Encargos do Estado com PPP subiram 2% em 2024. Saúde agrava fatura

  • Lusa
  • 13 Maio 2025

A subida face a 2023 é justificada pelo "aumento dos encargos líquidos no setor da saúde (+84,7 milhões de euros)", explica a UTAP. Impacto foi atenuado pela fatura das PPP rodoviárias.

Os encargos líquidos do Estado com as parcerias público-privadas (PPP) atingiram os 1.253,3 milhões de euros em 2024, uma subida de 2% face ao período homólogo, segundo a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP).

De acordo com o boletim da UTAP, “os encargos líquidos acumulados do setor público com as PPP, em 2024, ascenderam a 1.253,3 milhões de euros, valor ligeiramente abaixo do orçamentado e superior em 2% ao registado no período homólogo (+22,2 milhões de euros)”.

A subida face a 2023 é justificada principalmente pelo “aumento dos encargos líquidos no setor da saúde (+84,7 milhões de euros), cujo impacto foi parcialmente atenuado pela diminuição dos encargos líquidos no setor rodoviário (-55,5 milhões de euros)”, explica a UTAP. Já a diferença face ao orçamento deve-se em grande parte ao setor da saúde, cujo efeito foi “parcialmente atenuado pelo desvio nos encargos líquidos do setor rodoviário (+27,7 ME)”.

Olhando para os setores, é possível perceber que o rodoviário e o da saúde são os mais significativos, representando, no seu conjunto, cerca de 99% dos valores globais de encargos líquidos com as PPP. O setor rodoviário corresponde à maior fatia dos custos para o Estado, sendo que os encargos líquidos acumulados com as PPP rodoviárias se fixaram em 1.029,8 milhões de euros no ano passado, 3% acima do orçamentado, mas 5% inferior a 2023.

Já na saúde, os encargos atingiram os 211 milhões de euros, uma execução 13% abaixo do valor orçamentado, mas 67% acima do registado no período homólogo (+84,7 milhões de euros), “essencialmente justificado pelo incremento dos encargos com os hospitais de Cascais e de Lisboa Oriental”, explica a UTAP.

Esta subida deveu-se a fatores como um aumento do valor dos pagamentos contratuais mensais com a EGEst Cascais, contemplando 48,3 milhões de euros adicionais de despesa acumulada em 2024 face à registada em 2023, devido ao aumento da produção contratada, bem como os pagamentos efetuados à entidade gestora do Hospital de Lisboa Oriental (HLO).

É de salientar que o valor orçamentado para 2024 no setor da Saúde “foi ajustado em virtude do início da produção de efeitos do novo contrato de concessão do HLO”. Quanto aos restantes setores, os encargos com as PPP ferroviárias foram de 60,9 milhões, enquanto o valor das receitas auferidas pelas Administrações Portuárias foi de 34,4 milhões e os pagamentos realizados pelo Oceanário ao parceiro público ascenderam a 2,8 milhões de euros.

Já o valor da receita do setor aeroportuário, através do mecanismo contratual de partilha de receitas entre a ANA e o parceiro público totalizou 11,2 milhões de euros em 2024. É um acréscimo de 2,8 milhões de euros face ao período homólogo, que se deve à subida da receita devido ao aumento de passageiros e também pelo facto de em 2024 ter ocorrido o primeiro pagamento relativo aos aeroportos da Madeira.

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Círculo de Advogados de Contencioso debate diagnóstico para a justiça

  • ADVOCATUS
  • 13 Maio 2025

O CAC vai realizar a primeira sessão do ciclo "Os Desafios da Justiça - Diagnósticos e Soluções", dia 14 de maio, às 17h30, no auditório da sociedade de advogados SRS Legal.

O Círculo de Advogados de Contencioso (CAC) vai realizar a primeira sessão do ciclo “Os Desafios da Justiça – Diagnósticos e Soluções”, dia 14 de maio, às 17h30, no auditório da sociedade de advogados SRS Legal.

“A morosidade da Justiça em Portugal com níveis muito elevados e, no caso de alguns tribunais, atinge mesmo, provavelmente, níveis históricos. O cidadão comum é quem mais sofre as consequências gravíssimas deste estado de coisas, pois é-lhe denegada a justiça a que tem direito. As empresas – e, no final, todo o País – vão sofrer as consequências, pois esta realidade incontornável afasta o investimento e é inimiga do crescimento económico. Quando a justiça não é aplicada com celeridade, é o próprio Estado de Direito que fica em causa”, explica José Carlos Soares Machado, sócio da SRS Legal e membro do CAC.

