As 5 apostas do fundo soberano da Noruega em Portugal

É o maior fundo soberano do mundo. A sua presença no mercado acionista é colossal. Google, Apple, Nestlé, JP Morgan fazem parte das eleitas dos Norges Bank. Mas onde é que investe em Portugal?

Nestlé, Shell, Apple, Google, Microsoft, JP Morgan, Amazon.com, Exxon… não faltam estrelas mundiais na carteira de investimentos do maior fundo soberano do mundo. O Norges Bank tem aplicados muitos milhões em quase 9.000 empresas espalhadas por 77 países. A sua presença no mercado acionista é absolutamente estonteante: o fundo detém 1,3% de todas as cotadas do mundo e 2,3% das cotadas europeias. E em Portugal?

O Norges Bank reduziu a sua exposição ao mercado acionista nacional. Ainda assim, não deixa de assumir um protagonismo interessante em muitas das nossas cotadas. Onde é que ela está presente?

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Lisboa volta aos ganhos com Galp e Jerónimo Martins

Depois de duas sessões em queda, bolsa nacional regressa a terreno positivo na última sessão da semana, um desempenho positivo para o qual contribuem Galp e Jerónimo Martins.

Depois de dois dias em queda, a bolsa nacional abriu a última sessão da semana com ganhos, valorizada sobretudo pelos desempenhos da Jerónimo Martins e Galp. No caso da retalhista dona do Pingo Doce, o arranque positivo surge depois do tombo de 5% registado no dia de ontem.

O PSI-20, o principal índice português, soma 0,27% para 4.646,68 pontos. Entre as nove cotadas que arrancaram esta sexta-feira em terreno positivo, destaque para as ações da Jerónimo Martins, que avançam 0,72% para 15,44 euros, recuperando de parte da queda acentuada da última sessão na sequência de resultados aquém do esperado. Também a Galp surge em evidência, abrindo em alta de 0,62% para 13,87 euros, depois do avanço 1,5% na quinta-feira na sequência da melhoria da avaliação da parte da Bernstein.

Jerónimo Martins recupera do tombo

O melhor desempenho em Lisboa pertencia, ainda assim, à Sonae Capital. As ações aceleram 3,95% para 0,74 euros, depois de a cotada ter apresentado lucros em 2016 e a intenção de distribuir 25 milhões de euros sob a forma de dividendos.

Na Europa, a abertura dos mercados dá-se num tom ligeiramente negativo. Paris cede cerca de 0,4%, com o risco político a pesar na negociação no CAC-40. Com quedas menores, o DAX-30 alemão e o FTSE Mib italiano perdem 0,28% e 0,1%, respetivamente.

“O dia de hoje será mais uma vez marcado pela divulgação de resultados empresariais, dos quais se destacam os do Royal Bank of Scotland, da Pearson, da BASF e da Standard Chartered”, referiram os analistas do BPI no Diário de Bolsa. “Por outro lado, numa altura em que muita da incerteza tem sido oriunda do cenário político, nomeadamente com o calendário de eleições europeias durante este ano, parte das atenções de hoje estarão focadas no candidato presidencial francês, Emmanuel Macron, que irá apresentar as suas principais medidas de cariz económico”, acrescentaram.

"Numa altura em que muita da incerteza tem sido oriunda do cenário político, nomeadamente com o calendário de eleições europeias durante este ano, parte das atenções de hoje estarão focadas no candidato presidencial francês, Emmanuel Macron, que irá apresentar as suas principais medidas de cariz económico.”

Analistas do BPI

Diário de Bolsa

No caso do Royal Bank of Scotland, cujas ações desvalorizam 2% para 244,7 pence, o resultado líquido negativo em mais de oito mil milhões de euros em 2016 marcam o nono ano consecutivo de prejuízos.

(Notícia atualizada às 8h27 com mais informações)

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Soares dos Santos: Dívida põe “bastantes dúvidas” à recuperação económica

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2017

Presidente da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos sublinhou que em Portugal "há mais de 15 anos que não há crescimento".

O presidente da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, afirmou ter “bastantes dúvidas” sobre a recuperação da economia portuguesa por causa do valor da dívida.

Questionado como vê o desempenho da economia em Portugal, Pedro Soares dos Santos disse continuar “com bastantes dúvidas sobre a recuperação da economia portuguesa por causa do valor da dívida“.

