Jerónimo Martins pressiona Lisboa, juros dão tréguas
Juros da dívida portuguese atingiram esta quinta-feira máximos de quase um ano. Aliviam ligeiramente esta sexta-feira. Na bolsa portuguesa, pressionam os títulos da Jerónimo Martins.
Depois de uma sessão marcada pelo agravamento do risco de Portugal, os investidores estão a dar algumas tréguas esta sexta-feira. Os juros da dívida nacional cedem muito ligeiramente, mantendo a taxa a dez anos acima dos 4%. Já no mercado acionista, Lisboa volta a ceder terreno pelo segundo dia consecutivo, pressionado sobretudo pela Jerónimo Martins.
O PSI-20, o principal índice português, perde 0,2% para 4.712,03 pontos, com a retalhista dona do Pingo Doce a cair mais de 1% para 15,44 euros, mantendo a tendência de correção após o disparo de 5% na quarta-feira na sequência de uma nota de research positiva do JPMorgan Chase, onde era evidenciado o “final de ano forte” para a Jerónimo Martins. Já ontem a Haitong também deu conta do sólido desempenho que a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos terá observado no último trimestre do ano, graças à sua “liderança incontestável” na Polónia.
Além da Jerónimo Martins, mais dez cotadas portuguesas mantinham a bolsa portuguesa sob alguma pressão vendedora, com destaque para os pesos pesados nacionais: a Galp perde 0,35% e a EDP Renováveis cedia 0,18%.
No setor financeiro, altamente sensível às variações de humor nos mercados secundários de dívida, o BCP iniciou a sessão em baixa de 0,13% para 1,07 euros, enquanto o BPI perde 0,18% para 1,13 euros.
Entretanto, depois de uma sessão de pressão nos juros portugueses, as taxas seguem hoje em alívio. A yield implícita nas obrigações a 10 anos cede ligeiros 1,4 pontos base para 4,02%.
“A evolução das yields será um processo a monitorizar apesar de em novembro a agência DBRS, a única que atribui uma notação de investimento à dívida nacional, ter desdramatizado a importância das yields nos 4%”, referem os analistas do BPI. “Antes de novembro, a DBRS apelidava os 4% como uma “zona desconfortável” para as taxas de juro portuguesas. No comunicado de novembro, esta agência considerou que, mais do que a subida das yields, a variável mais relevante é o crescimento económico”, acrescentam. Ao ECO, Fergus McCormick, economista-chefe da DBRS, disse esta quinta-feira que não há um número mágico para os juros da dívida.
A bolsa de Lisboa acompanha o sentimento negativo com que abriram os principais índices europeus. Em Paris, o CAC-40 desvaloriza 0,35%, ao mesmo tempo que o alemão DAX-30 cai 0,14%. Já Milão valoriza 0,07%.
(Notícia atualizada às 8h30)
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