CGD: Matos Correia admite bater com a porta
Matos Correia diz que entre hoje e amanhã vai refletir se tem condições para continuar à frente da comissão de inquérito. O presidente da mesa diz que tem dúvidas de que se esteja a "apurar a verdade"
José Matos Correia está a considerar abandonar a presidência da comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos. O deputado do PSD diz que “não é segredo para ninguém” que há divergências na forma como os trabalhos têm decorrido. E duvida que o “apuramento da verdade esteja a acontecer”. Por isso, entre hoje e amanhã Matos Correia vai avaliar se tem condições ou não para continuar à frente da comissão.
No final de uma reunião acesa, Matos Correia disse que vai avaliar se tem condições para continuar à frente dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD. “Não é segredo para ninguém que tenho divergências sobre a forma como os trabalhos da comissão têm decorrido. Entendo que os acontecimentos verificados nos últimos dias merecem uma reflexão“. O presidente da comissão tem dúvidas de que se esteja a apurar a verdade e “teme que os direitos das minorias não estejam a ser respeitados”.
E é por isso que “entre hoje e amanhã vou refletir se tenho condições para continuar à frente da comissão“, conclui Matos Correia. Isto numa audição onde devia ter sido ouvido Nogueira Leite, mas que foi adiada para a próxima terça-feira depois de a esquerda ter decidido travar a divulgação da correspondência que António Domingues enviou para a CPI, dizendo que os emails e SMS trocados entre o Ministério das Finanças e o presidente demissionário da CGD “estão fora do âmbito da comissão”.
Hoje foram também votados oficialmente estes requerimentos. E foram novamente chumbados. Uma votação feita em “protesto” por parte do CDS e do PSD, que consideram “ilegal” por falta de fundamentos da esquerda, para além do facto de estarem fora do objeto da comissão.
Isto numa reunião que teve de ser interrompida várias vezes por Matos Correia devido aos ânimos exaltados dos deputados, que levaram o presidente da comissão a dizer que não está disponível para “tornar a comissão parlamentar num recinto de feira”, acrescentando que as pessoas podem discordar mas “têm que manter o nível”.
Para além dos requerimentos que pedem os emails e as SMS do presidente demissionário da CGD, o PSD também apresentou um pedido para que estes requerimentos fossem analisados pela auditora jurídica, por ser alguém “imparcial”.
Os sociais-democratas apresentaram um “requerimento para que se confrontasse a senhora auditora jurídica da Assembleia de República com os requerimentos apresentados pelo PSD para ser uma entidade imparcial a analisar” se cabem ou não dentro a comissão e se “já houve nesta comissão perguntas feitas sobre estas questões”, disse Hugo Soares durante a comissão. Mas este pedido foi também chumbado pelo PS, PCP e BE.
(Notícia atualizada às 20h21 com mais detalhes)
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