre do inglês) é o mote da sua presidência, numa alusão ao slogan MAGA (Make America great again) popularizado por Donald Trump.

“Vai ser um mandato que começa com um estrondo [após eleições europeias e nomeações para cargos de topo], e desde logo com um slogan que anuncia o que aí vem. Será uma presidência, sobretudo, proclamatória e de tentativa de bloqueio, sempre em troca de algo”, prevê Paulo Sande, antigo assessor político do Presidente da República e especialista em assuntos europeus ao ECO. “Orbán será uma pedra no sapato [da União Europeia] e não mais do que isso”, diz.

Face à pouca margem de manobra, será dentro do programa comum que Orbán tentará movimentar-se tentando garantir que os seis meses da sua presidência serão produtivos para o bloco, isto apesar de haver entre os 27 Estados-membros uma preocupação de que não será bem assim. Com isto em mente, a presidência belga procurou, nos últimos três meses, acelerar a adoção de pacotes legislativos fraturantes, com receio de que sob liderança húngara ficariam na gaveta. Entre eles, o pacto de migrações e asilo, o 14.º pacote de sanções à Rússia e o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia. “Algo que não é costume”, aponta Paulo Sande. “Há uma preocupação com possíveis bloqueios na tomada de decisões como costuma ser habitual com Orbán”, diz.

“[O primeiro-ministro húngaro] vai fazer a sua agenda dentro do espírito do programa comum. O seu foco deverá recair sobre a proteção das pessoas e fronteiras, o reforço da industria e da competitividade, tentando construir uma ponte entre a UE e a China”, explica José Filipe Pinto, politólogo e professor catedrático de Relações Internacionais na Universidade Lusófona ao ECO. Recorde-se que é na Hungria que está instalada a fábrica da construtora automóvel BYD, fruto de um acordo de cooperação estratégica assinado entre Budapeste e Pequim. Enquanto Orbán reforça as relações com Xi Jinping, “sempre numa ótica pragmática e nunca ideológica”, garante José Filipe Pinto, Bruxelas, em sentido contrário, aumenta as taxas aduaneiras sobre a importação de carros elétricos chineses.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, diz que a atual Comissão Europeia é “a maior ameaça” ao seu paísLusa

Mas mais importante do que isso, Orbán vai analisar a questão da Ucrânia, “procurando levantar obstáculos e tornar o processo mais moroso”, alerta José Filipe Pinto.

Desde o início da invasão russa, em 2022, que o líder húngaro se tornou num obstáculo no apoio dos 27 a Kiev. A oposição traduziu-se em sucessivos vetos em Conselhos Europeus que deixaram um mal-estar entre os seus homólogos. A proximidade indiscutível a Putin culminou no momento em que Orbán saiu da sala quando o Conselho Europeu se preparava para votar a favor do alargamento a Kiev. Foi graças a esta ausência que hoje o bloco está mais perto de voltar a ser composto por 28 países.

Agora na presidência, embora não possa congelar o processo que arrancou, oficialmente, em junho, será expectável que a Hungria coloque entraves até dezembro, mês em que decorrerá o último Conselho Europeu do ano, do mandato de Orbán, e o primeiro de António Costa enquanto presidente do órgão que representa os 27 Estados-membros.

“Vamos ter eleições nos Estados Unidos, o debate em torno da defesa vai estar a ferver porque se fala na necessidade de se fazer investimentos de 500 mil milhões em dez anos e o processo da adesão da Ucrânia vai continuar. Tudo isto vai culminar no Conselho Europeu de dezembro, e Costa e Orbán vão defrontar-se”, alerta Paulo Sande. Mas não se espera um confronto difícil. Afinal de contas, António Costa foi nomeado para presidir o Conselho Europeu precisamente por causa da sua capacidade de dialogar mesmo com aqueles com quem não se alinha politicamente.

Até lá ainda muito vai acontecer. Desde logo, as eleições legislativas em França (já neste domingo), a eleição da presidência e vice-presidência do Parlamento Europeu, e a confirmação de Ursula von der Leyen e Kaja Kallas para presidente da Comissão e chefe da diplomacia, respetivamente, no mês de julho. Depois disso, serão escolhidos os vice-presidentes e comissários em outubro. Face a este calendário, espera-se apenas que o trabalho legislativo no bloco europeu recomece apenas já perto do fim do mandato da presidência húngara. Mas isso não significa que não haja espaço para fogos-de-artifício.

Órban vai, certamente, fazer declarações e perturbar o debate político que é fundamentalmente isso que gosta de fazer“, aponta Margarida Marques, que o caracteriza com um líder “populista puro e duro”.

