IGCP coloca 1.500 milhões a juros negativos mais baixos
Portugal conseguiu colocar o máximo previsto em dois leilões de bilhetes do Tesouro. E pagou menos. Os juros negativos nas duas operações foram mais baixos do que os últimos leilões comparáveis.
Portugal regressou ao mercado para emitir dívida de curto prazo, tendo conseguido juros ainda mais negativos face à última operação comparável. O Tesouro português conseguiu colocar 1.500 milhões de euros em bilhetes do Tesouro, um valor que fica no limite máximo do intervalo de colocação previsto. A colocação de hoje, que se realizou através de dois leilões com maturidades a seis e 12 meses, acontece num período marcado pelo alívio das yields nacionais no mercado secundário.
No leilão de bilhetes do Tesouro (BT) a 12 meses, o IGCP liderado por Cristina Casalinho, conseguiu colocar mil milhões de euros, com a taxa de juro média a fixar-se em -0,153%. Essa taxa é mais baixa face aos -0,112% da última emissão comparável realizada em março deste ano.
Já na emissão de BT a seis meses, o montante de colocação foi de 500 milhões de euros, com a taxa média a situar-se neste operação nos -0,210%, um juro ainda mais negativo face aos -0,158% alcançados no último leilão nesse prazo que se realizou também em março deste ano.
A emissão desta quarta-feira acontece num período marcado pelo alívio das yields da dívida nacional no mercado secundário. Esta manhã a taxa de referência da dívida soberana nacional no prazo a 10 anos cai para um novo mínimo de seis meses.
Yield a 10 anos em novos mínimos de seis meses
A yield implícita nas obrigações a dez anos cede perto de sete pontos base para os 3,231% — um mínimo desde 8 de novembro. A taxa está a recuar, numa tendência de alívio que se estende à generalidade das maturidades da dívida portuguesa. A cinco anos, por exemplo, a taxa de juro registava uma baixa para 1,667%.
Há vários fatores que estão a tornar os investidores mais otimistas. Um deles é o facto de a economia nacional ter crescido 2,8% no primeiro trimestre de 2017. Este é o melhor registo desde o quarto trimestre de 2007. Hoje também foi noticiado que o Governo prevê antecipar o pagamento de 7,2 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2018 e 2019.
“Depois de algum risco associado ao ato eleitoral francês, o mercado goza de um período em que os níveis de risco estão relativamente baixos. Os progressos em termos orçamentais reportados e a estabilização económica contribuem igualmente para um cenário positivo”, justifica Marisa Cabrita, gestora de ativos da Orey iTrade
A emissão desta quarta-feira foi a quinta operação de dívida a curto prazo realizada pelo IGCP. Entre janeiro e maio, Portugal já emitiu sete mil milhões de euros em BT, conseguindo juros negativos nas últimas emissões.
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