PSD em Lisboa pondera providência cautelar contra referendo sobre alojamento local

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2024

"A providência cautelar é para garantir que, do ponto de vista daquilo que é a validação administrativa do processo, é reposta a devida regularidade”, diz líder da bancada do PSD na AML.

O PSD na Assembleia Municipal de Lisboa criticou, esta terça-feira, o “reincidir no erro” quanto ao referendo na cidade sobre o alojamento local, devido à falta de validação do total das 5.000 assinaturas necessárias, estando a avaliar uma providência cautelar.

 

“Estamos, neste momento, a avaliar uma providência cautelar a este procedimento. […] A providência cautelar é para garantir que, do ponto de vista daquilo que é a validação administrativa do processo, é reposta a devida regularidade”, afirmou o líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa, Luís Newton.

Em declarações à agência Lusa, o social-democrata lamentou o comunicado divulgado esta terça-feira pela mesa da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) sobre a entrega, na segunda-feira, no Tribunal Constitucional, do processo para a realização de um referendo na capital sobre o setor, “para efeitos de fiscalização preventiva da constitucionalidade e legalidade”. A AML disse ser para “efeitos de fiscalização preventiva da constitucionalidade e legalidade“.

Apesar de o comunicado ter sido divulgado com a assinatura dos três membros da mesa da AML, sob presidência de Rosário Farmhouse (PS), Luís Newton disse que houve, entretanto, uma correção para retirar a subscrição da 1.ª secretária, a deputada do PSD Ana Mateus. O 2.º secretário é o deputado independente eleito pelo PCP Fernando Correia.

“Porque o comunicado não reporta apenas os factos. O comunicado termina com uma frase que, do nosso ponto de vista, é uma demonstração da reincidência do erro, que é: este processo só poderia ser despoletado aqui na Assembleia Municipal, com a validação de todos os pressupostos”, declarou.

No comunicado, a mesa da AML referiu que, no dia 6 de dezembro, os serviços deste órgão municipal receberam um requerimento apresentado pela comissão executiva do Movimento do Referendo pela Habitação – MRH, promotor desta iniciativa popular –, “através do qual pretende sanar eventuais vícios, requerendo a junção da subscrição da iniciativa popular já apresentada por mais 612 cidadãos eleitores recenseados no município de Lisboa, bem como a submissão ao Tribunal Constitucional nos termos do artigo 25.º do Regime Jurídico do Referendo Local”.

Os Paços do Concelho de Lisboa.Paula Nunes / ECO

Em causa está uma iniciativa do MRH que propõe duas perguntas: “Concorda em alterar o Regulamento Municipal do Alojamento Local no sentido de a Câmara Municipal de Lisboa, no prazo de 180 dias, ordenar o cancelamento dos alojamentos locais registados em imóveis destinados a habitação? Concorda em alterar o Regulamento Municipal do Alojamento Local para que deixem de ser permitidos alojamentos locais em imóveis destinados a habitação?”.

A conversão da iniciativa popular em referendo local resultou de uma deliberação aprovada há uma semana pela AML, com votos a favor de PS, BE, PEV, PAN, Livre e dois deputados dos Cidadãos por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), votos contra de PSD, CDS-PP, IL, PPM, Aliança, Chega e de uma deputada independente que se desfiliou do CDS-PP, e abstenção do PCP e do MPT.

Após essa votação, o grupo municipal do PSD pediu a nulidade da aprovação do referendo, perante a confirmação pelo Ministério da Administração Interna de apenas 4.863 assinaturas válidas de munícipes, entre as 6.528 apresentadas.

Esta terça-feira, na sequência do comunicado da mesa da AML, o líder da bancada social-democrata reforçou que o processo só pode ser “despoletado legalmente” após a validação das assinaturas pelo tribunal e, a partir daí, iniciam-se os trâmites processuais, com a consulta a este órgão deliberativo do município.

Por motivos que não conseguimos compreender, houve uma precipitação do procedimento, antecipando aquilo que é a análise que o tribunal fez.

Luís Newton

Líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa

“Por motivos que não conseguimos compreender, houve uma precipitação do procedimento, antecipando aquilo que é a análise que o tribunal fez”, apontou Luís Newton, referindo ter havido um conjunto de falhas nos números de subscrições.

O representante lamentou o comunicado da mesa da AML, em que comunica que “foram remetidas mais 600 assinaturas, mas não dá por nulo o ato de decisão”.

“Essas 600 assinaturas estão nas mesmas circunstâncias do que as outras 6.000 assinaturas estavam: estão pendentes de validação. E estas coisas não podem ser despoletadas sem, nos termos da lei, estarem devidamente validadas”, expôs.

“Não questionando a validade desta petição, nem de qualquer outra, entendemos, no entanto, que é imperioso o cumprimento dos preceitos legais, tendo pedido, assim, a nulidade da votação efetuada” na anterior reunião da assembleia municipal, explicou o líder de bancada do PSD, Luís Newton, citado na nota divulgada na quinta-feira pelo PSD Lisboa.