“A Justiça encontra-se a atravessar uma crise grave, em que a lentidão dos processos, por vezes desesperante, está a pôr em causa princípios fundamentais do Estado de Direito”, segundo comunicado da associação. O CAC tem por objeto essencial promover a reflexão, debate e divulgação de temas relacionados com contencioso civil e comercial, nas vertentes jurídica, social e económica, visando dar um contributo para a melhoria do sistema da justiça. “O Círculo de Advogados de Contencioso, atento a esta realidade, e cumprindo uma das razões da sua criação, pretende debater esta importante temática, contribuindo para identificar causas, e propor soluções. Para isso, organiza um ciclo de quatro conferências/debates, destinado aos seus associados, mas aberto a todos os Colegas que queiram participar”, diz ainda o mesmo comunicado.

PROGRAMA

17h30 – Welcome Coffee

18h00 – Abertura
Keynote Speaker
José Carlos Soares Machado, Sócio, SRS Legal

Debate
Carlos Barbosa da Cruz, Sócio, CCA Law Firm
Nuno Líbano Monteiro, Sócio, PLMJ
António Teles, Sócio, Sérvulo & Associados
Nuno Salazar Casanova, Sócio, Uría Menéndez

Moderação
Marília Gradin, Head Editor IBERIA, Leaders League

19h30 – Encerramento

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Fisco diz que prazo para pagar IMI é fim de junho mesmo que nota de liquidação indique maio

  • Lusa
  • 13 Maio 2025

Embora nas notas de cobrança do IMI tenham como data limite o mês de maio, "pagamento pode ser efetuado durante o mês de junho, sem quaisquer acréscimos ou penalidades", garante a AT.

Os proprietários de imóveis que recebam uma nota de liquidação de IMI com a indicação de que a data limite de pagamento é o final de maio, podem desconsiderar esta informação e efetuar o pagamento até 30 de junho.

Esta indicação consta de um esclarecimento publicado esta terça-feira pela Autoridade Tributária e Aduaneira, onde a AT também refere de que forma vai restituir o valor pago a mais pelos senhorios com contratos de arrendamento habitacional anteriores a 1990 e que pediram isenção de IMI.

“Embora nas notas de cobrança do IMI de 2024 que estão a ser emitidas e enviadas conste como data limite o mês de maio, o seu pagamento pode ser efetuado durante o mês de junho, sem quaisquer acréscimos ou penalidades”, refere a informação publicada pela AT.

A nota de cobrança pode ser consultada no Portal das Finanças, adianta ainda o fisco, onde está disponível a referência para pagamento – sendo que esta se manterá válida até ao final do novo prazo para o pagamento desta primeira prestação (ou prestação única) do imposto que incide sobre bens imóveis.

O IMI é pago numa única vez quando o seu valor é inferior a 100 euros, sendo desdobrado em duas prestações pagas em maio e novembro quando oscila entre os 100 e os 500 euros. Superando os 500 euros é dividido em três prestações de igual montante a serem pagas em maio, agosto e novembro.

No entanto, há já vários anos que os proprietários têm a possibilidade de, querendo, efetuar o pagamento total do imposto com a primeira liquidação. “No caso das notas relativas à 1.ª prestação, está igualmente disponível a opção de pagamento total do imposto, com o respetivo valor e referência”, refere a AT.

Relativamente às situações dos senhorios com rendas congeladas e que estão a receber notadas de liquidação do imposto apesar de terem efetuado pedido de isenção destes imóveis, a AT distingue três situações, apresentando a respetiva resposta. Assim, para quem pagou a prestação única (porque de valor até 100 euros) ou optou pelo pagamento na totalidade das várias prestações, “será emitido o reembolso do valor pago pelos prédios isentos”.

Já quem tiver uma prestação única e ainda não tenha pago, “será efetuada até ao final de junho a correção da liquidação com o cálculo do montante correto, considerando apenas os prédios não isentos”.

Por fim, para os proprietários com mais do que uma prestação de IMI que não tenham optado pelo pagamento na totalidade das várias prestações, “a revisão da liquidação será refletida nas prestações seguintes, considerando os prédios não isentos”, pelo que deve efetuar o pagamento pelo montante apresentado para a primeira prestação.

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Marta Duarte Silva é a nova sócia da Andersen

Marta Duarte Silva é a nova sócia da Andersen. A advogada reforça o departamento de Fiscal do escritório de Lisboa.

A Andersen reforçou o departamento de Fiscal do escritório de Lisboa como a integração de Marta Duarte Silva, na qualidade de sócia. A advogada transita da Cuatrecasas.

Ter um perfil como o da Marta é muito relevante dadas as características fiscais do país e regimes particulares para residentes e não residentes, bem como outras questões relevantes do domínio fiscal”, sublinha em comunicado José Mota Soares, sócio e responsável pela Andersen Portugal.

Com mais de 20 anos de experiência, Marta Duarte Silva conta com uma vasta experiência em assessoria fiscal a clientes privados e family offices. Ao longo da sua carreira, tem ainda acompanhado inúmeros clientes em processos de planeamento de residência fiscal e mobilidade internacional e doméstica, planeamento sucessório e gestão de património familiar e empresarial.

