Cimpor prepara saída de bolsa. Acionistas reúnem-se a 21 de junho
A Camargo Corrêa ficou com cerca de 95% da cimenteira portuguesa depois da OPA terminada em 2012.
A Cimpor, detida pelo grupo brasileiro Camargo Corrêa, prepara-se para sair do mercado de capitais. Os acionistas da empresa vão reunir-se em assembleia geral extraordinária no dia 21 de junho, para decidir sobre a “perda da qualidade de sociedade aberta”.
O pedido foi lançado pela InterCement, empresa que pertence ao grupo Camargo Corrêa e que detém a Cimpor. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a InterCement convoca os acionistas da cimenteira a reunirem-se em assembleia geral extraordinária, em Lisboa, no dia 21 de junho, pelas 9h00. O ponto único será “deliberar sobre a perda da qualidade de sociedade aberta”.
A saída de bolsa começa, assim, a ser preparada cinco anos depois de a Cimpor ter sido comprada. A oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Camargo Corrêa sobre a Cimpor ficou concluída em junho de 2012, tendo a empresa brasileira ficado com 94,81% da cimenteira portuguesa.
Na proposta de deliberação relativa a este pedido, a InterCement justifica a intenção de sair de bolsa com a “elevada concentração do capital social da Cimpor” no acionista maioritário (a InterCement) e “a consequente reduzida dispersão das suas ações pelo público em geral, com apenas 4,9% de free float e níveis de transação em mercado pouco significativos, não fazendo as ações já parte da composição dos principais índices bolsistas”.
Atualmente, a Cimpor negoceia, em média, 30 mil ações por dia. Esta sexta-feira, fechou a desvalorizar 0,64%, para os 31,1 cêntimos por ação.
Ao mesmo tempo, nota a InterCement, a Cimpor está de fora das análises de research das casas de investimento e há um “aparente afastamento dos acionistas minoritários com a sociedade evidenciado pela ausência dos mesmos nas assembleias gerais da Cimpor”.
Regista-se ainda uma “evolução negativa das operações industriais no principal mercado da empresa — o Brasil — e a deterioração expressiva dos seus capitais próprios e crescimento da dívida financeira“. Por fim, a InterCement considera “não estarem reunidas as condições para prosseguir, no curto prazo, com o aumento de capital com recurso a subscrição pública projetado anteriormente”. Os acionistas da Cimpor tinham aprovado, em abril, um aumento de capital, depois de a cimenteira ter registado prejuízos de 788 milhões.
Por estas razões, a InterCement diz ser “mais adequado proceder à exclusão da negociação das ações da sociedade do mercado regulamentado, por via da perda de qualidade de sociedade aberta”.
Mas não fecha a porta a um regresso à bolsa: “Isto, sem prejuízo de perante uma alteração positiva das circunstâncias que hoje afetam as economias dos países onde a empresa opera, e respeitando os condicionalismos legais, a Cimpor poder oportunamente voltar a abrir o seu capital”. Depois de sair de bolsa, uma empresa só pode voltar após um ano.
A InterCement assegura ainda que “com esta proposta não pretende afetar as atividades da companhia em portugal ou nas restantes geografias onde opera”.
(Notícia atualizada às 17h28 com mais informação)
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