No mesmo dia, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, garantiu que o Governo “não teme” um referendo ao alojamento local e respeita a deliberação, sublinhando que decisão deve ser “de base local”.

O governante, que respondia a questões após o Conselho de Ministros, no Campus XXI, em Lisboa, salientou ainda que o Governo acredita na “livre iniciativa privada” de quem investiu na atividade, lembrando terem sido revogadas uma série de “limitações, proibições, tributações e expropriações legais aos títulos de alojamento local”.

“Não tememos a democracia, muito menos a democracia local”, acrescentou, insistindo que o Governo considera que este tipo de decisões deve ser tomada ao nível local “com proporcionalidade e respeito entre habitantes e titulares de licenças de alojamento local”.

Na sexta-feira, o presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), considerou que a autarquia “já está a dar resposta” aos problemas do alojamento local com o novo regulamento para o setor, mas admitiu a realização de um referendo “se as pessoas quiserem“.

Em abril de 2023, a liderança PSD/CDS-PP na câmara de Lisboa apresentou uma proposta de alteração do Regulamento Municipal do Alojamento Local (RMAL), que foi adiada, por exigência da oposição, até à aprovação da Carta Municipal de Habitação, o que aconteceu em outubro deste ano.

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Empresa de pellets na Guarda usada para burla de sete milhões com fundos europeus

Suspeitos terão usado vários esquemas, como a capitalização de uma empresa em cerca de 2,5 milhões, provenientes de uma outra, sediada na Zona Franca da Madeira. Burla atinge sete milhões.

A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou mais um esquema de fraude com fundos europeus. Uma empresa de produção de pellets na Guarda recebeu indevidamente sete milhões de euros de fundos europeus. Há três suspeitos, sendo que dois ficaram detidos.

A Polícia Judiciária realizou esta terça-feira uma operação policial, que “levou à constituição de três arguidos, dois deles detidos, fortemente indiciados de corrupção, fraude na obtenção de subsídio agravada, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, tendo lesado o Estado português e a União Europeia (UE) em cerca de sete milhões de euros”, lê-se no comunicado publicado pela PJ.

A operação “Cash Flow” suspeita que os arguidos terão constituído uma sociedade com o intuito de a candidatar a apoios financeiros da UE. Em causa está a Khronodefine do grupo atGreen que foi criada em abril de 2022 com a promessa de ter a produção desse ano já toda vendida antes mesmo da abertura da fábrica, como disse o CFO da AtGreen ao Dinheiro Vivo. Mas, um ano depois já tinha fechado portas. Não sem antes ter conseguido um apoio do Feder de sete milhões de euros para um investimento de 15 milhões.

Segundo a PJ, “os suspeitos terão desenvolvido vários esquemas, nomeadamente a capitalização de uma empresa em cerca de dois milhões e quinhentos mil euros, provenientes de uma outra, sediada na Zona Franca da Madeira”, isto porque a concessão do apoio estava condicionada à apresentação de, pelo menos, 25% de capitais próprios do projeto.

Os suspeitos terão, ainda, de acordo com a investigação conduzida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção, inflacionado despesas, celebrado contratos simulados e omitido a aquisição de equipamentos logísticos a uma empresa sedeada num país com tributação privilegiada.

“Todas estas ações visavam a apresentação de um projeto com custos acrescidos, aumentando assim as possibilidades de beneficiar de um incentivo mais elevado, porém dado a sua ilicitude, as despesas apresentadas não podiam ser consideradas elegíveis e, consequentemente, não podia ter sido atribuído o incentivo financeiro”, explica a PJ no mesmo comunicado.

A PJ frisa que ao IAPMEI, o organismo que analisou a candidatura e concedeu o apoio, foram “fornecidas informações falsas, inexatas e incompletas”.

A operação “Cash Flow” foi desenvolvida nos distritos de Lisboa, Porto, Guarda, Braga, Vila Real, Madeira e em Espanha, isto porque a PJ suspeita que os arguidos têm “participações em diversas sociedades comerciais portuguesas e estrangeiras, resultando fortes indícios de que utilizam o sistema bancário para fazer circular fundos entre contas bancárias da Guiné Equatorial, Luxemburgo, Marrocos, Emirados Árabes Unidos, Espanha e Portugal, para contas bancárias destes, dos seus familiares e de empresas associadas”.

A PJ executou 24 mandados de busca, nove domiciliárias e 15 não domiciliárias, e contou com a participação de 102 inspetores, quatro peritos da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática e cinco peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística da PJ.

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Rupert Murdoch impossibilitado de passar controlo do império de media para as mãos do filho mais velho

  • + M
  • 10 Dezembro 2024

A intenção de Rupert Murdoch passava por preservar a tendência editorial conservadora do seu império de media o que, segundo o próprio, permitiria proteger o seu valor comercial a longo prazo.

A justiça norte-americana impediu Rupert Murdoch de alterar o seu plano de sucessão para passar o controlo do seu império — que inclui meios como a Fox News ou o The Wall Street Journal — para Lachlan Murdoch, o seu filho mais velho.

