Euro forte? Merkel admite impacto, mas não está preocupada
A quatro semanas das eleições, a primeira-ministra desvaloriza os possíveis impactos da evolução da divisa europeia na balança comercial alemã.
A chanceler Angela Merkel admitiu que a valorização do euro poderá vir a afetar o comércio alemão. No congresso de imprensa anual realizado esta terça-feira, 29 de agosto, e apesar da moeda forte, a chanceler não demonstra quaisquer preocupações com o possível excedente comercial entre a Alemanha e os restantes países.
“Não temos uma influência política sobre as taxas de câmbio” – relata Merkel, citada pela Bloomberg – “Estamos satisfeitos com a nossa competitividade e evitamos práticas comerciais injustas”. Esta palavras surgem após um novo marco do euro face ao dólar, que já ultrapassou a marca dos 1,20 dólares.
A suportar esta valorização da moeda única estão as expectativas dos investidores em relação à próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE), bem como a procura por refúgio depois da Coreia do Norte ter disparado um míssil que aterrou no mar do Japão. A crescente valorização do euro é ainda acelerada pelo silêncio de Mario Draghi relativamente ao desempenho do euro em Jackson Hole, nos EUA. A divisa única europeia segue a valorizar 0,45% para os 1,2034 dólares.
Também nos EUA, Donald Trump ridiculariza a Alemanha pelo seu excedente comercial com o país. Em resposta, a chanceler sublinha que a situação se deve à procura de produtos de qualidade alemães. Dados revelados pela Bloomberg apontam para um total de exportações alemãs para os Estados Unidos 66 mil milhões de dólares acima do valor das importações no ano passado, colocando assim empresas de automóveis como a Volkswagem AG , a Daimler ou a BMW AG na mira das críticas do presidente norte-americano.
Num discurso de mais de hora e meia, Angela Merkel abordou temas como as sanções à Rússia, as relações com a Polónia, o estreitamento de contactos com Emmanuel Macron, e a libertação de cidadãos alemães na Turquia. A chanceler admite que a relação entre a Alemanha e a Turquia se encontra numa “fase difícil”, e considera a prisão dos cidadãos injustificada.
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