José Eduardo dos Santos indica João Lourenço para candidato a Presidente da República

  • Ana Luísa Alves
  • 2 Dezembro 2016

O ministro da Defesa de Angola, João Lourenço, foi indicado pelo presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, como o candidato do partido a Presidente da República.

João Lourenço, ministro da Defesa de Angola, foi indicado pelo chefe de Estado e presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, para ser o candidato do partido a Presidente da República nas eleições de 2017, avançou hoje a rádio pública angolana.

Para o número dois da lista do MPLA às eleições gerais de 2017, e candidato a vice-presidente, foi indicado e aprovado na reunião do Comité Central do partido, que se realizou hoje em Luanda, o nome do atual ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa.

Para presidente da Assembleia Nacional na lista do MPLA volta a ser proposto Fernando da Piedade dias dos Santos, que já está atualmente em funções, acrescenta a informação divulgada pela rádio estatal, que ao início da noite começou a promover debates sobre a nova liderança em perspetiva.

João Lourenço, 62 anos, é vice-presidente do MPLA desde o congresso do partido em agosto último e deverá ser apresentado publicamente como cabeça de lista do partido a 10 de dezembro, no arranque da campanha pré-eleitoral em Luanda.

Questionado em agosto pela agência Lusa, sobre se estaria preparado para ocupar a liderança partidária em caso de retirada do líder do MPLA da vida política em 2018, como anunciado anteriormente por José Eduardo dos Santos, o general João Lourenço preferiu não fazer comentários.

“Penso que é muito cedo para falarmos sobre esta matéria, prefiro prescindir de fazer comentários a respeito desta matéria”, respondeu.

José Eduardo dos Santos, chefe de Estado e líder do partido desde 1979, anunciou em março que pretende abandonar a vida política em 2018.

A Constituição angolana prevê que o cabeça de lista do partido mais votado em eleições gerais seja automaticamente nomeado Presidente da República.

“O nosso objetivo é ganhar as eleições com maioria qualificada ou no mínimo maioria absoluta e o segredo estará na disciplina, na união e coesão de todos em torno dos nossos candidatos, quer no processo da campanha eleitoral quer no momento da votação”, afirmou José Eduardo dos Santos, durante o discurso de abertura desta reunião do Comité Central de hoje.

O MPLA aprovou hoje uma resolução com o cabeça de lista do partido às eleições gerais de 2017 em Angola, mas sem oficializar o nome de João Lourenço.

A informação consta do comunicado final divulgado pelo secretário do bureau político do MPLA, Mário António, depois de concluída a segunda reunião ordinária do Comité Central, presidida por José Eduardo dos Santos, dando apenas conta que aquele órgão “aprovou” a “resolução interna sobre a designação do cabeça de lista às eleições gerais de 2017”.

Foi igualmente aprovada, segundo o comunicado lido por Mário António, a “síntese da estratégia eleitoral do MPLA”, para preparar as tarefas até às eleições de agosto do próximo ano, bem como a estrutura de coordenação da campanha e o programa de governação do partido entre 2017 e 2022, na próxima legislatura.

Contrariamente à expectativa gerada, nenhum nome de candidato foi oficializado hoje pelo partido, com uma fonte do MPLA a explicar informalmente que a decisão sobre os nomes dos candidatos não deve ser divulgada sem antes ser dada a conhecer às bases, em todo o país.

Ninguém do partido comentou qualquer nome da lista aprovada, sabendo-se apenas que, em simultâneo, o Comité Central aprovou uma moção de “incondicional apoio” a José Eduardo dos Santos, presidente do partido e chefe de Estado desde 1979, atualmente com 74 anos, “na defesa dos ideais do MPLA e dos destinos do país”.

Entretanto, o cantor e ativista luso-angolano Luaty Beirão considerou hoje à Lusa que a saída de José Eduardo dos Santos é uma boa notícia e defendeu que “é preciso novas caras e novo sangue” em Angola.