A intenção do barão dos media Rupert Murdoch, que avançou com uma petição no ano passado para conceder o controlo exclusivo do fundo a Lachlan Murdoch, passava por preservar a tendência editorial conservadora da News Corp e Fox Corpo, o que permitiria proteger o seu valor comercial a longo prazo, segundo o próprio.

No entanto, a mesma foi rejeitada por um tribunal do Nevada depois de uma batalha legal contra os outros filhos, que durou meses, avançou o The New York Times.

O fundo da família Murdoch divide atualmente o controlo da empresa em partes iguais entre os quatro filhos mais velhos de Rupert Murdoch — Lachlan (53 anos), James (51), Elisabeth (56) e Prudence (66) — após a sua morte. Neste sentido, um comissário do Nevada considerou que Lachlan e Rupert Murdoch agiram de “má-fé” por tentarem conceder a Lachlan o controle exclusivo do fundo familiar, o que teria bloqueado as posições dos outros três filhos que deveriam receber ações iguais de voto após a morte do pai.

Murdoch teria conseguido fazer a alteração caso tivesse sido capaz de comprovar em tribunal que estava a agir de boa-fé e de uma forma que beneficiasse todos os seus herdeiros. No entanto, o comissário Edmund J. Gorman Jr. não aceitou os argumentos apresentados, dizendo inclusive que se tratava de uma “farsa cuidadosamente elaborada“.

O advogado de Rupert Murdoch, Adam Streisand, mostrou desilusão e avançou que a intenção passa por recorrer do veredicto, sendo que a decisão do comissário está sujeita à aprovação de um juiz distrital, cuja sentença poderá ser contestada em tribunal.

Atualmente com 93 anos, Rupert Murdoch entrou no negócio dos jornais durante a década de 1950, tendo comprado a Twentieth Century Fox em 1985. O crescimento do império aconteceu com a aquisição de várias estações televisivas norte-americanas e com a criação da Fox Broadcasting. Em 1996 lançou a Fox News, o seu canal mais famoso.

Deixou a presidência da Fox e News Corp em novembro do ano passado, numa altura em que já completava mais de setenta anos numa carreia que o consolidou como um magnata dos media. Já na nota que escreveu aos funcionários na altura, Rupert Murdoch dava a entender que pretendia que o seu primogénito fosse o seu sucessor, ao qual teceu elogios. Lachlan Murdoch é um “líder apaixonado e com princípios” que pode conduzir as empresas para o futuro, escreveu.

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Fula e Chulé lançam campanha solidária conjunta

  • + M
  • 10 Dezembro 2024

As vendas revertem a favor da SOUMA, um projeto que apoia famílias em situações de maior fragilidade e vulnerabilidade

A Fula e a Chulé, marca portuguesa de meias sustentáveis, estão a lançar em conjunto uma iniciativa solidária de Natal. As duas marcas juntaram-se para criar um par de meias estampado com padrões de alimentos, incluído num kit de quatro euros, que junta uma garrafa de óleo Fula e uma refeição, revertendo as vendas para a SOUMA, um projeto que apoia famílias em situações de maior fragilidade e vulnerabilidade, descrevem as marcas.

Este kit, sugerido no checkout do site da Chulé e nas suas pop-ups até dia 24 de dezembro, pretende “sensibilizar os consumidores para a importância da solidariedade e do impacto positivo que gestos simples podem ter na vida de quem mais precisa”.

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Estatuto dos bombeiros está “bastante ultrapassado”, diz Marcelo

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2024

O chefe de Estado voltou a separar "o teor das manifestações" de bombeiros, em relação ao qual salientou já ter manifestado "reservas", e "a justiça de se estar há 22 anos sem revisão e estatuto".

O Presidente da República afirmou esta terça-feira que espera um reatar das conversações entre Governo e representantes dos bombeiros profissionais em 2025 para se rever o respetivo estatuto, que na sua opinião está ultrapassado.

São 22 anos, é muito tempo. Portanto, eu espero que haja oportunidade, no ano que vem, de haver o reatar das conversações para se modificar um estatuto que está bastante ultrapassado”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta a perguntas dos jornalistas, num hotel de Amesterdão, onde se encontra em visita de Estado.

Nesta ocasião, o chefe de Estado voltou a separar “o teor das manifestações” de bombeiros, em relação ao qual salientou já ter manifestado “reservas”, e “a justiça de se estar há 22 anos sem revisão e estatuto”.

Segundo o Presidente da República, isso resulta de um “pingue-pongue que existe do Governo para a Assembleia, do Governo para o poder local, do poder local para o Governo e para a Assembleia”, e há que resolver o assunto.

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Fundo de Transição Justa integra investimento em nova escola superior de Abrantes

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2024

"Sempre olhámos para o Fundo de Transição Justa como um mecanismo financeiro capaz de deixar também aqui uma marca em Abrantes e na região do ponto de vista público", diz o presidente de câmara.

