Fitch diz que recapitalização da CGD sobe défice para 2,8%
A Fitch considera que a recomendação de Bruxelas para a saída de Portugal do PDE sublinha o esforço do país no controlo das finanças públicas, mas a dívida pública e malparado pressionam rating.
A Fitch estima que a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) aumente o défice orçamental para 2,8% este ano. Numa nota após a saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos, a agência de notação financeira considera que essa decisão sublinha o esforço do país no controlo das finanças públicas. Ainda assim, a elevada dívida pública e malparado do setor bancário limitam melhorias no rating.
“A recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, equivalente a 1,1% do PIB, significa para nós uma subida do défice para 2,8% do PIB em 2017”, adianta a Fitch. “Excluindo esta transferência, o défice seria 1,7% e esperamos que caia para 1,4% em 2018, graças ao impacto de melhorias macroeconómicas e os esforços de contenção da despesa corrente”, dizem os analistas daquela agência.
A Fitch está menos otimista do que o Executivo: depois dos 2% em 2016, o Governo espera que o défice volte a descer para 1,5% em 2017 e para 1% em 2018.
Em relação à recomendação da Comissão Europeia de retirar Portugal de vigilância apertada, a Fitch relativiza essa decisão. A estabilidade política facilitou a saída do PDE, mas será complicado baixar ainda mais o défice a partir de agora. E no que toca ao potencial impacto no rating que atribui à dívida portuguesa, o país continua longe de sair do nível considerado lixo.
“[A saída do PDE] sublinha o reforço nas finanças públicas do país depois de uma política de ajustamento e de uma recuperação económica”, considera a agência. “Mas o elevado nível de dívida pública e a baixa qualidade dos ativos do setor bancário vão continuar a pesar no perfil de crédito de Portugal“, acrescenta.
"[A saída do PDE] sublinha o reforço nas finanças públicas do país depois de uma política de ajustamento e de uma recuperação económica. (…) Mas o elevado nível de dívida pública e a baixa qualidade dos ativos do setor bancário vão continuar a pesar no perfil de crédito de Portugal.”
Segundo a Fitch, a dívida pública deverá cair do nível de 130,4% do PIB no final de 2016, “mas vai continuar bem acima da média da categoria “BB” (51% do PIB) e da média da Zona Euro (90%) no médio prazo”. Face a este cenário de elevado endividamento público, fica mais reduzida “a capacidade de o país de responder a um choque económico e financeiro e é uma fraqueza chave no perfil de crédito do soberano“, explica a agência.
(Notícia atualizada às 16h10)
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