Renault também enganou os consumidores sobre os motores diesel
O Libération divulgou o relatório dos serviços anti-fraude franceses, onde é revelada a mentira quanto às emissões dos motores a diesel da marca gaulesa. A Renault não quer comentar as investigações.
A Renault foi formalmente acusada no relatório dos serviços antifraude do Ministério da Economia francês de enganar os clientes dos seus automóveis quanto às emissões dos motores a diesel. A informação é avançada pelo jornal francês Libération. A marca não comenta, mas diz que está a cooperar com as autoridades.
“A Renault SAS enganou os consumidores sobre os controlos efetuados e, em particular, no controlo regulamentar de homologação das emissões contaminantes”, lê-se no relatório citado pela publicação francesa (conteúdo em francês). “Estes resultados permitem reconhecer a instalação de um dispositivo fraudulento que modifica especificamente o funcionamento do motor, para reduzir o número de emissões nas condições específicas dos testes de aprovação, de modo a que as emissões respeitassem as regulamentações”, acrescenta.
O grupo francês já veio a público defender-se, num comunicado onde acusa o artigo doLibération de ser “desequilibrado” e de usar apenas “excertos selecionados do relatório” dos serviços antifraude do Ministério da Economia. Mas também não quer comentar a acusação que lhe é feita.
“A Renault não vai comentar uma investigação que ainda está a decorrer, que é, por natureza, confidencial, e à qual, por isso mesmo, a Renault ainda não tem acesso”, lê-se ainda no comunicado oficial da companhia. “Por conseguinte, a Renault não pode confirmar a veracidade, plenitude e fiabilidade da informação publicada no artigo mencionado. A Renault vai provar a sua cooperação com a regulação e guardará as suas explicações para os júris destacados para a investigação deste caso”.
Os modelos que terão apresentado emissões falsas são o Captur e o Clio IV. O Kadjar e o Talisman também chumbaram, num segundo teste realizado, diz o Libération. A Renault diz que nenhum dos seus produtos “quebrou as legislações europeias ou francesas”. “Os automóveis da Renault não estão equipados com programas que enganem os sistemas antipoluição”.
O Libération afirma, citando um documento datado de novembro e que serviu para abrir uma investigação judicial em janeiro, que, com este sistema fraudulento, já foram vendidos mais de 900 000 veículos, e que o número representa 16,8 mil milhões de euros para a Renault. Além da marca francesa, também a Fiat se viu envolvida num escândalo semelhante que começou com a Volkswagen.
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