A Câmara Municipal de Abrantes (Santarém) anunciou, esta terça-feira, a aprovação de uma candidatura ao Fundo de Transição Justa (FTJ) para a requalificação da Escola Superior de Tecnologia (ESTA), num investimento na ordem dos oito milhões de euros.

“Sempre olhámos para o Fundo de Transição Justa como um mecanismo financeiro capaz de deixar também aqui uma marca em Abrantes e na região do ponto de vista público, e o dinheiro que o FTJ tem para apoiar as empresas é muito importante para criar novos postos de trabalho, para mitigar verdadeiramente o impacto do encerramento [da central] do carvão“, disse à Lusa o presidente do município de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos.

A autoridade gestora do Programa Regional do Centro (Centro2030) havia anunciado em junho que iria submeter à Comissão Europeia (CE) a candidatura à criação da futura ESTA, no âmbito do FTJ e das compensações económicas e sociais decorrentes do encerramento, em 2021, da central a carvão no Pego.

Prosseguimos este caminho há muito tempo, desde o dia do encerramento da central térmica a carvão; desde o dia em que percebemos que iria haver um fundo financeiro para a mitigação do impacto do encerramento do carvão. Desde essa altura percebemos que tínhamos de trabalhar de forma intensa para conseguir os melhores resultados para o território”, disse o autarca, apontando para janeiro o lançamento do concurso da obra.

“Temos o projeto terminado, estamos (…) a reunir condições para que, na primeira reunião de câmara de janeiro, possamos aprovar o lançamento da empreitada da nova Escola Superior de Tecnologia“, declarou, sublinhando a importância da estrutura nas respostas ao território “do ponto de vista da formação, da qualificação, do ensino superior, da resposta às empresas, na procura de mais cursos, de maior potencialidade de captação de alunos”.

Sublinhando que o anúncio da aprovação do investimento decorre no ano em que a ESTA cumpre 25 anos em Abrantes, em instalações provisórias, Valamatos apontou ao “tempo bastante de maturidade, do ponto de vista científico e pedagógico” (…) para que “novas oportunidades se possam lançar e novos desafios sejam colocados” com as futuras “condições infraestruturais”.

Temos o projeto terminado, estamos (…) a reunir condições para que, na primeira reunião de câmara de janeiro, possamos aprovar o lançamento da empreitada da nova Escola Superior de Tecnologia.

Manuel Jorge Valamatos

Presidente da Câmara Municipal de Abrantes

“É isso que nós desejamos, e iniciar as obras o mais rápido possível para cumprir os ‘timings’ que a Europa coloca sobre a gestão do FTJ”, declarou Valamatos.

A proposta visa agregar todas as valências da ESTA, que atualmente se encontram dispersas em vários edifícios no centro da cidade, no TagusValley — Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes, num projeto que quer “reabilitar e juntar espaços que estão disponíveis para formação profissional”.

O Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e a autarquia, que haviam anunciado uma candidatura conjunta, visam assim dotar “a sub-região do Médio Tejo de instalações adequadas e cursos superiores que possibilitem formação especializada através de capacitação destes ex-ativos [da central do Pego] para novas atividades e ajudem a captar, fixar pessoas e criar emprego“.

O presidente da câmara de Abrantes lembrou que “o encerramento da Central Termoelétrica a carvão deixou um rasto de perda significativa na economia” local e regional, que estimou em “muitos milhões de euros”, tendo defendido que “uma das formas de mitigar os prejuízos para toda a região será, seguramente, através do ensino superior, da capacitação de pessoas, do conhecimento, da ciência e da tecnologia”.

Jorge Brandão, da Autoridade de Gestão da Centro 2030, disse em junho, em Abrantes, que o encerramento da central termoelétrica a carvão do Pego implicou a perda de 420 postos de trabalho, diretos e indiretos, com efeitos negativos na cadeia de valor e um impacto significativo nas atividades económicas locais, e que a dotação de 65 ME do FTJ ao Médio Tejo decorre deste facto.

“O processo de reprogramação operacional vai incluir uma alteração ao FTJ, que tem a ver com o caminho que já fizemos, ao nível de apoiar projetos empresariais e da identificação de novas oportunidades que nos parecem relevantes para este território, como apoiar a concretização da Zona Livre Tecnológica (ZLT) e, noutra dimensão, e que o território (do Médio Tejo) considera muito relevante, que é apoiar a criação da nova ESTA”, disse então aos jornalistas.

O presidente da câmara de Abrantes, que também preside à CIM Médio Tejo, vincou esta terça-feira que os projetos a candidatar a financiamento no âmbito do FTJ incidem, além da nova ESTA, em novos projetos de produção na área das energias renováveis.

“Olhamos para a questão da mobilidade e dos transportes públicos a hidrogénio como uma forte possibilidade de financiamento; olhamos para a ESTA como um elemento central também da formação e da resposta às empresas e da criação de novos postos de trabalho; olhamos para a questão das ZLT que pretendem ser agentes facilitadores da implementação de novos projetos de tecnologia, de novos projetos de produção, nas áreas das energias renováveis”, declarou Manuel Jorge Valamatos.