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Fábrica da Indorama em Sines vai estar parada durante um ano. Já perdeu 40% dos trabalhadores

A antiga Artlant, comprada pelo grupo tailandês em 2017, está em lay-off desde outubro do ano passado. Dos 134 funcionários que tinha antes do início da paragem, apenas 80 continuam na empresa.

A fábrica da Indorama Ventures de Sines, comprada pela multinacional tailandesa à CGD por 28 milhões de euros no final de 2017, vai manter o lay-off, iniciado em outubro, pelo menos durante um ano. A empresa justifica a decisão com as pressões macroeconómicas e a concorrência que o setor enfrenta, garantindo que está a falar com os trabalhadores para minimizar o impacto desta medida. Ainda assim, desde o início do lay-off, 40% dos funcionários já abandonaram a empresa.

Tomámos a decisão de suspender temporariamente a produção nesta fábrica até 30 de setembro de 2024, em acordo com o Conselho de Empresa local e a Segurança Social portuguesa“, confirmou ao ECO fonte oficial da multinacional tailandesa. A fábrica de Sines da Indorama iniciou em outubro do ano passado um lay-off que engloba a paragem da produção durante “seis meses renováveis por igual período” e o pagamento de 66% do salário aos trabalhadores por parte da Segurança Social.

Tomámos a decisão de suspender temporariamente a produção nesta fábrica até 30 de setembro de 2024.

Indorama Ventures

“A indústria do ácido tereftálico purificado [matéria-prima utilizada para a produção de politereftalato de etileno (PET), componente base no fabrico de embalagens de plástico para uso alimentar, como garrafas para bebidas] tem sido sujeita a pressões competitivas e macroeconómicas sem precedentes, acompanhadas de aumento de custos e importações de baixo custo. Isto aplica-se ao nosso negócio em Sines, Portugal”, justifica a empresa, em declarações escritas enviadas ao ECO.

A antiga Artland, criada pelos espanhóis da La Seda para o projeto petroquímico em Sines, passou de um Projeto de Interesse Nacional (PIN) para um Processo Especial de Revitalização (PER) que desabou em falência. Deixou muitos milhões de euros por cobrar, com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) como o principal credor.

A aquisição pela empresa tailandesa, no final de 2017, trouxe a esperança de um renascimento da fábrica. O grupo anunciou um investimento de 150 milhões de euros para que a produção fosse retomada no segundo semestre de 2018. E, segundo a AICEP, gestora do parque industrial e logístico onde estão instaladas várias unidades da indústria petroquímica, a empresa, que empregava na altura mais de 100 trabalhadores, previa aumentar “em 10% a força de trabalho”.

Os trabalhadores não sabem qual vai ser o futuro após outubro.

Hélder Guerreiro

Porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE-Sul)

Seis anos depois, o futuro da companhia não poderia ser mais incerto, com a empresa tailandesa a manter tudo em aberto sobre o que irá acontecer com a petroquímica de Sines, após outubro. “Os trabalhadores não sabem qual vai ser o futuro, refere ao ECO Hélder Guerreiro, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE-Sul). O dirigente sindical mostra-se preocupado com a situação dos trabalhadores, que estão a receber 66% do salário. Uma situação que tem levado muitos a procurar outras alternativas de trabalho.

Segundo adianta Hélder Guerreiro, a Indorama conta atualmente com 80 trabalhadores, menos 40% do que os 134 funcionários abrangidos pelo lay-off, no início deste processo, quando a multinacional tailandesa decidiu suspender a produção de ácido tereftálico purificado na fábrica de Sines.

Desde o início do lay-off saíram várias dezenas de trabalhadores da fábrica da Indorama de Sines. A petroquímica conta atualmente com cerca de 80 trabalhadores, abaixo dos mais de 130 que empregava à data do arranque do lay-off.

Estamos a trabalhar diretamente com os nossos colaboradores, os seus representantes e as principais partes interessadas nacionais para minimizar o impacto deste ciclo económico negativo“, salienta, por outro lado, fonte oficial da empresa. “Informaremos os funcionários e as principais partes interessadas caso haja alguma atualização”, acrescenta.

Com uma capacidade de produção de 700 mil toneladas por ano, a unidade de Sines é uma das mais de 100 fábricas detidas pela Indorama a nível global. Em relação ao futuro da empresa em Portugal, o grupo diz que “todas as opções estão em cima da mesa”, explica Hélder Guerreiro. As justificações que têm recebido da empresa apontam que a produção na Europa não é rentável. O sindicalista refere ainda que uma fábrica idêntica à de Sines, detida pelo grupo na Holanda, já foi encerrada. “Muito provavelmente aqui vai acontecer o mesmo”, lamenta.

