O mau tempo no Brasil pode encarecer o seu pequeno-almoço
Entre o café, o açúcar e o sumo de laranja, as condições meteorológicas do Brasil estão a afetar a produção - e o preço - de alguns produtos essenciais das manhãs por todo o mundo.
Comece a preparar-se para pagar mais por um café e um sumo de laranja ao pequeno-almoço. É que o mau tempo no Brasil promete fazer subir o preço de alguns dos produtos essenciais da primeira refeição do dia. A produção de café, em especial dos grãos de variedades robusta e arábica, está a ser afetada por um período de seca, a região produtora de açúcar está a braços com um problema de gelo que está a diminuir as colheitas, e as zonas de pomares de cítricos estão a receber demasiada chuva, reduzindo a produção de laranjas.
Não é só no Brasil, o maior exportador destes três produtos, que os produtos de pequeno-almoço estão a ser afetados. O fenómeno El Niño causou secas em vários países asiáticos que produzem café e açúcar, e no estado norte-americano da Florida, grande exportador de laranjas, as árvores foram afetadas por uma epidemia que reduziu muito a produção.
Esta conjunção já está a levar os preços dos contratos de futuros de açúcar e sumo de laranja aos níveis mais altos dos últimos quatro anos na bolsa de Nova Iorque, escreve esta segunda-feira a Bloomberg. O açúcar cru atingiu preços de 21,273 euros por libra (453 gramas) no dia 22 de setembro, o preço mais alto desde 2012. Também o café, em especial os grãos robusta e arábica, está a subir há vários meses.
Gillian Rutherford, consultora na Pacifict Investment Management na Califórnia, disse à Bloomberg que o mercado de açúcar está a ficar cada vez mais apertado. “Há espaço para o açúcar mudar explosivamente se, por exemplo, a produção na Índia for muito mais baixa do que as expectativas”, exemplificou.
O gestor de portfolio Ben Ross, da Cohen & Steers Capital Management, por sua vez, disse à Bloomberg que uma melhoria nas condições meteorológicas no Brasil ainda poderia salvar a produção, vindo baixar os preços. Sublinhou ainda que mesmo que se mantenha o mau tempo e a produção reduzida, os preços altos podem acabar por se sabotar a si próprios. “A certo ponto, os preços acabam por prejudicar a procura”, disse Ross. Segundo a Bloomberg, o consumo de sumo de laranja já abrandou nos Estados Unidos.
Editado por Mariana de Araújo Barbosa.
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