Portugal é dos países europeus que menos atrai imigrantes altamente qualificados

Portugal é dos países da UE que menos atribui autorizações de residência para talento altamente qualificado, estudantes e investigadores. Já a Alemanha é a campeã europeia.

Portugal é um dos países europeus que menos está a conseguir atrair talento estrangeiro altamente qualificado. De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat, em 2023, foram atribuídas na União Europeia (UE) 89 mil autorizações de residência e trabalho a estrangeiros qualificados, das quais apenas 26 em Portugal. Na vizinha Espanha, foram atribuídas 370 destas autorizações. E na Alemanha, mais de 69 mil.

“Em 2023, cerca de 89 mil trabalhadores altamente qualificados com origem extra-UE receberam um cartão azul da UE, uma autorização de trabalho e residência destinada às pessoas altamente qualificadas que venham de países fora do bloco comunitário”, informa o gabinete de estatísticas, numa nota publicada esta manhã.

Entre os vários Estados-membros, a Alemanha destaca-se, com 69 mil destas autorizações. Ou seja, 78% dos cartões azuis da UE concedidos em 2023 foram atribuídos pela Alemanha. Seguem-se a Polónia, com sete mil autorizações (8% do total comunitário), e França, com quatro mil autorizações (4% do total da União Europeia).

Já do outro lado da tabela, o Chipre ocupa o pior lugar, com zero cartões azuis da UE atribuídos a talento altamente qualificado. Na base do ranking, estão ainda a Hungria (17 autorizações) e a Eslováquia (24 autorizações).

Não muito longe desses países está Portugal, país onde foram atribuídas apenas 26 cartões azuis da UE em 2023, menos um do que no ano anterior.

Ainda recentemente, na Conferência Anual do Trabalho, César Araújo, presidente da Associação Nacional das Industrias de Vestuário e de Confeção (ANIVEC), apelou à regulação da imigração, deixando claro que o país precisa, sim, das mãos que vêm de fora, mas estas têm de ser qualificadas. “Não queremos quadros de baixa qualificação. Queremos quadros de alta qualificação, que nos venham ajudar na transformação. Temos de regular a imigração e trazer quadros de valor acrescentado”, salientou.

Por outro lado, quanto à origem do talento que está a chegar ao Velho Continente, o Eurostat dá conta que foi aos cidadãos da Índia que foram atribuídos mais cartões azuis da UE (21 mil ou 24% do total referido), seguindo-se os cidadãos da Rússia (nove mil ou 11% do total) e da Bielorrússia (cinco mil ou 6% do total).

Alemanha atrai 144 mil estudantes. Portugal menos de mil

Também no que diz respeito à atração de estudantes e investigadores extra-UE, Portugal não é dos países que sai melhor na fotografia. No total, em 2023, foram atribuídas 979 autorizações a cidadãos de fora do bloco comunitário para estudar e fazer investigação em Portugal, muito abaixo das quase dez mil que tinham sido atribuídas em 2022.

Em contraste, no conjunto da União Europeia, foram concedidas 451 mil destas autorizações em 2023, acima das cerca de 422 mil que tinham sido registadas em 2022.

Já entre os vários países, a Alemanha destaca-se, com 144 mil autorizações (32% do total europeu), seguindo-se França (117 mil ou 26% do total), e Espanha (55 mil e 12% do total).

“Os principais recetores foram os cidadãos da Índia (50 mil ou 11% do total da UE), da China (47 mil ou 10%), de Marrocos (22 mil ou 5%) e dos Estados Unidos (21 mil ou 5%).

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Atenção, eleitores. Inscrições para voto antecipado em mobilidade terminam hoje

Inscrições para votar antecipadamente em mobilidade no dia 11 de maio arrancaram no domingo e terminam esta quinta-feira. Até ontem, cerca de 241 mil eleitores já se tinham inscrito.

