Passos sobre Itália: “Esta pode ser uma crise mais grave do que as outras”
Pedro Passos Coelho, líder do PSD, avisou que a crise política italiana, na sequência do resultado do referendo e da demissão de Matteo Renzi, pode ser mais grave. A banca tem dificuldades, lembrou.
“Ninguém pode dizer que só por Itália lidar com crises políticas, esta não possa vir a transformar-se numa crise mais grave do que as outras”, alertou Pedro Passos Coelho, líder do PSD, esta segunda-feira, no ECO talks, um evento organizado pelo ECO, em Lisboa.
O ex-primeiro-ministro reagia assim ao resultado do referendo italiano e ao anúncio de demissão de Matteo Renzi. Passos Coelho defendeu que a crise política poderia ter sido evitada se Renzi não tivesse “transformado o referendo numa espécie de plebiscito à sua continuidade”.
Os riscos são mais elevados, explicou, por causa da fragilidade do sistema bancário italiano. “Há um ano que o Governo italiano anda a gritar aos quatro ventos que tem problemas nos bancos”, notou. “A situação dos bancos é complicada”, reforçou, lembrando que Itália “não cresce e tem a segunda maior dívida pública da Europa, a seguir à Grécia.”
Ainda assim, o líder dos social-democratas reconheceu alguns méritos à reforma constitucional que foi proposta por Renzi, na medida em que ela permitia “simplificar o processo de decisão” e facilitar a obtenção de maiorias parlamentares. “Nos tempos de maiores dificuldades é quando o Governo precisa de ter mais força,” argumentou. “Mas os italianos não estão muito disponíveis para dar esse salto”, concluiu, reconhecendo, contudo, que a abrangência dos poderes que passaria a ter o partido vencedor de eleições pudesse “causar alguma desconfiança”.
Matteo Renzi anunciou este domingo a sua demissão, na sequência da vitória do “Não” ao referendo sobre alterações à Constituição.
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