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Macron vai nomear primeiro-ministro “dentro de 48 horas”

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2024

O chefe de Estado francês reuniu-se com líderes dos partidos políticos, excluindo destes contactos a esquerda radical França Insubmissa e a extrema-direita União Nacional.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse esta terça-feira aos líderes partidários reunidos no Palácio do Eliseu que pretende nomear um novo primeiro-ministro “dentro de 48 horas”, relataram os participantes na reunião à agência noticiosa francesa AFP.

Durante a tarde, o chefe de Estado francês reuniu-se com líderes dos partidos políticos, excluindo destes contactos a esquerda radical França Insubmissa (LFI) e a extrema-direita União Nacional (RN), para tentar abrir o caminho para a nomeação de um primeiro-ministro que evite novas censuras.

A comitiva de Macron, que nos últimos dias efetuou diversas reuniões com várias fações políticas, afirmou esperar que esta reunião com líderes partidários e presidentes de grupos parlamentares, todos na mesma sala do palácio presidencial, permita avançar para “um acordo sobre um método” para a nomeação de um novo chefe de governo.

Os partidos de esquerda da coligação Nova Frente Popular (NFP), nomeadamente o Partido Socialista, esperam que esta primeira reunião conjunta conduzida por Macron seja também a última. “Esperamos que este debate não possa continuar sob os seus auspícios por uma simples razão: (Macron) já não está em posição de ser o árbitro da harmonia”, comentou o primeiro-secretário do Partido Socialista francês, Olivier Faure, à chegada ao palácio presidencial.

“O resto das discussões devem ter lugar na Assembleia [parlamento]”, disse, por sua vez, a líder ecologista Marine Tondelier, frisando que está fora de questão participar “num governo de interesse geral com o LR (Republicanos, de direita) ou com os macronistas”. Segundo Olivier Faure, a coligação exige “logicamente (…) um primeiro-ministro de esquerda” que esteja “aberto a compromissos”, já que a Nova Frente Popular foi a vencedora das eleições legislativas antecipadas do verão passado.

“A política da cadeira vazia é uma forma de enfraquecer a esquerda”, lamentou o líder socialista, garantindo que quer procurar uma “solução” para uma “saída da crise”. Enquanto os socialistas, os ecologistas e os comunistas estiveram reunidos com Macron por duas horas e meia, o LFI (aliado na NFP), não foi convidado.

“Quem pensa que pode ganhar um único lugar sem nós?”, questionou aos jornalistas o líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, aumentando as tensões entre o Partido Socialista e o LFI. O coordenador do LFI, Manuel Bompard, apelou aos restantes membros da NFP para “não cederem ao canto das sereias e à tentação do governo nacional”.

“Jean-Luc Mélenchon decidiu acabar com a união da esquerda. Tudo o que ele faz, tudo o que ele defende, tudo o que ele constrói é para preparar e afirmar o seu destino pessoal e presidencial. Através das suas declarações, ele é responsável pela desunião da esquerda”, afirmou o eurodeputado e secretário-geral do Partido Socialista, Pierre Jouvet.

Para mostrar a sua boa-fé, os participantes de esquerda na reunião dizem que querem uma mudança de direção política, em particular no que diz respeito às pensões.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro interino de direita, Michel Barnier, no cargo há apenas três meses, foi forçado a demitir-se, após um voto histórico de censura na Assembleia Nacional, que após as eleições legislativas antecipadas de julho se encontra fragmentada em três blocos (aliança de esquerda, macronistas/direita e extrema-direita) e sem maioria absoluta.

A pressão para nomear rapidamente um novo chefe de Governo está ligada, nomeadamente, à situação financeira do país, já que a França tem o pior desempenho dos 27 Estados-membros da União Europeia, com exceção da Roménia, a nível de Produto Interno Bruto (PIB). Na quarta-feira, o projeto de “lei especial” anunciado por Macron após a censura do Governo, para permitir ao Estado cobrar impostos a partir de 01 de janeiro, será apresentado numa reunião do Conselho de Ministros ainda presidida por Michel Barnier, segundo o Eliseu.

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Ordem dos Advogados quis manter mensalidade da CPAS mas foi travada

A proposta inicial da Direção da CPAS era a aplicação de um fator de correção de -6%, o que corresponderia a uma contribuição mensal de 294,93 euros. Ordem votou pelos -8% (288 euros por mês).

O Conselho Geral da Ordem dos Advogados (OA), liderado pela bastonária Fernanda de Almeida Pinheiro, requereu à direção da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) que fixasse o fator de correção em pelo menos -10%, tal como aconteceu no ano passado. E, assim, os advogados ficariam a pagar o mesmo este ano para a Caixa de Previdência – cerca de 277 euros – que garante uma reforma no futuro.