As inscrições para o voto antecipado em mobilidade para as legislativas de 18 de maio terminam esta quinta-feira. Todos os eleitores recenseados no território nacional que optem por esta mobilidade irão depositar o seu voto nas urnas a 11 de maio.

A inscrição poderá ser feita através da internet (www.votoantecipado.pt) ou por carta, endereçada à Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, Praça do Comércio, Ala Oriental, 1149-015 Lisboa. No entanto, a missiva terá de ser recebida até esta quinta-feira, comunicando o nome completo, a data de nascimento, o número de identificação civil, a morada, a mesa de voto onde pretende votar e o endereço de correio eletrónico e/ou o contacto telefónico, explica a Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Os cidadãos que se inscrevam assim para o voto em mobilidade deverão, no dia 11 de maio, dirigir-se à mesa de voto no município por si escolhido, identificar-se (“de preferência através do Cartão de Cidadão”) e indicar a freguesia onde está recenseado.

Em caso de dúvidas sobre a freguesia onde está recenseado, poderá fazer uma consulta através de três meios:

  • Na Internet
  • Através de SMS (gratuito) para 3838, com mensagem RE (espaço) número de BI/CC (espaço) data de nascimento = aaaammdd
    Exemplo: RE72386718 19820803
  • Na junta de freguesia do seu local de residência.

Entre o dia de início das inscrições, domingo, e quarta-feira, cerca de 241 mil eleitores inscreveram-se na modalidade de voto antecipado em mobilidade, indicou fonte da Administração Eleitoral da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI) à Lusa. Os distritos com maior número de inscritos são Lisboa (72.904), seguido do Porto (39.220) e Setúbal (20.843).

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Ações de Luís Filipe Vieira no Benfica foram compradas por investidor norte-americano

  • ECO
  • 8 Maio 2025

Participação de 3,28% foi leiloada a 7,07 euros por ação, o que perfaz um investimento de 5,33 milhões de euros. Benfica pediu nulidade da venda, devido ao seu direito de preferência.

O bloco de 753.615 ações de Luís Filipe Vieira no Benfica, que foram a leilão semana, foram compradas por um investidor dos EUA, avança o Record. A posição de 3,28% na SAD benfiquista foi vendida por 7,07 euros por ação, o que representa um investimento de 5,33 milhões de euros.

O jornal desportivo avança que a posição foi comprada por Jean-Marc Chapus, através da Plural Markets, uma compra que já foi contestada pelo clube das Águias, que também participou no leilão.

“O Sport Lisboa e Benfica informa que, através da sua participada Benfica SGPS, tomou parte no leilão das ações tituladas por Luís Filipe Vieira, tendo apresentado uma oferta adequada e sido informado de que as referidas ações foram vendidas a um outro licitante por 7,07 euros“, disse o clube em comunicado.

“O Sport Lisboa e Benfica informa que, através da sua participada Benfica SGPS, tomou parte no leilão das ações tituladas por Luís Filipe Vieira, tendo apresentado uma oferta adequada e sido informado de que as referidas ações foram vendidas a um outro licitante por 7,07 euros”, adianta o clube em comunicado. O Benfica adiantou ainda que, “até ao momento, não recebeu qualquer notificação quanto ao seu direito de preferência, pelo que, cautelarmente, já requereu a nulidade da venda”.

O valor de venda das ações ficou muito acima do preço de mercado. As ações seguiam a negociar nos 3,8 euros por ação, esta quarta-feira. Ou seja, tendo por base este valor de cotação, o preço pago implica um prémio de 86%.

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Lucros da CP caem para metade em 2024, gastos com pessoal disparam

Lucros da empresa de comboios caíram pelo segundo ano. 2024 ficou marcado pelo início do Passe Ferroviário de 20 euros, e por um aumento de 15 milhões nos custos com pessoal.

