Banco de Portugal: economia cresce 1,1% com recuperação no segundo semestre
Instituição liderada por Carlos Costa valida ideia do primeiro-ministro de que o crescimento está a melhorar na segunda metade do ano. Ainda assim, revê projeções em baixa.
O Banco de Portugal reviu em baixa a projeção de crescimento da economia portuguesa para 2016, apontando agora para um aumento de 1,1% do PIB. Ainda assim, a instituição liderada por Carlos Costa valida a ideia, que tem sido defendida pelo primeiro-ministro, de que o ritmo da atividade económica está a melhorar na segunda metade do ano.
Os números apontam para uma redução do crescimento face à projeção de junho (dos anteriores 1,3%, para os atuais 1,1%). Esta revisão em baixa das projeções é transversal às várias componentes da procura: consumo, investimento e exportações. A concretizar-se, este valor fica aquém do crescimento de 1,6% registado em 2015 e da meta de 1,8% estabelecida pelo Governo.
Este valor implica também que “depois de dois anos em que a evolução do PIB foi semelhante à média da área do euro, projeta-se, assim, uma divergência real da economia portuguesa em 2016, de 0,6 pontos percentuais”, lê-se no comunicado.
Contudo, o tom do Boletim Económico de outubro, divulgado esta sexta-feira, é brando. Segundo o Banco de Portugal, a economia portuguesa mantém uma dinâmica de recuperação, embora com um ritmo lento.
O emprego deverá crescer este ano 1%, enquanto a taxa de desemprego deverá recuar para 11,2%. A análise do Banco de Portugal ao mercado de trabalho mostra que a principal dificuldade está nos desempregados de muito longa duração, que apresentam um peso muito elevado, ainda em níveis superiores ao período pré-crise.
O documento mostra ainda que, corrigidas do conteúdo importado, as exportações até deverão acelerar no segundo semestre deste ano. Também no investimento, se for feita esta correção verifica-se que o investimento deverá reverter o perfil de queda. Já o consumo público deverá manter o crescimento moderado.
Globalmente, o boletim aponta para uma economia que mantém os mesmos traços do início do processo de recuperação — ou seja, o ritmo de crescimento é baixo — mas que evidencia uma ligeira aceleração na segunda metade do ano, face ao primeiro semestre.
Desemprego em mínimos de 2010
Pela primeira vez, o Banco de Portugal revelou estimativas para a taxa de desemprego e a criação de emprego. A primeira previsão da instituição para a taxa de desemprego é positiva, com o valor a cair para mínimos de 2010.
E essa melhoria não se deve a políticas ativas de emprego. Ou seja, o Boletim Económico mostra que existiu uma redução do número de ocupados e do número de estágios profissionais. A evolução positiva registou-se principalmente pelo lado dos indivíduos “com educação secundária e superior”.
Além disso, a melhoria é verificada de forma particular nos desempregados de curta e média duração (inferior a dois anos) que têm conseguido recuperar o posto de trabalho. O Banco de Portugal escreve que o “desemprego de curta/média duração situa-se atualmente nos níveis observados antes da crise financeira internacional”.
Apesar de também registar uma melhoria, o desemprego de longa duração (igual ou superior a dois anos) ainda é superior aos restantes, perto dos 300 mil desempregados nesta situação.
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