Isto porque “se o valor dívida atual não for considerado pelos parceiros europeus um problema, nós temos aqui um espaço de recuperação”, considerou o gestor que lidera a dona da cadeia de supermercados Pingo Doce.

No entanto: “Se a dívida continuar a ser um fator crucial para os parceiros europeus, acho que temos aqui um problema. A taxa de juro que estamos hoje a pagar e o valor de crescimento do nosso PIB [Produto Interno Bruto] é incompatível para a redução da dívida”, acrescentou.

"Se a dívida continuar a ser um fator crucial para os parceiros europeus, acho que temos aqui um problema. A taxa de juro que estamos hoje a pagar e o valor de crescimento do nosso PIB [Produto Interno Bruto] é incompatível para a redução da dívida.”

Pedro Soares dos Santos

Presidente da Jerónimo da Martins

Por isso, se a situação continuar desta maneira, Pedro Soares dos Santos diz que “a degradação da forma” como se vive em Portugal “vai continuar” e – acrescentou – “não quer isto dizer que as pessoas, tendo mais dinheiro, vão resolver o problema, porque não vão”.

“O problema de fundo é realmente perceber o que é que nós temos de fazer com a nossa dívida. E isso é que é para mim o crucial para que realmente” Portugal “possa depois ter uma estratégia de crescimento”, disse.

Pedro Soares dos Santos sublinhou que em Portugal “há mais de 15 anos que não há crescimento“.

Para o responsável, a “conversa do défice é história”, porque “o que interessa nas economias é o crescimento”, pois “aí controla-se bem os défices”. Por isso, “controlar um défice sem grande crescimento não há melhoramentos na economia que resistam”, rematou.

"O problema de fundo é realmente perceber o que é que nós temos de fazer com a nossa dívida.”

Pedro Soares dos Santos

Presidente da Jerónimo da Martins

Relativamente ao acordo de paz na Colômbia, mercado onde a Jerónimo Martins arrancou há quase quatro anos com a cadeia de supermercados Ara, Pedro Soares dos Santos disse que representa para o investidor estrangeiro “uma confiança no país, na economia e nas pessoas que estão a gerir o país”.

O presidente da Jerónimo Martins assegurou que desde que a empresa marcou presença no mercado colombiano, há quatro, cinco anos, nunca sentiu “que a guerrilha fosse um problema”.

No entanto, “para a imagem do investidor estrangeiro, para a imagem de quem queira novos mercados, isto traz sempre uma imagem de saúde do país, da economia, das suas instâncias muito grande”, afirmou.

Para Pedro Soares dos Santos, o acordo de paz “é um novo passo”, considerando que “os colombianos perceberam ja há muito tempo que a paz só traz crescimento económico e traz melhoramento de vida das pessoas”.

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Pedro Soares dos Santos: Concertação Social só vale “em termos políticos”

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2017

Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, disse que grupo "não tem salários mínimos", considerando que a Concertação Social não representa o tecido empresarial português.

O presidente e administrador delegado do grupo Jerónimo Martins afirmou hoje que a Concertação Social em Portugal não representa o tecido empresarial português e que, na prática, “só vale em termos políticos”.

Questionado pelos jornalistas sobre o impacto da subida do salário mínimo nacional e a redução da Taxa Social Única (TSU), na conferência de apresentação dos resultados anuais da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos afirmou que o grupo “não tem salários mínimos”.

“Sempre pagou acima e vai continuar a pagar. Nesta área temos isso bem definido”, afirmou, salientando que a TSU “já não é tema, se calhar nunca foi tema”.

Sobre a Concertação Social neste tema, Pedro Soares dos Santos desvalorizou o seu papel. “A Concertação Social em Portugal não representa hoje verdadeiramente o tecido empresarial português”, afirmou Pedro Soares dos Santos. “Se representasse tinha uma força, uma capacidade de intervenção completamente diferente do que tem hoje”, prosseguiu.

"A Concertação Social em Portugal não representa hoje verdadeiramente o tecido empresarial português. Se representasse tinha uma força, uma capacidade de intervenção completamente diferente do que tem hoje.”

Pedro Soares dos Santos

Presidente executivo da Jerónimo Martins

Questionado sobre o valor do órgão em termos práticos, Pedro Soares dos Santos afirmou: “Só vale em termos políticos, em termos comerciais não vale nada”.