“É preciso novas caras, novo sangue, Angola tem de dar um passo, ele já não está a permitir que Angola caminhe; Angola está refém das suas decisões e dos seus caprichos e felizmente foi ele próprio a decidir que basta. Estou muito satisfeito com isso, e agora o caminho é para a frente. ‘Next’”, concluiu.

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Vendas de automóveis aceleram. Renault lidera

A vendas de automóveis aumentaram, mas foi a de veículos ligeiros de passageiros que ditou a tendência. Cresceram 23,5% com a Renault, Peugeot e a VW a liderarem.

As vendas de automóveis aceleraram no último mês. De acordo com dados da ACAP, registou-se um crescimento de 18,3% do mercado, sendo que o maior aumento foi verificado nas vendas de automóveis ligeiros de passageiros.

As vendas de “ligeiros de passageiros registaram um crescimento de 23,5% no mês de novembro, em relação ao mês homólogo do ano anterior. “Foram vendidos em Portugal 16.525 automóveis ligeiros de passageiros”, refere a associação em comunicado.

Renault, Peugeot e Volkswagen continuam a liderar as vendas. A Renault vendeu mais de duas mil unidades, um crescimento de 51,3% face ao mesmo mês do ano passado, seguida da Peugeot com 1.701 carros e da VW (1.440). Entre as 10 marcas mais vendidas, a Fiat foi a que cresceu mais: 61%.

O registo positivo no segmento dos ligeiros de passageiros “não foi acompanhado pelos setores dos comerciais ligeiros, cujas vendas cresceram apenas 2,8%, e, sobretudo, dos pesados, que registaram uma queda homóloga de 29,3% em novembro”.

“Em termos acumulados, nos últimos onze meses do ano foram comercializados em Portugal 225.178 veículos automóveis, o que representa uma variação homóloga positiva de 14,7%”, diz a ACAP. Destes 225 mil, 190.384 unidade são ligeiros de passageiros.

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Obama diz que Guterres já provou ser líder eficaz

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2016

O presidente norte-americano Barack Obama recebeu António Guterres na Casa Branca

O presidente norte-americano, Barack Obama, disse que o antigo primeiro-ministro português António Guterres, que assume o cargo de secretário-geral das Nações Unidas a 01 de janeiro, já provou ser um líder eficaz.

Obama, que recebeu Guterres na Casa Branca, referiu que tê-lo como secretário-geral da ONU será importante numa altura em que os desafios mundiais e a incerteza continuam a aumentar.

António Guterres, por seu turno, expressou o seu “total compromisso” em trabalhar em estreita colaboração com Obama e com o presidente eleito Donald Trump.

Disse que o mundo precisa de uma ONU mais eficaz, também em termos económicos, e com uma abordagem reformista, adiantando estar comprometido com tal objetivo, partilhado pelos Estados Unidos.

Ex-Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Guterres foi eleito em outubro para suceder a Ban Ki-moon.

No início do mês, Guterres já se tinha encontrado com o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que considerou o secretário-geral designado da ONU o “homem certo para o momento”.

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Faria de Oliveira: Macedo “cumpre todos os requisitos”

A APB felicita o novo presidente da CGD. Faria de Oliveira destaca a "credibilidade inquestionável" do ex-ministro da Saúde, antevendo um "bom desempenho na missão" que tem pela frente.

Faria de Oliveira aplaude a escolha para a liderança do banco público. Paulo Macedo “cumpre todos os requisitos necessários para o exercício da função de presidente Executivo da CGD”, diz o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB).

“Trata-se de uma personalidade de credibilidade inquestionável e percurso profissional, incluindo o realizado na banca“, refere Faria de Oliveira, que também já passou pelo banco do Estado.

Paulo Macedo, que já tinha sido vice-presidente do BCP, foi o nome escolhido pelo Governo para substituir António Domingues. Tem pela frente a missão de reestruturar o banco do Estado.

O perfil e o percurso de Macedo “permite antever um bom desempenho na missão que lhe foi agora confiada e o reforço da afirmação da instituição como banco de referência no sistema bancário”, remata.

