Mais de 800 profissionais admitem desobedecer a restrições no acesso de estrangeiros ao SNS

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2024

Mais de 800 profissionais de saúde recusam cumprir a decisão, que consideram discriminatória, de impor novas limitações a estrangeiros não residentes no acesso ao SNS.

Mais de 800 profissionais de saúde recusam cumprir a decisão, que consideram discriminatória, de impor novas limitações a estrangeiros não residentes no acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e admitem praticar atos de desobediência civil.

Numa carta aberta, um “total de 840 profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, técnicos de diagnóstico e terapêutica e outros profissionais” subscreveram a carta aberta contra a alteração à Lei de Bases da Saúde aprovada no dia 19 de dezembro, referem os promotores, em comunicado.

Para os subscritores, estas alterações condicionam o acesso dos imigrantes em situação irregular, pelo que se comprometem “a continuar a prestar cuidados a todas as pessoas, sem discriminação, considerando que a proteção da saúde da população visada, no âmbito da ética e a deontologia que regem as [suas] profissões, poderá justificar ações de desobediência civil”.

Acusando o Governo de promover desigualdades e dificultar o combate a doenças transmissíveis, os subscritores recordam que, em França, uma medida semelhante não avançou devido à oposição de 3.500 médicos.

“Utentes daqui e de outros lados, a nossa porta está aberta para todos. E assim continuará”, prometem.

Para os subscritores, a alteração é discriminatória, viola a constituição e tratados internacionais e “agravará desigualdades, sobrecarregará os serviços de urgência e comprometerá a saúde pública, ao dificultar o acesso a cuidados de saúde em segurança e à prevenção e tratamento de doenças transmissíveis”.

Em declarações à Lusa, um dos promotores, o médico André Almeida, explica que os profissionais de saúde não podem subscrever uma nova lei que é “discriminatória e atenta contra os princípios de ética e deontologia” ao afastar pessoas do SNS.

A implementação destas regras levará a que “pessoas que trabalham, que são contribuintes líquidos, tanto do ponto de vista tributário como para a segurança social, ficassem sem assistência e o mesmo também se aplica às suas famílias, mesmo inclusivamente para mulheres grávidas e crianças”, afirmou o médico da Unidade Local de Saúde de São José.

“Nós achamos isso inaceitável” e “esperamos que esta lei seja revogada nos órgãos de soberania e que não passe no crivo da Presidência da República”.

No seu trabalho diário, André Almeida lida com pessoas migrantes que estão no país “há bastante tempo, mas devido aos atrasos processuais da AIMA [Agência para a Integração, Migrações e Asilo] e antigamente do SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras] não têm a sua situação regularizada”.

Por isso, estes imigrantes já “enfrentam uma série de obstáculos no acesso ao sistema de saúde”, mas com “esta alteração à lei, estas pessoas vão ser afastadas de assistência essencial”, particularmente nas urgências, explicou o médico.

Segundo um levantamento estatístico, “a população não-residente em Portugal que recorre ao SNS é residual”, escrevem os subscritores, recordando que este tipo de medidas noutros países mostra “os impactos negativos a nível de saúde pública, mortalidade e custos económicos”.

No caso espanhol, “a exclusão de migrantes não documentados do sistema de saúde, em 2012, resultou num aumento de doenças contagiosas, maior mortalidade e custos elevados devido à sobrecarga nos serviços de urgência”, obrigando o Governo a rever a lei em 2018.

Na sexta-feira, foram aprovados projetos de Lei do Chega e do PSD e CDS-PP sobre as condições de acesso de cidadãos estrangeiros não residentes ao SNS.

A proposta de lei do Chega altera a Lei de Bases da Saúde de 2019 para limitar o acesso ao SNS a estrangeiros que não residam em Portugal, só lhes permitindo aceder aos cuidados de saúde públicos em casos de emergência ou mediante pagamento.

Também o projeto de lei apresentado por PSD e CDS-PP visa alterar a Lei de Bases da Saúde para travar a “utilização abusiva” do Serviço Nacional de Saúde por estrangeiros não residentes em Portugal, exigindo documentação extra a estes cidadãos.

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Contas públicas com excedente de 2,8% até setembro. É inferior aos 3,3% de há um ano

Miranda Sarmento conseguiu um excedente de 2,8% nos nove primeiros meses do ano, segundo os dados divulgados esta segunda-feira pelo INE. Abaixo do registado em igual período do ano passado (3,3%).