Jerónimo Martins investe 700 milhões

Este ano, a Jerónimo Martins prevê abrir 100 lojas na Polónia e um centro logístico, já em Portugal vai abrir no Norte do país o centro de logística Alfena/Valongo, à partida em maio, que vai criar 400 postos de trabalho.

Além disso, está previsto um novo centro logístico em Lisboa.

Na Colômbia, o grupo prevê abrir 150 lojas Ara e três novos centros de distribuição.

O investimento para 2017 é de 700 milhões de euros, dos quais 400 milhões para Polónia, 150 milhões de euros para Portugal e o restante para a Colômbia.

Sobre a concorrente espanhola Mercadona, Pedro Soares dos Santos disse que espera pela sua entrada.

“Primeiro tenho de ter a certeza que vão entrar”, comentou, acrescentando que é preciso “ver para crer”.

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Haitong: “Dividendo da Jerónimo Martins deve ser bem recebido pelos investidores”

Banco baixou perspetivas para a evolução dos resultados da Jerónimo Martins, pressionada pelo negócio na Colômbia. Reduziu o preço-alvo para o título e não prevê potencial de valorização.

Os resultados do último trimestre da Jerónimo Martins JMT 0,00% ficaram em linha com o esperado pelo Haitong, que adianta que o bom desempenho da polaca Biedronka compensou uma performance aquém do esperado em Portugal. Ainda assim, as perdas maiores do que o esperado na Ara, a operação de retalho na Colômbia, levam o banco de investimento a baixar as perspetivas para a evolução dos resultados da retalhista portuguesa até 2020. Situação que o mercado deverá ultrapassar já que o dividendo de 0,605 euros por ação “deverá ser bem recebido pelos investidores”. Em todo o caso, o preço-alvo atribuído à Jerónimo Martins foi revisto em baixa, dos 16,8 euros para os 16,20 euros.

“A Jerónimo Martins terminou o quarto trimestre com 335 milhões em cash e distribuirá 380 milhões de euros aos acionistas através de um dividendo de 0,605 euros por ação, que deverá ser bem recebido pelos investidores”, nota o analista Filipe Rosa, justificando a redução em 6% das estimativas para o lucro nos próximos quatro anos devido às maiores perdas na Ara, ao decréscimo da margem na Biedronka em face das pressões altistas sobre os salários na Polónia.

A Jerónimo Martins registou lucros de 593 milhões de euros em 2016, resultado que representa um aumento de 78% face ao ano anterior, mas que fica aquém das expectativas dos analistas, que antecipavam lucros superiores a 600 milhões. A contribuir para esta subida do resultado líquido esteve sobretudo a venda da Monterroio à família Soares dos Santos, por 310 milhões de euros, o que resultou numa mais-valia de 75 milhões.

As menores projeções para a Biedronka levaram o Haitong a cortar o preço-alvo para os títulos da Jerónimo Martins, dos 16,8 euros para os 16,2 euros, não prevendo qualquer cenário de valorização para a cotação da ação face ao valor de fecho desta quarta-feira. Já a recomendação “neutral” manteve-se.

"A Jerónimo Martins terminou o quarto trimestre com 335 milhões em cash e distribuirá 380 milhões de euros aos acionistas através de um dividendo de 0,605 euros por ação, que deverá ser bem recebido pelos investidores.”

Filipe Rosa

Analista do Haitong

“No lado da avaliação, estimativas mais baixas para a Biedronka levaram a uma queda de 0,6 euros no nosso preço-alvo para os 16,2 euros. As ações cresceram 11% desde o início do ano, contra um desempenho flat do índice de retalho europeu, e poderá haver lugar a alguma tomada de mais-valias em função do outlook mais soft da Jerónimo Martins”, explica o ex-Besi.

Ainda assim, o Haitong considera que “no médio prazo as ações vão continuar bem suportadas pela atrativa combinação de um lucro por ação elevado e visível com uma liderança no setor no que toca a dividendos“.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Jerónimo Martins condiciona arranque em Lisboa

Títulos da retalhista caem mais de 2% depois de o Haitong ter cortado o preço-alvo. Lisboa despertou em terreno negativo, prolongando queda da sessão anterior.

A bolsa nacional ia na melhor sequência de ganhos deste ano até interromper este ciclo positivo na sessão de quarta-feira. Volta esta manhã a negociar em terreno negativo, um desempenho condicionado sobretudo pela Jerónimo Martins. O Haitong baixou as estimativas para a cotação da retalhista portuguesa depois dos resultados anuais terem revelado alguma pressão no negócio colombiano e polaco.

