Totta sobre lesados do Banif: “Porque é que seremos nós a pagar aquilo que não fizemos?”
O banco liderado por António Vieira Monteiro registou lucros de 229 milhões de euros no primeiro semestre do ano.
Não está ainda a decorrer um processo de integração do banco Popular em Portugal no Santander Totta. Isto porque o banco ainda aguarda as autorizações da Direção Geral da Concorrência, do Banco de Portugal e do Banco Central Europeu. Quando estas autorizações chegarem, a integração vai mesmo avançar.
“Qualquer operação que venha a ser realizada depende de uma série de autorizações. A primeira é da Direção Geral da Concorrência. Estamos a aguardar que chegue essa autorização. Depois, o processo terá de ser autorizado pelo BCE mediante parecer favorável do Banco de Portugal”, referiu António Vieira Monteiro, presidente executivo do Santander Totta, durante a apresentação de resultados do banco. No fim deste processo, está determinada uma integração“, confirmou.
Sobre os lesados do Banif, que o Santander comprou em dezembro de 2015, Vieira Monteiro volta a frisar aquela que tem sido a posição do Santander Totta: “Porque é que seremos nós a ter de pagar aquilo que não fizemos? Situações dessas, já no final do direito romano, não existiam”, salientou, lembrando que foi por “decisão pública” que os obrigacionistas subordinados fossem retirados da proposta apresentada pelo Santander Totta.
“Na primeira proposta que fizemos, que significava a compra da totalidade do banco, assumíamos o pagamento dessas obrigações subordinadas”, disse ainda Vieira Monteiro. O Santander acabou por comprar apenas o pacote de ativos e passivos do Banif que o Estado detinha, por 150 milhões de euros.
Lucros sobem para 229 milhões
O Santander Totta reportou lucros de 228,9 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma subida de 16,7% face ao mesmo período do ano passado. Os depósitos aumentaram para mais de 27 mil milhões de euros, segundo os dados revelados pelo banco, esta terça-feira, em conferência de imprensa.
Apesar da subida dos lucros, a margem financeira e o produto bancário recuaram nos primeiros seis meses do ano. O Santander Totta registou uma margem financeira de 338,4 milhões de euros, uma quebra homóloga de 8,3% que o banco justifica com “reajustamentos ocorridos na carteira de dívida pública”. Já o produto bancário ascendeu a 549,4 milhões de euros, menos 10,8% do que no primeiro semestre do ano passado.
A contribuir para a melhoria dos resultados estiveram as comissões, que aumentaram em 5%, totalizando 166,5 milhões de euros, “fruto da maior vinculação e transacionalidade dos clientes”. Os depósitos de clientes também aumentaram, ascendendo a 27,6 mil milhões de euros, mais 1% do que o Santander Totta registava no final do primeiro trimestre do ano.
Na concessão de crédito, o volume de crédito bruto recuou 2,9%, para 33 mil milhões de euros no segundo trimestre do ano. A queda mais expressiva foi na concessão de crédito a empresas, que caiu 4%, para 13,1 mil milhões. O Totta destaca o segmento da habitação, onde responde por um em cada cinco novos contratos de crédito celebrados em Portugal. O rácio de crédito em incumprimento recuou para 3,74% e o rácio de crédito em risco caiu para 4,46%.
Já os custos operacionais caíram 9%, para 261,5 milhões de euros, com os custos com pessoal a reduzirem-se em 5,5%, para 157,9 milhões.
Quanto aos níveis de capitalização, o Santander Totta destaca os “elevados rácios de capital, claramente acima dos requisitos mínimos exigidos pelo Banco Central Europeu”. O rácio CET 1 fixou-se em 15,8% e o Tier I em 19,1%.
Notícia atualizada pela última vez às 12h55.
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