O presidente da APB foi um dos que criticou o arrastar da polémica na Caixa. Numa entrevista ao jornal Público, no dia 17 de novembro, veio dizer que todo o ruído que estava a ser gerado em torno da entrega ou não das declarações de rendimentos da equipa de gestão da CGD é “extremamente negativo”, não só para o banco público como o setor.

“Todo este ruído acerca da CGD é extremamente negativo. Para além do seu programa de recapitalização, a CGD precisa de estabilidade e precisa de entrar em pleno funcionamento. E este ruído ensurdecedor é profundamente negativo. É tempo de acabar com ele”, disse na altura Faria de Oliveira.

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Ansiedade à italiana

O referendo italiano deixou ansiosos os investidores. Receosos quanto ao resultado, afastaram-se do risco, penalizando as bolsas europeias. E Lisboa foi a que mais caiu.

Depois dos Estados Unidos, com a eleição de Donald Trump, as atenções dos investidores voltam a centrar-se na política, desta vez na Zona Euro. O referendo em Itália está a provocar grande ansiedade, levando a quedas nos mercados acionistas. As bolsas europeias caíram. E Lisboa? Perdeu 1%.

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CGD: PCP diz que Paulo Macedo não reúne condições para liderar banco público

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2016

O PCP defendeu que Paulo Macedo não reúne as condições para ser presidente da Caixa Geral de Depósitos devido ao seu percurso anterior como ministro da Saúde do Governo do PSD/CDS.

O PCP defendeu esta sexta-feira que Paulo Macedo não reúne as condições para ser presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) devido ao seu percurso anterior como ministro da Saúde do Governo do PSD/CDS.

O Governo decidiu, a responsabilidade é do Governo, na nossa opinião não decidiu de acordo com estes critérios [de competência e de identificação com o serviço público]. O doutor Paulo Macedo oferece-nos muitas reservas para vir a ocupar este cargo, particularmente pelo seu percurso anterior, nomeadamente um homem dos mais importantes ministros do governo PSD/CDS”, declarou o dirigente comunista Jorge Pires.

"O doutor Paulo Macedo oferece-nos muitas reservas para vir a ocupar este cargo, particularmente pelo seu percurso anterior, nomeadamente um homem dos mais importantes ministros do governo PSD/CDS.”

Jorge Pires

Dirigente do PCP

Para sustentar a sua posição, o elemento da comissão política do Comité Central do PCP explicou que Paulo Macedo enquanto ministro da Saúde levou a que uma parte do Serviço Nacional de Saúde fosse sendo privatizado, cresceram as transferências de dinheiros públicos para grupos privados na saúde e relativamente a cuidados primários de saúde, mais de um milhão e meio de portugueses ficaram sem médico de família.

Para o PCP, a escolha do presidente do banco público deveria ter obedecido aos critérios de “ser uma pessoa competente e, por outro lado, ser uma pessoa que se identifique com o serviço público, que esteja disponível e assim contribuir para a resolução do problema da Caixa Geral de Depósitos”.

O dirigente comunista fez estas declarações aos jornalistas à margem dos trabalhos do XX Congresso do PCP que decorre até domingo em Almada, na margem sul do Tejo.

"Consideramos que, de acordo com os critérios que nós defendemos, o doutor Paulo Macedo não reúne as condições para ser o presidente da Caixa Geral de Depósitos, é uma decisão do governo e o governo assume a sua responsabilidade.”

Jorge Pires

Dirigente do PCP

“Consideramos que, de acordo com os critérios que nós defendemos, o doutor Paulo Macedo não reúne as condições para ser o presidente da Caixa Geral de Depósitos, é uma decisão do governo e o governo assume a sua responsabilidade”, declarou, acrescentando que o executivo socialista informou o PCP desta decisão.

O Governo convidou Paulo Macedo para presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Rui Vilar para ‘chairman’, tendo ambos aceitado os convites, informaram hoje as Finanças.

