Carregar num botão para sobrevoar o trânsito? Airbus diz sim, daqui a quatro anos
A Airbus quer aproveitar a vantagem que tem no setor dos transportes aéreos e chegou-se à frente para desenvolver um carro voador.
É a próxima grande revolução e todos querem chegar primeiro. A Uber lançou recentemente um documento com planos para tornar os carros voadores realidade até 2026; Larry Page, cofundador da Google, está a financiar um projeto de carros voadores através de uma startup chamada Zee.Aero, e já foi até visto um protótipo deste projeto em ação.
Agora, é a vez da Airbus. De acordo com o Business Insider, a gigante da aviação quer aproveitar a (colossal) vantagem que tem no setor dos transportes aéreos e chegou-se à frente para desenvolver o seu próprio carro voador. Para já, chama-se Project Vahana e está a ser desenhado pelo braço criativo da Airbus, o A3.
Daqui a quatro anos, os responsáveis do Project Vahana querem ter a versão de produção dos carros voadores pronta. Os testes dos primeiros protótipos devem começar já no final do próximo ano. Demasiado ambicioso? “Muitas das tecnologias necessárias, como baterias e motores, já estão praticamente prontas”, assegura Rodin Lyasoff, um dos engenheiros responsáveis pelo projeto da Airbus, num artigo publicado na revista corporativa da empresa.
Mas recuemos um pouco. É que, como explica o Business Insider, não são exatamente carros voadores que estas empresas querem construir. Isso é o que faz, por exemplo, a Terrafugia, que está a construir um carro híbrido, capaz de andar no solo e de voar, como se vê no vídeo em baixo.
A ideia da Uber, de Larry Page e da Airbus é outra. O que estão a desenvolver são pequenas aeronaves VTOL, a sigla em inglês para Descolagem e Aterragem Vertical (Vertical Take-Off and Landing), ou seja, veículos que não precisam de uma pista para descolar ou aterrar, à semelhança de um helicóptero.
Porquê? No caso da Airbus, para dar resposta às intermináveis horas passadas no trânsito. “Em 2030, 60% da população mundial vai viver nas cidades, o que representa mais 10% do que a realidade de hoje. Para responder a esta preocupação crescente, a Airbus quer tornar realidade o sonho de todos os condutores: carregar num botão para sobrevoar o trânsito”, explica a fabricante de aeronaves.
Os veículos VTOL da Airbus serão elétricos, conduzidos de forma autónoma, com apenas um lugar e oito asas giratórias. Segundo Zach Lovering, responsável do Project Vahana, terá autonomia para… o tamanho de uma cidade. Quanto tempo é que isso significa, não se sabe ainda. O que se sabe é que será “duas vezes mais rápido que os carros” e conseguirá voar a uma altitude de mil pés (pouco mais de 300 metros).
No fim, a ideia é criar um serviço de boleias, mas nos ares. “Qualquer coisa como o que a Uber tem”, diz Lovering ao Business Insider. Como? Os veículos terão algumas bases no topo de edifícios, grandes parques de estacionamento, os utilizadores definem, numa aplicação do Project Vahana, o local onde estão e o destino pretendido, e são direcionados para o local mais próximo que tenha veículos VTOL.
“Ou apanha um Uber até lá, ou caminha até lá, dependendo de quão longe está”, resume Lovering.
Antes disto tudo, é preciso que a Administração Federal da Aviação, o regulador do setor nos Estados Unidos, aprove esta ideia. E isso é dizer muito, tendo em conta que este regulador ainda nem aprovou o uso comercial de drones.
“Os aspetos regulatórios são, definitivamente, um aspeto difícil de ultrapassar”, reconhece Lovering. Seja como for, diz, a Administração Federal da Aviação tem sido “recetiva” à ideia da Airbus, nos encontros que já tiveram.
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