Crise. Lagarde pressiona Alemanha a fazer mais
Christine Lagarde, diretora-geral do FMI, deixou três receitas para a economia mundial recuperar o ritmo de crescimento. Uma delas foi dirigida a países como a Alemanha, que têm margem orçamental.
Não, ainda não se tentou tudo. Quem o diz é Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), que deixou esta quarta-feira três receitas para a economia mundial retomar o ritmo de crescimento. Uma delas foi dirigida à Alemanha, e aos demais países que também têm margem orçamental: usem as possibilidades que têm e estimulem o consumo.
“Ao contrário do que fizemos em 2008, neste momento não estamos a pedir estímulos orçamentais abrangentes”, começou por dizer a líder do FMI. Mas depois acrescentou: “O princípio básico é que os países que têm margem orçamental devem utilizá-la — por exemplo, o Canadá, a Alemanha, a Coreia”. Lagarde falava na Northwestern University, sobre como promover o crescimento e adaptar à mudança.
Para os países cujas finanças públicas já estão sob pressão — Christine não disse, mas Portugal encaixa neste grupo — “ajuda realocarem os gastos, dentro de um determinado envelope financeiro”, defendeu Lagarde. Por exemplo, “pensem substituir os atuais gastos com créditos fiscais, por investimento em Investigação e Desenvolvimento que possa apoiar a tecnologia e promover a inovação”.
Esta utilização da política orçamental foi uma das receitas que Lagarde deixou, para defender que, ao contrário do que acreditam “os pessimistas”, as tradicionais ferramentas de política monetária e orçamental não estão esgotadas. “No meu ponto de vista, há mais espaço de políticas — mais espaço para agir — do que geralmente se acredita”, frisou a diretora-geral do FMI.
Outra sugestão foi diretamente para os banqueiros centrais: “Neste momento, a política monetária em economias avançadas precisa de se manter expansionista”. Lagarde tomou assim posição num debate que já está a ser feito nos Estados Unidos sobre se chegou o momento para começar a retirar os estímulos às economias. A líder do FMI não fez qualquer exceção para nenhuma região económica e disse apenas que a investigação do Fundo já demonstrou que a política monetária pode dar um estímulo extra ao PIB quando o investimento em infraestruturas está a ser financiado através de dívida.
Por fim, Lagarde argumentou que os países devem procurar identificar o conjunto de reformas estruturais que mais promovam o crescimento e a produtividade, em função do capital político que consomem ao serem implementadas. Um exemplo poderá ser terminar com monopólios.
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