O PSI-20, o principal índice português, cede 0,32% para 4.653,9 pontos. As ações da Jerónimo Martins tombam 2,01% para 15,88 euros. As perdas maiores do que o esperado na Ara e a redução das perspetivas na Biedronka levaram o Haitong a baixar as perspetivas para a evolução dos resultados da retalhista portuguesa até 2020, com impacto no preço-alvo atribuído à Jerónimo Martins, que foi revisto em baixa, dos 16,8 euros para os 16,20 euros. Isto apesar do dividendo de 0,605 euros que o banco de investimento considera que será “bem recebido” pelo mercado.

“No lado da avaliação, estimativas mais baixas para a Biedronka levaram a uma queda de 0,6 euros no nosso preço-alvo para os 16,2 euros. As ações cresceram 11% desde o início do ano, contra um desempenho flat do índice de retalho europeu, e poderá haver lugar a alguma tomada de mais-valias em função do outlook mais soft da Jerónimo Martins”, explica o ex-Besi.

No total, 11 cotadas seguiam sob pressão vendedora na abertura em Lisboa, com nota de destaque para a Nos (-1,11%) e EDP Renováveis (-0,63%). Do lado positivo, destacava-se a Galp, que assumia um ganho de 0,85% para 13,7 euros, e a Pharol, que soma 0,86% para 0,35 euros.

Entretanto, no plano europeu, o sentimento é ligeiramente positivo, com o IBEX-35 de Madrid e CAC-40 de Paris, que avançam 0,3% e 0,25%, respetivamente. O FTSE Mib ganha 0,14%, enquanto o DAX-30 de Frankfurt seguia abaixo da linha de água com uma baixa ligeira de 0,02%.

"Os investidores na Europa estão cada vez mais divididos: por um lado estão rodeados de incerteza relativamente ao cenário político (eleições presidenciais em França e o processo do Brexit) que tem conduzido a uma procura de ativos considerados de refúgio. Por outro lado, as perspetivas mais animadoras em relação ao crescimento da economia global e os resultados empresariais têm sido um dos suportes dos mercados acionistas.”

Analistas do BPI

Diário de Bolsa

“Os investidores na Europa estão cada vez mais divididos: por um lado estão rodeados de incerteza relativamente ao cenário político (eleições presidenciais em França e o processo do Brexit) que tem conduzido a uma procura de ativos considerados de refúgio”, dizem os analistas do BPI no Diário de Bolsa. “Por outro lado, as perspetivas mais animadoras em relação ao crescimento da economia global e os resultados empresariais têm sido um dos suportes dos mercados acionistas”, acrescentaram.

(Notícia atualizada às 8h25)

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Apenas o BCP sobreviveu em Lisboa

Inversão no sentimento dos investidores acabou por ditar perdas em toda a Europa. Lisboa não foi exceção e apenas as ações do BCP escaparam à maré vermelha. Riscos políticos em França pesaram.

Lisboa não foi exceção na inversão do sentimento dos investidores europeus. O otimismo da manhã deu lugar a maior pessimismo no final de sessão. Foram vários os fatores que pesaram na confiança dos mercados. Na bolsa nacional, as ações do BCP foram as únicas que escaparam à maré vermelha. Na dívida, os juros subiram em toda a Europa, pressionados pelo aumento dos riscos políticos.

O PSI-20, o principal índice português, caiu 0,56% para 4.597,07 pontos, com 17 das 18 cotadas que compõem o benchmark nacional a fechar em terreno negativo. Apenas o BCP encerrou acima da linha de água: as ações valorizaram 3,28% para 0,1734 euros, depois de o banco ter anunciado na sexta-feira que terminou com sucesso a operação de aumento de capital no valor de 1.300 milhões de euros.

Do lado negativo, as maiores quedas pertenceram à Jerónimo Martins (-1,11%), EDP (-1,48%) e Nos (-1,52%). Também a queda de 2% do BPI, um dia antes de terminar o período da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank, foi fonte de pressão para a bolsa nacional.

No mercado de dívida, os juros nacionais subiram em todos os prazos com a taxa associada às obrigações a 10 anos a escalar para o valor mais alto desde março de 2014. O BCE anunciou que comprou menos dívida portuguesa em janeiro, reforçando sinais de que está a ficar sem títulos nacionais disponíveis. E isto quando o Tesouro português se prepara para ir ao mercado tentar levantar até 1.250 milhões de euros em dívida a 5 e 7 anos, operações que vão ocorrer esta quarta-feira.

