Ações da EDP Renováveis deslizam 3% e igualam preço da OPA
EDP Renováveis já tocou os 6,75 euros da OPA lançada pela casa-mãe EDP. Um desempenho que surge depois de António Mexia ter anunciado que não vai alterar a contrapartida. Tem até amanhã para o fazer.
As ações da EDP Renováveis EDPR 0,00% estão a cair 3% para os 6,75 euros. É este o preço que a casa-mãe EDP se propõe a pagar na oferta pública de aquisição sobre o capital que ainda não detém na sua subsidiária de energias limpas. Este desempenho sugere que os acionistas minoritários começam a mudar de opinião em relação à OPA, depois da resistência inicial.
Isto acontece depois de António Mexia ter informado esta terça-feira à tarde o mercado que não vai mexer na contrapartida de 6,75 euros por cada ação que pretende comprar aos acionistas minoriários da EDP Renováveis. Esta decisão de manter a contrapartida não surpreendeu os analistas, apesar das críticas lançadas esta semana pelo acionista MFS que detém 4% do capital da subsidiária de energias limpas.
“Não foi uma surpresa para nós dado que não estávamos que a EDP revisse o preço em alta”, comentou o analista Jorge Guimarães. “Após este anúncio, prevemos que o preço da ação da EDP reaja negativamente”, acrescentou.
Mais de 1,2 milhões de títulos já tinha sido negociados em cerca de duas horas de negociação em Lisboa, quase três vezes mais do que a média diária dos últimos 12 meses, o que evidencia a dimensão da pressão vendedora sobre estes títulos. Ainda assim, após tocar os 6,75 euros, o título voltou a negociar acima desse preço.
O prazo para alterar a contrapartida da oferta termina esta quinta-feira, embora a EDP já tenha antecipado esse anúncio com o comunicado enviado ontem à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários. E uma semana depois termina o período da OPA.
"Não foi uma surpresa para nós dado que não estávamos que a EDP revisse o preço em alta. Após este anúncio, prevemos que o preço da ação da EDP reaja negativamente.”
Do BPI Research, os analistas consideram que o comunicado da EDP “surge como resposta a uma carta aberta da MFS, na qual revelaram o seu desacordo com o preço”. “Na nossa opinião, [com este comunicado] diminuem-se drasticamente as probabilidades de uma revisão da oferta pela EDP”, sublinham ainda.
Braço-de-ferro
Na terça-feira, conforme o ECO avançou em primeira mão, os americanos da Massachusetts Financial Service apresentaram uma declaração de posição na qual informaram que não irão aceitar as condições oferecidas pela EDP, por considerarem que o preço é baixo.
“A MFS não pretende aceitar a oferta sobre as nossas ações na EDP Renováveis ao preço de 6,75 euros nas circunstâncias atuais. Instamos os outros acionistas minoritários a analisar nossa análise na carta aberta da MFS e nesta declaração de posição quando fizerem a sua avaliação sobre os méritos da oferta pública”, diz aquele acionista minoritário num statement datado de 21 de julho.
"A MFS não pretende aceitar a oferta sobre as nossas ações na EDP Renováveis ao preço de 6,75 euros nas circunstâncias atuais.”
A MFS detém 4,08% da EDP Renováveis e 18,3% do total do capital alvo da oferta por parte da EDP. Ou seja, com esta rejeição, ficam por cumprir os dois critérios determinantes para a retirada da subsidiária da bolsa: superar 90% dos direitos de votos da sua subsidiária e, simultaneamente, comprar 90% dos direitos de voto que estão no objeto da oferta.
EDP Renováveis perde energia
Lucro da EDP mais do que duplica
A EDP Renováveis mais do que duplicou o lucro registado no primeiro semestre do ano. Obteve um resultado líquido de 134 milhões de euros entre janeiro e junho, o que corresponde a um aumento de 128% do resultado líquido registado no mesmo período de 2016. No segundo trimestre, o lucro foi de 66 milhões de euros, mais 12% em termos homólogos.
Em termos semestrais, a cotada liderada por João Manso Neto observou uma subida de 11% das receitas, tendo faturado 988 milhões de euros — contra dos 889 milhões de faturação no ano anterior.
Para o CaixaBI, “os resultados da EDP Renováveis foram bons, com crescimentos interessantes e ficaram em linha com as estimativas”. Ainda assim, “atualmente, mais importante do que resultados é a oferta pública de aquisição lançada pela EDP sobre as ações dos minoritários da EDP Renováveis”, salientam os analistas.
(Notícia atualizada às 9h52)
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