A CP – Comboios de Portugal fechou o ano passado com um resultado líquido de 1,8 milhões de euros, metade dos lucros de 3,6 milhões reportados em 2023, segundo dados provisionais a que o ECO teve acesso. Esta quebra de rentabilidade ocorreu num ano em que os gastos com pessoal aumentaram 15 milhões de euros, face ao período homólogo. Apesar da forte descida dos lucros, a empresa de comboios, que apresentou em 2022 o primeiro resultado positivo da sua história, conseguiu fechar o último exercício com rentabilidade positiva pelo terceiro ano.

As vendas da empresa aumentaram de 267,6 milhões de euros, em 2023, para 302,8 milhões, em 2024, num ano marcado pela entrada em vigor do chamado Passe Verde, no valor de 20 euros. A empresa será compensada pelo Governo pela quebra de receitas associadas ao novo título, que vendeu mais de 100 mil passes nos três primeiros meses, até um limite de 23,7 milhões de euros.

O novo passe ferroviário verde tem levado a um aumento do número de passageiros da empresa, mas, pelo menos para já, este crescimento não está a refletir-se em maiores lucros para a companhia. Uma situação que o Executivo espera que se reverta em breve.

Segundo defendeu recentemente o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, “a manter-se esta tendência, a CP não precisará dos 19 milhões de euros que o Governo lá colocou no Orçamento do Estado para precaver essa potencial perda de receita, a CP vai aumentar a sua receita e não vai precisar de um único euro daquele investimento extra”.

Custos com pessoal voltam a subir

Os gastos com pessoal foram a rubrica mais “pesada” nas contas da CP. Segundo os dados provisionais da transportadora, estes custos aumentaram 15 milhões de euros, passando de 160,5 para 175 milhões no final de 2024, colocando pressão nas contas da empresa de comboios.

Já este ano, a administração da CP, liderada por Pedro Moreira, decidiu aplicar unilateralmente aumentos de 34 euros nos salários até 2.631 euros e de 1,7% nos iguais ou superiores, decisão reprovada pelos sindicatos. Estes aumentos decididos unilateralmente estão, aliás, no centro da greve dos comboios que arrancou esta quarta, dia 7 de maio, e dura até dia 14 de maio.

Os sindicatos estão contra a imposição de aumentos salariais “que não repõem o poder de compra”, pela “negociação coletiva de aumentos salariais dignos” e pela “implementação do acordo de reestruturação das tabelas salariais, nos termos em que foi negociado e acordado”, segundo os sindicatos. A greve que está em curso paralisou a empresa afetando mais de 700 mil passageiros, apesar de o Governo ter comunicado formalmente aos sindicatos que estava limitado nas suas decisões por estar em gestão, aceitando um aumento correspondente ao valor fixado em devido tempo por despacho e que não poderia ultrapassar os 4,7%.

A CP fechou o ano de 2024 com capitais próprios positivos de 388 milhões de euros, face aos 362,7 milhões reportados no exercício anterior. Já o passivo baixou de 366,9 milhões para 269,5 milhões de euros.

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Mudanças na Adolfo Domínguez: Filha do fundador reforça poderes

  • ECO
  • 8 Maio 2025

Adriana Domínguez ficará com a todas as funções executivas da Adolfo Domínguez. Quadro da Inditex será o novo diretor-geral

A empresa têxtil espanhola Adolfo Domínguez anunciou esta quinta-feira mudanças na sua organização. Adriana, a filha mais velha do fundador, assumirá todas as funções executivas, após a saída de Antonio Puente do cargo do cargo de CEO. Foi também comunicada a nomeação de um novo diretor-geral, Iñigo de Llano, até agora na Inditex.

O CEO Antonio Puente apresentou a sua demissão do cargo “com efeitos imediatos”, de acordo com o comunicado da empresa galega à Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV).

Na mesma nota, a empresa agradece o contributo de Antonio Puente durante os últimos anos e o “compromisso com a transformação da companhia”. Anunciou ainda a contratação de Iñigo de Llano como diretor-geral (encarregado da operação diária da empresa).