Juros a 10 anos em máximos de 2014

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Fonte: Bloomberg (valores em %)

Este comportamento foi semelhante na Europa. Os principais índices europeus desceram, com o IBEX-35 de Madrid (-1,12%) e o FTSE Mib de Milão (-2,21%) a apresentarem as maiores desvalorizações. Outro sinal de desconforto dos investidores veio dos mercados obrigacionistas, com as taxas da dívida a subirem em todos os países, incluindo a Alemanha.

“Há um senso de incerteza geral e não estou certo de que podemos citar alguma coisa em particular”, referiu Orlando Green, estratego do Crédit Agricole. “Podemos dizer que os mercados estão um pouco nervosos com o cenário político na Europa e nos EUA e também há alguma incerteza em relação à próxima subida dos juros da parte da Fed”, acrescentou.

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Resultados: PSI-20 vai a exame do mercado. Será que passa?

Arranca esta quinta-feira a temporada de resultados na praça nacional. Analistas esperam uma descida global dos lucros, mas há cotadas com desempenhos positivos. O PSI-20 passa no exame dos mercados?

À partida para mais uma temporada de resultados em Lisboa, as estimativas dos analistas apontam para um ano de 2016 pouco positivo para as empresas nacionais. Sem contar com o BCP e BPI, os lucros no índice nacional terão recuado 2,7% num ano em que em que economia portuguesa que deverá ter crescido pouco mais de 1,2%. Incluindo aqueles dois bancos, as contas são ainda mais negativas: -11%. Mas há fatores extraordinários a ter em conta.

É no setor financeiro onde vão estar centradas todas as atenções. O BPI é o primeiro a prestar contas. E Fernando Ulrich, presidente do banco alvo de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) dos catalães CaixaBank, deverá anunciar já esta quinta-feira um lucro de 244 milhões de euros relativo ao exercício de 2016, mais 2% do que no ano anterior. A explicar a melhoria de resultados terá estado o forte crescimento da margem financeira, em 13%, dizem os analistas do CaixaBI, cuja previsão de lucro é mais otimista: 266 milhões de euros.

Para o BCP, que só reporta os resultados a 6 de março, a estimativa dos analistas sondados pela Bloomberg sugere uma melhoria evidente face aos prejuízos de 250 milhões de euros registados nos nove primeiros meses do ano, devido sobretudo ao esforço do banco com provisões extraordinárias para cobrir o crédito em risco de incumprimento. Terá fechado o ano com um resultado líquido negativo menos pesado, de cerca de 85 milhões. Com um aumento de capital no valor de 1.300 e dois novos acionistas de referência em luta por protagonismo na estrutura acionista, Nuno Amado deverá anunciar uma nova vida no maior banco privado português.

“A banca será provavelmente um dos pontos de atenção neste período de reporte de resultados, nomeadamente o BCP, após a operação de aumento de capital anunciada e que está a decorrer neste momento”, referiu Albino Oliveira, da Patris Investimentos. “Os temas deverão permanecer os mesmos dos trimestres anteriores: (a) evolução da margem financeira, (2) carteira de crédito e (3) provisões constituídas”, frisou o responsável.

BPI dá o pontapé de arranque na earnings season nacional

Para Albino Oliveira há mais setores que deverão despertar a curiosidade dos investidores. “Tivemos já a divulgação das vendas preliminares do quarto trimestre de 2016 por parte de Sonae e Jerónimo Martins (fortes em ambos os casos). Resta agora conhecer a informação relativamente às margens, principalmente no que se refere à Sonae, tendo em conta os sinais positivos observados no terceiro trimestre e a manutenção do ambiente competitivo no setor do retalho em Portugal”.

Em relação à dona da cadeia de hipermercados Continente, os especialistas apontam para lucros de 173,4 milhões de euros, ainda assim menos 1% face a 2015. A Jerónimo Martins, que detém a marca Pingo Doce e que se apresenta como uma das favoritas dos analistas, beneficiou da venda da Monterroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos para acumular um lucro de 500 milhões de euros só nos nove primeiros meses do ano. O consenso do mercado aponta para um lucro total de 439,7 milhões de euros em 2016 — não devendo contabilizar o negócio com a Monterroio por 310 milhões de euros.

