Bora lá fazer o melhor que as pessoas sabem… ser humanos
No seu 52.º encontro nacional, a APG lançou o debate a nível nacional, mas também em todo o mundo lusófono, sobre a extrema necessidade de se RE.centrar o Papel das Pessoas nas Organizações.
Durante três dias debatem-se de forma intensa e emotiva, envolvendo mais de seis dezenas de especialistas de referência, os atuais contextos, mas sobretudo os futuros: o mundo do trabalho e as suas novas exigências, o papel da inovação e da criação empreendedora, relacionados com os novos papéis que terão de ser assumidos pelas pessoas para fazer face a um mundo dos negócios cada vez mais frágil e incompreensível, bem como os novos papéis e competências que os gestores de pessoas terão de mobilizar e assumir, num cada vez mais essencial equilíbrio entre o “cuidar” e o fazer “alinhar e conectar” as pessoas à estratégia e ao negócio das empresas.
Esta nova centralidade do papel das pessoas nas empresas, não é mais do que assumir que as mudanças se fazem com as pessoas, que as transformações são sempre primeiro “humanizadas e humanizáveis” antes de serem tecnológicas, que a resiliência, a empatia, a cooperação e a gestão “analógica” dos colaboradores já não são suficientes para fazer crescer o negócio. Generosidade, compaixão, gestão inteligente das emoções, flexibilidade cognitiva, adaptabilidade e (muita) flexibilidade passaram a ter estatuto de competências críticas e definitivamente a fazer parte do passaporte de competências tanto de líderes como liderados.
Re.centrar as pessoas e o seu papel é compreender que, qualquer que seja a dimensão e a abrangência de híbrido ou presencial dos relacionamentos dentro das empresas, é preciso deixar-se desafiar e apaixonar pelas semelhanças, mas sobretudo pelas diferenças entre as pessoas, e como cada uma destas pode ser única e especial na procura de uma nova ideia, solução ou, simplesmente, forma de viver o contexto organizacional como um espaço real ou virtual que deverá “aproximar” todos e cada um e que, permita ir construindo e “desconstruindo” os modelos de trabalho, de organização das equipas, de construção dos percursos individuais de desenvolvimento, sempre com o foco nos resultados que terão de ser medidos, incrementados e sustentados.
Ainda sou do tempo em que trabalhávamos para as empresas não estarem em lugar nenhum, quando andávamos preocupados com os fenómenos de uberização das organizações, e agora quero fazer parte deste novo tempo onde as empresas podem estar em qualquer lugar, seja na casa dos colaboradores, seja num spot qualquer algures no mundo… Os últimos tempos forçaram-nos a mudar de chip no que respeita às dimensões de tempo e de espaço no contexto das organizações e ajudaram-nos a perceber que a tecnologia é essencial também para gerir emoções, testar razões e que, este mundo ansioso, frágil, não compreensível e incerto é, afinal de contas, um enorme desafio e oportunidade para mudar e transformar, refocar, criar e desenvolver novos relacionamentos e alianças poderosas, e que os temas do propósito individual e coletivo podem fazer a diferença entre o sucesso e o insucesso, entre o existir e o desistir, entre o erro e a aprendizagem…
Não haver negócio e a sustentabilidade do mesmo é uma fronteira ténue cujo sucesso depende de uma gestão o mais feliz, positiva e apaixonada possível daquilo que é o mais básico dos princípios associados ao papel de qualquer pessoa em qualquer tipo ou dimensão de organização familiar, social, corporativa, empresarial… A possibilidade de cada um poder trabalhar e dar o melhor de si e de todos perceberem, valorizarem e reconhecerem que isso é essencial para o melhor de todos. Gerir e ser Humanos nas organizações, certo?
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