Porém, a direção “entendeu que não era possível manter o fator de correção em -10% e alterou a sua proposta para -8%, valor que foi aceite pela maioria dos membros do CG CPAS, alcançando-se assim a aprovação desse fator de correção”, segundo comunicado do Conselho Geral da OA, assinado por Fernanda de Almeida Pinheiro.

“Os membros do CGOA que têm lugar no CG da CPAS entenderam votar contra a proposta da Direção da CPAS, por considerarem que o fator de correção proposto é insuficiente, e que o mesmo deveria ter em conta, principalmente, a capacidade contributiva da Advocacia, e não apenas a sustentabilidade da CPAS. A Senhora Bastonária e o Conselho Geral da Ordem dos Advogados continuarão a trabalhar junto da Comissão de Avaliação da CPAS, com a certeza de que será possível alcançar uma solução para a previdência da Advocacia, que não só lhe confira diretos sociais iguais a todos os restantes cidadãos/ãs mas também respeite a capacidade contributiva de cada um, eliminando-se, no futuro, a discussão de fatores de correção de uma contribuição que, carecendo de uma contrapartida assistencial, será, em qualquer circunstância, injusta”, acrescenta a bastonária. “Não é esta a previdência que queremos, e continuaremos a lutar para mudá-la!”.

A proposta inicial da Direção da CPAS era a aplicação de um fator de correção de -6%, o que corresponderia a uma contribuição mensal de 294,93€. Considerando que estamos a escassos 6 meses do final do trabalho da comissão criada para avaliar a solução para a previdência da Advocacia portuguesa, os membros do Conselho Geral da Ordem dos Advogados (CGOA) com assento no CG da CPAS entenderam que não fazia sentido alterar o fator de correção atual (-10%), a menos que essa alteração fosse no sentido de anular completamente o aumento da contribuição”. Mas sem sucesso. Assim, conseguiu-se uma solução a meio do caminho, ficando fixado em -8%. O que implica que, todos os meses, advogados e solicitadores tenahm de pagar, no mínimo, 288,66 euros, para ter direito aos apoios sociais.

Durante a discussão da proposta, alguns conselheiros manifestaram oposição à proposta inicial de menos 6%, tendo a direção da CPAS “mantido o seu compromisso de evitar a ausência de um fator de correção, o que representaria um agravamento, de forma repentina, da carga contributiva dos Beneficiários”, segundo comunicado da CPAS, liderada por Vítor Alves Coelho.

Fernanda de Almeida Pinheiro, bastonária da Ordem dos Advogados, em entrevista ao ECO/Advocatus - 17JAN23
Fernanda de Almeida Pinheiro, bastonária da Ordem dos Advogados, em entrevista ao ECO/AdvocatusHugo Amaral/ECO

“A direção não se demitiu da sua responsabilidade, reafirmando a sua missão de proteger os interesses dos beneficiários e adequando o esforço financeiro exigido a um contexto económico desafiante, e submeteu uma nova proposta de menos 8%. A proposta agora aprovada, com 11 votos a favor e 8 votos contra, estabelece uma medida equilibrada e gradual, que mitiga o impacto do esforço contributivo sem comprometer a sustentabilidade financeira da CPAS”. Assim sendo, os advogados passam a pagar mais 11 euros por mês, no caso do escalão mais baixo (o quinto), para a CPAS.

A Direção da CPAS “lamenta, no entanto, que este possível desfecho não tenha sido ponderado por alguns conselheiros do CG na votação contra o FC menos 8%, apesar das consequências, e mesmo após as explicações da Direção da CPAS. Na verdade, a fixação do FC em menos 8%, que representa um aumento de 2% em relação à proposta inicialmente defendida pela Direção, terá de ser tida em consideração nas medidas a apresentar à Comissão de Avaliação”, explica o mesmo comunicado.

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Politécnico de Viana cria doutoramento em design

O novo grau académico na área do design vem consolidar a posição do IPVC "como um polo de excelência na educação superior e na investigação aplicada", indica a instituição.

O Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) vai passar a outorgar doutoramentos na área do design. Para Luís Paulo Rodrigues, pró-presidente para a Investigação, Desenvolvimento, Inovação e Tecnologia, esta oferta académica vem consolidar a “posição da instituição como um polo de excelência na educação superior e na investigação aplicada”.

Segundo o IPVC, “esta conquista, que surgirá após a transformação do polo do Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design (CIAUD) numa Unidade de Gestão, abrirá novas portas para a formação avançada e a investigação científica na área“.

O politécnico conta já com uma variada oferta de licenciaturas em Design de Ambientes e Design do Produto, mestrado em Design Integrado e pós-graduação em Design de Interiores. Com o futuro doutoramento, o IPVC “reitera ainda mais o seu compromisso com a inovação educacional, consolidando o seu papel de destaque na formação de profissionais altamente qualificados”.

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Juíza demorou um dia a enviar processo Operação Marquês para julgamento

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2024

A juíza do Tribunal Central de Instrução Criminal remeteu para o Juízo Central Criminal de Lisboa o processo Operação Marquês, um dia depois de a Relação ter emitido despacho com essa orientação.