“O conhecimento e a experiência da Marta reforçam o nosso departamento de Fiscal e complementam a proposta de valor para os nossos clientes em Portugal ou com interesses no país”, refere o managing partner da Andersen Ibéria José Vicente Morote.

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+M

ERC averigua alegados inquéritos de opinião de empresa que parece ligada ao Chega

  • Lusa e + M
  • 13 Maio 2025

Nos poucos resultados que apresenta no site, a Sondelcerto dá a liderança ao Chega em alguns países, encaminhando os visitantes para as redes sociais do Chega e de André Ventura.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) tem em curso um procedimento de averiguações sobre a realização e divulgação de alegados inquéritos de opinião do site Sondelcerto, anunciou o regulador dos media esta terça-feira.

Numa nota, divulgada no seu site, a ERC “informa que tem em curso um procedimento de averiguações relativo à realização e divulgação de alegados inquéritos de opinião pelo sítio eletrónico com a designação Sondelcerto”.

De acordo com a ERC, “esta averiguação enquadra-se no trabalho de monitorização que a entidade tem vindo a conduzir com o objetivo de identificar situações com alto potencial desinformativo, no contexto das Eleições Legislativas 2025“.

Fundada em 2018, a Sondelcerto indica que realiza inquéritos de opinião online junto de comunidades portuguesas no exterior. No topo do seu site, apresenta a mensagem “Aviso Legal: Os resultados apresentados nos nossos inquéritos online não permitem, cientificamente, generalizações. Representam apenas a opinião dos participantes”.

Nos poucos resultados a inquéritos que apresenta no seu site, a Sondelcerto dá a liderança ao Chega em países estrangeiros, como o Canadá, encaminhando os visitantes, inclusive, para as redes sociais do Chega e de André Ventura, líder do partido, que partilharam imagens destes alegados inquéritos.

O regulador dos media reitera ainda o alerta público que fez, em 9 de maio, para a circulação de falsas sondagens e estudos de opinião nas redes sociais. As eleições legislativas estão marcadas para 18 de maio.

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Rui Rocha considera que Lisnave é um “bom exemplo”

  • Lusa
  • 13 Maio 2025

Rui Rocha considerou que a Lisnave é um “bom exemplo de como uma atividade que estava com franca dificuldade, numa crise profunda”, melhorou desde que foi concessionada a privados.

O líder da IL considerou esta terça-feira que a Lisnave e os estaleiros navais de Viana do Castelo são um “bom exemplo” de como a “gestão privada pode trazer mais-valia”, afirmando que deu rentabilidade a negócios em “franca dificuldade”.

Rui Rocha visitou esta manhã os estaleiros navais da Lisnave, em Setúbal, que, em 2000, foram vendidos simbolicamente por um dólar a dois engenheiros, após um ciclo de prejuízos. Atualmente, a Lisnave é 97% privada, tem uma concessão do Estado, emprega perto de 500 trabalhadores dos quadros – mais cerca de 1.500 subcontratados – e repara entre 80 a 100 navios por ano, com uma faturação entre os 120 e os 150 milhões.

Em declarações aos jornalistas junto a um barco em reparação, numa das docas secas destinadas à reparação dos maiores navios do mundo, Rui Rocha considerou que a Lisnave é um “bom exemplo de como uma atividade que estava com franca dificuldade, numa crise profunda”, melhorou desde que foi concessionada a privados.

“É uma atividade praticamente privada, com uma pequena participação do Estado e conseguiu catapultar esta reparação e recuperação de navios para patamares de excelência internacional. É um bom exemplo de como é possível mudarmos o país, trazermos negócio rentável para o país com uma gestão focada nos seus objetivos”, disse.

Rui Rocha considerou que, no setor da reparação naval, a atividade tem “corrido bem em todo o país quando houve privatização ou concessão do serviço”, dando igualmente o exemplo dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. “É um bom exemplo de como a gestão privada pode trazer mais-valia ao país”, reforçou, frisando que os terrenos da Lisnave são do Estado e, devido à concessão a privados, estão a ser valorizados.

“A atividade da Lisnave está a valorizar este património que é do Estado. É uma concessão, um dia deixará de ter esta operação, mas o património está cá e fica valorizado, ao mesmo tempo construindo receitas e rentabilidade para a região e para o país”, referiu. Numa visita em que, nos estaleiros, vários trabalhadores imigrantes andavam de bicicleta para se deslocarem de um local para o outro, Rui Rocha foi questionado sobre a dificuldade em conseguir atrair mão-de-obra para setores como o da reparação naval.