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Teixeira Duarte perde obra no IP3. Espanhola Ferrovial fica com o projeto

A construtora portuguesa não conseguiu entregar toda a documentação necessária. Alargamento do IP3 entre Santa Comba Dão e Viseu será feito pela Ferrovial.

Afinal será a espanhola Ferrovial a fazer as obras de alargamento do IP3 entre Santa Comba Dão e Viseu, depois do consórcio liderado pela Teixeira Duarte não ter conseguido entregar a totalidade da documentação exigida no processo de habilitação, apurou o ECO junto de fonte ligada ao processo.

A Infraestruturas de Portugal (IP) tinha selecionado o agrupamento composto pela Teixeira Duarte, Gabriel Couto e Embeiral para a construção da primeira fase das obras no IP3, com a qualidade do projeto a permitir uma classificação no concurso mais elevada face aos concorrentes, apesar do custo mais elevado: 118,15 milhões de euros.

As espanholas Acciona e Ferrovial e a portuguesa ABB ainda contestaram o resultado preliminar do concurso, mas a Infraestruturas de Portugal manteve a adjudicação. O consórcio da Teixeira Duarte não conseguiu, no entanto, entregar toda a documentação exigida no processo de habilitação.

A administração da IP optou então por entregar a obra à Ferrovial, que fez a proposta com o valor mais baixo: 103,3 milhões de euros. A construtora espanhola terá também de cumprir com a entrega da documentação necessária. Se for bem-sucedida, o contrato poderá ser assinado ainda em julho.

A intervenção no IP3 permitirá que a via fique com “perfil de autoestrada” em grande parte do percurso e reduzir o tempo de viagem entre Coimbra e Viseu em 34% (de 65 para 43 minutos).

Além da duplicação do troço entre Viseu e Santa Comba Dão, em projeto estão a duplicação do troço entre Souselas e Penacova (130 milhões de euros), a duplicação do troço entre Penacova e Santa Comba Dão (80 milhões) e a instalação de sistemas de comunicação de tráfego com informação em tempo real (12,5 milhões). A conclusão está prevista para o início de 2028.

O último grande concurso ganho em Portugal pela Ferrovial foi a adjudicação da expansão do Metro do Porto (construção da Linha Rosa e prolongamento da Linha Amarela), confirmada em 2020, num investimento de 288 milhões de euros.

A concorrência feroz das empresas espanholas nos concursos públicos em Portugal tem estado no topo das preocupações e dos discursos dos líderes das empresas nacionais e dos representantes do setor. As próximas grandes “batalhas ibéricas” vão ser travadas nos troços da linha de Alta Velocidade entre Lisboa e Porto

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PortAventura World lança a sua campanha “Si Gana La Roja Entras Gratis” para oferecer 10.000 bilhetes gratuitos

  • Servimedia
  • 1 Julho 2024

A iniciativa, que decorrerá até 13 de julho, foi anunciada esta manhã através de um grande cartaz exposto no centro de Madrid.

Em plena competição do Campeonato Europeu de Futebol, o PortAventura World lançou a campanha “Si Gana La Roja Entras Gratis” (#IfLaRojaEntrasGratis), uma nova iniciativa com a qual pretende celebrar com todos os adeptos de futebol “o espírito competitivo de La Roja e levar entretenimento e experiências divertidas aos visitantes”.

No total, 10 000 pessoas poderão obter o seu bilhete gratuito para desfrutar do parque se a Espanha ganhar a Taça no dia 14 de julho em Berlim. No âmbito desta campanha, o PortAventura World instalou um grande cartaz na rua Fuencarral, no coração de Madrid, convidando os adeptos a participarem e a terem a oportunidade de solicitar o seu bilhete gratuito até 13 de julho.

De acordo com a empresa, os inscritos receberão um e-mail com um código que poderá ser resgatado na compra de um bilhete para desfrutar do PortAventura World.

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#17 O onze de Portugal e a ‘desconhecida’ Eslovénia

O ECO estabeleceu uma parceria com o jornal desportivo online Bola na Rede, para o acompanhamento do Euro 2024. O jornalista Diogo Reis é Enviado Especial à Alemanha e escreve uma crónica diária.

Roberto Martinez disse que agora começava um novo torneio: a fase a eliminar. Será que também vamos ver um novo Portugal: revigorado no plano ofensivo, com outras soluções e mais protegido defensivamente? Certamente a Seleção Nacional analisou bem o jogo com a Geórgia, pois a Eslovénia partilha algumas das características, como o defender em bloco baixo e a transição rápida. Ainda que Portugal tenha um plantel muito mais profundo, não vai ser um jogo tão fácil como muitos pintam. Não obstante, tudo o que não seja vitória é uma derrota. A partida terá início às 20h00 em Frankfurt e o vencedor deste jogo irá defrontar o vencedor do França x Bélgica nos quartos-de-final.

