Taxa de desemprego caiu para 11,1% em 2016
No último trimestre do ano passado, a taxa de desemprego ficou em 10,5%, inalterada face aos três meses anteriores. Mas no conjunto do ano recuou para 11,1%, o valor mais baixo desde 2010.
A taxa de desemprego recuou para 11,1% em 2016, revelou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Este é o valor mais baixo desde 2010, quando tinha ficado nos 10,8%.
Nos últimos três meses do ano passado, a taxa ficou em 10,5%, inalterada face ao terceiro trimestre. Este valor foi obtido com uma diminuição do número de pessoas empregadas quando comparado com o período de julho a setembro. Contudo, se o termo de comparação for o período homólogo (isto é, o quarto trimestre de 2015) verifica-se um aumento do emprego.
Taxa de desemprego de 1998 a 2016
Ao que o ECO apurou, o Governo estava a antever uma taxa em torno de 10,4% para o quarto trimestre de 2016, e um número para o conjunto do ano em torno de 11% ou 11,1%. Com este resultado em 2016, o Executivo espera que o arranque deste ano seja já muito próximo do limiar dos 10%, baixando a taxa para menos de dois dígitos ao longo de 2017.
O valor divulgado hoje pelo INE supera ligeiramente a meta que tinha sido definida pelo Executivo em outubro do ano passado, no âmbito do Orçamento do Estado para 2017, bem como a projeção definida em fevereiro, na entrega do Orçamento do Estado para 2016. Em fevereiro a meta era de 11,3%, em outubro foi revista em baixa para 11,2%.
2016: menos desempregados, mais empregados
Em média, no ano passado, estavam 573 mil pessoas desempregadas. Eram menos 73,5 mil do que o registado em 2015, diz o INE. A diminuição do número de desempregados foi conseguida tanto no universo das mulheres como dos homens e verificou-se “em todos os grupos etários em análise”, explica o organismo oficial de estatísticas. Ainda assim, a maior redução verificou-se entre as pessoas com 35 a 44 anos — aqui houve uma diminuição anual de 26,3 mil desempregados.
No que toca a níveis de escolaridade, a redução do número de desempregados também é visível em todos os graus de formação. Contudo, foi no grupo de pessoas com escolaridade, no máximo, até a 3º ciclo do ensino básico que a diminuição do número de desempregados foi mais expressiva.
Mas todos os ex-desempregados encontraram emprego?
Não. Os números do INE mostram que o aumento do emprego foi menor do que a redução do número de desempregados. Enquanto o número de desempregados caiu 73,5 mil quando comparado com 2015, o número de empregados apenas aumentou 56,5 mil. Ou seja, os restantes saíram da população ativa, que é o mesmo que dizer que abandonaram o mercado de trabalho.
A análise da população empregada mostra que o aumento se verificou sobretudo entre as mulheres, entre o grupo de pessoas com idades entre os 45 e os 64 anos e no segmento de pessoas com formação superior. A maior parte dos empregos foi criada no setor dos serviços, com contratos a tempo completo.
Como foi o último trimestre do ano passado?
Nos últimos três meses de 2016, a taxa de desemprego ficou inalterada em 10,5%. Este valor resultou de uma redução da população ativa em termos trimestrais (a queda foi de 24,2 mil pessoas), bem como de uma diminuição do número de empregados. Ou seja: a taxa de desemprego só não subiu porque houve quem saísse do mercado de trabalho. Este resultado recomenda, por isso, cautela na extrapolação dos dados para este ano.
Os dados do INE mostram, inclusivamente, que entre os jovens a taxa de desemprego até subiu, dos 26,1% registados no terceiro trimestre de 2016, para 27,7% no último trimestre do ano.
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