O novo diretor-geral trabalhava há mais de 20 anos na Inditex, onde foi diretor de negócio nos EUA, Austrália, Reino Unido e Irlanda, e, mais recentemente, diretor internacional da Inditex na Europa.

Adriana Domínguez, 49 anos, é presidente da empresa desde a saída do pai, Adolfo Domínguez Fernández, em 2020. É economista de formação e também presidente do Observatório de Têxteis e da Moda de Espanha.

A Adolfo Domínguez garante que, com as alterações, “inicia uma nova etapa para reimpulsionar a sua operação, continuando a reforçar o seu posicionamento de marca a nível global”.

De acordo com o jornal espanhol Expansión, a empresa conseguiu este anos a sua melhor faturação em 10 anos: 136, 5 milhões de euros – um crescimento de 7,8% entre março de 2024 e fevereiro de 2025. A tendência de crescimento verifica-se há três anos consecutivos. Cresceu 25,4% nas vendas online e abriu 25 novas lojas. A Europa é o seu principal mercado, com Espanha e Portugal a liderarem as vendas.

A Adolfo Domínguez começou como uma pequena alfaiataria em Ourense, Galiza, em 1950. Em 1976 transformou-se numa marca que, segundo os próprios, vestiram “ a vanguarda social que instaurou a democracia em Espanha”. Tem 19 lojas em Portugal.

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Sai de novo fumo negro no Vaticano. Ainda não foi eleito o novo Papa

  • Joana Abrantes Gomes
  • 8 Maio 2025

Os cardeais não conseguiram eleger o novo Papa durante a manhã do segundo dia do conclave. Escolha tem de obter dois terços de 133 votos.

Depois de um primeiro dia sem consenso, também ainda não foi na manhã desta quinta-feira que os 133 cardeais reunidos em conclave na Capela Sistina chegaram a acordo sobre o sucessor do Papa Francisco. À tarde haverá mais duas rondas de votações, se o novo Sumo Pontífice não for eleito na primeira delas.

As votações realizadas às 9h30 e às 11 horas não obtiveram os dois terços de votos necessários para eleger um novo Papa, estando previstas mais duas rondas para as 16 e as 18 horas.

Se ao fim de 33 votações não houver consenso, a 34.ª votação será limitada aos dois candidatos mais votados na última ronda, bastando então uma maioria simples.

Apenas 133 cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto, dos quais 108 foram nomeados pelo Papa Francisco. Durante o processo, os cardeais permanecem em isolamento, sem qualquer contacto com o exterior.

António Marto (bispo emérito da Diocese de Leiria-Fátima), Américo Aguiar (bispo de Setúbal e principal responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude, em 2023, em Lisboa), Tolentino Mendonça (prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé) e Manuel Clemente (patriarca emérito de Lisboa) são os cardeais portugueses presentes.

Recorde-se que após as votações os boletins são queimados e que, por cada votação falhada, é libertado fumo negro da Capela Sistina. Quando o próximo Papa for eleito com sucesso, sairá fumo branco.

(Notícia atualizada às 11h11)

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Euribor desce e a três meses para um novo mínimo desde dezembro de 2022

  • Lusa
  • 8 Maio 2025

Com as alterações desta quinta-feira, a taxa a três meses, que baixou para 2,138%, ficou acima da taxa a seis meses (2,134%) e da taxa a 12 meses (2,036%).

A Euribor desceu esta quinta-feira a três, a seis e a 12 meses em relação a quarta-feira, no prazo mais curto para um novo mínimo desde dezembro de 2022.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,138%, ficou acima da taxa a seis meses (2,134%) e da taxa a 12 meses (2,036%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, caiu hoje, ao ser fixada em 2,134%, menos 0,012 pontos.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a março indicam que a Euribor a seis meses representava 37,65% do ‘stock’ de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,39% e 25,67%, respetivamente.

No mesmo sentido, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou, ao ser fixada em 2,036%, menos 0,003 pontos do que na quarta-feira.

A Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março passado, também desceu hoje, para 2,138%, menos 0,012 pontos e um novo mínimo desde 30 de dezembro de 2022.

Em abril, as médias mensais da Euribor caíram fortemente nos três prazos, mas mais intensamente do que nos meses anteriores e no prazo mais longo (12 meses).

A média da Euribor a três, seis e a 12 meses em abril desceu 0,193 pontos para 2,249% a três meses, 0,183 pontos para 2,202% a seis meses e 0,255 pontos para 2,143% a 12 meses.

Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%.

A descida, antecipada pelos mercados, foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 05 e 06 de junho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Empresa portuguesa de bicicletas elétricas suspeita de ser epicentro de fraude aduaneira em larga escala

Procuradoria Europeia fez buscas em Portugal, Alemanha, Bélgica e Países Baixos. Em causa estão suspeitas de esquema de importação para evitar pagamentos de direitos antidumping.

A Procuradoria Europeia (EPPO) no Porto está a liderar uma investigação sobre suspeitas de uma fraude aduaneira em larga escala relacionada com a importação de bicicletas elétricas da China. Foram realizadas 16 buscas em escritórios e empresas em Portugal, na Bélgica, Alemanha e Países Baixos, na quarta-feira, com o objetivo de recolher provas.

De acordo com a informação divulgada esta quinta-feira pela Procuradoria-Europeia, a investigação, com o nome de código Pedelecs, revelou que, desde 2020, uma empresa portuguesa importa e-bikes de fornecedores chineses, em partes separadas, com o objetivo de contornar o pagamento de direitos antidumping aplicáveis ​​à importação de bicicletas elétricas totalmente montadas.

“Para esse efeito, as remessas foram deliberadamente declaradas incorretamente às autoridades aduaneiras”, refere a instituição com sede no Luxemburgo.

A Procuradoria, que corresponde ao Ministério Público da União Europeia, detalha que as bicicletas elétricas foram totalmente projetadas na China a pedido de vários revendedores europeus e, em seguida, enviadas desmontadas para a empresa portuguesa para montagem. “Uma vez montadas, as bicicletas elétricas foram revendidas aos revendedores europeus na Bélgica, Alemanha e Holanda, que haviam feito originalmente os pedidos aos fornecedores chineses“, explica.

A instituição estima prejuízos de 2,25 milhões de euros com o esquema para o orçamento da União Europeia.

As 16 buscas foram realizadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira (Direção de Serviços Antifraude Aduaneira), pelo Serviço de Investigação Aduaneira Alemão (Zollfahndungsamt) em Munique, pela Polícia Federal Belga (OCDEFO/CGEFID) e pelo Serviço de Informação e Investigação Fiscal Holandês (FIOD).

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Carmo & Cerqueira é a primeira Listing Sponsor nacional na Euronext Dublin

  • Rita Atalaia
  • 8 Maio 2025

A Carmo & Cerqueira, sociedade de revisores oficiais de contas e consultora, vai apoiar as entidades emissoras, desde a reestruturação financeira mas também na adequação às exigências regulamentares.

A Carmo & Cerqueira, sociedade de revisores oficiais de contas e consultora especializada em corporate finance, fiscalidade e mercado de capitais, tornou-se na primeira empresa portuguesa a ser acreditada como Listing Sponsor da Euronext Dublin. Um passo que vem reforçar o seu papel enquanto parceira na ligação entre o mercado português e as principais praças europeias.

“Trata-se igualmente da primeira entidade estrangeira, fora do Reino Unido, a assumir esta posição junto da bolsa irlandesa”, adianta a sociedade num comunicado, explicando que, “enquanto Listing Sponsor, a Carmo & Cerqueira atua no apoio completo às entidades emissoras, desde a reestruturação financeira e adequação às exigências regulamentares até à organização do documento informativo para listagem”.

O apoio mantém-se mesmo após a admissão em bolsa, continuando a “garantir o suporte de compliance e divulgação obrigatória junto do mercado”.