Os quatro cantos do dia

Quem é a Eslovénia?

À semelhança da Geórgia, a Eslovénia está possivelmente perante o maior jogo da sua história, sendo que é a primeira vez que marcam presença nos oitavos-de-final. Até ao momento, destacaram-se pela sua organização defensiva em 4-4-2 (confortável em bloco médio/baixo; e postura intensa/agressiva sem bola) e pelo jogo mais vertical, tendo como principal referência ofensiva Benjamin Sesko. No entanto, não são os mais fortes a lidar com a pressão (com bola) e conectar setores. Jan Oblak pode sempre ser importante e Bijol está a fazer um belo torneio. O maior erro de Portugal seria subestimar e fazer já contar para os quartos-de-final.

Uma noite para esquecer e mais um dia para aprender

Será interessante perceber os ajustes que Portugal terá feito depois do jogo com a Geórgia. A gestão de Roberto Martínez não foi a melhor, pois podia ter utilizado o jogo para solidificar dinâmicas ou ganhar alternativas, porém a sensação que fica é de ter perdido opções. O caso mais evidente é António Silva (esteve mal, mas não há necessidade nem é bom tanta negatividade, ainda para mais num jogo zero decisivo), que foi crucificado pela opinião pública e imprensa portuguesa. A uma certa altura, houve também jogadores com diferentes papéis (Francisco Conceição à esquerda) e Rúben Neves (uma espécie de segundo avançado), deixando dúvidas sobre o objetivo. Além de que, por um lado descansou Pepe, Bruno Fernandes e Rúben Dias, mas Cristiano Ronaldo foi titular, enquanto Gonçalo Ramos não entra sequer como segunda opção. Roberto Martínez tinha certamente a sua ideia e agora é aprender e trabalhar para melhorar e garantir a passagem aos quartos-de-final.

Qual será o 11 de Portugal?

Na baliza, não deve haver dúvidas: Diogo Costa. Depois de ter jogado com uma linha de três centrais, Portugal pode voltar à estrutura defensiva com quatro homens, com Nuno Mendes e João Cancelo nas laterais, Pepe e Rúben Dias no centro. Abdicando de um central, a Seleção Nacional ganha um médio e pode ser fundamental não só para travar transições (João Palhinha) como para obter maior criatividade na busca de soluções ofensivas. João Palhinha, Vitinha e Bruno Fernandes é a aposta. Por fim, a frente de ataque vai seguramente continuar com Cristiano Ronaldo a ponta-de-lança, Rafael Leão pode regressar à esquerda e Bernardo Silva ocupar o espaço direito, relacionando-se bem com João Cancelo.

Uma viagem ao “passado”

Portugal de Roberto Martínez já enfrentou a Eslovénia. Lembram-se? A partida decorreu no dia 26 de março de 2024 e foi um jogo particular, no qual Portugal perdeu por 2-0 (golos de Adam Cerin e Timi Max Elsnik). Nesse dia, a Seleção Nacional alinhou com uma estrutura de três centrais (Gonçalo Inácio, Danilo Pereira e Pepe) à frente de Diogo Costa. João Cancelo e Diogo Dalot ocuparam as laterais e Vitinha e Rúben Neves o meio-campo, atrás de João Félix, Otávio e Cristiano Ronaldo. A formação tática foi de 3-4-2-1.

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Fórum Nacional de Seguros 2024 arranca amanhã

  • ECO Seguros
  • 1 Julho 2024

Com novo máximo de expositores e mais de 2.200 profissionais inscritos, vai decorrer amanhã e quarta-feira o 3º FNS. Traz novidades e debates com especialistas sobre os temas mais atuais dos seguros.

O 3º Fórum Nacional de Seguros, uma organização do ECOseguros e da Zest, volta a realizar-se na Alfândega do Porto no dia de amanhã e de quarta-feira, dias 2 e 3 julho. O número de expositores supera o de 2023 e, este ano, como primeira grande novidade, será realizada uma sunset party no final do primeiro dia, mais uma oportunidade para encontro e reencontro dos profissionais dos seguros. Também a Generali Tranquilidade introduz um passatempo no final de cada dia do evento em que oferece um passe duplo para um dos grandes festivais de música da atualidade.

