Irão inunda mercado com petróleo apesar do corte proposto pela OPEP

O Irão acelerou a produção em três campos petrolíferos mais do que o esperado, apesar dos apelos da Arábia Saudita para um corte coletivo no output da OPEP para estabilizar o mercado.

Com os países membros do maior cartel petrolífero do mundo às avessas quanto a um acordo para cortar a produção, o Irão está a fazer exatamente o contrário. Em três campos petrolíferos junto da fronteira com o Iraque, a produção subiu para cerca de 250 mil barris por dia em média este ano, contra os 65 mil de média diária em 2013, adiantou este domingo o serviço de notícias do Ministério do Petróleo iraniano, citando o Presidente Hassan Rouhani numa cerimónia oficial de inauguração de um projeto petrolífero na região.

“A produção de petróleo na zona oeste de Karoun deve atingir um milhão de barris por dia. Esta é uma meta realista e precisamos de investimento e tecnologia”, declarou Rouhani.

O Irão aprovou recentemente um novo modelo de exploração dos seus recursos energéticos no sentido de atrair investidores internacionais, embora os detalhes deste plano não tenham sido tornados públicos. A francesa Total já tem um acordo de princípio para desenvolver um projeto de exploração de gás natural, tornando-se na primeira companhia internacional a assinar um acordo no âmbito das novas regras que Teerão estabeleceu.

"A produção de petróleo na zona oeste de Karoun deve atingir um milhão de barris por dia. Esta é uma meta realista e precisamos de investimento e tecnologia.”

Hassan Rouhani

Presidente do Irão

O aumento da produção no Irão não deverá ficar por aqui, dado que as metas do país só deverão ser alcançadas até final do ano, tinha dito um alto responsável iraniano em setembro.E isto numa altura em que a Arábia Saudita, o maior produtor mundial, procura chegar a um consenso no seio da OPEP para implementar uma redução na produção de petróleo. Os membros do cartel reúnem-se de novo no próximo dia 30 de novembro para discutir um plano que vai limitar a produção do grupo entre os 32,5 milhões e os 33 milhões de barris por dia, comparado com os 33,64 milhões registados em outubro. Um objetivo que tem sido difícil de consensualizar dado que muitos países estão até a aumentar a produção.

O preço do barril de ‘brent’, referência para as importações nacionais, desvalorizou mais de 2% na última sexta-feira para 44,75 dólares. Também a cotação do crude, negociado em Nova Iorque, registou uma queda acentuada na última sessão.

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