“Este reconhecimento internacional resulta de um rigoroso processo de acreditação, que exige profundo conhecimento dos mercados de capitais e elevada capacidade técnica na assessoria de operações de bolsa. Em Dublin, o foco da atividade da Carmo & Cerqueira como Listing Sponsor centra-se na cotação de fundos de investimento abertos, uma alternativa cada vez mais procurada pelos investidores institucionais e particulares”, adianta ainda.

“A possibilidade de cotar fundos de investimento através da Euronext Dublin, com estruturas competitivas e internacionalmente acessíveis, permite que investidores adquiram unidades de participação diretamente a partir dos seus brokers no exterior”, refere José Carmo, Partner desta sociedade, citado no comunicado.

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Saco Azul: Luís Filipe Vieira ouvido esta quinta-feira em tribunal

  • ADVOCATUS
  • 8 Maio 2025

O ex-presidente do Benfica vai ser ouvido em tribunal na segunda sessão do julgamento do processo Saco Azul. É suspeito de três crimes de fraude fiscal qualificada e 19 de falsificação de documento.

O ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, vai ser ouvido esta quinta-feira em tribunal na segunda sessão do julgamento do processo Saco Azul. Neste processo é suspeito de três crimes de fraude fiscal qualificada e 19 de falsificação de documento.

Na chegada ao Campus de Justiça apenas centrou a atenção no dérbi de sábado, frente ao Sporting, que pode ser decisivo na luta pelo título. “Temos de ter uma grande onda vermelha lá. Apelo não, mas as pessoas têm de estar motivadas. Temos de ganhar, logicamente. Estou mais que confiante”, afirmou.

Na sessão de julgamento desta quinta-feira o empresário José Bernardes vai ser o primeiro a ser ouvido, seguindo-se depois Luís Filipe Vieira.

Neste processo está em causa um alegado esquema de pagamentos fictícios a uma empresa de informática externa ao grupo Benfica, a Questãoflexível, num valor que ultrapassa 1,8 milhões de euros.

De acordo com a acusação, confirmada em junho do ano passado por um juiz de instrução, o ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira é suspeito de três crimes de fraude fiscal qualificada e 19 de falsificação de documento, assim como Domingos Soares de Oliveira, antigo administrador — que está fora do país e só marcará presença em tribunal em julho – e o ex-diretor financeiro do clube Miguel Moreira.

Os mesmos crimes são também imputados em coautoria com a empresa QuestãoFlexível, da qual é proprietário o empresário José Bernardes, que vai responder também pelo crime de branqueamento de capitais.

Num processo no qual são também arguidos Paulo Silva e José Raposo, a Benfica SAD está acusada de dois crimes de fraude fiscal qualificada e a Benfica Estádio de um crime de fraude fiscal e 19 de falsificação de documento.

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Estudo técnico para “substituição urgente” do SIRESP deve estar concluído até 29 de julho

Despacho conjunto da Administração Interna e das Infraestruturas determina a elaboração de um estudo técnico para substituir a rede de comunicações de emergência do Estado em 90 dias.

Já foi publicado no Diário da República o prometido despacho conjunto da Administração Interna e das Infraestruturas que dá início ao processo de “substituição urgente do SIRESP”. O despacho dos ministros Margarida Blasco e Miguel Pinto Luz foi assinado no dia 30 de abril, dois dias depois do ‘apagão’ ibérico na eletricidade, depois de o sistema que devia garantir as comunicações de emergência do Estado ter voltado a apresentar deficiências durante o colapso da rede elétrica do dia 28 de abril.

O SIRESP é uma rede de comunicações usada por entidades como os bombeiros, a proteção civil, as forças de segurança e até o INEM. Nos últimos anos, o sistema tem estado no centro de várias polémicas por registar falhas em momentos de crise, como a do passado dia 28 de abril, em que todo o país ficou sem eletricidade ao mesmo tempo que Espanha.

