FMI diz que Portugal continua vulnerável a choques
Na quinta visita pós-troika, o Fundo diz que no curto prazo as coisas correm bem. A médio prazo, nem por isso.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) está otimista para os próximos meses e considera que os objetivos orçamentais para este ano estão ao alcance do Governo de António Costa.
Apesar de ter metas mais conservadoras para o PIB e para o défice orçamental, o Fundo sublinha como positivo o crescimento da economia no terceiro trimestre (1,6% face ao ano passado), mas avisa que “será preciso uma continuação de um forte crescimento” para se “poder concluir que a economia inverteu para um caminho de uma recuperação sustentada”.
Para o médio prazo, o instituto, com sede em Washington, já não é tão otimista. Refere que a economia portuguesa “continua vulnerável a riscos, devido à elevada dívida pública e privada”, à “contínua debilidade do setor bancário e à persistente rigidez estrutural”.
Este cenário, de acordo com o FMI, “obriga as autoridades a fazer esforços ambiciosos para melhorar a resiliência do setor bancário, garantir uma consolidação orçamental duradoura e aumentar o potencial de crescimento da economia”.
Nas previsões do Fundo, o PIB deve crescer 1,3% este ano e no próximo, abaixo dos 1,6% conseguidos em 2015. Para o endividamento, o Fundo prevê que o rácio da dívida pública sobre o PIB aumente de 129% em 2015 para os 130,8% este ano, devendo registar uma correção para os 129,9% no próximo ano.
O que fazer para aumentar o potencial da economia?
No balanço da quinta avaliação após o programa de resgate, o FMI deixa alguns conselhos para melhorar o desempenho da economia a médio e longo prazo.
“Aumentar o potencial da economia a longo prazo exige reformas estruturais. As medidas devem focar-se em promover uma eficiente alocação de recursos, que possa levar à criação de emprego e à melhoria da competitividade da economia”, lê-se no relatório do Fundo.
Alerta ainda para a necessidade de Portugal ter “um mercado laboral flexível, onde os aumentos salariais estejam alinhados com o aumento da produtividade”.
O Governo está nesta altura a discutir com os parceiros sociais o aumento do salário mínimo, tendo em cima da mesa uma proposta de subida dos atuais 530 euros para os 557 euros, o que a acontecer implicaria um aumento de 5%.
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