As conferências vão ter lugar em auditório em vez de sala, um acrescento em relação às duas edições anteriores. Os debates terão início pelas 9h00 de dia 2, 3ª feira e prolongam-se em vários painéis ao longo do dia reunindo interesses particulares de seguradores, mediadores, corretores, parceiros do setor, permitindo uma transmissão de mensagens a um público profissional alargado a toda os papéis desempenhados na indústria seguradora nacional. As conferências continuam no dia 3, 4ª feira, durante a parte da manhã, com início às 9h00.

Veja aqui o site dedicado ao Fórum Nacional de Seguros 2024 .

A APS – Associação Portuguesa de Seguradores, é parceira desde a 1ª edição do Fórum Nacional de Seguros e dará apoio diverso, nomeadamente na comunicação de factos relevantes aos milhares dos seus stakeholders que vão estar presentes ao longo dos dois dias.

A APROSE – Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros continua a ser parceira estratégica do Fórum o os seus membros conseguiram as mais favoráveis condições de participação.

A elite dos seguros em Portugal entre expositores e visitantes esperados

A adesão dos participantes expositores já ultrapassou as duas primeiras edições, com muitos a repetir a presença, um indicador do sucesso das suas anteriores experiências. Também estarão presentes novos aderentes que, após terem avaliado o impacto do Fórum, decidiram estar presentes a partir deste ano.

Entre as seguradoras estarão presentes a Ageas Seguros, Allianz, Allianz Trade, ARAG, Asisa, Azuaga, Caravela, Credimedia, Fidelidade, Generali Tranquilidade, Lusitania, mgen, Onyx, Planicare, Prévoir, Real Vida, UNA e Zurich.

Corretores e agentes estarão com a April, AQS, Diagonal, IBK, Innovarisk, MDS, Mediplus, Methodus, Mudey, NacionalGest, Sabseg, Safe-Crop, Sammy Free, SegUp, Segurajuda, Seguramos, Semper, Specialty Risks (Costa Duarte), Universalis e Verspieren.

Como parceiros estratégicos da indústria vão estar a presentes a Broseta, Carglass, CCA, Cleva, Saúde Prime e SPS Advogados.

No campo tecnológico o FNS vai contar com os seus principais protagonistas: i2S Brokers, Libax, lluni, RandTech Computing e Milenia Gemese.

Veja aqui o site dedicado ao Fórum Nacional de Seguros 2024 .

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72% dos americanos defendem que Biden não se deve recandidatar

  • Lusa
  • 30 Junho 2024

A sondagem indica que 49% dos eleitores acreditam que também Trump não tem saúde mental e cognitiva para servir como presidente e 54% dizem que não deve concorrer.

72% dos eleitores registados nos Estados Unidos dizem que o Presidente norte-americano, Joe Biden, não deve concorrer a um segundo mandato, segundo uma pesquisa realizada pela CBS News e YouGov, após o debate com Donald Trump.

Este resultado representa um aumento de nove pontos percentuais em comparação com a mesma pergunta feita em fevereiro. Biden, de 81 anos, viu a sua candidatura como candidato democrata às eleições de novembro enfraquecida após o debate contra o ex-presidente Donald Trump (2017-2021), no qual se mostrou fisicamente desajeitado e, por vezes, hesitante, incoerente e com frases inacabadas.

Ainda assim, Joe Biden disse no dia seguinte ao debate de quinta-feira com Trump que não tencionava desistir da corrida para um segundo mandato.

80% dos inquiridos na sondagem consideram que a idade de Biden é uma razão fundamental para não se candidatar e 72% dizem que Biden não tem saúde mental e cognitiva para ser Presidente, mais sete pontos do que no início de junho.

Quando questionados mais diretamente sobre se Biden deveria afastar-se para dar a outro democrata a oportunidade de se candidatar, 64% dos eleitores responderam que sim.

A sondagem, realizada entre 28 e 29 de junho junto de 1.134 eleitores registados e com uma margem de erro de cerca de 4,2 pontos percentuais, mostra também a preocupação dos eleitores em relação a Trump, de 78 anos.

Em relação ao candidato republicano, a sondagem indica que 49% dos eleitores acreditam que ele não tem saúde mental e cognitiva para servir como presidente e 54% dizem que ele não deve concorrer.

Após o frente a frente desta semana, os meios de comunicação social e as sondagens norte-americanas apontavam Trump como o vencedor do debate entre os dois candidatos.

Uma sondagem da CNN, a estação responsável pelo primeiro debate entre os candidatos às presidenciais de novembro, indicou na quinta-feira que os eleitores registados que assistiram ao encontro “acham que Trump superou Biden”.

“A maioria diz que não tem confiança real na capacidade de Biden para liderar o país. Ao mesmo tempo, a maioria dos que assistiram ao debate dizem que este teve pouco ou nenhum efeito na sua escolha para presidente”, afirmou o canal.