Destacando “as limitações estruturais e operacionais progressivamente evidenciadas” pelo SIRESP, “em especial perante cenários de elevada complexidade e exigência operacional”, os ministros determinam a constituição de uma equipa de trabalho para desenvolver “um estudo técnico-estratégico para a substituição urgente do SIRESP” pelo prazo de 90 dias, que coincide com o dia 29 de julho.

A equipa “técnica e multissetorial” integrará representantes de pelo menos 12 entidades, desde o Estado-Maior General das Forças Armadas ao Gabinete Nacional de Segurança, passando por vários reguladores, o próprio INEM, a GNR e a PSP, e a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna. O coordenador do grupo será designado noutro despacho, bem como “peritos técnicos independentes”.

“A equipa de trabalho poderá, sempre que necessário, solicitar a colaboração de outras entidades públicas ou privadas, bem como consultar especialistas nas áreas relevantes”, determina o despacho da ministra Margarida Blasco e do ministro Miguel Pinto Luz. “Poderão ser criados subgrupos de trabalho para áreas específicas”, acrescenta o diploma.

Utilizadores queixam-se de falhas na rede do SIRESP, incluindo a perda de sinal dentro de alguns edifíciosNUNO ANDRÉ FERREIRA/LUSA

Durante o ‘apagão’ de 28 de abril, o SIRESP terá registado várias limitações, dificultando as comunicações, conforme disseram ao ECO várias pessoas com conhecimento sobre o funcionamento do sistema. O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, admitiu que “houve sítios com falências do sistema”, o que o levou “a concluir que não é uma rede tão resiliente” quanto deveria ser.

Já o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, assegurou ao ECO que, durante a falha, os técnicos do INEM tiveram dificuldades em comunicar com os meios através do SIRESP, o que provocou constrangimentos no atendimento de emergência, pois a rede de redundância é a da Vodafone, que estava offline devido ao ‘apagão’: “Perdeu-se o contacto com os meios, com os telemóveis”, disse.

O sindicalista foi ainda mais longe e disse que “o SIRESP já habitualmente tem falhas”, nomeadamente quando os utilizadores dos terminais estão dentro de edifícios, como “dentro dos hospitais”. Nessas situações, os rádios, muitas vezes, perdem a rede, denunciou.

O SIRESP também causou polémica por ter praticamente colapsado durante os graves incêndios de 2017 que vitimaram dezenas de pessoas na região de Pedrógão Grande. Desde então, o sistema ganhou uma redundância por satélite, mas que, segundo avançou a TVI, terá igualmente falhado durante o ‘apagão’, por alegada falta de eletricidade num nó essencial para as comunicações.

O despacho de designação de uma equipa para elaborar um estudo com vista à substituição do SIRESP é publicado a dez dias das eleições antecipadas e pouco depois de o Governo já ter anunciado essa decisão num comunicado. “A decisão é sustentada pela relevância estratégica das comunicações de emergência da proteção civil para a segurança e resiliência do Estado, considerando as limitações estruturais e operacionais, que se constataram, entre outras situações, no passado dia 28 de abril, durante o ‘apagão'”, indicavam, a 2 de abril, os mesmos dois ministros.

Nesse comunicado, divulgado a 2 de maio, o Governo informou também que pediu ainda “três auditorias” aos reguladores das comunicações, da navegação aérea e dos transportes e mobilidade, sobre as operações decorridas durante a falha ibérica na eletricidade. No rescaldo do ‘apagão’, o próprio primeiro-ministro em gestão, Luís Montenegro, assumiu que o SIRESP é um problema.

No entanto, a 21 de abril, pouco antes do ‘apagão’, o mesmo Governo atribuiu uma “indemnização compensatória” à empresa pública que gere o SIRESP — a SIRESP, S. A. –, no valor de 26 milhões de euros (IVA incluído), proveniente do orçamento da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna. Esta transferência foi necessária para garantir a continuidade do sistema, pois o Governo, devido à convocação de eleições antecipadas na sequência da polémica em torno da empresa familiar do primeiro-ministro, não foi capaz de concluir a política que tinha definido para esta entidade, que deveria ser extinta e abrangida numa “nova entidade de administração indireta do Estado”.