O saldo das Administrações Públicas foi positivo nos nove primeiros meses ano. O excedente das contas públicas representou 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) até setembro, o que corresponde a um valor abaixo do registado em igual período do ano passado (3,3%).

Segundo os dados divulgados esta segunda-feira pelo INE, o saldo do setor das Administrações Públicas diminuiu 0,2 pontos percentuais, fixando-se a capacidade líquida de financiamento em 1% do PIB no ano terminado no terceiro trimestre de 2024. A motivar esta ligeira contração esteve o aumento da despesa (2,1%) superior ao aumento da receita (1,5%).

“Considerando os valores trimestrais e não o ano acabado no trimestre, o saldo das Administrações Públicas no terceiro trimestre de 2024 atingiu 4.344 milhões de euros, correspondendo a 6% do PIB (7,3% no período homólogo), verificando-se aumento homólogos de 5,4% da receita e de 8,7% da despesa”, refere o organismo de estatística nacional.

No que diz respeito às sociedades não financeiras (empresas), o saldo foi menos negativo, acabando por mais do que compensar a redução dos saldos dos restantes setores da economia. A sua necessidade de financiamento fixou-se em 4,5% do PIB (menos 0,2 pontos percentuais do que no trimestre anterior).

Por sua vez, o saldo das famílias aumentou 0,6 pontos percentuais [p.p.] em cadeia, para os 4,1% do PIB, no trimestre que vai de julho a setembro de 2024.

Os dados do INE divulgados esta manhã são em contabilidade nacional, aquela que é utilizada nas comparações internacionais e que interessa a Bruxelas, diferente da contabilidade pública apurada mensalmente pela Direção-Geral do Orçamento.

Como evoluiu a poupança?

A poupança bruta da economia aumentou 1,8%. No terceiro trimestre deste ano, a poupança bruta representou 21,3% do PIB, mais 0,1 pontos percentuais em cadeia e mais 0,7 pontos percentuais em termos homólogos). Já as famílias portuguesas pouparam mais 8,4% devido ao aumento de 2,3% do rendimento disponível, que foi superior ao crescimento do consumo privado (1,6%).

“O aumento da poupança superou o crescimento de 0,3% da Formação Bruta de Capital, resultando na melhoria
da capacidade de financiamento da economia em 0,2 p.p., para 2,6% do PIB no terceiro trimestre”, explicou o INE, no relatório publicado esta segunda-feira.

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Euribor cai a três e a seis meses para novos mínimos

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2024

A Euribor desceu esta segunda-feira a três, a seis e a 12 meses, nos dois prazos mais curtos para novos mínimos desde março de 2023 e dezembro de 2022.

A Euribor desceu esta segunda-feira a três, a seis e a 12 meses, nos dois prazos mais curtos para novos mínimos desde março de 2023 e dezembro de 2022. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,731%, continuou acima da taxa a seis meses (2,612%) e da taxa a 12 meses (2,461%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, desceu esta segunda-feira para 2,612%, menos 0,012 pontos e um novo mínimo desde 19 de dezembro de 2022. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a outubro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,36% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 33,13% e 25,54%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, recuou esta segunda-feira, para 2,461%, menos 0,023 pontos do que na sexta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses caiu esta segunda-feira, ao ser fixada em 2,731%, menos 0,041 pontos do que na sessão anterior e um novo mínimo desde 17 de março de 2023.

A média da Euribor em novembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em outubro e com mais intensidade no prazo intermédio. A média da Euribor em novembro desceu 0,160 pontos para 3,007% a três meses (contra 3,167% em outubro), 0,214 pontos para 2,788% a seis meses (contra 3,002%) e 0,185 pontos para 2,506% a 12 meses (contra 2,691%).

Em 12 de dezembro, como esperado pelos mercados, o BCE cortou, pela quarta vez este ano e pela terceira reunião consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos base.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Preços da habitação disparam 9,8% no terceiro trimestre

Desde dezembro de 2022 que o preço das casas não registava um aumento homólogo tão expressivo. Além disso, esta dinâmica foi acompanhada por um aumento homólogo de 19,4% das transações de imóveis.