"A banca será provavelmente um dos pontos de atenção neste período de reporte de resultados, nomeadamente o BCP, após a operação de aumento de capital anunciada e que está a decorrer neste momento. Os temas deverão permanecer os mesmos dos trimestres anteriores: (a) evolução da margem financeira, (2) carteira de crédito e (3) provisões constituídas.”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

Habituada a ser o rei da temporada, a EDP terá melhorado o seu resultado líquido em 2% face a 2015. A elétrica liderada por António Mexia apresenta contas a 2 de março e deverá revelar um lucro de 932 milhões de euros, representando um terço dos lucros do PSI-20 no ano passado.

Marisa Cabrita, gestora de ativos da Orey Financial, salienta a “estabilização no segundo semestre do ambiente de negócios” que beneficiou “setores com maior volatilidade, como o energético e o bancário”. Por exemplo, a REN, que perdia mais de 20% dos lucros nos nove primeiros meses do ano, atenuou essa queda e terá encerrado o ano com uma redução de 14% para pouco mais de 100 milhões de euros. A EDP Renováveis, cujo lucro tombava mais de 70% entre janeiro e setembro, fechará o ano com menos 30% dos lucros que registou em 2015, de acordo com os analistas.

Albino Oliveira destaca ainda a Nos, os CTT e a Mota-Engil. Por razões diferentes.

“Os resultados da Nos, o segundo título no PSI-20 com pior performance nos últimos três meses (com pior performance apenas o BCP), no sentido de determinar até que ponto poderão revelar-se decisivos para poderem conduzir a uma inversão dessa tendência negativa. No que se refere aos resultados dos CTT, os números do quarto trimestre poderão ser importantes para o sentimento dos investidores relativamente à evolução operacional do negócio ao longo dos próximos meses”, explicou.

Quanto à construtora, “tendo em conta a decisão da empresa de divulgar números apenas numa base semestral, os números de 2016 assumirão provavelmente maior importância”.

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Desvalorização do euro castiga Jerónimo Martins e Sonae no ranking do retalho

  • Lusa
  • 17 Janeiro 2017

O desempenho positivo dos dois retalhistas portugueses não foi suficiente para compensar a desvalorização do euro face ao dólar, levando-os a caire no ranking global do retalho relativo a 2016.

A Jerónimo Martins e a Sonae caíram no ranking global do retalho em 2016, face ao ano anterior, devido à desvalorização do euro face ao dólar, mas mantiveram as posições na zona euro, segundo o estudo anual da Deloitte. De acordo com o Global Powers of Retailing 2017: The art and science of customers, hoje divulgado, a Jerónimo Martins e a Sonae “continuam a assegurar lugares relevantes no ranking, mantendo a sua posição relativa dentro da zona euro”, segundo a análise que tem por base o ano fiscal de 2015.

A Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, manteve o 19º lugar na zona euro, tal como a Sonae, dona do Continente, que continuou no 41º lugar no ano passado. Já a nível global, a Jerónimo Martins desceu da 59.ª posição para a 64.ª, enquanto a Sonae passou da 157º posição para a 175ª. “A forte desvalorização das principais divisas face ao dólar desvirtua um pouco a análise do ranking deste ano: o euro desvalorizou-se 16% em comparação com o relatório do ano passado, a libra 7% e o rublo 38%”, começou por explicar Pedro Miguel Silva, parceiro associado de consultoria da Deloitte.

“Assim se compreende que a Jerónimo Martins e a Sonae, apesar de terem crescido, em 2015, 8% e 1%, respetivamente, tenham descido no ranking global. Este impacto é sentido por todos os retalhistas europeus, que saem significativamente penalizados no ‘ranking’ deste ano e veem a sua presença reduzida de 93 para 85 empresas e a sua receita acumulada em dólares decrescer 14% face ao ano anterior”, adiantou o responsável.

A dona do Pingo Doce “registou um crescimento de 8% das receitas em euros, impulsionado pelo reforço da liderança da operação na Polónia [onde tem a cadeia de supermercados Biedronka]” e a Sonae “apresentou um crescimento de 1% nas receitas em euros, resultado da aposta na inovação e na crescente internacionalização das suas insígnias”, refere a Deloitte, em comunicado. No entanto, o desempenho positivo registado pelos dois retalhistas portugueses não foi suficiente para compensar a desvalorização do euro face ao dólar.