A juíza Sofia Marinho Pires, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), remeteu esta terça-feira para o Juízo Central Criminal de Lisboa o processo Operação Marquês, um dia depois de a Relação de Lisboa ter emitido despacho com essa orientação.

“Atentos os prazos prescricionais em curso, remeta os autos, de imediato, à distribuição no Juízo Central Criminal de Lisboa”, lê-se no curto despacho da juíza de instrução, noticiado pelo jornal Observador, e a que a Lusa teve acesso.

Na segunda-feira, o juiz desembargador Francisco Henriques, que no Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) tem a cargo o processo Operação Marquês, proferiu um despacho a corrigir um anterior da passada semana, determinando a correção da remessa do processo, que deveria ser enviado para o TCIC e não para o Juízo Central Criminal de Lisboa, como inicialmente decidido.

“Tendo sido proferida uma decisão de pronúncia (parcial), o processo terá de ser remetido ao tribunal ‘a quo’ [anterior], o Juiz 2 do Tribunal Central de Instrução Criminal, a fim de ser remetido à distribuição para julgamento no tribunal competente”, lia-se no despacho de segunda-feira a que a Lusa teve acesso.

Com esta decisão, o TRL efetivou o envio do processo para o TCIC, onde é tutelado pela juíza Sofia Marinho Pires, que tentou rejeitar qualquer responsabilidade sobre o processo, alegando um conflito de competências que a Relação de Lisboa não reconheceu.

Esta terça-feira, a juíza de instrução deu instruções para que o processo seguisse para o tribunal de julgamento, onde terá que ser sorteado para definir o coletivo de juízes que o irá julgar.

Na segunda-feira, em reação ao despacho corrigido, a defesa do antigo primeiro-ministro e principal arguido na Operação Marquês, José Sócrates, reiterou que o processo continua na fase de instrução e aguarda nova decisão instrutória.

“Tal como José Sócrates imediatamente esclareceu [após a decisão de quinta-feira], o processo Marquês continua na fase de instrução e aguarda a prolação da nova decisão instrutória. O logro do seu julgamento ficou esclarecido”, vincou a defesa de José Sócrates, a cargo do advogado Pedro Delille.

No processo Operação Marquês, Sócrates foi acusado em 2017, de 31 crimes, designadamente corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas na decisão instrutória, em 09 de abril de 2021, o juiz Ivo Rosa decidiu ilibar o ex-governante de 25 dos 31 crimes, pronunciando-o para julgamento apenas por três crimes de branqueamento e três de falsificação.

Uma decisão posterior do Tribunal da Relação de Lisboa viria a dar razão a um recurso do MP, e em janeiro determinou a ida a julgamento de um total de 22 arguidos por 118 crimes económico-financeiros, revogando a decisão instrutória, que remeteu para julgamento apenas José Sócrates, Carlos Santos Silva, o ex-ministro Armando Vara, Ricardo Salgado e o antigo motorista de Sócrates, João Perna.

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Contrato para infraestruturas primárias da Barragem do Pisão será assinado na quinta-feira

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2024

O consórcio ibérico ‘Agrupamento FCC Construcción e Alberto Couto Alves’ venceu o concurso público internacional, com a obra a ser adjudicada por 64,99 milhões de euros”.

O contrato para a construção das infraestruturas primárias da Barragem do Pisão, no Crato, distrito de Portalegre, vai ser assinado na quinta-feira, prevendo um investimento a rondar os 65 milhões de euros. A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), responsável pela execução do projeto, indica, em comunicado enviado à agência Lusa, que a cerimónia de assinatura do contrato vai decorrer no Salão Nobre dos Paços do Concelho do Crato, a partir das 10:00.

De acordo com a CIMAA, a construção das infraestruturas primárias do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato (EAHFMC), também conhecido por Barragem do Pisão, foi atribuído a um consórcio ibérico. No documento, a CIMAA recorda que no dia 8 de outubro os autarcas dos 15 concelhos que compõem o distrito de Portalegre deliberaram a aprovação, “por unanimidade”, da adjudicação da obra.

“O consórcio ibérico ‘Agrupamento FCC Construcción e Alberto Couto Alves’ foi o vencedor do concurso público internacional, sendo que a obra foi adjudicada pelo valor de 64,99 milhões de euros”, lê-se no documento. No comunicado, a CIMAA recorda ainda que este projeto “é o mais avultado” investimento inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com uma dotação de “aproximadamente 141 milhões de euros” e “mais 10 milhões de euros” previstos no Orçamento do Estado.

“A sua concretização permitirá garantir de forma sustentada o abastecimento público de água, o estabelecimento de novas áreas de regadio e a produção de energia a partir de fontes renováveis, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento económico da região” e, neste contexto, tendo “um profundo impacto positivo na qualidade de vida da população”, lê-se no comunicado.

O EAHFM do Crato vai inundar uma área de 726 hectares e contará com uma altura máxima de 54 metros, tendo uma capacidade de armazenamento da albufeira de 118,2 hectómetros cúbicos. A rede de rega vai abranger 5. 494 hectares, distribuídos por três blocos de rega: Crato (654 hectares), Alter do Chão (3.145 hectares) e Fronteira e Avis (1.695 hectares).