Os preços da habitação em Portugal continuam a subir a um ritmo acelerado, com um aumento homólogo de 9,8% no terceiro trimestre de 2024, segundo os dados mais recentes divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O aumento homólogo do índice de preços na habitação registado no terceiro trimestre representa uma aceleração de dois pontos percentuais acima da taxa de crescimento registada no trimestre anterior, destaca o INE esta segunda-feira em comunicado.

De acordo com dados históricos do INE, é preciso recuar ao quarto trimestre de 2022 para assistir a um aumento homólogo tão expressivo do preço das casas.

Além disso, o INE destaca também que esta subida acentuada dos preços foi acompanhada por um aumento igualmente expressivo no número de transações, que cresceu 19,4% em comparação com o período homólogo.

O mercado das habitações existentes liderou esta tendência de alta, com um aumento de preços ainda mais pronunciado. “No trimestre de referência, o crescimento dos preços das habitações existentes foi superior ao observado nas habitações novas, que se fixaram em 10,5% e 8,1%, respetivamente”, detalha o documento.

Este dinamismo no mercado imobiliário é ainda mais evidente quando se observa o volume de transações realizadas. O INE refere que “entre julho e setembro de 2024 realizaram-se 40.909 transações de alojamentos, o que representa um aumento de 19,4% por comparação com o mesmo trimestre de 2023”.

Em termos de valor, o gabinete de estatísticas revela que, “nos meses referidos, o valor das transações aproximou-se dos 9,1 mil milhões de euros, mais 28% que no trimestre homólogo“, sublinha o relatório.

O setor das famílias continua a ser o principal motor do mercado. “No 3.º trimestre de 2024 venderam-se 35.462 habitações (86,7% do total) a compradores pertencentes ao setor institucional das famílias, pelo valor de 7,7 mil milhões de euros (85,4% do total)”, indica o INE.

Em contraste, observou-se uma ligeira redução nas aquisições por compradores estrangeiros. “No mesmo trimestre, os compradores com um domicílio fiscal fora do território nacional adquiriram 2.655 habitações, o que representa uma redução homóloga de 3,1%”, refere o documento.

A análise trimestral também revela uma aceleração no ritmo de crescimento dos preços. Os dados do INE revelam o índice de preços na habitação aumentou 3,7% entre o segundo e terceiro trimestre, após ter subido 3,9% entre o primeiro e o segundo trimestre.

Estes dados sugerem que o mercado imobiliário continua a mostrar uma forte resiliência e atratividade, apesar dos desafios económicos globais. A combinação de aumento de preços e volume de transações indica uma procura significativa, que poderá continuar a pressionar os preços .

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Sérvulo integra oito novos associados

Com estas recentes integrações, a Sérvulo conta já com uma equipa de cerca de 50 associados.

Inês Gonçalves Elias, Jaime Junqueira, Joana Filipe Agostinho, Leonor Pizarro Monteiro, Maria Luísa Esgaib Borges, Miguel Máximo dos Santos, Morgana Grácio e Sara Venâncio Gaspar são os novos associados da Sérvulo após terem concluído com sucesso o estágio de agregação à Ordem dos Advogados.

“Estas integrações são o reflexo natural da estratégia de crescimento da Sociedade e o reconhecimento do mérito profissional e pessoal destes advogados”, destaca Manuel Magalhães, managing partner da Sérvulo & Associados.

Inês Gonçalves Elias e Sara Venâncio Gaspar integram a equipa de Público, Jaime Junqueira, Joana Filipe Agostinho e Maria Luísa Esgaib Borges integram o Contencioso e Arbitragem, Leonor Pizarro Monteiro integra o Imobiliário, Turismo e Urbanismo, Miguel Máximo dos Santos e Morgana Grácio integram a equipa de Europeu e Concorrência.

Com estas recentes integrações, a Sérvulo conta já com uma equipa de cerca de 50 associados.

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Mais generosos, portugueses gastam 392 euros em presentes

Estudo do IPAM mostram que os portugueses vão gastar em média 392 euros, mas continuam a deixar as compras de Natal para dezembro devido à dificuldade em organizar o orçamento com antecedência.

Neste Natal, os portugueses vão abrir os cordões à bolsa na hora de comprar os presentes de Natal. Em média, cada pessoa vai gastar 392 euros, mais 36 euros que o ano passado, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM). Os centros comerciais continuam a ser o local preferido, mas os portugueses continuam a deixar as compras de Natal para dezembro.

