Nove anos depois, Sonae Indústria consegue lucros
A Sonae Indústria fechou o último ano com resultados líquidos positivos. Foi a primeira vez desde 2007 que conseguiu lucros.
A Sonae Indústria regressou ao lucro em 2016, o que acontece pela primeira vez em nove anos, com um resultado líquido de 11 milhões de euros, contra prejuízos de 36 milhões de euros em 2015.
Em comunicado enviado hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonae Indústria adianta que este é “o primeiro resultado líquido positivo anual desde 2007”.
Em igual período, o volume de negócios subiu 5,7%, para 240,9 milhões de euros, “apenas incluindo as atividades detidas integralmente pela empresa”.
Tal “deveu-se, principalmente, aos melhores resultados da nossa unidade no Canadá face ao anterior, com melhor ‘mix’ de produto e aumentos nos preços médios de venda“, refere a Sonae Indústria, adiantando que estes “também beneficiaram do desempenho positivo da unidade de laminados em Portugal em termos de volume de vendas, que cresceram cerca de 44% face ao ano anterior”.
A Sonae Indústria sublinha que a desvalorização do dólar canadiano face ao euro, no período em análise, “afetou negativamente o volume de negócios consolidado”, pelo que, “numa base comparável, utilizando taxas de câmbio de 2015, o volume de negócios teria sido cerca de 20 milhões de euros superior, representando um crescimento de 8,9%”.
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações recorrente (EBITDA recorrente) aumentou 28,5%, para 38,4 milhões de euros.
No final do ano passado, a dívida líquida era de 214 milhões de euros, menos 357 milhões de euros face a 2015.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da empresa, Paulo Azevedo, citado no comunicado, 2016 “foi um ano desafiante e motivador, em que se verificou uma mudança transformacional para o grupo Sonae Indústria, posicionando-o para o futuro como uma empresa mais rentável e sustentável”.
“Sobre o desempenho do negócio, é com agrado que informo que em 2016 fomos capazes de aproveitar as melhores condições globais do mercado e os três principais negócios tiveram um desempenho melhor face ao ano anterior devido, particularmente, a melhores resultados no negócio da América do Norte e pela forte contribuição da Sonae Arauco”, adianta.
O negócio de laminados e componentes “também apresentou um melhor desempenho face ao ano anterior, embora a rentabilidade ainda precise de ser melhorada”.
Tendo em conta a participação de 50% na Sonae Arauco, no final do ano passado, “o EBITDA proporcional atingiu 90 milhões de euros e a dívida líquida proporcional situou-se nos 312 milhões de euros, traduzindo-se num rácio alavancagem de 3,5 vezes. Este valor compara com um rácio de alavancagem de 5,3 vezes para a Sonae Indústria no final de 2015”, conclui Paulo Azevedo.
Em termos de perspetivas futuras, a Sonae Indústria vai continuar a procurar aumentar a sua quota de mercado nos produtos de maior valor acrescentado na América do Norte, “incluindo a conclusão do investimento na quinta linha de produção de revestimento a papel melamínico e o lançamento da nova coleção ViVa”.
Na área de laminados e componentes, “vamos procurar melhorar os níveis de rentabilidade e concluir o investimento aprovado no ano passado para uma nova linha de orlagem no negócio de componentes em Portugal”.
Sobre a Sonae Arauco, a empresa vai apostar na consolidação da parceria com Arauco e em apoiar investimentos criadores de valor nas unidades industriais do grupo, “incluindo a melhoria e modernização das poucas unidades industriais que ainda utilizam prensas com tecnologia mais antiga”.
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