Minsheng quer pagar Novo Banco em duas tranches
Responsáveis do China Minsheng estão a negociar com as autoridades portuguesas a apresentação em duas tranches da garantia bancária que o Banco de Portugal exige para vender o Novo Banco.
Os responsáveis do China Minsheng estão a negociar com as autoridades portuguesas a apresentação em duas tranches da garantia bancária exigida pelo Banco de Portugal, uma das condições para aquisição do controlo do Novo Banco, avança o Público (acesso condicionado), confirmando uma notícia já avançada pelo ECO.
Nos últimos dias, vários elementos ligados ao banco chinês estiveram em Lisboa em conversações com o Haitong Bank (ex-BESI) para obter do banco de investimento um empréstimo ponte. Fontes do setor financeiro adiantaram àquele jornal que o Haitong, liderado por Hiroki Miyazato, solicitou tempo para responder ao pedido de apoio do China Minsheng, podendo a resposta chegar ainda este mês.
O China Minsheng Financial é o principal candidato ao controlo do Novo Banco, mas ainda não fez prova dos fundos necessários para a realização da oferta que fez pelo Novo Banco, conforme adiantou o ECO em primeira mão. O grupo chinês trazem consigo um investimento de 750 milhões de euros, através de um aumento de capital, para controlar 55% do banco hoje liderado por António Ramalho.
A solução de fazer a prova dos fundos em duas fases surge num contexto de forte restrição da China, que está a impor restrições às saídas de capital do país.
Segundo avançou o ECO na semana passada, os chineses, com operação em Hong-Kong, assinaram um memorando de entendimento que prevê um aumento de capital a dois tempos, primeiro de 600 milhões de euros e, depois, de 150 milhões. E, a prazo, a possibilidade de comprar uma parte da participação do Fundo de Resolução, com um teto de investimento de 150 milhões de euros.
O problema é que, depois de assinarem o acordo com o Banco de Portugal e a equipa liderada por Sérgio Monteiro, tinham uma semana para apresentarem a prova de fundos e não o fizeram. De acordo com informações reveladas ao ECO, o China Minsheng terá mesmo entregado uma carta em que o board do fundo, em Hong Kong, assumia formalmente que não faria a operação nos termos anteriormente acordados.
Entretanto, com as negociações em curso, o China Minsheng teria apenas 150 milhões de euros em caixa, sendo essa a disponibilidade de fundos que serviria de base para fazer o negócio.
O Novo Banco é um banco de transição, que resultou da resolução do BES e, à data da sua criação, recebeu 4,9 mil milhões de euros de capital do Fundo de Resolução que, por sua vez, pediu 3,9 mil milhões emprestados ao Estado para o fazer.
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