O líder da IL disse que, no caso da Lisnave, se trata de “mão-de-obra muito qualificada” e, por isso, “é evidente que é difícil muitas vezes fazer esse recrutamento”.

“Isso leva-nos à questão da imigração, por exemplo, e nós temos uma visão muito clara sobre a imigração: tem de haver uma ligação direta entre as necessidades da economia e a imigração para que tenhamos uma imigração regrada e uma imigração com dignidade”, disse. O líder da IL disse que a Lisnave é um exemplo de “como a imigração é muito importante para a economia”, mas ressalvou que tem de ser feita “com regras”.

“E, portanto, a formulação que nós fazemos é: quem tem trabalho, entra. Quem cumpre a lei, fica. Isso gera oportunidades para quem nos procura com dignidade e gera oportunidades para a economia portuguesa, para o seu crescimento”, referiu. Durante a visita, Rui Rocha avistou ao longe um navio em reparação que, na proa, tinha a palavra prosperity escrita. Apontando para o navio, o líder da IL disse: “É o nosso caminho”.

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Ecofin deu luz verde à reprogramação do PRR

Comissão Europeia deu luz verde à proposta de reprogramação do Governo português a 11 de abril, mas era ainda necessário este passo formal.

Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) aprovaram esta terça-feira a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) português que permitiu retirar da bazuca os investimentos em risco de não serem cumpridos a tempo, mas mantendo o objetivo de executar os 22,2 mil milhões de euros até 2026.

“A aprovação da reprogramação do PRR é um passo fundamental para o objetivo de executar completamente o PRR dentro do prazo”, disse o ministro Manuel Castro Almeida ao ECO.

A Comissão Europeia deu luz verde à proposta de reprogramação do Governo português a 11 de abril, mas era ainda necessário mais um passo formal: a aprovação no Ecofin. O Executivo nacional ainda tinha esperança de que a aprovação pudesse ser feita no Conselho de Assuntos Gerais, o que teria acelerado o processo, mas não foi assim.

Perante o reconhecimento de que alguns dos investimentos previstos no PRR não tinham qualquer hipótese de ficar prontos dentro do prazo limite definido pela Comissão Europeia, Portugal entregou mais uma reprogramação da bazuca – que já teve luz verde de Bruxelas (só falta o passo final da aprovação pelo Conselho) – na qual retirou esses investimentos: Barragem do Pisão (222 milhões de euros), Tomada de Água do Pomarão (101 milhões), Dessalinizadora do Algarve (108 milhões) e a expansão do Metro de Lisboa, nomeadamente parte da linha vermelha e a linha violeta (metro de superfície de Loures).

Estes projetos passam agora a ser financiados pelo Fundo Ambiental, pelo Orçamento do Estado e pelo Portugal 2030.

A reprogramação transferiu ainda para a componente empréstimos todos os investimentos com maior risco de realização atempada, introduzindo no seu lugar projetos de execução quase garantida como a compra de equipamentos para as Unidades Locais de Saúde (ULS) e para as universidades. Foram introduzidos 1.517 milhões de euros em novos investimentos, na sua maioria não dependentes da realização de obras, e manteve-se a ambição de executar os 22,2 mil milhões de euros do PRR.

As revisões solicitadas por Portugal a 3 de fevereiro dizem respeito a 108 medidas. Relacionam-se com a implementação de melhores alternativas, com a redução da carga administrativa e com a substituição de medidas inatingíveis. O plano vale ainda cerca de 22 mil milhões de euros em subsídios e empréstimos”, sublinha o Conselho num comunicado onde dá nota da aprovação do PRR nacional, mas também do espanhol, holandês e eslovaco.

“De acordo com a análise da Comissão, as modificações específicas não afetam a relevância, eficácia, eficiência e coerência dos seus planos de recuperação e resiliência”, acrescenta a mesma nota.

Em traços gerais, a Saúde e as empresas foram as principais beneficiárias deste exercício, em detrimento das casas, das barragens e dos metros.

Assim a Saúde teve um reforço de 369 milhões de euros para a compra de equipamentos para as Unidades Locais de Saúde (ULS), “modernizando as infraestruturas e garantindo um melhor acesso aos cuidados de saúde”. A Ciência e Ensino Superior vai receber um investimento adicional superior a 100 milhões para “equipamentos e modernização tecnológica das universidades, reforçando a capacidade científica e de investigação do país”. E para fomentar a inovação empresarial, a competitividade e o crescimento das empresas vai ser criado um novo instrumento financeiro com uma dotação de cerca de 230 milhões de euros.

Como o prazo de execução limite é de junho de 2026, a opção do Governo foi retirar à componente da habitação 402 milhões de euros. Das 6.800 casas do parque habitacional a custos acessíveis apenas 3.500 serão financiadas pelo PRR, o financiamento das restantes 3.300 será assegurado através de um empréstimo do BEI.