Em comunicado hoje emitido, o ministério de Mário Centeno indica que “o Governo decidiu convidar o doutor Paulo Macedo para CEO [presidente executivo] da CGD, tendo o convite sido aceite”, e que “para ‘chairman’ [presidente do Conselho de Administração] da CGD foi convidado o doutor Emílio Rui Vilar, convite esse que também foi aceite”.

Na nota, a tutela refere que o Governo está, em conjunto com Paulo Macedo e Emílio Rui Vilar, “a trabalhar na definição da composição do restante Conselho de Administração” da Caixa, reiterando que “o processo de nomeação do novo Conselho de Administração da CGD segue assim o seu curso normal”.

A situação no banco público mereceu já hoje, na abertura do XX Congresso Nacional do PCP, uma posição do secretário-geral, Jerónimo de Sousa, que citou como maus exemplos “a resolução do Banif, o processo de nomeação da administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD)” ou “as opções de política económica, fiscal e externa”.

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Conselho de Estado dia 20. Tema? Futuro da Europa

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2016

A cinco dias do Natal, Marcelo Rebelo de Sousa vai reunir o Conselho de Estado para falar sobre o futuro da Europa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou para dia 20 deste mês uma reunião do Conselho de Estado sobre o futuro da Europa, confirmou à Lusa fonte de Belém. A notícia desta reunião foi avançada pelo Expresso.

Desde que tomou posse como Presidente da República, em 9 de março, Marcelo Rebelo de Sousa imprimiu ritmo trimestral às reuniões do Conselho de Estado. Esta será a quarta reunião. As anteriores realizaram-se em 7 de abril, 11 de julho e 29 de setembro.

O Conselho de Estado é o órgão político de consulta do Presidente da República, presidido por este, e integra por inerência o presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro, o presidente do Tribunal Constitucional, o Provedor de Justiça, presidentes dos governos regionais e antigos presidentes da República.

Além dos membros inerentes, inclui cinco cidadãos designados pelo Presidente da República, pelo período correspondente à duração do seu mandato, e cinco eleitos pela Assembleia da República, de harmonia com o princípio da representação proporcional, pelo período correspondente à duração da legislatura.

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Cabral dos Santos talvez ‘in’, Esmeralda Dourado ‘out’

Paulo Macedo está a formar a equipa e, tudo indica, vai escolher gestores da casa. Cabral dos Santos poderá ser um deles. Já Esmeralda Dourado não integra a equipa.

Paulo Macedo e Rui Vilar continuam a fazer contactos para construírem uma nova equipa de gestão da CGD que garanta a aprovação do BCE sem reservas. Segundo apurou o ECO, José Pedro Cabral dos Santos poderá regressar à administração executiva do banco público, enquanto Esmeralda Dourado está fora da equipa por opção própria.

Cabral dos Santos é um quadro da CGD e pertenceu à equipa de administração de José de Matos. Foi o responsável pela área do crédito às empresas e, com a saída daquela equipa, acabou por pedir a reforma. Preenche, ainda assim, os requisitos definidos por Paulo Macedo, é um homem da casa e já passou os crivos de Bruxelas.

José João Guilherme, esse, vai mesmo integrar a equipa, como avançou o JdN. Antigo colega de administração de Paulo Macedo no BCP e, posteriormente, administrador do Novo Banco na equipa de Eduardo Stock da Cunha. É um gestor com experiência na área do retalho e na gestão da rede de balcões. Foi isso que fez no BCP e Novo Banco.

Já Esmeralda Dourado, dada como certa na equipa como administradora não executiva, não vai integrar o conselho da CGD. Gestora com longa experiência na banca, Esmeralda Dourado foi convidada, já com este governo, para presidente executiva e declinou o convite. Tem projetos próprios que lhe retiram o tempo para funções executivas, mas, depois daquele convite, só mesmo a função “chairwoman” a poderia convencer. Mas essa já está preenchida por Rui Vilar, que transita da equipa.

