FMI otimista com desemprego em Portugal, mas pessimista com contas externas no futuro
O FMI é a mais otimista das instituições com o desemprego em Portugal, até mais do que o próprio governo. Em sentido contrário vão as contas externas e o crescimento económico.
O FMI prevê que a taxa de desemprego desça para os 11,2% este ano. Este número do FMI divulgado no World Economic Outlook é inferior em 0,6% ao revelado há duas semanas na análise ao abrigo do Artigo IV. Previsão é melhor até do que a prevista no Programa de Estabilidade (11,4%).
Apesar de a economia não crescer mais do que 1%, o desemprego deve continuar a descer. É esta a conclusão otimista do FMI em relação a Portugal, apesar de continuar a deixar avisos, por exemplo, ao sistema bancário do país.
O mesmo vai acontecer no próximo ano, se o Fundo acertar na previsão. O Fundo prevê que em 2017 a taxa de desemprego desça para os 10,7% em comparação com os 11,3% previstos a 22 de setembro, no relatório exclusivo à situação económica portuguesa. Este valor é igual ao previsto pela Comissão Europeia, mas melhor do que os 10,9% apontados pelo Ministério das Finanças.
Previsão negativa para as contas externas
O FMI projeta ainda que a inflação seja de 0,7% em 2016 e de 1,1% em 2017 e que as contas externas fechem este ano com um saldo nulo e que sejam negativas em 0,7% do PIB no próximo.
Para 2021, o Fundo espera que o PIB português cresça 1,2% (abaixo da média da zona euro, que deverá crescer 1,5%), que a inflação seja de 1,8% (próxima dos 1,7% antecipados para a zona euro).
As contas de Portugal com o estrangeiro deverão ser negativas num valor correspondente a 1,6% do PIB em 2021 (prevê-se que as contas externas da zona euro sejam positivas em 2,8% nesse ano), segundo o FMI.
Confirma-se previsão de 1% de crescimento para Portugal
Se do lado do desemprego as perspetivas são otimistas, o mesmo não se pode dizer sobre o crescimento económico. O FMI continua a ser o mais pessimista com a previsão de 1% para 2016 (contrasta com os 1,4% previstos em abril) e 1,1% em 2017.
No entanto, o primeiro-ministro, António Costa, já tinha admitido esta segunda-feira, em entrevista ao jornal Público, que o PIB poderá crescer apenas pouco acima de 1% este ano.
Editado por Paulo Moutinho
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