Já ao nível da gestão hídrica foram retirados 224,4 milhões de euros. A Barragem do Pisão já não vai ser financiada pelo PRR, a dessalinizadora do Algarve e a barragem do Pomarão também vão ter fontes de financiamento alternativas: Fundo Ambiental, Orçamento do Estado e Portugal 2030.

Um dos cortes mais significativos é ao nível da mobilidade sustentável (-416 milhões de euros) fruto da “redução de financiamento PRR nos investimentos relacionados com a Linha Violeta (Odivelas-Loures) e parte da expansão da Linha Vermelha (São Sebastião-Alcântara) do Metro de Lisboa”. “Estes projetos, considerados estruturantes para o país, seguem o seu percurso normal de execução embora com recurso a fontes de financiamento alternativas”. O Executivo já garantiu a elegibilidade dos mesmos no âmbito do Portugal 2030, mas a decisão ainda não está tomada, tal como o ECO já avançou.

O metro de superfície que liga Odivelas a Loures vai sair integralmente do PRR, um projeto que ascende a 390 milhões de euros, porque no final do ano, no concurso público, “surgiram duas candidaturas pelo dobro do preço de referência”. Mas, por outro lado, entram 66,4 milhões para a “digitalização do transporte ferroviário”, onde se encaixam projetos de sinalética e outras infraestruturas tecnológicas.

Com o exercício de reprogramação entraram ainda dois investimentos. São destinados 137 milhões da componente REPowerEU para a compra de 390 autocarros elétricos, “o que elevará para 835 os autocarros elétricos financiados pelo PRR” e 78 milhões para reforçar o programa E-lar para “ajudar as pessoas mais vulneráveis a trocar equipamentos que, do ponto de vista climático, não são os ideais”.

A ditadura dos prazos levou ainda a que a construção de dois barcos elétricos para a empresa de transporte marítimo de passageiros e viaturas nos Açores também salte fora do financiamento do PRR, porque o concurso foi lançado por três vezes e acabou por não ser escolhido nenhum candidato, até porque as especificidades técnicas eram excessivas, segundo o responsável já tinha explicado.

Mas o navio de investigação multifuncional, na região Autónoma da Madeira, cujo concurso também teve problemas, mantém-se porque o Executivo está “confiante que ainda se vai concretizar”. Estes dois investimentos faziam parte do sexto pedido de pagamento já entregue em Bruxelas e eram dois dos quatro marcos que ficaram por cumprir.

(Notícia atualizada com mais informação às 16h37)

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Apostadores nos Jogos Santa Casa deixaram 9 milhões em prémios por reclamar

Em 2024, o valor de rendimentos da instituição com os prémios caducados dos jogos sociais aumentou 42%. Inclui lotaria nacional, euromilhões, apostas desportivas à cota e totosorteio.

O valor dos prémios que os apostadores nos jogos sociais deixaram por reclamar à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) aumentou 42% num ano. Em 2024, os rendimentos com prémios caducados encaixados por esta instituição sem fins lucrativos subiram para 9,2 milhões de euros.

Em causa estão rendimentos derivados da caducidade dos prémios dos jogos sociais de lotaria nacional, euromilhões, apostas desportivas à cota e totosorteio explorados pelo departamento de jogos da Santa Casa. No total, registaram-se 9.278.143 euros em prémios caducados, que significam os prémios dos jogos de fortuna ou azar que não foram reclamados pelos vencedores.

O montante insere-se nos resultados dos jogos sociais (198,6 milhões de euros), que representam a maioria (67,6%) da receita total da SCML, após um acréscimo de 4% em comparação com 2023 à boleia da subida nas vendas. Já a receita corrente da SCML manteve-se em 2024 em linha com o ano anterior: 293,8 milhões de euros.

A Santa Casa reconhece os rendimentos associados à caducidade dos prémios de jogos sociais explorados pelo departamento de jogos, à data em que se vence o direito à reclamação dos prémios, ou seja, três meses após a data do sorteio/extração.

Os Jogos Santa Casa alcançaram o segundo melhor valor da sua história em 2024, após o recorde antes da pandemia, em termos de vendas brutas, com um volume de 3.142,9 milhões de euros, sendo que 96,5% das receitas dos jogos foram distribuídas pelos diversos beneficiários.

O administrador da SCML com o pelouro do departamento de Jogos disse que “tudo o que foi feito, e está a ser feito, tem um denominador comum que é o jogo responsável”. “Se olharmos para a lotaria, continua a ser a matriz dos jogos sociais onde nos revemos”, disse David Lopes, destacando também o facto de as clássicas máquinas pretas de jogo terem sido substituídas por outras mais modernas em seis meses, o que tornará a SCML mais capaz “de fazer um acompanhamento mais próximo da mediação”.