Quase sete em cada dez portugueses (68,2%) fazem as compras de Natal em dezembro, de acordo com um estudo realizado pelo IPAM. Esperança em promoções de última hora, dificuldade em organizar o orçamento com antecedência e evitar a concentração de pessoas nas lojas são os motivos apontados para deixar tudo para mais tarde.

A concentração de compras em dezembro reflete tanto as limitações financeiras de muitas famílias como a busca pela conveniência.

Mafalda Ferreira

Coordenadora do estudo do IPAM

A concentração de compras em dezembro reflete tanto as limitações financeiras de muitas famílias como a busca pela conveniência“, afirma a coordenadora do estudo e diretora da licenciatura em Gestão de Marketing no IPAM-Porto. “A crescente adesão às compras online e a preferência por soluções práticas são uma prova de como os consumidores estão a adaptar-se a novas realidades, mantendo o foco no que consideram essencial”, afirma Mafalda Ferreira.

Estudo IPAM IPAM

Para as crianças até aos 12 anos as prendas mais compradas serão brinquedos (32,5%) e roupa e calçado (22,2%), seguidos de livros (12%). Para os adolescentes (entre os 12 e os 18 anos) as escolhas recaem na roupa/sapatos (35%), jogos eletrónicos (18%), seguidos de livros (7,2%). Já para os os adultos a opção mais escolhida para os presentes de natal é roupa/sapatos (24%), seguida de acessórios (20%) e livros (19%).

O estudo realizado entre 23 de novembro e 10 de dezembro de 2024, mostra ainda que os que compram com antecedência (29%) justificam a decisão com a possibilidade de obter preços mais baixos, garantir a entrega atempada das encomendas online e evitar multidões. Uma percentagem muito reduzida, 2,8% admitem que esperam pelo período de saldos após o Natal para fazerem as compras.

Estudo IPAMIPAM

Os centros comerciais continuam a ser o local mais escolhido (21%), mas as compras online já representam 27% das intenções, consolidando-se como uma alternativa prática. O estudo, que contou com 560 inquiridos, menciona ainda que o comércio de rua e as feiras de Natal têm menor adesão (11%), mas continuam a atrair quem procura presentes mais personalizados e locais.

Uma parte significativa da nossa amostra (57%) irá comprar alimentos específicos para esta quadra, sendo o gasto médio de 120 euros. Destaca-se o bacalhau que será comprado 68% dos inquiridos que realizam compras de alimentos nesta quadra, seguido do bolo-rei (63%) e outros doces típicos desta época. Por outro lado, 6% dos inquiridos afirmam que irão comprar refeições prontas para os dias festivos.

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Bruxelas já pagou os 2,9 mil milhões do quinto cheque do PRR

"O desembolso relativo a este pedido é o maior até agora" e "coloca a taxa de desembolsos da Comissão Europeia acima dos 50%".

A Comissão Europeia pagou esta segunda-feira os 2,9 mil milhões de euros relativos ao quinto cheque do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Bruxelas tinha dado luz verde ao pedido de desembolso a 26 de novembro depois de confirmar o cumprimento de 27 marcos e 15 metas.

“Portugal recebeu hoje o desembolso do quinto pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no valor de 2,9 mil milhões de euros”, anunciou o Ministério da Coesão em comunicado. “O desembolso relativo a este pedido é o maior até agora” e “coloca a taxa de desembolsos da Comissão Europeia acima dos 50%”, acrescenta o mesmo comunicado.

“Foi claro, desde o início, que atingir os objetivos do PRR exigiria ajustes profundos — na legislação, nos processos de gestão e na capacidade
operacional”, sublinhou o ministro Adjunto e da Coesão Territorial. “Tivemos de trabalhar em diversas frentes, mas os resultados provam que o esforço está a valer a pena: recuperámos os atrasos e estamos, agora, com um ligeiro avanço na execução”, acrescentou.

Portugal submeteu este pedido de pagamento a 3 de julho, mas o pequeno exercício de reprogramação feito em agosto e o período de férias da Comissão Europeia acabaram por ditar um período de análise mais extenso.

As regras do Fundo de Recuperação e Resiliência determinam que a Comissão tem dois meses para avaliar um pedido de pagamento depois de um Estado-membro o submeter, mas este período pode ser prolongado se a Comissão exigir informações adicionais ou por mútuo acordo entre o Estado-membro e a Comissão, explicou a mesma fonte.