O projeto prevê ainda uma central fotovoltaica terrestre com 77 Megawatts-pico (MWp), numa primeira fase, e mais 51 MWp, na segunda fase, assim como uma central fotovoltaica flutuante, com 10 MWp, que deverão envolver um investimento total superior a 132 milhões de euros, verba que não está inscrita no PRR.

A central fotovoltaica terrestre, num investimento que ultrapassa os 124,6 milhões de euros, vai ser suportada por privados que estejam interessados na exploração deste setor, enquanto a central flutuante, orçada em mais de 7,6 milhões de euros, será da responsabilidade da CIMAA. Segundo o cronograma submetido pela CIMAA à Comissão Europeia, as obras de construção da barragem estão devem estar terminadas no final de 2026.

A albufeira vai surgir numa área de 10.000 hectares, ficando submersa a aldeia de Pisão, que atualmente conta com cerca de 70 moradores e 110 casas.

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Novo passe social para todo o país entra em vigor a 1 de janeiro

Título passa a designar-se "Circula PT" e alarga os descontos de 50% e 25% aos desempregados de longa duração e pessoas com incapacidade igual ou superior a 60% desde que tenham baixos rendimentos.

O novo passe social de transportes públicos, que alarga os descontos de 50% e 25% a todo o território nacional e aos passageiros de baixos rendimentos que sejam desempregados de longa duração ou que tenham uma incapacidade igual ou superior a 60%, entra em vigor a 1 de janeiro de 2025, segundo a portaria que regulamenta a medida, publicada esta terça-feira em Diário da República.

O título mensal, que passará a designar-se “Circula PT”, “abrangerá com um desconto de 50% os cidadãos com um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, comprovado por atestado médico de incapacidade multiúsos, e com um desconto de 25% os desempregados de longa duração”, estabelece o mesmo diploma.

Atualmente, o Passe Social+ existe apenas nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, onde se atribui um desconto de 50% sobre o valor do título de transporte intermodal aos beneficiários do complemento solidário para idosos (CSI) e do rendimento social de inserção (RSI). Neste momento, também beneficiam de uma redução de 25% do preço do bilhete os pensionistas cujo valor mensal do total de prestações seja igual ou inferior a 1,2 vezes o valor do Indexante de Apoios Sociais (IAS), o que, em 2025, irá corresponder a 627 euros.

Os beneficiários de subsídio de desemprego e subsídio social de desemprego, cujas prestações não excedam aquele teto de 627 euros e ainda os cidadãos, que integrem agregados familiares com um rendimento médio mensal equivalente que seja igual ou inferior àquele patamar, também têm direito ao desconto de 25% no passe.

Com o Circula PT, estes benefícios passam a aplicar-se a todos o país e vão abranger pessoas com incapacidade igual ou superior a 60%, que terão uma redução de 50% sobre o preço do passe, e desempregados de longa duração, que terão um desconto de 25%, desde que o rendimento médio mensal do agregado familiar seja igual ou inferior a 1,2 vezes o IAS, que corresponde a 627 euros, no próximo ano.

“O preço sobre o qual incidirá o desconto relativo ao Circula PT, doravante designado por título de referência, corresponde: ao preço dos títulos vigentes considerando os descontos já promovidos pelos operadores ou pelas Autoridades de Transportes, designadamente através do Programa de Incentivo ao Transporte Público Coletivo de Passageiros (Incentiva+TP)”, de acordo com a portaria.

O diploma esclarece que, “nos casos em que existam títulos intermodais, o Circula PT aplica-se apenas a estes títulos e não a eventuais títulos monomodais”. E, quando o tarifário vigente já disponibilize descontos dirigidos à terceira idade ou a passageiros com mais de 65 anos, serão estes os títulos devem vigorar para os beneficiários que cumpram esses requisitos. A portaria salienta ainda que “o Circula PT não incide sobre o Passe Ferroviário Verde”, que por 20 euros permite viajar em todos os comboios exceto nos Alfa Pendular.

Quanto à compensação financeira às empresas de transporte público, serão as Áreas Metropolitanas (AM) de Lisboa e do Porto e as Comunidades Intermunicipais (CIM) que terão a competência para fazer o respetivo cálculo. “As AM e CIM remetem mensalmente a informação relativa ao mês anterior, até ao último dia de cada mês, ao IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes, o montante da compensação financeira apurada para cada uma das entidades emissoras dos títulos de transporte, acompanhada da informação relativa à respetiva situação contributiva perante a Administração Tributária e a Segurança Social”, determina a portaria.

Depois, “o IMT, no prazo máximo de 20 dias, procede à agregação da informação, comunicando os montantes passíveis de financiamento à DGTF – Direção-Geral do Tesouro e Finanças, que procede à respetiva transferência para as AM, as CIM e a CP, no prazo máximo de 30 dias”.

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