Por outro lado, o online também cresceu. As receitas de jogo através dos canais digitais aumentaram 5,2% para 132 milhões de euros em 2024. “É uma mudança de paradigma nesta atividade”, referiu o provedor da SCML, Paulo de Sousa, em conferência de imprensa a partir da Sala de Extrações da Lotaria Nacional, em Lisboa.

Questionado sobre se a organização vai rever o portefólio de jogos este ano, o administrador David Lopes e o provedor, Paulo de Sousa, adiantaram que sim, embora as novidades sejam apresentadas só no futuro devido à elevada concorrência da indústria.

Dos quase 900 milhões de euros entregues ao Estado através dos jogos sociais, o Imposto do Selo representou 211,6 milhões de euros, o maior valor de sempre gerado pela venda dos jogos. O Imposto do Selo, que é aplicado a partir dos cinco mil euros de prémios, representa atualmente 10,3% do total da receita fiscal do Estado.

Lotaria clássica sem ‘apagão’

A 17ª extração dos números da sorte da Lotaria Clássica em 2025 aconteceu no dia do apagão energético, no passado dia 28 de abril, sem impactos no procedimento. O administrador David Lopes referiu que a organização está preparada para esses incidentes e lembrou que até a 25 de abril de 1974 ocorreu, naquela sala da antiga Casa Professa de São Roque, uma extração da lotaria, que completa 242 anos.

Contudo, a falha de eletricidade levou a Santa Casa a iniciar uma reforma dos planos de contingência e emergência das suas entidades. “Precisam de ser melhorados. Tivemos uma dificuldade enorme de contacto com as várias unidades. A sorte foi a grande parte localizar-se em Lisboa e termos conseguido resolver com equipas móveis, porque algumas tinham reservas de combustível para sete horas”, afirmou o provedor.

Paulo de Sousa revelou que a SCML está “a adaptar” as suas políticas para dar resposta a ocorrências deste género. “Há espaço de melhoria. Foi um exercício que testou cenários extremos e levou a adaptações, que estão em curso”, afirmou aos jornalistas.

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Eurodeputados pedem reforma das redes elétricas da UE após “exemplo de vulnerabilidade” com o apagão

  • Lusa
  • 13 Maio 2025

De acordo com dados da Comissão Europeia, são necessários 584 mil milhões de euros para alocar à reforma das redes de eletricidade nesta década.

O Parlamento Europeu apelou a uma modernização das redes elétricas da União Europeia (UE) para as tornar mais resilientes e integradas, nomeadamente através de interconexões, após a “demonstração dolorosa da vulnerabilidade” com o apagão na Península Ibérica.

Num relatório aprovado esta terça-feira por 52 votos a favor, nove contra e duas abstenções, os eurodeputados da Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia propuseram “formas de modernizar a infraestrutura da rede elétrica europeia para dar resposta à crescente procura de energias renováveis, assegurar um sistema de eletricidade descarbonizado resiliente e apoiar os objetivos energéticos da UE”, indica a instituição em comunicado.

No documento, que será depois votado pelo plenário do Parlamento Europeu durante a sessão plenária de meados de junho, os parlamentares pedem um plano de ação para a rede elétrica da UE e salientam a necessidade de “investimentos significativos e de atualizações das infraestruturas para modernizar e aumentar a capacidade de transporte transfronteiriço”.

A assembleia europeia exorta ainda a “uma supervisão mais rigorosa por parte das autoridades para garantir um sistema de eletricidade descarbonizado, flexível e resiliente”, bem como a “um planeamento mais coordenado e totalmente pan-europeu do sistema de eletricidade para ligar fronteiras, setores e regiões” através de interconexões transfronteiriças.

Citada pela nota, a eurodeputada liberal austríaca Anna Sturgkh aponta que “o apagão ibérico foi uma demonstração dolorosa da vulnerabilidade das redes elétricas”.

“Foi uma demonstração dolorosa de como as nossas redes continuam a ser vulneráveis, […] e um lembrete de que a transição energética da Europa falhará se não investirmos”, alerta Anna Sturgkh.

De acordo com dados da Comissão Europeia, são necessários 584 mil milhões de euros para alocar à reforma das redes de eletricidade nesta década, montante que inclui interconexões transfronteiriças e a adaptação das redes de distribuição à transição energética.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico deixou, a 28 de abril passado, Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade, bem como uma parte do território de França.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão. Este incidente sublinhou a importância de aumentar a resiliência da rede da UE. A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade está a investigar as causas deste apagão, que classificou como excecional e grave.

 

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Reguladores dos transportes apelam à inclusão de obrigações de serviço público ‘verdes’

  • Lusa
  • 13 Maio 2025

Não se pode "pedir a um operador que responda a obrigações de serviço público 'verde' quando não está nos contratos", alerta Ana Paula Vitorino, presidente da Autoridade da Mobilidade e Transportes.