Este quinto cheque já tinha sofrido um primeiro atraso na sequência das eleições legislativas de 10 de março. Segundo o calendário do PRR devia ter sido realizado no primeiro trimestre deste ano, mas o Executivo de António Costa decidiu deixar para o Governo seguinte o pedido a Bruxelas.

Para submeter este pedido de pagamento foi necessário cumprir mais 42 marcos e metas – 27 e 15 respetivamente –, que “representam um desembolso de 3.191 milhões de euros (valor bruto antes dedução do pré-financiamento), dos quais 1.878 milhões de euros em subvenções e 1.313 milhões de euros em empréstimos”, explicou na altura da submissão a estrutura de missão Recuperar Portugal. O valor líquido são 2,9 mil milhões.

A Recuperar Portugal “enviou evidências do cumprimento de 13 reformas e 29 investimentos, referentes aos 42 marcos e metas”, acrescentou ainda a entidade liderada por Fernando Alfaiate.

Em causa estão reformas em diversas áreas como o mercado de capitais, eficiência energética, gestão de resíduos, ou simplificação fiscal. Entre as medidas que Portugal se comprometeu com Bruxelas está a Bolsa de Alojamento Temporário, intervenções no parque habitacional, tanto nos Açores como no Continente, lançamento do primeiro leilão para a compra centralizada de biometano sustentável, compra de novos autocarros de zero emissões (elétricos ou a hidrogénio), capitalização de empresas, digitalização, ou ainda a entrada em vigor da legislação que cria o Observatório Nacional da Pobreza Energética (ONPE).

Portugal, entretanto, já submeteu o sexto pedido de pagamento, com quatro marcos por cumprir. A estratégia foi apresentar os dois pedidos anuais de desembolso que as regras permitem e, apresentar pouco depois uma reprogramação do PRR. A data prevista é janeiro.

A taxa de execução da bazuca europeia é 32% e o objetivo da reprogramação é evitar que Portugal perca dinheiro. A reprogramação vai incidir sobre “investimentos de algumas dimensão que podem não ser exequíveis no PRR e que têm de ser faseados”, mas também “concursos que ficaram desertos e que têm de ser repetidos, o que vai exigir dar mais um semestre dentro do período PRR para que se executem os projetos”, explicou Fernando Alfaiate no Parlamento.

Entre os concursos desertos estão, por exemplo, o que foi lançado para a compra de dois barcos nos Açores e a assinatura do contrato relativo a um navio de investigação multifuncional, na região Autónoma da Madeira, cujo concurso também teve problemas. Estes dois concursos são dois dos quatro marcos falhados no âmbito do sexto pedido de desembolso entregue à Comissão Europeia a 15 de novembro.

Os outros dois são a assinatura do contrato relativo à construção de uma linha de metro ligeiro de superfície entre Odivelas e Loures, investimento que é assegurado pela componente empréstimos do PRR, mas também o relatório sobre a expansão da rede de Metro de Lisboa já deveria ter entregado, são os marcos que não foram cumpridos.

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Tiago Baldaia é o novo head of marketing da Wells para ótica, audiologia e seguros

A nomeação insere-se na estratégia da marca, que pretende fortalecer a presença nos mercados de ótica e audiologia, segmentos que exigem inovação e adaptação constante.

Tiago Baldaia juntou-se à Wells como head of marketing dos negócios de ótica, audiologia e seguros, confirmou o profissional ao +M.

“Este regresso ao mundo corporativo surge como uma evolução natural na minha trajetória e ambição profissional”, comenta, acrescentando que a Wells “combina inovação, propósito e proximidade com os consumidores”, permitindo-lhe “aplicar uma abordagem estratégica e flexível”.

A nomeação insere-se na estratégia da marca, que pretende fortalecer a presença nos mercados de ótica e audiologia, segmentos que exigem inovação e adaptação constante num contexto competitivo, explica.

Com mais de 20 anos de experiência em marketing, o profissional passou por empresas como o Super Bock Group, onde foi marketing sponsorship manager e marketing cider brand manager, ou pela Academia do Código, na qual foi chief marketing officer.

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Portugueses gastaram mais no supermercado no último mês

Estudo de mercado da Nielsen mostra comportamento dos portugueses nas diferentes categorias de bens de grande consumo, com mais mercearia e bebidas no carrinho de compras do supermercado.

