Medina: “Reduzir elétricos em Lisboa foi um erro”
O Presidente da Câmara de Lisboa respondeu em direto aos utilizadores do Facebook sobre a Carris. Diz que a política de mobilidade da cidade vai passar pela articulação entre os meios de transporte.
Fernando Medina quer que a cidade de Lisboa retroceda: em vez de se retirar linhas de elétricos para construir estradas recentes, o presidente da capital quer instalar novas linhas, principalmente no centro. Medina anunciou, numa sessão de perguntas/respostas com os cidadãos no Facebook, o regresso do elétrico 24 que ligava o Cais do Sodré a Campolide. Na semana passada, a Câmara aprovou um acordo que definia a gestão da Carris nos próximo anos.
“Reduzir as linhas de elétrico em Lisboa foi um erro”, defendeu o autarca lisboeta, criticando a “primazia” que se deu ao automóvel para a circulação dos cidadãos na cidade. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que vai a eleições em 2017, argumentou que já está a reverter essa redução, a começar pelo elétrico 24, uma mudança que pode ser vista já nos extremos dessa ligação, nomeadamente nas obras que decorrem atualmente no Cais do Sodré.
Reduzir as linhas de elétrico em Lisboa foi um erro.
Fernando Medina reconhece que agora é difícil reconstruir as linhas dos elétricos que foram destruídos, mas esse vai ser um dos focos da política de mobilidade da cidade no futuro. Para o autarca, os elétricos têm uma “grande capacidade de mover pessoas”, sendo por isso uma solução para a mobilidade na capital, além de ser um meio de transporte “querido e tradicional” da cidade.
Além da aposta futura nos elétricos, a política de mobilidade de Lisboa vai passar pela articulação entre os meios de transportes. A aposta já era conhecida, mas Fernando Medina explicou-a esta quinta-feira aos lisboetas: com a câmara a dominar a Carris, os serviços de autocarro e metro vão articular-se, somando-se aos parques de estacionamento e a rede de partilha de bicicletas já anunciada para 2017.
Reconhecendo que atualmente “não existe um verdadeiro serviço público” na rede de transportes que existe em Lisboa. Por isso, o foco de Medina não está em ter lucro ou menos dívida na empresa, mas sim em dar um serviço mais eficaz, nomeadamente com a criação de oito corredores de alto desempenho que complementem a rede do metro. Além disso, há mais apoio social para os seniores e crianças até aos 12 anos, uma medida vincada por Fernando Medina que quer “proteger as famílias”.
A Carris não vai continuar a acumular dívida.
Após a implementação do seu plano, a autarquia de Lisboa espera reduzir consideravelmente o número de carros no centro da cidade. Medina não está à espera de lucro, até porque considera a Carris “nunca vai dar lucro para pagar a dívida que tem”, mas sim de mais despesa, “como em todas as cidades europeias”, argumentou. Esses gastos vão ser colmatados com outras receitas do município: o Imposto Único de Circulação, as receitas da EMEL com multas, os parques de estacionamento e da publicidade.
Assim, Fernando Medina promete que, com a gestão da câmara, “a Carris não vai continuar a acumular dívida”, sendo que a “dívida histórica” (em 2015 a empresa registou prejuízos de 21 milhões de euros) passou para o lado do Estado. Algo que recusa ser um “favor” à Câmara, mas sim algo que já ia acontecer com a concessão aos privados que o anterior Governo tinha acordado. “Estamos na mesma situação que os privados“, afirmou o presidente da autarquia de Lisboa.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) esteve em direto no Facebook a responder às questões dos utilizadores da plataforma sobre a transferência de competências da Carris para a CML. Veja aqui o vídeo completo:
A CML já tinha comunicado que este evento iria ocorrer esta quinta-feira:
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