“Um total de 23 retalhistas desta região [zona euro] viu as suas receitas convertidas em dólares a decrescer no ano fiscal de 2015. Neste cenário, torna-se claro porque são também os retalhistas europeus os mais ativos na procura de crescimento fora dos seus mercados de origem: cerca de 40% das suas receitas foram geradas em mercados externos no ano fiscal de 2015, o que representa mais do dobro da média de todas as empresas presentes no ranking“, considerou Pedro Miguel Silva.

As cadeias norte-americanas Wal-Mart Stores, Costco Wholesale Corporation e The Kroger mantiveram os três primeiros lugares na classificação global, respetivamente, seguidas da alemã Schwarz Unternehmenstreuhand (Lidl), mas a novidade é a entrada da Amazon, fundada em 1994, no top 10. A Amazon entrou neste ranking em 2000, figurando na 186ª posição. “O fraco crescimento nas principais economias desenvolvidas, os elevados níveis de dívida nos países em desenvolvimento, a deflação ou baixa inflação nos países mais ricos e o ressurgimento de políticas protecionistas estão entre as razões que explicam o ambiente económico desafiante que os retalhistas enfrentam”, disse Pedro Miguel Silva. As receitas das 250 maiores empresas de retalho a nível mundial atingiram os 4,3 biliões de dólares no ano fiscal de 2015, segundo a consultora.

Pelo terceiro ano consecutivo, o crescimento dos 250 maiores retalhistas de moda e acessórios ultrapassou o dos restantes segmentos. “No entanto, os retalhistas alimentares mantêm-se, com grande distância, como as empresas de maior dimensão (receita média de cerca de 21,6 mil milhões de dólares – cerca de 20,3 mil milhões de euros), e com maior representatividade no ranking (133 retalhistas que representam pouco mais de metade das 250 maiores empresas e dois terços das receitas agregadas)”, refere a consultora.

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Galp Energia afunda bolsa. BCP perde 7%

  • Rita Atalaia
  • 16 Janeiro 2017

A bolsa nacional terminou a primeira sessão da semana em queda, com a energia a pressionar. As ações da Galp Energia caíram perto de 1,5%. Mas as perdas do BCP também condicionaram a sessão.

A bolsa nacional terminou a sessão no vermelho. O PSI-20 acompanhou a tendência de descida do resto da Europa, numa sessão em que as perdas da Galp Energia pressionaram a praça portuguesa. Mas a queda de mais de 7% do BCP também condicionou a sessão, no último dia em que os títulos negociaram com os direitos do aumento de capital de 1,3 mil milhões de euros.

O índice de referência PSI-20 encerrou em baixa de 0,62% para 4.586,65 pontos, em linha com as perdas do Stoxx 600, que rondaram os 0,8%. Na praça portuguesa, a negociação foi penalizada pela queda de 1,59% para 14,22 euros da Galp Energia. Ainda na energia, a EDP cedeu 0,18% e a EDP Renováveis perdeu 1,05%.

Mas as perdas não se limitaram à energia. Na banca, o BCP acabou por afundar 7,58% para os 80 cêntimos, no último dia em que os títulos negociaram com os direitos do aumento de capital. Por cada ação detida, os acionistas recebem um direito à subscrição de 15 novas ações ao preço de 9,4 cêntimos cada.

Quando o BCP voltar à negociação esta terça-feira, não se assuste com o novo preço das ações. Os títulos vão valer apenas 0,1383 euros em vez dos 0,8031 euros com que encerraram esta segunda-feira, mas a cotação apenas vai ajustar-se com o destaque do direito de subscrição no aumento de capital do BCP. Já este direito chegará quarta-feira ao mercado a valer 0,6648 euros.

A Jerónimo Martins, que arrancou a sessão em terreno negativo, acabou por recuperar e ajudar a limitar as perdas. A retalhista subiu 0,09% para 15,87 euros e foi uma de apenas três cotadas que conseguiram escapar à descida.

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Lisboa em terreno positivo apesar de perdas do BCP

  • Leonor Rodrigues
  • 12 Janeiro 2017

A Jerónimo Martins fez com que o índice português registasse ganhos, embora ligeiros, apesar da queda do BCP. Lisboa contrariou assim a tendência de perdas nos mercados europeus.

