Quebra nas empresas arrasta crédito à economia
Em janeiro, os bancos disponibilizaram menos 837 milhões de euros em novo crédito às empresas e particulares face a dezembro, revelam dados do Banco de Portugal.
O crédito continua a ter dificuldades em chegar à economia portuguesa. Dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal indicam que, em janeiro, o novo crédito libertado no mercado pelos bancos nacionais caiu para o patamar mais baixo dos últimos três meses. Dados que surgem em contraciclo com os esforços do Banco Central Europeu no sentido de inundar o mercado de liquidez.
De acordo com as estatísticas divulgadas pela entidade liderada por Carlos Costa, no primeiro mês deste ano os bancos nacionais disponibilizaram 3.254 milhões de euros em novos empréstimos às empresas e aos particulares. Trata-se do montante mensal mais baixo desde novembro do ano passado, período em que a nova concessão se situou nos 3.351 milhões de euros. Em termos práticos, foram menos 837 milhões de euros que chegaram à economia em janeiro face ao que se tinha observado no último mês de 2016, ocasião em que a nova concessão atingiu um máximo de um ano.
Crédito à economia em queda
A quebra atingiu de forma transversal todos os segmentos da economia, mas foi sobretudo nas empresas onde a diminuição da concessão foi mais acentuada. Em janeiro, os bancos disponibilizaram 2.265 milhões de euros em novos empréstimos às empresas, um valor que representa uma diminuição de 23% face aos 2.953 milhões de euros que tinham sido disponibilizados em dezembro. Na prática, o novo crédito concedido às empresas encolheu 688 milhões de euros, mais de 80% da quebra total observada no novo financiamento à economia, em janeiro.
Já do lado das famílias, a nova concessão de crédito reduziu-se em 149 milhões de euros, em janeiro, com esta a ascender a um total de 989 milhões de euros, naquele que é o nível de concessão mais baixo desde outubro de 2016. Todos os segmentos sofreram uma quebra, mas esta foi mais acentuada no que respeita ao crédito ao consumo. Os novos empréstimos a esse segmento reduziram-se em 93 milhões de euros, entre dezembro e janeiro, ou seja perto de 18%, para se situarem nos 297 milhões de euros. Trata-se do patamar mais baixo desde julho do ano passado. Janeiro marcou assim uma inversão face à tendência de subida na concessão de empréstimos com essa finalidade que se observava desde o verão do ano passado.
Já na finalidade de habitação, o novo crédito concedido recuou para 553 milhões e euros, em janeiro, menos 73 milhões face ao verificado no último mês do ano passado. De salientar, contudo, que dezembro do ano passado registou o nível de nova concessão mais elevado dos últimos seis anos.
No segmento de empréstimos a particulares com outros fins, registou-se uma diminuição de 13 milhões de euros na nova concessão que se situou nos 139 milhões de euros, em janeiro. Em dezembro, esta tinha-se situado nos 152 milhões de euros.
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