Em 2020, quando ambos os candidatos estavam a lutar pela Sala Oval, a mesma sondagem observou que o público sentiu que Biden superou Trump nos seus dois debates presidenciais.

Entretanto, uma sondagem YouGov realizada ontem indicou que Trump venceu o debate por uma margem de dois para um. Quarenta e três por cento dos inquiridos consideraram que Trump ganhou o debate, em comparação com 22% que disseram que foi Biden. Os restantes 35% disseram não ter a certeza.

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Extrema-direita vence em França com 34% dos votos na 1ª volta

O bloco centrista do presidente francês Emmanuel Macron ficou em terceiro lugar, com 20,5-23%, de acordo com as projeções eleitorais.

As primeiras projeções de resultados, segundo o jornal Le Monde, apontam para uma vitória da União Nacional, de Marine Le Pen , com 34% dos votos. A coligação que reúne vários partidos de esquerda, a Nova Frente Popular, surge no segundo lugar, com 29%. Em terceiro está o partido do Presidente Emmanuel Macron, com 22%.

O jornal Figaro avança com uma projeção em que o partido representado por Jordan Bardella surge com 34,2%, a frente de esquerda encabeçada por Manuel Bompard consegue 29,1% e partido do atual primeiro-ministro Gabriel Attal consegue 21,5%.

O partido de extrema-direita francês Rassemblement National (RN), de Jordan Bardella, liderou a primeira volta das eleições legislativas com cerca de 34% dos votos, segundo as sondagens IFOP, Ipsos, OpinionWay e Elabe.

A coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP) ficou em segundo lugar, com cerca de 29%, à frente do bloco centrista do presidente francês Emmanuel Macron, que ficou em terceiro lugar, com 20,5-23%.

Numa primeira reação aos resultados, o chefe de Estado francês sublinhou, em declarações à AFP, que a elevada participação neste escrutínio demonstrou uma vontade dos franceses de “esclarecer a situação política”. E pediu também uma “grande aliança claramente democrata e republicana” para a segunda volta.

“A democracia falou: os franceses demonstraram o seu desejo de virar uma página de sete anos com um poder corrosivo”. Num discurso curto logo a seguir a serem conhecidas as primeiras projeções, Marine Le Pen agradeceu a “marca de confiança” e disse que o “bloco macronista” está “praticamente apagado”. A líder do partido que venceu as eleições nesta primeira volta convidou os franceses a “renovar” o voto no próximo dia 7 de julho caso tenham votado na União Nacional e apelou a quem fez outras opções: “Se fez outra escolha, convido-o a juntar-se à coligação da segurança, liberdade e unidade.”

De acordo com uma estimativa da Elabe para a BFM TV, o RN e os seus aliados podem vir a conquistar entre 260-310 assentos no parlamento na segunda volta de votação a 7 de julho. Já a Ipsos projeta um intervalo de 230-280 lugares para o RN. São necessários 289 lugares para obter a maioria absoluta na Assembleia Nacional, a câmara baixa do parlamento francês.

A taxa de participação na primeira volta das eleições legislativas — mais de 60% — representa um recorde. De acordo com a imprensa francesa, desde a primeira volta das legislativas francesas de 1978 que não se registava um valor tão elevado, com exceção para 1986, quando foi implementado um sistema assente na representação proporcional.

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Exportadoras portuguesas começam a sentir o impacto da crise política em França

Empresários apreensivos com instabilidade política em França, o segundo melhor mercado de exportação para as empresas nacionais e que ocupa o mesmo lugar na lista de investidores estrangeiros no país.

Cerca de 80% dos sofás vendidos pela Suffa têm como destino França. Trata-se do principal mercado da fabricante de sofás premium localizada em Lordelo, no concelho de Paredes, que fechou o ano passado com uma faturação de 5,2 milhões de euros. E que já está a sentir o impacto da crise política nas vendas. “O atual contexto político e económico de França está a afetar a confiança dos consumidores“, reconhece André Fernandes, CEO da Suffa, acrescentando que o clima de incerteza política pode levar a uma retração no consumo. As preocupações do empresário nortenho são transversais às associações empresariais que representam os setores mais expostos àquele que é um dos principais parceiros económicos de Portugal e que emprega 60 mil pessoas no país.

As empresas portuguesas exportaram, no ano passado, 10,1 mil milhões de euros em bens para França, o equivalente a 13% das exportações nacionais, com o mercado francês a ocupar a segunda posição no ranking dos maiores destinos de venda de bens portugueses. Olhando para o período entre janeiro e abril deste ano, os últimos dados disponíveis, as exportações para França somam 3.421,3 milhões de euros, -4% que em igual período do ano passado, e 12,9% do total das exportações portuguesas.