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Prazo para pagar IMI alargado até final de junho

Devido a constrangimentos no acesso ao portal da Finanças, provocados pelo apagão, o Governo decidiu também prorrogar até 16 de junho a entrega da declaração de IRC Modelo 22.

Contribuintes têm mais um mês para pagar a primeira ou única prestação do Impostos Municipal sobre Imóveis (IMI). Devido a falhas no acesso ao portal das Finanças, que se têm sentido desde o apagão, o Governo decidiu alargar o prazo de 31 de maio para 30 de junho. Também a data limite para a entrega da declaração de IRC Modelo 22 foi prorrogada até 16 de junho, segundo nota enviada esta quinta-feira pelo Ministério das Finanças às redações.

“A Autoridade Tributária informou o Governo da existência de constrangimentos técnicos que têm condicionado a emissão das notas de cobrança do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI),referentes ao ano 2024. Considerando que estes constrangimentos impossibilitaram o envio atempado de um conjunto alargado de notas de cobrança do IMI, o qual se encontra a decorrer, o Governo decidiu prorrogar, para todos os contribuintes, o prazo para o pagamento da primeira prestação do IMI ou, se for o caso, da prestação única deste imposto até ao final do mês de junho”, de acordo com o comunicado do Ministério das Finanças.

Para além disso, e “tendo em conta as referidas dificuldades temporárias no acesso ao portal das Finanças e a proximidade dos novos prazos para o cumprimento das obrigações fiscais em matéria de IVA, que afetaram os trabalhos das empresas e dos contabilistas para o preenchimento da declaração de rendimentos do IRC (Modelo 22), o Governo decidiu, também, alargar o prazo para o cumprimento desta obrigação até ao dia 16 de junho“, indica o ministério, tutelado por Joaquim Miranda Sarmento. O prazo para a submissão deste formulário terminaria a 31 de maio. A extensão do período para o cumprimento desta obrigação declarativa era uma das exigências da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC).

O Ministério sublinha que, “tal como anunciou, logo no dia 29 de abril, o Governo tem vindo a acompanhar a evolução dos trabalhos para repor a normalidade no funcionamento dos sistemas informáticos da Autoridade Tributária (AT), na sequência da interrupção geral de fornecimento de energia elétrica que afetou toda a Península Ibérica, e a avaliar os respetivos efeitos para o cumprimento das obrigações fiscais, procedendo aos ajustamentos do calendário fiscal que se justificam”.

Neste sentido, o Governo já alargou o prazo para a comunicação de faturas de abril até esta sexta-feira, dia 9, depois da denúncia da Ordem dos Contabilistas relativamente a falhas persistentes no Portal das Finanças.

Adicionalmente, foram prorrogados “até 26 de maio os prazos relativos à entrega das declarações do IVA, referentes ao mês de março, pelos sujeitos passivos integrados no regime mensal, e ao 1.º trimestre, pelos contribuintes do regime trimestral” de forma a “permitir que o pagamento do respetivo IVA possa ser efetuado até 30 de maio, sem quaisquer acréscimos ou penalidades”, indicou o Ministério das Finanças numa resposta enviada ao ECO.

A Ordem dos Contabilistas Certificados tinha denunciado na segunda-feira falhas no Portal das Finanças, uma semana após o apagão do sistema elétrico, alertando para os impactos no cumprimento fiscal e exigindo compensação de prazos.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou no dia 28 de abril, durante cerca de 10 a 11 horas, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade anunciou na semana passada a criação de um comité para investigar as causas do ‘apagão’ “excecional e grave” na Península Ibérica.

(Notícia atualizada às 10h31)

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