Só 18% dos fundos europeus foram gastos em prevenção de incêndios
Cerca de 70% das verbas alocadas à "redução de incêndios florestais" foi canalizada para a compra de veículos de combate e para obras nos quartéis de bombeiros.
Dos 56 milhões de euros alocados para o Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), que tem como objetivo a “redução de incêndios florestais”, a maior parte não foi aplicada na prevenção mas sim em meios de apoio ao combate. Os bombeiros receberam 40 milhões de euros, enquanto apenas 10,2 milhões foram canalizados para a Instalação de Redes de Defesa da Floresta contra Incêndios.
O valor é avançado pelo Público (acesso condicionado), detalhando que o destino desses 40 milhões de euros foi a compra de veículos para as corporações de bombeiros ou para a construção, modernização e ampliação de quartéis, quando deveria ter sido a floresta ou o ordenamento florestal. Os restantes 5,8 milhões de euros foram aplicados em Ações Inovadoras para a Prevenção e Gestão de Riscos, em Instrumentos de Planeamento, Monitorização e Comunicação e em Ações de Comunicação e Sensibilização para Prevenção de Incêndios Florestais.
Em resposta ao jornal, os gestores do PO SEUR afirmam que não é feita uma distinção “taxativa” entre a “perspetiva de prevenção ou de combate”, sendo que “o reforço das condições de operação das entidades responsáveis pelo combate aos incêndios reforça também a sua prevenção e a minimização dos seus efeitos”. Foram, no total, 64 os quartéis a serem financiados por este programa.
O maior projeto de proteção e ordenamento do território a candidatar-se aos fundos do programa foi apresentado pela Câmara de Viana do Castelo para proteger a floresta das encostas do Monte de Santa Luzia e teve direito a uma fatia de 377 mil euros.
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