Nos contra-ataca e Impresa dispara 24% em dois dias
Promessa de declaração de guerra da Nos em relação à ofensiva da Altice sobre a TVI levou títulos da dona da SIC a valorizar mais de 20% em dois dias. Impresa vale 38 milhões de euros.
Se a Altice comprar a TVI, a Nos vai contra-atacar. Miguel Almeida, CEO da operadora nacional, já assumiu uma declaração de “guerra” no mercado televisivo caso a dona da Meo adquira a estação da Media Capital. As palavras daquele responsável foram interpretadas pelos analistas como de potencial interesse da Nos na SIC, deixando os títulos da Impresa em enorme euforia compradora. Nos últimos dois dias, os papéis do grupo de media de Balsemão dispararam mais de 24%.
Na sessão desta terça-feira, as ações da Impresa mantiveram-se em forte alta. Avançaram 10,3% para os 0,225 euros, depois de ontem terem disparado 13%. O apetite comprador revelou-se sólido, tendo sido transacionados quase 1,15 milhões de títulos da dona da SIC e de títulos como o Expresso e a Visão, sete vezes mais do que a média diária de negociação dos últimos 12 meses.
Este desempenho positivo avalia a Impresa em 37,8 milhões de euros a preços de mercado, uma capitalização bolsista 7,4 milhões de euros superior àquela que apresentava após o fecho da sessão de sexta-feira. Ainda assim, desde o início do ano, o título acumula uma perda de 52%.
Impresa ganha 24% em dois dias
Isto acontece numa altura de grande especulação no setor televisivo. Os franceses da Altice estão interessados em comprar a TVI e, caso o eventual negócio seja aprovado, a Nos promete ripostar para poder jogar com as mesmas armas que a rival da Meo.
O presidente executivo da NOS afirmou, em entrevista ao Expresso publicada no último sábado, que haverá resposta a uma eventual compra da TVI pela Altice. “Se se confirmar que a Altice compra a TVI, e se os reguladores não fizerem nada, aceitando essa aquisição, haverá guerra, defenderemos os interesses dos nossos clientes”, disse Miguel Almeida. Embora estas palavras não sejam totalmente esclarecedoras, para a Haitong “é evidente que a Nos consideraria adquirir o outro grupo de media“, ou seja a Impresa (dona da SIC) “para ter o mesmo poder de negociação”.
O analista Nuno Matias considera que ainda é cedo para antecipar uma nova “guerra de conteúdos”. Mas este é “naturalmente um risco” já que pode comportar “receios relativamente ao desejo de exploração de conteúdos exclusivos”, assume o analista da Haitong. Uma situação que pode conduzir a “maior inflação sobre conteúdos” que a Haitong considera desnecessária.
"Se se confirmar que a Altice compra a TVI, e se os reguladores não fizerem nada, aceitando essa aquisição, haverá guerra, defenderemos os interesses dos nossos clientes.”
No caso de um operador de canais pagos avançar para a compra de um grupo de media com canais em sinal aberto, “seria provável que os reguladores impusessem a obrigação de tornar esse canal aberto a outros operadores”.
“No entanto, como tanto a TVI como a SIC têm vários canais temáticos disponíveis apenas em operadores de canais pagos, a imposição de qualquer obrigação naqueles canais poderia ser menos provável; ainda assim, pensamos que a atratividade comercial destes canais não é suficientemente forte (como era no caso do conteúdo de futebol nacional) para justificar que os operadores iniciem uma nova disputa sobre conteúdos”, escreve o analista da Haitong.
(notícia atualizada às 17h07 com cotações de fecho)
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