Mais complexa está a posição dos três administradores executivos da equipa de António Domingues que não pediram a renúncia aos cargos. São eles Tiago Ravara Marques, João Tudela Martins e Pedro Leitão. Paulo Macedo já terá dado indicações de que não conta com os três, eram homens de confiança de Domingues, mas têm contrato e, por isso, têm de ser indemnizados em caso de rescisão contratual.

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Juros dos depósitos atingem novo mínimo histórico

Bancos remuneraram as novas aplicações em depósitos a prazo a uma taxa de juro média de 0,34%, em outubro, segundo dados do BCE. É a taxa mais baixa de sempre.

Ter o dinheiro aplicado em depósitos a prazo ou debaixo do colchão rende quase o mesmo. Dados divulgados hoje pelo Banco Central Europeu mostram que a remuneração das novas aplicações em depósitos a prazo caiu, em outubro, para um novo mínimo histórico.

Nesse mês, a banca nacional pagou uma taxa de juro média de 0,34% nas novas aplicações em depósitos a prazo, o que corresponde à remuneração mais baixa de sempre, tendo em conta um histórico que remonta ao início do ano 2000. Este valor fica aquém da remuneração média de 0,35% oferecida em setembro, que já era também um mínimo.

Juros dos depósitos em queda desde 2011

Fonte: BCE
Fonte: BCE

A redução das taxas de juro dos depósitos a prazo acompanha o rumo descendente das Euribor, que se mantêm em valores negativos, e o desinteresse dos bancos em captar recursos — o BCE cede liquidez ilimitada. A prioridade dos bancos passa agora por maximizar os seus proveitos pela via das comissões.

Em outubro, a generalidade dos depósitos foi afetado por uma quebra das remunerações, com a exceção das aplicações entre um e dois anos, onde ocorreu uma ligeira melhoria. Nesse horizonte temporal a taxa de juro média fixou-se em 0,38%, acima dos 0,34% registados nas novas aplicações realizadas em setembro.

Já nas aplicações até um ano, a remuneração baixou de uma média de 0,33%, em setembro, para 0,32%, em outubro. De salientar ainda que as aplicações com prazos até um ano são as menos generosas para os aforradores. Já quem colocou dinheiro em depósitos para prazos superiores a dois anos, viu a respetiva remuneração média cair, de 0,45%, em setembro, para 0,43% em outubro.

Para além de verem as suas poupanças serem pouco valorizadas pelas instituições financeiras, a remuneração oferecida pela generalidade dos produtos é também insuficiente para anular o efeito da inflação. A inflação prevista pelo Governo para o próximo ano é de 1,5%.

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Bolsa de Lisboa lidera perdas na Europa

  • Ana Luísa Alves
  • 2 Dezembro 2016

Bolsa de Lisboa fecha em queda, seguindo a tendência das pares europeias. O PSI-20 perdeu cerca de 1%, com apenas duas cotadas positivas. Mota-Engil foi a mais castigada.

A praça Lisboeta encerrou a semana com o pé esquerdo, destacando-se com o pior registo a nível europeu. Os principais índices recuaram perante os receios em torno do risco político associado ao referendo em Itália.

O índice PSI-20 desvalorizou 0,99% para os 4.392,12 pontos, com apenas dois títulos a escaparem às perdas. No total da semana o PSI-20 perdeu 1,56%, depois de duas semanas consecutivas de ganhos.

A Mota-Engil foi a que mais perdeu, 3,01% para 1,52 euros, mas foram as perdas de 2,5% para 5,19 euros da NOS, e de 2,13% para os 1,16 euros do BCP as que mais pressão exerceram no índice luso. O setor energético também pressionou: a EDP e EDP Renováveis registaram uma queda de 0,07% e 0,34%, respetivamente.

A Galp recuou 0,27% para os 13,06 euros, não acompanhando a valorização registada esta sexta-feira no petróleo, ainda a reagir ao corte de produção da OPEP.

As ações da Altri, Semapa, e Navigator recuaram, penalizadas pela valorização do euro face ao dólar. A Altri perdeu 2,96% para 3,57 euros, enquanto a Semapa deslizou 2,20% para 12,02 euros, e a Navigator caiu 1,31% para 2,94 euros.