Do lado das importações, França ocupa também um lugar de destaque, surgindo como o terceiro maior fornecedor de Portugal, com um peso de cerca de 7% (7,3 mil milhões de euros) nas importações nacionais, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) compilados pela AICEP para o ECO.

França tem um papel muito importante em Portugal, com grandes grupos, como a Airbus e a Renault, a investir.

Laurent Marionnet

Diretor-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa

França é ainda o segundo maior investidor direto estrangeiro em Portugal, que atingiu 17,4 mil milhões de euros no ano passado, ligeiramente acima dos 17,3 mil milhões registados em 2022, revelam os números do Banco de Portugal. “França tem um papel muito importante em Portugal, com grandes grupos, como a Airbus e a Renault, a investir”, adiantou ao ECO Laurent Marionnet, diretor-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa (CCILF), à margem de um evento organizado em fevereiro.

André Fernandes, CEO da Suffa, diz que incerteza política pode ter um impacto direto no comportamento do consumidor. Suffa

Com o país à beira da indefinição política, perante a subida do partido de extrema-direita francês União Nacional nas intenções de voto, André Fernandes alerta que “a incerteza política e as repercussões das possíveis mudanças sociais e económicas, não só em França como também noutros países europeus, podem ter um impacto direto no comportamento do consumidor e um efeito de retração no momento de compra, faz com que os mercados, e sobretudo os investidores, fiquem mais cautelosos”. Uma situação que vem acentuar as dificuldades enfrentadas pelo setor, que já se debatia com a incerteza económica e os aumentos no preço da eletricidade, problemas que “deverão manter-se a curto e médio prazo”.

Quanto ao negócio da Suffa em França, o CEO da empresa de sofás reconhece que “desde o início do ano que [verifica] um abrandamento no ritmo das encomendas”. “Os últimos dados de que dispomos, e que são relativos a abril, indicam um decréscimo de 9%, sendo que em março tinha atingido o 8º mês consecutivo em queda. Há uma maior ponderação no ato de compra, que passou a ser menos impulsiva”, justifica.

França é mercado principal das exportações portuguesas de mobiliário, ao representar 32% das vendas, no valor de 710 milhões de euros. As exportações portuguesas em 2023 foram de 2,2 mil milhões de euros. Gualter Morgado, diretor executivo da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) contabiliza que no primeiro trimestre deste ano, o mercado francês quebrou 10% face ao mesmo período do ano anterior. Para a associação do mobiliário, não restam dúvidas que o setor está perante um “claro abrandamento económico”.

Questionado sobre o cenário de instabilidade com a ascensão da extrema-direita, o diretor executivo da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) responde que “qualquer governo que não promova a estabilidade social e o bem-estar da população, gera apreensão e baixa a confiança dos consumidores, levando-os a adiarem decisões de investimento, principalmente no que diz respeito a bens de consumo duradouro, como é o caso dos nossos setores de atividade”.

De janeiro a abril deste ano, as exportações de componentes automóveis para França registaram uma quebra de 26,2%.AFIA

À semelhança do mobiliário, as vendas de componentes automóveis para o mercado francês (terceiro maior mercado da indústria portuguesa) também estão a abrandar, com as exportações para França a registaram uma quebra de 26,2% entre janeiro e abril deste ano. José Couto, presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), constata que o “arrefecimento do consumo se traduz numa diminuição da procura a nível global”.

Metais, calçado e vestuário mais expostos

A Suffa é uma das 5.808 empresas que exportavam para França no final de 2022. As indústrias com maior peso para o mercado francês são as do calçado, têxtil, metalurgia e metalomecânica, e madeira. Segundo a Associação Empresarial de Portugal (AEP), em cada um destes setores, a dependência das vendas para a França é superior a 15%. “Tratando-se de setores de elevada especialização da economia portuguesa, é importante garantir que não venha a ocorrer um efeito negativo, que se arraste à economia portuguesa”, alerta o presidente do conselho de administração da AEP, Luís Miguel Ribeiro.

No caso do metal, França é o segundo maior mercado do setor, com 15% das exportações, tendo sido responsável por vendas na ordem dos 3,9 mil milhões de euros em 2023. “Maioritariamente em produtos e serviços altamente especializados e de elevado valor acrescentado”, conforme explica Rafael Campos Pereira. Segundo o vice-presidente executivo da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), “Portugal é um fornecedor de confiança dos grandes clusters representados na economia francesa, como o aeronáutico, automóvel ou defesa“. Nos últimos anos, as exportações têm crescido de forma contínua, tendo aumentado 7,5% entre 2022 e 2023.