Os reguladores do setor dos transportes e do ambiente defendem que é necessário preparar e adaptar os processos para as alterações climáticas e que é necessário incluir obrigações de serviço público ‘verdes’ nos contratos.

Numa mesa redonda no Congresso Rodoferroviário Português, Ana Paula Vitorino, presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), salientou que não se pode “pedir a um operador que responda a obrigações de serviço público ‘verde’ quando não está nos contratos”.

“Quando forem os novos concursos ou prorrogações de contratos, temos de impor novas exigências”, reiterou a responsável, acrescentando que é necessário “caminhar para um sistema mais ‘verde’ e amigo do ambiente”.

A AMT faz fiscalizações mas, ainda assim, a responsável apontou que as coimas são bastante reduzidas, existindo extremos nos setores: a Autoridade da Concorrência “tem coimas milionárias e, tirando a área financeira, depois temos os outros que têm umas coimazinhas”.

Temos de ter coimas em que os operadores sintam que vale a pena corrigir o que estava mal, porque senão têm de pagar coimas razoáveis.

Ana Paula Vitorino

Presidente da AMT

“Temos de ter coimas em que os operadores sintam que vale a pena corrigir o que estava mal, porque senão têm de pagar coimas razoáveis”, defendeu, ressalvando ainda assim que não podem “ser mais papistas que o papa porque senão não se cobram e não são eficazes”.

Já o presidente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), João Jesus Caetano, contrapôs que as condenações do IMT são superiores, tendo chegado a atingir os 400 mil euros, mas também salientou que as “contraordenações são um caso extremo”, pelo que continua a “defender ideia de lógica de alinhamento de interesses”.

O responsável defendeu ainda que o transporte rodoviário continuará a ser o “modo fundamental para a coesão territorial e social”, pelo que é necessário “garantir que é mais eficiente energeticamente, seja por transição dos veículos, por otimização de utilização das infraestruturas”.

O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), José Pimenta Machado, também salientou que o “setor do transporte, em particular a rodovia, é o grande emissor de gases com efeito de estufa”, tendo ultrapassado a energia.

João Jesus Caetano admitiu que a descarbonização é mais difícil porque “o legado tecnológico é brutal”, sendo que enquanto para a transição energética na produção de energia elétrica “há grande esforço do Estado em financiar, mas não há esforço equivalente em patrocinar nos transportes”.

O presidente da APA defendeu ainda que, no campo das alterações climáticas, é também preciso ter em conta mudanças como as cheias e ventos, como se verificou nas últimas tempestades, sendo esta “uma dimensão que tem de ser incorporada no desenho das infraestruturas para se preparar para os desafios do clima”.

Nesta mesa redonda estava também presente a vice-presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Ana Tomaz, que destacou que “é urgente integrar a segurança rodoviária na transição e sustentabilidade”, apontando que todo o investimento feito em boas infraestruturas rodoviárias e ao nível da manutenção já permitiu uma melhoria na segurança.

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Santa Casa vende 12 imóveis num ano por quase 13 milhões. “Processo vai continuar sem urgência desmedida”, diz provedor

A alienação de património imobiliário da SCML irá continuar nos próximos dois anos para atingir 100 milhões de euros. Prioridade será ativos "muito degradados" e terrenos para construção.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vendeu 12 imóveis no ano passado, tendo encaixado quase 13 milhões de euros. A alienação de património imobiliário da SCML irá continuar, pelo menos nos próximos dois anos, de forma a atingir 100 milhões de euros.

“[A venda] vai continuar, como está previsto no plano, até ao final de 2027, para poder totalizar cerca de 100 milhões de euros. É um processo que estamos a gerir com relevância, mas sem urgência desmedida, porque neste momento os meios libertos estão a fazer claramente face às necessidades de investimentos”, disse o provedor da SCML, em conferência de imprensa, em Lisboa.

Questionado sobre o futuro do património, Paulo de Sousa confirmou que o plano de reestruturação da Santa Casa prevê, como meio de reforço de tesouraria e financiamento de investimento previsto, alienações de “ativos” que não são relevantes para a sua atividade.

Por exemplo, participações que a SCML há mais de 10 anos das quais nunca obteve dividendos nem são críticas para o desempenho da instituição, de acordo com o provedor. Ou “ações de cotadas e não cotadas que estão e não fazem sentido estar” no portefólio, exemplificou Paulo de Sousa, em declarações aos jornalistas partir da Sala de Extrações da Lotaria Nacional, na antiga Casa Professa de São Roque.

Depois de vender a participação que detinha na CUF Belém, a Santa Casa pretende desfazer-se de ativos imobiliários “muito degradados e que exijam um montante de investimento elevado” ou tenham prazo de execução que inviabiliza a recuperação, bem como terrenos para construção, porque os prazos de licenciamento são longos.

