Millennials entram no mercado imobiliário e compram… casas de luxo
Os millennials dos EUA estavam a demorar tanto a comprar a primeira casa própria que parecia que iam alugar para sempre. Agora, eles tornaram-se uma força no mercado de casas novas e de luxo.
A Toll Brothers, maior construtora de casas de luxo dos EUA, informou na passada terça-feira que 23% das suas vendas deste ano foram para clientes com pelo menos um comprador de até 35 anos. O anúncio foi uma surpresa, pois o preço médio do contrato da empresa no período de três meses até julho foi de 837.300 dólares.
Os clientes de 20 a 40 anos tinham bons motivos para esperar pela hora perfeita para comprar. Casam-se e têm filhos mais tarde, e enfrentam um mercado apertado de residências, onde os vendedores geralmente recebem várias ofertas. Mas a demora permitiu, ao mesmo tempo, que alguns deles conseguissem poupar para pagar a entrada.
“Foi uma surpresa agradável”, disse Fred Cooper, vice-presidente sénior de relações com investidores da Toll, com sede em Horsham, Pensilvânia, por email. “Essas pessoas, que talvez tenham trabalhado cerca de 10 anos, têm dinheiro para comprar uma casa mais luxuosa do que a que se imagina como uma típica primeira casa.”
A proporção de millennials com casa própria ainda é baixa segundo os padrões históricos. Os compradores de 18 a 34 anos possuem 11% das casas dos EUA ocupadas por proprietários, de acordo com uma análise dos dados do Censos dos EUA, realizada pelo site imobiliário Trulia. Quando os baby boomers tinham a mesma idade, esse número era quase duas vezes maior.
Sem espera
A Toll apresentou recentemente sua marca T Select, mais barata, voltada a compradores mais jovens. Mas os millennials têm comprado principalmente os outros imóveis da empresa, disse o CEO Douglas Yearley numa teleconferência com analistas na terça-feira.
“Estamos empenhados em vender casas para o setor de maior poder de compra dos millennials, porque não vamos esperar até eles comprarem uma segunda ou terceira casa mais cara, coisa que eles obviamente farão daqui a uma década”, disse Yearley.
As ações da Toll caíram 2,6% na terça-feira, para 37,27 dólares, após a publicação dos resultados do terceiro trimestre fiscal. Embora a construtora tenha informado um salto de 24% nos contratos em relação ao ano anterior, ela reduziu o topo de sua projeção da margem bruta para o ano fiscal completo. Os resultados serão prejudicados por 150 fechamentos que serão empurrados para o próximo ano devido a um recall de vigas de piso, informou a empresa.
Megan McGrath, analista da MKM Holdings em Stamford, Connecticut, disse que atualmente a Toll só está vendo millennials mais velhos entre seus compradores. Muitos outros virão, disse ela.
“Parte disso é geracional — os millennials não sentiram necessidade de comprar uma casa inicial, talvez nem pudessem comprá-la, e esperaram até os 30 anos”, disse ela. “Talvez agora eles estejam simplesmente pulando a casa inicial e comprando uma alternativa mais cara.”
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