Carlos Costa apanhado de surpresa com investigação a funcionário
Rui Carvalho foi afastado por alegada violação de deveres de comunicação ao conselho de administração do Banco de Portugal. Costa terá sido apanhado de surpresa em julho de 2017.
O conselho de administração do Banco de Portugal garante que só teve conhecimento do caso que está a ser investigado pelo Ministério Público três anos depois. Em causa está a compra e venda das ações do BES por parte de um funcionário do Departamento de Mercados e Gestão de Reservas (DMR) que esteve envolvido na resolução do banco. Em reação, Carlos Costa demitiu Rui Carvalho, diretor desse departamento. Em declarações ao Jornal de Negócios esta segunda-feira, o Banco de Portugal põe as culpas no consultor de Ética e no DMR.
Fonte oficial do Banco de Portugal respondeu que não apurou que tivesse existido uma notificação a “qualquer membro do conselho de administração, incluindo ao Dr. José Ramalho [então vice-governador], em termos, circunstanciados e de completude, que permitissem uma adequada perceção da gravidade da situação em causa“. Só em julho deste ano, já com a Procuradoria-Geral da República no terreno, é que o Banco de Portugal soube da situação, “o que levou ao conjunto de ações e decisões do conselho de administração”.
Segundo o Jornal de Negócios [acesso pago], depois de ser demitido, Rui Carvalho passou a ser consultor do Banco de Portugal. Já o funcionário sob investigação foi transferido para outro departamento. Foi ainda aberto um processo de investigação interno dada a falta de notificação da situação à administração. O Banco de Portugal assinalou ainda que em setembro de 2014, um mês depois da resolução do BES, pediu aos departamentos envolvidos o nome dos colaboradores que tiveram acesso a informação privilegiada — para avaliar potenciais abusos de mercado –, mas o DMR recusou-se a entregar essa lista.
Além do DMR, o consultor de Ética, Orlando Caliço, também não reportou o caso à administração, apesar de ter tido conhecimento do mesmo três meses depois da resolução. Na mensagem para Caliço, o funcionário terá explicado que comprou as ações, mas vendeu-as na manhã de 1 de agosto quando soube que iria trabalhar diretamente sobre o BES. “Quando me escreveu já não havia uma situação de conflito de interesse para avaliar“, apontou o ex-consultor de Ética ao Jornal de Negócios, que não respondeu à mensagem.
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