Salgado escreve memórias. “Tenho a responsabilidade de repor a verdade”
O antigo presidente do Banco Espírito Santo rejeita ter responsabilidade pela falência do banco e recusa pedir desculpa.
Quase três anos depois da falência do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, que liderava o banco alvo de uma resolução, está a escrever as suas memórias. Em declarações à Bloomberg, que avança a informação, o antigo banqueiro rejeita culpas e diz querer repor a verdade.
“Estou a lutar pela honra de ser quem fui e pela honra da minha família“, diz à agência noticiosa. “Pedir desculpa teria sido a fórmula mais fácil de me libertar publicamente de responsabilidades. Penso que tenho a responsabilidade de lutar para que a verdade seja reposta”, acrescenta.
Ricardo Salgado esteve à frente do BES até 13 de julho de 2014, quando foi afastado e substituído por Vítor Bento. A família Espírito Santo detinha 20% do banco na altura em que o mesmo foi alvo de uma resolução, em agosto de 2014.
O antigo banqueiro foi acusado pelo Banco de Portugal da prática de atos dolosos de gestão ruinosa, em detrimento de depositantes, investidores e credores. É ainda acusado de ter comunicado ao regulador um aumento do valor do ativo da Espírito Santo International em mil milhões de euros “que sabia não existir”, ocultando a falência técnica e a insustentabilidade da ESI, bem como o impacto que esta falência teria sobre o Grupo Espírito Santo.
Por estes crimes, foi condenado pelo Banco de Portugal a pagar uma multa de 4 milhões de euros, ficando ainda inibido de exercer funções de cargos em instituições de crédito durante dez anos.
Salgado responde por estas acusações no tribunal de Santarém, onde está a ser julgado, e tem rejeitado sempre ser responsável pela falência do banco que liderava.
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