Atualmente, a SCML tem 664 imóveis na sua posse, maioritariamente (509) urbanos. Em comparação com 2023, no ano passado havia menos 30% arrendados (31 imóveis), sendo que as rendas pagas totalizaram 2.001.223,70 euros, acima dos anteriores 1.695.163,78 euros. Em termos de contratos de arrendamento, manteve 717 ativos, concluiu obras em três prédios e chegou ao final do ano passado com 14 obras em curso, que ainda decorrem.

Segundo o mais recente relatório de gestão de contas, a 4 de dezembro de 2024 realizou-se uma hasta pública para venda de sete imóveis urbanos que estiveram em proposta, divididos pelos concelhos de Oeiras, Amadora, Loures, Odemira e Seixal.

Novos financiamentos “em aberto”

A SCML admitiu ainda recorrer a mecanismos de financiamento bancário e não bancário para os próximos projetos, embora garanta não ter nenhuma operação fechada ou em vias de ser concluída.

A Santa Casa não tem praticamente endividamento [apenas reabilitação urbana], porque não precisa, mas não quer dizer que não possa ter. Está tudo em aberto. As várias oportunidades que surgirem poderão resultar em algum tipo de endividamento ou não”, esclareceu o administrador da SCML com o pelouro do Empreendedorismo e Economia Social.

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Viana do Castelo aprova protocolo para criação de base naval no porto comercial da cidade

  • Lusa
  • 13 Maio 2025

Presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, realça que a posição do município neste protocolo “é simbólica”, uma vez que a decisão de instalação da base naval cabe à Marinha e à APDL.

A Câmara de Viana do Castelo aprovou nesta terça-feira o protocolo de cooperação entre o município, a administração da Administração dos Portos de Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) e a Marinha para a instalação, no porto comercial da cidade, de uma base ponto de apoio naval.

O documento, aprovado por unanimidade em reunião ordinária do executivo municipal, que decorreu a bordo do navio-escola Sagres, atracado em Viana do Castelo a propósito das comemorações nacionais da Marinha, refere que as “partes reconhecem a oportunidade de colaboração com o objetivo de identificar uma instalação adequada para a edificação de um ponto de apoio naval da Marinha”, na cidade.

Na apresentação do ponto, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, disse que a posição do município neste protocolo “é simbólica”, uma vez que a decisão de instalação da base naval cabe à Marinha e à APDL.

O autarca socialista explicou que o protocolo fica hoje formalizado com a aprovação em reunião camarária, mas o processo de instalação da base naval na cidade teve início há cerca de nove meses com o anterior Chefe de Estado-Maior Armada, Gouveia e Melo, e teve continuidade com o Almirante Jorge Manuel Nobre de Sousa.

“É uma decisão estratégica que concorre para o reconhecimento que a Marinha tem por Viana do Castelo”, afirmou, destacando a construção nos estaleiros da WestSea de seis Navios Patrulha Oceânicos (NPO) para a Marinha Portuguesa.

Para Luís Nobre, “a presença contínua da Marinha vem potenciar uma posição estratégica de Viana do Castelo no setor da construção naval e poderá criar condições para o aparecimento de atividades conexas, diversificar e qualificar mão-de-obra”.

Segundo Luís Nobre, o grupo de trabalho, cuja constituição está prevista no protocolo, “já está a trabalhar há nove meses” e integra “até dois representantes de cada uma das partes”, sendo que a coordenação cabe a “um dos representantes da Marinha”.

O grupo de trabalho tem de realizar “as reuniões que se revelem necessárias”, sendo que, no “final de cada trimestre, remeterá um relatório com a atualização dos trabalhos desenvolvidos aos órgãos decisores das partes”.

Concluída a “avaliação”, o grupo de trabalho terá de elaborar e entregar, às partes, “no prazo de 12 meses, um relatório final”.

O protocolo exige às três partes o dever de “confidencialidade sobre toda a informação e documentação, técnica e não técnica, comercial ou outra, oficial ou não, independentemente do suporte em que se encontre”.

Cerca de 1.100 militares vão participar nas comemorações do Dia da Marinha que decorrem em Viana do Castelo a partir de quarta-feira e até dia 20, “para estreitar laços com a sociedade”.

O Dia da Martinha é assinalado, anualmente, a 20 de maio, data que marca a chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498.

O programa das comemorações na capital do Alto Minho, “para todas as idades e de participação gratuita, pretende promover o contacto direto da população com a Marinha”.

Entre as ações previstas, há visitas a navios, incluindo o Navio-Escola Sagres, batismos de mar, batismos de mergulho, exposições temáticas em vários pontos da cidade, atividades pedagógicas, o concerto da Banda da Armada com a cantora Gisela João, cerimónias oficiais”.

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