A venda de bens de grande consumo em Portugal cresceu 6,4%, em termos homólogos, no período entre 4 de novembro e 1 de dezembro. De acordo com os dados fornecidos pela Nielsen, as marcas de fabricantes tiveram um aumento de 6,9% e os produtos de marca própria subiram 5,8%, “indicando uma mudança” onde as primeiras “estão agora a crescer a um ritmo superior” ao das segundas.

A análise feita ao consumo nesta quadrissemana, terminada no início de dezembro, mostra que a alimentação teve um crescimento de 6,6%, sendo que as marcas de fabricantes superaram a marca própria, crescendo 6,7% em comparação com 6,4%.

Também a categoria de bebidas cresceu neste período, cerca de 4,7%. “Isto indica um crescimento mais acentuado face ao período anterior, com as marcas de fabricantes e marcas próprias a crescer praticamente ao mesmo ritmo”, refere a Nielsen. Assim, as marcas de fabricantes superaram ligeiramente as bebidas de marca própria, com um crescimento de 4,7% em comparação com 4,6%.

No capítulo da higiene do lar, o crescimento foi de 5,8%, impulsionado pelas marcas de fabricantes. Por outro lado, os dados do NielsenIQ Scantrends relativos às compras de artigos de higiene pessoal evidenciam um impulso de 8,1% neste mesmo período, face ao homólogo.

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Governo cria grupo de trabalho para definir agenda nacional da juventude

Executivo de Montenegro criou um grupo de trabalho que ficará encarregue de criar um instrumento estratégico para as Políticas de Juventude em Portugal.

O Governo vai criar um grupo de trabalho que ficará responsável por elaborar uma proposta da Agenda Nacional da Juventude com o objetivo criar um instrumento estratégico para as Políticas de Juventude em Portugal. A proposta será entregue durante o primeiro semestre de 2025 à ministra Margarida Balseiro Lopes.

De acordo com o despacho publicado em Diário da República, esta segunda-feira, esta equipa será composta dois representantes do Governo responsável pela área governativa da juventude, um representante do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), um representante do Conselho Nacional da Juventude (CNJ) e um representante da Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ).

Este grupo de trabalho tem como objetivos: auscultar e recolher os contributos de todos os stakeholders com envolvimento em políticas de juventude no processo de construção da Agenda Nacional da Juventude e desenvolver uma proposta da Agenda Nacional da Juventude, que inclua a respetiva estrutura e objetivos, bem como as principais métricas de acompanhamento da mesma, e os mecanismos de implementação, interação, monitorização e comunicação, a entregar ao membro do Governo que tutela a área da juventude.

Segundo o despacho, o Grupo de Trabalho reúne mensalmente e as respetivas conclusões são vertidas em memorando sumário, disponibilizado a todos os membros. Lê-se ainda que o “Grupo de Trabalho, quando tal se afigure necessário, procede à consulta do Conselho Consultivo da Juventude, bem como de representantes de outras entidades, públicas ou privadas, mediante convite a endereçar pelo/a coordenador/a do Grupo de Trabalho”.

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Governo limita borla fiscal para imigrantes a oito profissões qualificadas. Veja a lista

Neste momento, o regime da AT abrange 20 áreas. Estrangeiros e portugueses fora do país há pelo menos 5 anos terão direito a uma taxa reduzida de IRS, de 20%. Pedidos podem ser feitos até 15 de março.

O Governo limitou o incentivo fiscal à investigação científica e inovação, sucessor do regime dos residentes não habituais, que permite aplicar uma taxa de IRS de apenas 20% sobre rendimentos de trabalho dependente ou independente, a um conjunto de oito profissões qualificadas, quando, neste momento, 20 áreas poderiam ser elegíveis para aceder à borla fiscal, através de um pedido a submeter à Autoridade Tributária (AT), de acordo com a portaria publicada esta segunda-feira em Diário da República. Mantém-se na lista, as profissões de médico e de gestor que já constavam de anterior diploma.

Esta portaria vem regulamentar uma medida do Executivo anterior, de António Costa, e que consta atualmente do artigo 58.º A do Estatuto dos Benefícios Fiscais. O mecanismo, designado de incentivo fiscal à investigação científica e inovação​​ (IFICI+) é dirigido a imigrantes e portugueses com morada fora do país há pelo menos cinco anos.

Apesar de limitar a oito conjunto de profissões de elevado valor acrescentado, por pedido a submeter às Finanças, o diploma abre a porta ao alargamento a outro tipo de atividades, que serão posteriormente definidas pelo AICEP e pelo IAPMEI, indicou ao ECO fonte governamental.