O BCP voltou a cair e desvalorizou mais de 2%, mas a bolsa nacional acabou por fechar em terreno positivo. O PSI-20 avançou ligeiramente graças aos ganhos da Jerónimo Martins, com os investidores à espera da divulgação das vendas preliminares do último trimestre de 2016. Lisboa contrariou assim a tendência de perdas na Europa. A pressionar o mercado esteve o discurso de Donald Trump, depois de ontem não ter avançado detalhes sobre o seu plano para estimular a maior economia mundial.

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Haitong: “Continuamos a gostar da Jerónimo Martins devido à liderança incontestável na Polónia”

Casa de investimento salienta final de ano bastante positivo para a retalhista nacional devido à polaca Biedronka. Ainda assim, manteve a avaliação e recomendação para os títulos da Jerónimo Martins.

Depois do JPMorgan, também o Haitong acredita que o final de 2016 foi bastante positivo para a Jerónimo Martins. A Biedronka deverá ter apresentado um bom desempenho na reta final do ano passado, com as vendas like-for-like (ajustadas do número de lojas) a acelerarem 10% no quarto trimestre “suportado pelo sucesso das campanhas promocionais, explorando o rendimento disponível adicional” das famílias polacas. Ainda assim, o bom momento não justifica a alteração da opinião por parte do ex-BESI para a retalhista portuguesa: mantém-se “neutra” em relação aos títulos que merecem a mesma avaliação de 16,7 euros que atribuía anteriormente.

“Notamos que, apesar do sólido final de 2016, deixamos as nossas previsões e o valor justo de 16,7 euros praticamente inalterados, apenas com uma ligeira melhoria das vendas like-for-like na Polónia a ser ofuscada pela desvalorização do zloty polaco”, refere Filipe Rosa, analista que assina a nota do Haitong. “Continuamos a gostar da Jerónimo Martins devido à liderança incontestável na Polónia, à oportunidade de crescimento a longo prazo na Colômbia e a uma rara combinação entre crescimento de dois dígitos dos resultados e elevada dividend yield. Contudo, tanto a nossa avaliação como os múltiplos de comparação apontam para um potencial de subida limitado e, por isso, reiteramos o nosso rating neutro'”, reforça o Haitong.

As ações da Jerónimo Martins estavam esta manhã a perder 0,32% para 15,59 euros, depois de ontem ter disparado mais de 5%, beneficiando da nota de investimento do JPMorgan Chase em que também antecipava um “forte final de ano”, as mesmas palavras que o Haitong utiliza no seu research. Em 2016, acumularam um ganho de quase 23%.

Polónia dá o mote

Os resultados da Jerónimo Martins no quarto trimestre deverão ter disparado 19% sobretudo suportada “pelo muito forte desempenho na Polónia“, onde o Haitong prevê que as vendas comparáveis tenham subida 10% e a margem do EBITDA — lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — tenha aumentado 25 pontos base.

“A nova oferta comercial juntamente com uma estratégia promocional mais agressiva da parte da nova gestão local permitiram à Jerónimo Martins aproveitar-se de uma parcela maior da carteira dos seus clientes e prevemos que a quota de mercado tenha crescido ainda mais, em 100 pontos base para 17,5%”, indica o Haitong, explicando que a Biedronka terá aproveitado da melhor forma a falência de algumas retalhistas polacas para reforçar a sua liderança naquele mercado.

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Foto: DRDR

Em relação a Portugal, esperam um crescimento menor das vendas like-for-like do Pingo Doce (1,8%), “depois de um verão invulgarmente forte” enquanto a grossista Recheio deverá ter mantido um crescimento de 6% das vendas.

E na Colômbia as vendas deverão ter mais do que duplicado perante a expansão da rede de superfícies comerciais, num mercado que “continua a ser pequeno” e onde o Haitong não espera que a “Jerónimo Martins realize alguma aquisição que mude o jogo”.

"A nova oferta comercial juntamente com uma estratégia promocional mais agressiva da parte da nova gestão local permitiram à Jerónimo Martins aproveitar-se de uma parcela maior da carteira dos seus clientes e prevemos que a quota de mercado tenha crescido ainda mais, em 100 pontos base para 17,5%.”

Haitong

Nota de investimento

“Porém, pensamos que isto (Colômbia) seja compensado com a sua dividend yield mais elevada e com o facto de a Biedronka parecer ser um dos vencedores de longo prazo num dos mercados de retalho mais atrativos na Europa, o que garante uma enorme visibilidade em relação aos seus resultados futuros”, frisa a casa de investimento.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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