“A Altri e a Navigator caíram 2,96% e 1,31%, respetivamente, depois dos ganhos conseguidos ultimamente com a apreciação do Dólar”, justificaram os analista do BPI no comentário de fecho.

Em alta, referência para a Sonae Capital e para a Pharol. A empresa cuja maior ativo é a participação na Oi viu as suas ações recuperarem 0,6% para os 17 cêntimos. Já os títulos da Sonae Capital avançaram 0,14% para os 71 cêntimos.

Na Europa o cenário também foi de perdas no fecho da semana. A seguir a Lisboa, Madrid foi a bolsa que mais caiu, seguindo da bolsa de Paris. Destaque positivo, ainda assim, para a bolsa de Milão, que valorizou no fim da semana 0,16%.

(Notícia atualizada às 16h55)

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Como um telefonema às 2 da manhã desbloqueou acordo da OPEP

Meses e meses de negociações e, no final, um telefonema às 2 da manhã entre os dois homens mais poderosos do petróleo bastou para resolver o impasse na OPEP. Preços do barril avançam finalmente.

Na véspera da decisiva reunião de 30 de novembro, as probabilidades de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) chegar a um acordo para reduzir a produção de ouro negro eram bastante reduzidas. Mantinha-se o braço de ferro entre os seus membros quanto ao volume que cada um deveria cortar. Ninguém queria ceder. Foi então que entraram em cena dois dos homens mais poderosos na indústria do petróleo. E um telefonema bastou para desbloquear todo o processo que conduz ao primeiro corte na produção em oito anos no seio do cartel.

Nas primeiras horas da manhã do dia 29, à hora de Riade e Moscovo, o ministro da Energia saudita, Khalid Al-Falih, e o seu homólogo russo, Alexander Novak, falaram por telefone. Novak manifestou a disponibilidade para manter o nível de produção ou até cortar, contribuindo com metade do corte de produção que a OPEP estava a negociar com os países fora do cartel, de acordo com os relatos de responsáveis e ministros envolvidos nas negociações, citados pela Bloomberg. Em contrapartida, Al-Falih teria de pressionar a organização a fechar um acordo com uma forte redução da produção.

A palavra de Al-Falih prevaleceu. Eram 17h, hora local, do dia 30 de novembro quando a OPEP anunciou em Viena que o cartel tinha finalmente chegado a acordo. Anunciou uma redução em 1,2 milhões de barris por dia. Por seu lado, a Rússia anunciava que iria reduzir a produção em 600 mil barris juntamente com outros países fora do cartel.

Foi uma questão de segundos até os preços do ouro negro dispararem nos mercados. O Brent avança 14% na semana para 54 dólares por barril. Em Nova Iorque, o crude acumula um ganho de 11%.

“A OPEP manteve-se firme e agora terão de passar à ação mais tarde ou mais cedo se quiserem manter estas valorizações”, referiu John Kilduff, da Again Capital, à Bloomberg. “O mercado está a premiar a OPEP pelo acordo e agora quer ver se há seguimento a esse entendimento. Os cortes não deverão começar antes de janeiro e o manter um compromisso sempre foi um problema dentro do grupo”, acrescentou.

O que espera o mercado?

  • Commerzbank: aumentou o preço-alvo do barril dos 48 dólares para 53 dólares no primeiro trimestre de 2017, mas reviu a avaliação em baixa para o resto do ano, dos 55 dólares para 48 dólares, dado que os preços mais altos do crude deverão levar a um aumento de produção nos EUA;
  • Citigroup: antecipa um cenário de alta para o preço do ouro negro, embora saliente possibilidade de a OPEP não cumprir o acordo caso os países produtores fora do cartel não cumpram a sua parte;
  • Société Generale: não espera mudanças no nível de produção dos países fora da OPEP;
  • Wood Mackenzie: aponta para uma subida de 5 dólares do preço médio do barril para os 58 dólares.