A medida já estava prevista no Orçamento do Estado para 2024, mas nunca saiu do papel, porque o Portal das Finanças não permitia que um não residente se pudesse inscrever neste regime. Para o novo regime ser operacionalizado, era precisa ser regulamentado por portaria.

No entanto, o n.º 8 do artigo 58.º A do Estatuto dos Benefícios Fiscais determina que, “até à aprovação da portaria […], consideram-se como profissões altamente qualificadas aquelas que correspondam às atividades previstas na portaria n.º 12/2010, de 7 de janeiro, e consideram-se como empresas industriais e de serviços aquelas cujo código CAE principal corresponda a um dos definidos na portaria n.º 282/2014, de 30 de dezembro”. Esse diploma, entretanto, alterado pela portaria n.º 230/2019, de 23 de julho, contém cerca de 20 áreas de atividade, cujos rendimentos de categoria A e B, isto é, de trabalho dependente e independente, podem ser tributados a uma taxa especial de IRS de 20%.

Mas a nova portaria agora publicada determina que apenas um conjunto de oito profissões qualificadas podem aceder ao IFICI+:

  1. Diretor-geral e gestor executivo, de empresas;
  2. Diretores de serviços administrativos e comerciais;
  3. Diretores de produção e de serviços especializados;
  4. Especialistas das ciências físicas, matemáticas, engenharias e técnicas afins;
  5. Designer de produto industrial ou de equipamento;
  6. Médicos;
  7. Professor dos ensinos universitário e superior;
  8. Especialistas em tecnologias de informação e comunicação (TIC).

Estes trabalhadores têm de ser licenciados ou doutorados e possuir pelo menos três anos de experiência na respetiva área. Da lista de profissões de alto valor, desaparecem as ligadas às artes do espetáculo, à hotelaria, ao jornalismo, à agricultura, pesca e caça.

Para além disso, e cumulativamente, o diploma define que, para beneficiar do regime, estas profissões devem estar integradas nos seguintes grupos de empresas, que têm de exportar pelo menos 50% do seu volume de negócios:

  1. Indústrias extrativas;
  2. Indústrias transformadoras;
  3. Atividades de informação e comunicação;
  4. Investigação e desenvolvimento das ciências físicas e naturais;
  5. Ensino superior;
  6. Atividades de saúde humana.

“Os sujeitos passivos registados como residentes em território português devem apresentar os seus pedidos de inscrição para efeitos de aplicação do presente regime até 15 de janeiro do ano seguinte àquele em que se tornem residentes nesse território”, de acordo com a portaria. Mas, no primeiro ano da aplicação do diploma, relativo aos rendimentos de 2024, foi criado um regime transitório que permite que os pedidos possam ser realizados até 15 de março de 2025.

A portaria produz efeitos a 1 de janeiro de 2024.

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Ministro da Educação defende autonomia do Ensino Superior

  • ECO
  • 23 Dezembro 2024

Fernando Alexandre considera que é necessário um sistema de Educação Superior com "mais autonomia" e com "maior presença nas grandes agendas europeias de investigação e inovação".

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, considera que é necessário um sistema de Educação Superior com “mais autonomia” e com “maior presença nas grandes agendas europeias de investigação e inovação”. O objetivo é tornar o país um ator cada vez mais “relevante” na União Europeia e “modernizar a sua economia para um paradigma baseado no talento, na ciência e na inovação”.

“A União Europeia e Portugal enfrentam hoje novos desafios, evidenciados no relatório Draghi, que tornam a Educação Superior, a Ciência e a Inovação ainda mais importantes. […] O futuro de Portugal dependerá do papel que o país vier a ter na resolução dos grandes desafios que a Europa enfrenta“, revela o ministro num artigo de opinião publicado no Público.

Fernando Alexandre acredita que o atual sistema jurídico, em vigor desde 2007, é “demasiado rígido” e que está “ultrapassado”. Assim, defende que a revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) permite a aproximação entre subsistemas universitário e politécnico e entre público e privado. “Na proposta de revisão do RJIES, o Governo propõe flexibilizar a oferta educativa das universidades e dos politécnicos, quebrando barreiras que limitam a sua capacidade de responderem às necessidades da sociedade, da economia e das regiões”, refere.

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