Investir ou não investir? Mulheres preferem não arriscar
Um estudo da Allianz realizado em dez países europeus indica que as mulheres são mais propensas a hesitar ou adiar decisões financeiras importantes. Portugal revelou a menor diferença entre géneros.
Chegada a hora de escolher investimentos, a desigualdade de género também tende a aplicar-se. A conclusão é possível de retirar a partir de uma análise levada a cabo pela Allianz Global Investors em dez países europeus. Entre estes países está Portugal, onde, ainda assim, se regista uma menor diferença entre géneros.
O estudo da gestora de investimentos constatou que as mulheres são proporcionalmente mais propensas a hesitar e a adiar decisões financeiras importantes. Quando instadas a escolher o produto financeiro apropriado num cenário que realça o risco de liquidez, as mulheres são duplamente mais propensas a responder “não sei”, avança o estudo When will the penny drop? Money, financial literacy and risk in the digital age realizado pela Allianz Global Investors .
Aptidão para o risco por género
Em concreto, numa amostra de seis mulheres e seis homens com os mesmos conhecimentos financeiros, duas em seis mulheres responderam não saber qual a decisão a tomar para evitar o risco de liquidez, enquanto, que entre os seis homens, apenas um respondeu dessa forma. Resultados que, de acordo com a Allianz Global Investors, indicam que as mulheres confiam menos nas próprias capacidades de escolher produtos financeiros quando comparadas com os homens. Ou seja, quando inquiridas relativamente à sua propensão para tomar decisões financeiras ativamente, as mulheres tendem a demonstrar uma inaptidão ou pouca vontade para fazê-lo. Isto é, preferem não arriscar.
“Estes resultados têm a ver com níveis mais baixos de literacia financeira, mas também com uma menor confiança entre as mulheres”, afirma Marisa Aguilar, Head of Iberia da Allianz Global Investors, que sublinha: “o estudo [conduzido na Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Itália, Holanda, Suíça, Reino Unido e Portugal] evidencia quão importante é a melhoria da educação financeira entre as mulheres para aumentarem a própria capacidade de tomar decisões financeiras corretas ao longo da vida”.
Contudo, segundo a Allianz Global investors, Portugal foi o país onde a diferença de comportamento entre homens e mulheres foi menos notória. Um resultado que, segundo os autores do estudo, decorre não do melhor desempenho das mulheres portuguesas face às suas congéneres europeias, mas do nível mais baixo de conhecimentos financeiros e risco dos homens portugueses face aos restantes europeus considerados na análise.
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