Acordo em risco

Aparentemente, o caminho até ser alcançado o acordo pode ter sido fácil. Mas as fontes envolvidas nas negociações dizem que foi precisamente o contrário. Em abril, um acordo entre a OPEP e a Rússia para congelar a produção caiu em saco roto no dia em que deveria ser assinado, depois de a Arábia Saudita ter pedido, de forma inesperada, a inclusão do Irão no entendimento.

Numa nova tentativa diplomática para baixar o nível de ouro negro nos mercados, vários membros da OPEP combinaram através de mensagens no WhatsApp um novo encontro para 28 de setembro, na capital argelina, Argel. Foi aí que desenharam um acordo inicial, deixando de fora os detalhes em relação ao corte individual de cada país — algo para ser resolvido na decisiva reunião de 30 de novembro.

Entre o dia 28 e 30 de novembro, técnicos e missões diplomáticas tentaram chegar a uma base de entendimento. Sem sucesso. As diferenças pareciam irreconciliáveis e um acordo quase impossível, numa altura em que a Arábia Saudita já estava fora das negociações a dizer que os preços do petróleo iriam estabilizar em 2017 “mesmo sem a intervenção da OPEP”.

"A OPEP manteve-se firme e agora terão de passar à ação mais tarde ou mais cedo se quiserem manter estas valorizações. O mercado está a premiar a OPEP pelo acordo e agora quer ver se há seguimento a esse entendimento. Os cortes não deverão começar antes de janeiro e o manter um compromisso sempre foi um problema dentro do grupo.”

John Kilduff

Again Capital

Depois de um esforço final liderado pelo ministro da Energia da Argélia, Nourredine Bourtarfa, que tinha viajado a Teerão e a Moscovo nos dias anteriores, uma base de entendimento tomou forma durante o pequeno-almoço antes da reunião de 30 de novembro. O Irão tinha a autorização para aumentar a produção face aos níveis atuais, mas não poderia atingir os objetivos que almejava.

Seguiu-se uma reunião de mais de cinco horas. E quase tudo estava decidido, depois do telefonema na madrugada anterior entre os ministros russo e árabe, não fosse a Indonésia, que tinha reentrado na OPEP na ano passado após uma ausência de sete anos, ter manifestado a sua oposição à última da hora. O cartel pretendia que os indonésios baixassem em 34 mil barris a produção diária, quando a delegação daquele país tinha em mente uma redução de apenas 5.000. Solução de recurso? Pela segunda vez, a permanência da Indonésia na OPEP era suspensa.

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BE “não tem uma enorme amizade” por Macedo

A líder do Bloco diz que a decisão de convidar Paulo Macedo não foi discutida com o partido. É uma decisão do Governo, salienta.

Catarina Martins fez questão de sublinhar que a decisão de convidar Paulo Macedo foi do Governo. “Não foi discutida com o Bloco de Esquerda”, disse a líder do partido que apoia o Executivo de António Costa, salientando que o BE “não tem uma enorme amizade” pelo ex-ministro da Saúde.

Salientando que não participou na escolha, Catarina Martins escusou-se a classificar a nomeação de Macedo: “Não espera que diga que o BE tem enorme amizade por Paulo Macedo”, disse aos jornalistas. Macedo foi ministro do Governo de Passos Coelho.

Mas o “BE, como até agora, será garante da exigência da transparência”, tanto da administração como da atuação do banco. No que respeita à administração, Catarina Martins volta a apontar aos salários, defendendo “salários razoáveis”, já sobre o banco, defende que se “comporte como um banco público”.

Relativamente a Paulo Macedo, que sucede a António Domingues, Catarina Martins salientou apenas a diferença face à anterior administração. Paulo Macedo “já apresentou declaração de rendimentos várias vezes, por isso acredito que não terá problemas em fazê-lo novamente”, disse.

A anterior administração não cumpriu com as regras“, notou a líder do BE, criticando António Domingues. “Um conselho de administração que deixa arrastar uma novela sobre si não servia à CGD”, remata.

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