Portugal é um fornecedor de confiança dos grandes clusters representados na economia francesa, como o aeronáutico, automóvel ou defesa.

Rafael Campos Pereira

Vice-presidente executivo da AIMMAP

Rafael Campos Pereira admite que, segundo as sondagens, o “mais provável” é que o Rassemblement Nacional e os seus aliados ganhem as eleições, eventualmente sem maioria para formar governo, pelo que precisarão do apoio de outros partidos. E nesse cenário “poderá haver alguma instabilidade governativa”, analisa. Ainda assim, o porta-voz do setor mais exportador da economia portuguesa refere que “é uma economia que está altamente dependente de fornecedores de qualidade e que assegurem resposta às exigências dos grandes clusters — e nesse aspeto, o Metal Portugal ocupa um lugar de pódio”.

“Temos acompanhado de perto a situação e, para já, não se sentem grandes alterações. Aliás, continua a haver um grande foco no mercado francês, alavancado pela recente estratégia europeia de aposta no setor da defesa”, explica o representante do setor. “A indústria da defesa em França é muito relevante e a AIMMAP está a acompanhar um conjunto de iniciativas muito interessantes para ajudar a posicionar as empresas nacionais como fornecedores qualificados de excelência. As empresas estão muito interessadas em explorar esta oportunidade, até porque estão preparadíssimas para responder aos desafios desse setor”, remata.

A indústria têxtil e do vestuário exporta 16% para França. “Não podemos prever os resultados políticos das eleições em França, muito menos se haverá ou não instabilidade daí resultante. No entanto, considerando a importância que a França tem para Portugal, tanto no setor têxtil e vestuário como no resto da economia — mas também no contexto do mercado único e da economia (e indústria) europeia –, a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) espera que “esses resultados não causem instabilidade política que possa afetar a economia“.

“A França é um player extremamente importante no contexto europeu e internacional e esperamos que todos os agentes ajam com a responsabilidade necessária para evitar uma instabilidade política e, sobretudo, económica neste importante parceiro de negócios para o mundo e para Portugal”, acrescenta fonte oficial da ATP, em declarações ao ECO. Tal como nos metais, França é o segundo maior mercado para esta indústria, logo atrás de Espanha.

Segundo a ATP, em 2021 e 2022 França foi mesmo um dos mercados que mais cresceu. Em 2023 sofreu uma ligeira quebra, fixando-se o valor das exportações de têxteis e vestuário para este destino em 930 milhões de euros. Os dados do primeiro quadrimestre de 2024 revelam uma quebra de 8%, semelhante a outros importantes destinos das exportações portuguesas deste setor, relacionada com a tendência de quebra do consumo.

Para o calçado,França é historicamente o principal mercado”, tendo apenas sido suplantada nos últimos anos, depois da pandemia, pela Alemanha, como explica Paulo Gonçalves, porta-voz da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS). Portugal exporta, em média, 400 milhões de euros por ano em sapatos para França. Sem querer alarga-se em comentários, o responsável refere que “precisamos, no essencial, de estabilidade” naquele mercado.

“No contexto da União Europeia, França é o segundo maior mercado, a seguir à Alemanha, com mais de 15% da população e mais de 17% do PIB. Neste sentido, qualquer instabilidade e incerteza do quadro político francês terá repercussões, não só para o próprio país, mas também para a Europa e, consequentemente, para Portugal“, alerta o presidente do conselho de administração da AEP, Luís Miguel Ribeiro.

Qualquer instabilidade e incerteza do quadro político francês terá repercussões, não só para o próprio país, mas também para a Europa e, consequentemente, para Portugal.

Luís Miguel Ribeiro

Presidente da AEP

Luís Miguel Ribeiro alerta ainda que recentemente houve “outros importantes parceiros internacionais europeus com uma instabilidade política que se prolongou durante algum tempo”, como foi o caso de Espanha, o maior cliente e fornecedor das empresas portuguesas. “Provaram serem capazes de manter a sua economia resiliente, mitigando o impacto negativo nas relações económicas com Portugal”, completa o responsável, notando, porém, que “como qualquer cenário de imprevisibilidade requer, devemos manter a prudência”

Com as exportações portuguesas muito concentradas num pequeno conjunto de países, como é o caso de França, Luís Miguel Ribeiro alerta que “a prioridade nacional deve ser a de garantir, de forma pró-ativa, uma maior diversificação das exportações portuguesas, nomeadamente para mercados fora da União Europeia, designadamente de grande dimensão e dinâmicos, mitigando futuros riscos nos nossos principais clientes”.

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